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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS


DEPARTAMENTO DE DIREITO
Av. Fernando Ferrari, n.º 514, Campus Universitário, CCJE, ED V, Goiabeiras,
Vitória/ES - CEP: 29075-910 - Tel.: (27) 4009-2604 - http://www.direito.ufes.br/.
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TEORIA GERAL DO PROCESSO

Prof. Dr. Hermes Zaneti Jr.

Exercícios de revisão – 2º bimestre

QUESTÃO 1: A respeito das normas fundamentais e princípios constitucionais do


processo, indique se as assertivas abaixo são verdadeiras ou falsas.

( ) O CPC/2015 garante amplamente o acesso à justiça ao assegurar níveis ampliados de


cognição, dinamização e inversão do ônus da prova, standards para valoração
probatória, técnicas antecipatórias idôneas, formas de tutela jurisdicional com
executividade intrínseca e técnicas executivas idôneas às diversas modalidades de
obrigações.

( ) A segurança jurídica é um princípio implícito, pois não um dispositivo constitucional


que se refira expressamente ao direito à segurança jurídica, muito embora o art. 5º,
XXXVI, da CF/1988 preveja que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”. O direito à segurança jurídica no processo constitui
direito à certeza, à estabilidade, à confiabilidade, à cognoscibilidade e à efetividade das
situações jurídicas processuais. Há necessidade de garantir a segurança no processo e
pelo processo, o que se percebe através do respeito à preclusão, à coisa julgada, ao
formalismo processual e ao precedente judicial (stare decisis; vinculação formal e
normativa, horizontal e vertical).

( ) A preclusão, a coisa julgada, o formalismo processual e o precedente judicial são


institutos processuais adotados pelo CPC/2015 que entre outros princípios visam
concretizar o princípio da segurança jurídica nas situações jurídicas processuais.

( ) Fruto do modelo de precedentes normativos formalmente vinculantes proposto pelo


CPC/2015 é o entendimento do duplo discurso da decisão judicial; o discurso do caso
(solução da controvérsia) e o discurso do precedente (reconstrução do ordenamento
jurídico a partir da interpretação operativa). O primeiro zela pela qualidade da decisão,
viabilizando o enfrentamento de todos os fundamentos deduzidos pelas partes pelo
órgão judicial. O segundo, voltado à sociedade como um todo, é destinado a imprimir
unidade ao direito e, com isso, outorgar segurança jurídica, igualdade e coerência ao
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sistema. O discurso do precedente mira na universalidade e obrigatoriedade que a


decisão irá tomar e, por isso, deve ser dotado de cautela suficiente a garantir a
sobriedade da aplicação.

QUESTÃO 2: Marque a alternativa correta a respeito dos princípios processuais,


conforme o CPC de 2015.

a) Para garantir os pressupostos mencionados em sua exposição de motivos, o CPC


estabelece, de forma exaustiva, as normas fundamentais do processo civil (CESPE -
2017 – DPU - Adaptada).

b) Voltado para a concepção democrática atual do processo justo, o CPC promoveu a


evolução do contraditório, que passou a ser considerado efetivo apenas quando vai além
da simples possibilidade formal de oitiva das partes (CESPE - 2017 – DPU - Adaptada).

c) Apesar de o CPC garantir às partes a obtenção, em prazo razoável, da solução


integral do mérito, esse direito não existia antes do CPC de 2015 (CESPE - 2017 – DPU
- Adaptada).

d) Não se coaduna com os princípios da primazia do julgamento de mérito e da


instrumentalidade das formas, eventual previsão legal que diz que o relator, antes de
considerar inadmissível o recurso, concederá prazo para o recorrente para que seja
sanado o vício ou complementada a documentação exigível (PGE-MS - 2016 - PGE-MS
- Procurador do Estado - Adaptada).

QUESTÃO 3: Indique a afirmação precisa sobre o sistema de precedentes estabelecido


pelo novo CPC. (FAURGS – 2022 - Juiz Substituto – Adaptada)

a) Os precedentes são diretrizes persuasivas emitidas por qualquer tribunal, permitindo


que o juiz, em um processo específico, opte por não considerá-los ou segui-los, mesmo
que sejam citados pela parte envolvida.

b) Todas as declarações e argumentos apresentados na justificação do acórdão possuem


igual importância e são considerados precedentes, devendo ser seguidos pelos órgãos
judiciais de instâncias inferiores em casos subsequentes.
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c) Os precedentes têm força vinculante, porém, o juiz pode optar por não aplicar um
precedente específico, desde que demonstre que o caso em julgamento é
substancialmente diferente da situação que levou à criação desse precedente.

d) Os precedentes são normas jurídicas concretas e vinculantes que emanam do


dispositivo do acórdão, juntamente com a coisa julgada. Para aplicá-los, basta ao juiz
transcrever a ementa correspondente em sua decisão.

e) A corrente majoritária, que se desenvolveu a partir do Código de Processo Civil de


2015, sustenta que o precedente representa a interpretação correta atribuída por um
tribunal superior a um texto normativo específico. Em virtude disso e com o propósito
de assegurar a estabilidade jurídica, o precedente pode e deve ser aplicado
retroativamente a casos que ocorreram antes de sua formação.

QUESTÃO 4: Considerando os estudos em sala de aulas e materiais do AVA a respeito


das “três ondas” de Mauro Capelletti e Bryant Garth, na reconhecida obra “Acesso à
Justiça”, pode-se afirmar que (PGE-MS - Procurador do Estado – 2016 – Adaptada):

a) A primeira onda valorizou o desenvolvimento das regras processuais que possibilitem


que entes possam, em melhores condições, enfrentar seus adversários em prol da
cidadania participativa.

b) A segunda onda trouxe consigo a instituição dos Juizados Especiais, chegando a


permitir o acesso à tutela jurisdicional sem a presença de advogado.

c) A terceira onda leva em consideração, especialmente, o papel do magistrado na


condução do processo, como forma de contornar obstáculos burocráticos de acesso à
Justiça.

d) A segunda onda renovatória de acesso à Justiça ganhou força e se relaciona com a


promulgação da Lei n° 1.060/1950 e a instituição da Defensoria Pública da União,
Distrito Federal e Territórios e dos Estados.

e) A primeira onda foi o bastante para garantir o acesso à Justiça aos menos favorecidos.
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QUESTÃO 5: De acordo com Didier Jr. (2016), o CPC/2015, claramente influenciado


pelo CPC português, introduziu no seu primeiro capítulo um conjunto de normas
fundamentais para o processo brasileiro, incluindo (CS-UFG - 2018 - Prefeitura de Jataí
- GO - Procurador Jurídico – Adaptada):

a) O processo inicia-se por iniciativa oficial e progride por impulso das partes, o que
traduz o princípio da inafastabilidade da jurisdição.

b) A conciliação e a mediação devem ser promovidas por juízes, advogados, defensores


públicos e membros do Ministério Público antes do início do processo judicial.

c) Todos os participantes do processo devem agir de acordo com os princípios da boa-


fé, com a exceção dos juízes, que não são partes no processo.

d) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz deve considerar os objetivos sociais e as


necessidades do bem comum, respeitando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência.

QUESTÃO 6: De acordo com a doutrina, é amplamente aceito que o magistrado está


restrito, em sua decisão, aos fatos jurídicos alegados e ao pedido apresentado. (DIDIER
Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. Edit. Jus Podivm, 1 v., 17.ed., 2015, p.
553). (FCC - 2018 - PGE-AP - Procurador do Estado – Adaptada).
Essa lição diz respeito ao princípio

Alternativas

a) Da inafastabilidade da jurisdição.

b) Da eventualidade.

c) Do dispositivo ou da livre iniciativa da parte.

d) da adstrição ou congruência.

e) Da inércia processual.

QUESTÃO 7: A tutela provisória pode ser baseada na urgência ou na evidência. No


caso da tutela provisória de urgência, seja ela de natureza cautelar ou antecipada, é
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possível concedê-la em caráter antecedente ou incidental. Em relação à tutela provisória


de urgência de natureza antecipada, concedida em caráter antecedente, avalie as
seguintes afirmações (UFPR - 2020 - Câmara de Curitiba - PR - Procurador Jurídico –
Adaptada):

1. Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição


inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de
tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de
dano ou do risco ao resultado útil do processo.

2. Concedida a tutela antecipada requerida em caráter antecedente, o autor deverá aditar


a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos
documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 dias ou em outro prazo
maior que o juiz fixar, sob pena de extinção do processo com resolução de mérito, caso
não se realize tal aditamento.

3. A tutela antecipada concedida em caráter antecedente torna-se estável se da decisão


que a conceder não for interposto o respectivo recurso, hipótese em que qualquer das
partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada estabilizada, direito este que se extingue após 2 anos, contados da efetivação
da tutela antecipada que se pretende rever, reformar ou invalidar.

4. A estabilidade dos efeitos da decisão que concede a tutela antecipada em caráter


antecedente só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em
ação própria, ajuizada por uma das partes para esse fim; não sendo ajuizada essa ação,
no prazo decadencial de 2 anos, a decisão que concedeu a tutela antecipada em caráter
antecedente fará coisa julgada.

Assinale a alternativa correta.

a) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

b) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.

c) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.

d) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.


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QUESTÃO 8: Em relação à tutela provisória, avalie as afirmações a seguir (FGV -


2018 - MPE-AL - Analista do Ministério Público - Área Jurídica – Adaptada):

I. Como requisito para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso,
exigir caução.

II. Uma vez estabilizada a tutela antecipada antecedente, o interessado pode propor ação
rescisória no prazo de dois anos.

III. O indeferimento da tutela cautelar não obsta que a parte formule o pedido principal,
nem influi no julgamento deste, a menos que o motivo do indeferimento seja o
reconhecimento de decadência ou prescrição.

Quais estão corretas?

a) I e II, apenas.

b) II, apenas.

c) II e III, apenas.

d) I e III, apenas.

QUESTÃO 9: Identifique a alternativa correta de acordo com as previsões sobre


recursos estabelecidas no Código de Processo Civil com base nas noções gerais de
recursos, dada em sala de aula e no material constante do Ava (Avança SP - 2023 -
Prefeitura de Americana - SP - Assistente Jurídico – Adaptada):

a) Os recursos impedem, necessariamente, a eficácia da decisão;

b) O recorrente não pode, a qualquer tempo, desistir do recurso sem o consentimento


do recorrido ou dos litisconsortes.

c) O recurso adesivo nunca fica subordinado ao recurso independente, de modo que não
são aplicáveis àquele as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e
julgamento no tribunal;

c) A renúncia ao direito de recorrer depende a aceitação da outra parte;

d) É possível que o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
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QUESTÃO 10: Sobre os princípios reguladores do processo civil, é correto afirmar que
(FGV - 2023 - TJ-BA - Juiz Leigo – Adaptada):

a) São mandados de otimização e normalmente devem ser ponderados com outros, não
sendo previstos de forma expressa no Código de Processo Civil;

b) a ampla defesa é um princípio típico de direito material, já que garante ao acusado a


chance de provar sua inocência, não apresentando muita relevância no âmbito do
processo;

c) a isonomia processual é um princípio com fonte constitucional que garante às partes


paridade de tratamento no âmbito do processo;

d) o princípio do devido processo legal não foi previsto expressamente no Código de


Processo Civil vigente e por isso não é aplicado em processos que tramitam pelo
procedimento comum;

e) a duração razoável do processo garante uma solução em tempo adequado a todas as


demandas, porém, não se aplica ao cumprimento de sentença.

QUESTÃO 11. (TCE/PE – Banca: CESPE – Cargo: Analista de gestão - superior)

Com relação ao conceito, à natureza e às fontes do direito processual, julgue o item a


seguir.

São etapas da evolução da doutrina processual, entre outras, o praxismo e o


processualismo científico.

( ) Certo

( ) Errado

QUESTÃO 12. (IBFC - Secretaria Municipal de Assistência Social e


Desenvolvimento Humano de Cuiabá MT - MT (SMASDH/MT) 2019 – apoio jurídico)

Sustentam-se, ainda, as teorias de Chiovenda e Carnelutti, segundo as quais,


respectivamente, a jurisdição tem a função de atuar a vontade concreta da lei e de que o
juiz cria a norma individual para o caso concreto. Sobre a jurisdição e a ação, analise as
afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).
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( ) Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade.

( ) O Código de Processo Civil não autoriza que alguém possa pleitear direito alheio em
nome próprio.

( ) O interesse do autor precisa ir além da autenticidade ou da falsidade de documento.

( ) É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a violação do


direito

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

A. V, F, F, V

B. F, F, V, V

C. V, F, V, F

D. F, V, F, V

QUESTÃO 13. (STJ/2018 – CESPE – Técnico judiciário)

A respeito da jurisdição, julgue o item que se segue.

O princípio do juiz natural, ao impedir que alguém seja processado ou sentenciado por
outra que não a autoridade competente, visa coibir a criação de tribunais de exceção.

( ) Certo

( ) Errado

QUESTÃO 14. (CESPE - 2010 - SERPRO - Analista - Advocacia)

Em relação às sentenças, julgue os itens subsequentes.

Em decorrência do princípio da congruência, o juiz não pode proferir sentença de


natureza diversa ou a mais do que for pedido pelo autor. Tal princípio, também
conhecido como princípio da correlação ou da adstrição, não comporta exceções, razão
pela qual toda e qualquer decisão proferida sem a sua observância é nula.

( ) Certo
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( ) Errado

QUESTÃO 15. (Câmara Municipal de Abaetetuba / PA / 2018 – Banca: FADESP –


Cargo: advogado)

Em um processo judicial de obrigação de fazer contra a construtora Casa dos Sonhos,


que lhe vendeu um apartamento com infiltrações, Roberto Calos tenta obter a
condenação da construtora para arcar com os serviços e reparos necessários. Após a
citação e abertura do prazo para a contestação, a construtora formula defesa processual
alegando que tal processo é a reprodução idêntica de outro, que já foi julgado e extinto
com resolução do mérito, no qual Roberto Carlos já recebeu sua indenização. Nesse
caso, o pressuposto processual que está sendo violado é o da/do

a) inexistência de litispendência.

b) existência de legitimidade.

c) respeito às regras de competência.

d) inexistência de coisa julgada.

QUESTÃO 16. Com base no conceito do princípio de candura perante a corte (candor
toward the Court) mencionado na ementa do AgInt nos EDcl no RECURSO EM
MANDADO DE SEGURANÇA Nº 34477 -DF (2011/0109870-1), qual das seguintes
afirmativas é verdadeira?

a) Os patronos devem ocultar precedentes contrários à pretensão de seus clientes.

b) Os patronos devem concordar com os precedentes adversos e defendê-los perante a


Corte.

c) Os patronos devem apresentar precedentes contrários à pretensão do cliente, expondo


argumentos de distinção e superação.

d) Os patronos devem se abster de mencionar quaisquer precedentes perante a Corte.

e) O princípio de candura perante a corte não se aplica a casos administrativos.

QUESTÃO 17. A decisão do STF e STJ, exigindo prévio requerimento administrativo


junto ao INSS e na cobrança do seguro DPVAT, exclui o Acesso à Justiça? Existe um
tempo determinado para a análise do requerimento administrativo pelo INSS? Em um
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caso de extrema urgência, seria possível ajuizar uma ação contra o INSS ou buscando o
seguro DPVAT sem prévia negativa do requerimento administrativo?

a) A decisão do STF e STJ não exclui o Acesso à Justiça, mas impõe a exigência de
requerimento administrativo como requisito processual, sem determinar um prazo
máximo para análise pelo INSS. Em casos de extrema urgência, é possível ajuizar ação
sem prévia negativa administrativa.

b) A decisão do STF e STJ exclui o Acesso à Justiça, tornando a busca por benefícios
previdenciários e seguros DPVAT excessivamente complexa. O INSS deve analisar o
requerimento em até 30 dias, mas em casos de urgência, é necessário aguardar a
negativa administrativa antes de ajuizar a ação.

c) A decisão do STF e STJ preserva o Acesso à Justiça e a análise do requerimento


administrativo pelo INSS deve ser feita em até 45 dias. Ultrapassado esse prazo, pode
ser impetrado Mandado de Segurança em busca da referida resposta. Caso de extrema
urgência permite ajuizar a ação imediatamente, sem prévia negativa administrativa.

d) A decisão do STF e STJ exclui o Acesso à Justiça, tornando-o inacessível para a


maioria dos requerentes. O INSS não possui um prazo máximo para análise, e ajuizar
ação sem prévia negativa administrativa é estritamente proibido.

QUESTÃO 18. De acordo com os princípios do Projeto Florença de Mauro Cappelletti


e Bryant Garth, é possível estabelecer limites ao Acesso à Justiça? Explique a relação
entre os limites e a noção de acesso à justiça conforme a abordagem do projeto.

a) Sim, de acordo com o Projeto Florença, é permitido estabelecer limites ao Acesso à


Justiça para preservar a eficiência do sistema judicial, desde que esses limites sejam
razoáveis e proporcionais.

b) Não, o Projeto Florença defende que o Acesso à Justiça deve ser ilimitado,
garantindo a todos a possibilidade de buscar solução para seus conflitos perante o Poder
Judiciário.

c) O Projeto Florença não aborda a questão dos limites ao Acesso à Justiça, deixando
essa questão em aberto para interpretação posterior.
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d) O Projeto Florença defende que os limites ao Acesso à Justiça podem ser


estabelecidos apenas pelo Poder Executivo, sem intervenção do Poder Judiciário.

QUESTÃO 19. A coisa julgada secundum eventum probationis tem como característica
permitir a repropositura da demanda coletiva

(a) exclusivamente pelo autor popular.

(b) que apenas verse interesses difusos.

(c) que apenas verse interesses individuais homogêneos.

(d) baseada em novas provas.

(e) exclusivamente nas ações imprescritíveis.

QUESTÃO 20. Leia o Acórdão em AgInt nos EDcl no AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL Nº 2049625 - SP (2022/0003397-2), enviado no grupo por Whatsapp e
trabalhado em sala, e responda as próximas questões:

Para rememorar: Mario Henrique firmou contrato, através de sociedade em conta de


participação, com a empresa Park Legal, para gestão de estacionamentos de valet na
cidade de Vitória/ES, onde o mesmo investiria o valor de R$ 300.000,00, e teria um
retorno mensal entre R$ 6.000,00 e R$ 9.000,00 independentemente dos resultados da
empresa. A empresa Segurança Investimentos atuou como fiadora da Park Legal no
contrato. Uma vez inadimplido o contrato, Mario Henrique buscou o judiciário,
ingressando com Ação declaratória cumulada com Indenização por danos materiais e
morais, alegando ter a receber o valor total de R$ 800.000,00 até aquele momento.

A demanda foi extinta sem julgamento de mérito, em primeira instância, por


inadequação da via eleita, por entender o Juiz que a via adequada seria a Ação de
Prestação de Contas, e não a Ação de Indenização proposta. O autor interpôs Recurso de
Apelação, que foi parcialmente provido, para anular a sentença de primeiro grau,
entendendo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo, que se tratava de negócio simulado,
e, portanto, subsistiria o contrato de mútuo, sob o qual o rito da Ação de Indenização
seria o adequado, julgando parcialmente procedente o pedido para reformar a sentença e
determinar a devolução dos valores emprestados pelo autor, acrescidos de juros e
correção monetária.
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Os réus entraram com Recurso Especial, alegando que a simulação do negócio não
havia sido alegada anteriormente, e que, portanto, haviam sido surpreendidos com a
decisão prolatada, que a mesma seria extra petita, pois não havia, na causa de pedir, a
alegação de negócio simulado e que, por esta razão, seria a mesma nula. O Recurso
Especial não foi admitido, tendo os réus ingressado com Agravo em Recurso Especial.

O Agravo em Recurso Especial foi provido para anular o acórdão do Tribunal de Justiça
capixaba, e determinar o retorno dos autos à origem “para que, após a manifestação de
todos os sujeitos processuais envolvidos, evitando-se a decisão surpresa, seja julgado o
mérito da apelação”.

Ainda insatisfeitos, os réus apresentaram Embargos de Declaração quanto à


manifestação do STJ quanto à alegação de julgamento extra petita, que não foram
providos, uma vez que a matéria estaria prejudicada em razão da nulidade do acórdão da
origem. Foi apresentado, então, Agravo Interno nos Embargos de Declaração no Agravo
em Recurso Especial, com a tese de que o não julgamento das matérias suscitadas
afrontaria os princípios da celeridade, da economia processual, da efetividade da
jurisdição e da primazia do julgamento de mérito, uma vez que, com o retorno para
julgamento, o acórdão permaneceria extra petita.

O Agravo Interno não foi provido, por entender o STJ que:

“Assim, o tribunal local julgou a apelação causando surpresa às partes, de modo que o
acórdão recorrido foi anulado para que fosse dado o devido cumprimento a normas
processuais, como os arts. 10 e 933, caput, do CPC.

Logo, como a Corte estadual irá julgar novamente a apelação, com a possibilidade
prévia de manifestação de todos os sujeitos processuais envolvidos, evitando-se a
decisão surpresa, não há como ser apreciada a alegação de ocorrência de julgamento
extra petita ou de inadequação da incidência da teoria da causa madura, que pressupõem
a superação da preliminar de nulidade acatada na decisão embargada.

A hipótese é, de fato, de perda de objeto, por prejudicialidade, das demais alegações do
recurso especial, que, a depender do resultado do novo julgamento do apelo, poderão ser
reavivadas em ulterior recurso especial.”
Questão 20.1 À luz do dever de não surpresa, qual o valor fonte do processo envolvido
no resultado do julgamento? É correto afirmar que o contraditório é um dever do Juiz?
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O valor fonte do processo envolvido no resultado do julgamento, à luz do dever de não


surpresa, é:
a) A imparcialidade do Juiz.
b) A decisão surpreendente.
c) O devido processo legal.
d) O contraditório.
Questão 20.2. Sobre o contraditório, é correto afirmar que:
a) É um dever exclusivo das partes, não se aplicando ao Juiz.
b) É um dever do Juiz em garantir que todas as partes tenham oportunidade de se
manifestar e influenciar o resultado do processo.
c) É um dever somente das partes e não afeta o Juiz.
d) Não é um elemento essencial do processo.
Questão 20.3. Quais os efeitos da não observância do contraditório no caso em análise?
a) A decisão não sofre qualquer alteração.
b) A decisão deve ser anulada.
c) O processo é extinto sem resolução do mérito.
d) As partes devem recorrer diretamente ao STF.
Questão 20.5 Qual a relação entre segurança jurídica e efetividade que norteou a
decisão do STJ?
a) A segurança jurídica prevaleceu sobre a efetividade, resultando na anulação do
processo.
b) A efetividade prevaleceu sobre a segurança jurídica, resultando na continuidade do
processo.
c) A segurança jurídica e a efetividade foram equilibradas na decisão, priorizando o
devido processo legal.
d) A segurança jurídica não teve impacto na decisão, que se baseou exclusivamente na
efetividade.
QUESTÃO 21: Sobre os princípios da jurisdição, correlacione:
Princípio da investidura.
Princípio do juiz natural.
Princípio da aderência ao território.
Princípio da inafastabilidade.
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Princípio da indelegabilidade.
Princípio da inevitabilidade.
Princípio da unidade.
Princípio da inércia.
( ) a jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido regularmente investido na
autoridade de juiz.
( ) o juiz deve ser previamente encarregado, na forma da lei, como competente para
julgar o fato com imparcialidade, sendo vedado os tribunais de exceção.
( ) a jurisdição precisa ser exercida nos limites territoriais do Estado.
( ) o juiz não pode deixar de julgar o caso alegando lacuna, obscuridade ou
desconhecimento do direito (vedação do non liquet).
( ) o juiz não pode delegar suas funções a outra pessoa ou outro órgão fora do Poder
Judiciário.
( ) a autoridade dos órgãos jurisdicionais é imposta independentemente da vontade das
partes, devendo estas tão somente aceitar o resultado do processo.
( ) a jurisdição é una em todo o território nacional e não pode ser repartida.
( ) é vedada a iniciativa de processo judicial de ofício (ex officio), as partes precisam
provocar o juiz.
QUESTÃO 22: Sobre precedentes judiciais normativos formalmente vinculantes,
assinale a alternativa incorreta.
a) Os precedentes judiciais são decisões persuasivas, para ter força vinculante, precisam
representar o entendimento reiterado de um tribunal sobre determinada matéria.
b) Jurisprudência pode ser entendida como o conjunto de decisões que manifestam o
entendimento de um tribunal sobre determinada matéria.
c) Os precedentes judiciais possuem vinculação horizontal, para todos os órgãos do
tribunal que exarou a decisão, que deve manter a estabilidade, integridade e coerência
(CPC, art. 926), e vertical (CPC, art. 927), para os tribunais e órgãos judiciais
hierarquicamente inferiores.
d) São precedentes normativos formalmente vinculantes, dentre outros, aqueles
relacionados no artigo 927 do CPC. O inc. V, do art. 927, permite que outros órgãos que
tenham uma posição de centralidade para discutir determinadas matérias sejam
considerados “órgãos especiais” para fins de formação de precedentes, como ocorre no
STJ com as Seções que decidem os embargos de divergência para dar unidade à
interpretação do Tribunal sobre determinada matéria.
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QUESTÃO 23: Pontes de Miranda fazia distinção entre ação de direito processual e
ação de direito material. Sobre a ação e a “ação” - essa distinção tem por finalidade
principal ajudar a compreender a diferença entre direito, pretensão, ação material e
direito, pretensão e ação processual -, julgue os itens a seguir como V (verdadeiro) ou F
(falso):

I - A ação de direito material está ligada à noção de autotutela, à noção de direito


subjetivo material - que é o interesse jurídico protegido na norma, à pretensão de direito
material - que é o poder de exigir de outra pessoa uma vantagem surgida com o direito
subjetivo, e à ação de direito material - que é o exercício propriamente dito da pretensão
de direito material, visando à satisfação do direito.
II - A ação de direito material, fora as hipóteses de autotutela permitidas pela legislação,
é vedada, porque se trata de vingança privada, de exercício arbitrário das próprias
razões, quando não há autorização contratual ou legal par fazê-lo.
III – A “Ação” está relacionada ao direito subjetivo processual à tutela jurídica
adequada; à pretensão de direito processual, que é o poder de exigir do Estado-juiz ou
de outros órgãos ou meios adequados, a prestação jurisdicional; e à ação de direito
processual, que é o exercício da pretensão à tutela jurídica processual.
IV – Se não há a satisfação no plano do direito material, pode-se exigir uma medida
pelo Poder Judiciário, iniciada com a demanda, com a ação, passando-se ao plano do
direito processual. A teoria circular dos planos procura mostrar que o plano do direito
material é bastante em si, diante da possibilidade do exercício da autotutela, e somente
se não houver a satisfação no plano do direito material deve-se provocar o Poder
Judiciário.

a) V, V, V, V.
b) V, F, V, V.
c) V, V, F, V.
d) V, V, V, F.

QUESTÃO 24. Ramiro Podetti qualificou como Trilogia Estrutural do Processo os


elementos ação, jurisdição e processo. Com a constitucionalização do processo, a
exceção/defesa passou a integrar a trilogia estrutural nesse desdobramento da tutela
constitucional da ação que é também a garantia do direito de defesa. Sobre a teoria da
ação/defesa, assinale a alternativa CORRETA:

a) A demanda é o ato que manifesta o exercício do direito de ação, ou seja, ato


voluntário composto por três elementos – partes, pedido e causa de pedir – que acaba
com a inércia do Poder Judiciário e postula a tutela jurisdicional. A demanda introduz o
objeto litigioso do processo, que não pode ser ampliado pela postulação do réu.
b) O direito fundamental à ampla defesa está previsto no artigo 5º, LV da CRFB e vale
tanto para a esfera civil, quanto para a penal e a administrativa.
c) O direito à ampla defesa não determina a declinação pormenorizada pelo autor da
demanda das razões pelas quais pretende impor consequências jurídicas ao demandado.
d) A adoção de procedimento de cognição plena e exauriente para tutela de direitos é a
regra para o processo civil no Código de Processo Civil de 2015, correspondendo ao
modelo do processo ordinário ou comum como máxima garantia.
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QUESTÃO 25. Sobre ação e defesa, assinale a alternativa incorreta:


a. A provocação da jurisdição por uma parte que tenha legitimidade é chamada
demanda.
b. Há no direito constitucional atual uma espécie de equivalência entre ação e
defesa, a defesa nada mais é que o direito de ação do réu em face do autor para
se proteger de uma pretensão indevida. A ação é portanto o direito à tutela
jurisdicional constitucional, o direito de acesso à tutela jurisdicional, seja para
ter como resultado a obtenção de procedência ou improcedência da demanda.
c. Não há possibilidade de postulação na defesa do réu.
d. O direito fundamental à ampla defesa está previsto no artigo 5º, LV da CF/1988
e vale tanto para a esfera civil, quanto para a penal ou administrativa.

QUESTÃO 26. Sobre o juízo de admissibilidade, assinale a alternativa INCORRETA:

a) De acordo com Fredie Didier Júnior, no CPC/15, as condições da ação deixaram de


existir, e a legitimidade ad causam e o interesse de agir devem ser explicados com
suporte ora no repertório teórico dos pressupostos processuais (questões de
admissibilidade), ora como questões de mérito (legitimação ordinária ao final do
processo, quando se afirma que o autor não é o titular do direito).
b) As condições da ação, no CPC/2015, são a possibilidade jurídica do pedido, o
interesse de agir e a legitimidade.
c) O CPC/1973 adotava, em sua versão original, a teoria de Enrico Tullio Liebman,
afirmando, como condições da ação, a possibilidade jurídica do pedido, o interesse de
agir e a legitimidade.
d) De acordo com a teoria da asserção ou prospettazione, se a legitimidade ad causam e
o interesse de agir são examinados in statu assertionis, ou seja, considerando-se apenas
as alegações contidas nas petições apresentadas em juízo, trata-se de uma condição da
ação, mas se se exige a análise das provas, então a questão passa a ser de mérito.

QUESTÃO 27. (ND - 2006 - OAB-DF - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase) Sobre os
princípios e regras constitucionais que regulam o processo civil não é possível afirmar:

a) A Constituição estabelece o direito fundamental a um processo com prazo razoável


de duração;

b) O princípio da segurança jurídica, previsto na Constituição, implica o respeito à coisa


julgada, ao ato jurídico perfeito e ao direito adquirido;

c) A Constituição não consagra, expressamente, o princípio do duplo grau de jurisdição;

d) O princípio da publicidade dos atos processuais é inerente ao devido processo legal.

QUESTÃO 28. As decisões judiciais exigem estabilidade para garantia da segurança


jurídica que deve ser compreendida como estabilidade-continuidade do direito. São
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mecanismos do processo civil para assegurar o princípio da segurança jurídica,


EXCETO:
a) A vedação à decisão-surpresa, que é a decisão proferida com fundamento a respeito
do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar (art. 10, do CPC).
b) A obrigatoriedade de fundamentação adequada das decisões judiciais.
c) A obrigatoriedade de observância dos precedentes judiciais normativos formalmente
vinculantes (Hermes Zaneti Jr.).
d) O prazo de dois anos para o ajuizamento de ação rescisória, findo o qual forma-se a
coisa soberanamente julgada, que não mais pode ser modificada.
QUESTÃO 29. Julgue as afirmativas a seguir acerca dos princípios fundamentais do
processo civil:

I - Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em


tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva, nos termos do art. 6º, do CPC. Por
sujeitos do processo no princípio da cooperação entende-se apenas as partes e o juiz.
II – Com a constitucionalização do processo, o princípio do contraditório passou a
implicar não apenas na bilateralidade de audiência (CPC/1973), mas também o dever de
debate e o direito de influência (CPC/2015, na feliz fórmula do Prof. Antonio do Passo
Cabral).

a. I e II estão corretas.
b. Apenas I está correta.
c. Apenas II está correta.
d. I e II estão incorretas.

QUESTÃO 30. As normas fundamentais podem ter caráter principiológico exigem do


jurista a análise individualizada de casos concretos. Recentemente, a razoável duração
do processo, enquanto norma princípio, sequer foi mencionada em acórdão de
julgamento de processo com mais de 100 anos de duração
(https://www.conjur.com.br/dl/palacio-guanabara-princesa-isabel-1895.pdf). Sobre as
normas fundamentais, princípios constitucionais e acesso à Justiça, assinale a opção
incorreta:
a) Há exceções à inafastabilidade do acesso à jurisdição, como no caso do julgamento
do RE 631.240/MG, de Relatoria do Min. Roberto Barroso (INSS? Se sim especificar a
tese), e, por previsão constitucional, na Justiça Desportiva (art. 217, §1º, da CF/88);

b) As ondas de Acesso à Justiça trazidas pelo Projeto Florença, conduzido pelos


professores Mauro Cappelletti e Bryant Garth entre os anos de 1973 e 1978, foram
recebidas de forma diferente em variados países e culturas, de acordo com suas
tradições e sistema jurídicos. As três ondas decorrentes, porém, não tratavam
especificamente de temas referentes à inovações tecnológicas, como reconhecimento
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facial, biometria e utilização de “QR Code”, nada impedindo que as ondas sejam
ampliadas;

c) O ius postulandi nos Juizados Especiais (lei nº. 9.099/95, 10.259/01, etc), enquanto
capacidade de pessoas sem advogado de ajuizar demandas (peticionar, capacidade
postulatória ou direito de autorrepresentação processual), está relacionada ao Acesso à
Justiça, já que permite que pessoas optem por ajuizar demandas sem contratar
advogados. O sistema de justiça exige advogados nas causas mais complexas justamente
para assegurar a igualdade material entre as partes, justamente por isso a ausência de
defesa técnica pode gerar a nulidade de condenação em processo penal;

d) Não há devido processo legal quando alguém que comprovadamente busca fugir do
Poder Judiciário em um processo de natureza cível é citado, de forma fictícia, por hora
certa ou através de edital. Não se pode presumir nesses casos que a pessoa,
independentemente de ter ou não ciência do processo, optou por não se defender;
QUESTÃO 30. (VUNESP - 2016 - TJM-SP - Juiz de Direito Substituto). Assinale a
alternativa correta.
a) A garantia do contraditório participativo impede que se profira decisão ou se conceda
tutela antecipada contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida (decisão
surpresa).
b) A boa-fé no processo tem a função de estabelecer comportamentos probos e éticos
aos diversos personagens do processo e restringir ou proibir a prática de atos
atentatórios à dignidade da justiça.
c) O princípio da cooperação atinge somente as partes do processo que devem cooperar
entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
d) Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e econômicos e às
exigências do bem público, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana.
e) Será possível, em qualquer grau de jurisdição, a prolação de decisão sem que se dê às
partes oportunidade de se manifestar, se for matéria da qual o juiz deva decidir de
ofício.

QUESTÃO 31. Olívia ajuizou ação em face da Caixa Econômica Federal pleiteando
ressarcimento por saque indevido em sua conta. A ré ofereceu contestação alegando,
entre outros, a prescrição. O juiz, analisando a petição inicial, a defesa e os documentos
juntados pelas partes, acolheu a alegação de prescrição, julgando improcedente o
pedido. Assinale a alternativa que não está em conformidade com o direito de recorrer
da decisão:
a) O art. 10 do CPC/2015 estabelece que o juiz não pode decidir, em grau algum de
jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar.
b) A vedação à decisão surpresa não se aplica quando se tratar de matéria sobre a qual o
juiz deva decidir de ofício (sem requerimento das partes), sendo este o caso da
prescrição no CPC.
c) A decisão proferida pelo juízo de primeiro grau, sem conferir prévia oportunidade de
manifestação pela autora quanto à matéria arguida pelo réu e não aventada pela Autora,
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rompe com o modelo de processo cooperativo instituído pelo Código de 2015 (art. 6º,
CPC).
d) A consequência da inobservância da vedação à decisão surpresa é a nulidade.

QUESTÃO 32. (FGV - 2017 - OAB - Exame de Ordem Unificado - XXIII - Primeira
Fase)
Luana, em litígio instaurado em face de Luciano, viu seu pedido ser julgado
improcedente, o que veio a ser confirmado pelo tribunal local, transitando em julgado.
O advogado da autora a alerta no sentido de que, apesar de a decisão do tribunal local
basear-se em acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça em regime repetitivo,
o precedente não seria aplicável ao seu caso, pois se trata de hipótese fática distinta.
Afirmou, assim, ser possível reverter a situação por meio do ajuizamento de ação
rescisória.
Diante do exposto, assinale a afirmativa correta.

A - Não cabe a ação rescisória, pois a previsão de cabimento de rescisão do julgado se


destina às hipóteses de violação à lei e não de precedente.
B - Cabe a ação rescisória, com base na aplicação equivocada do precedente
mencionado.
C - Cabe a ação rescisória, porque o erro sobre o precedente se equipara à situação da
prova falsa.
D - Não cabe ação rescisória com base em tal fundamento, eis que a hipótese é de
ofensa à coisa julgada.

QUESTÃO 33. (Questão sobre os pontos 10 e 11) De acordo com a classificação


quinaria da ação de Pontes de Miranda, são cinco as eficácias das sentenças.
Correlacione as colunas e, após, assinale a alternativa que indica a sequência correta:

1. Eficácia Declaratória
2. Eficácia constitutiva
3. Eficácia condenatória
4. Eficácia mandamental
5. Eficácia executiva lato sensu

( ) faz dupla declaração (declara que tenho uma dívida e exorta ao pagamento).
( ) cria, modifica, extingue uma relação jurídica.
( ) decorre do poder de império do juiz, que determina a alguém que faça algo que está
no âmbito de sua competência.
( ) determina a entrega de algo que está indevidamente na posse do executado
( ) afirma a existência ou inexistência de uma relação ou situação jurídica.

a. 1, 2, 3, 4, 5.
b. 3, 2, 4, 5, 1.
c. 2, 4, 3, 1, 5.
d. 1, 3, 5, 4, 2.
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QUESTÃO 34. Sobre a teoria da prova, direito probatório e o problema da verdade e os


standards probatórios, assinale a alternativa INCORRETA:

a. A verdade no processo é uma verdade não-absoluta, devendo as partes e o juiz


cooperar para o descobrimento de como os fatos ocorreram na realidade (teoria
da verdade por correspondência).
b. A verdade no processo (“verdade processual”, para Luigi Ferrajoli) é o
conhecimento que se pode ter de acordo com os limites existentes para
conhecimento dos fatos e do direito. Em relação aos fatos, o que se considera
como fatos provados e não refutados no processo, a partir das hipóteses
levantadas pelo autor e pelo réu (acusação e defesa no processo penal), ainda
que reconhecida a falibilidade do conhecimento humano que é sempre falseável.
O que se considera como conhecimento do direito, de acordo com o que se
entende por direito em determinado espaço e tempo, o que é sempre opinável. A
coisa julgada estabiliza a discussão, mas por ser um instituto jurídico-político ela
presta homenagem no processo penal à revisão criminal, que permite “após a
sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena.” (Art. 621,
III, do CPP), um novo julgamento.
c. O diagrama do Larry Laudam, exibido em aula síncrona e enviado para os
alunos, demonstra a importância de saber o “quanto de prova” é necessário para
saber se ocorreu ou não determinado fato: a depender do rigor na exigência do
standard probatório, poderá haver a maior ou menor condenação de réus
verdadeiramente culpados ou verdadeiramente inocentes. Logo, no Brasil, como
temos o standard da “prova preponderante” no processo penal, basta ao
Ministério Público lançar dúvida sobre a conduta do acusado para que se
obtenha a condenação.
d. Os standards de valoração da prova são os padrões que os juízes usam para dizer
se há prova suficiente ou não. Os mais conhecidos são: (i) preponderância da
prova (50% +1), utilizado normalmente nas causas patrimoniais do direito civil;
(ii) prova clara e convincente, utilizado para causas de direito de família
(reconhecimento de paternidade, etc.) e para as causas de improbidade
administrativa; (iii) prova além da dúvida razoável; sendo este último o
standard normal do direito penal e processual penal.

QUESTÃO 35. São manifestações do princípio da segurança jurídica, exceto:

a. Os precedentes judiciais.
b. A estabilização das tutelas provisórias.
c. A extinção do processo sem resolução de mérito.
d. A coisa julgada.

QUESTÃO 36. Sobre a fundamentação das judiciais, assinale a alternativa correta.


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a. Não se considera fundamentada a decisão que deixa de se manifestar sobre a


jurisprudência utilizada pela parte para reforçar seus argumentos, ainda que
exista precedente vinculante no sentido contrário.
b. Não se considera fundamentada a decisão padronizada, que poderia ser utilizada
para fundamentar qualquer outro processo sobre o tema.
c. A decisão que se limita à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida, não
deve ser reformada se for suficiente para resolver o problema jurídico posto (iura
novit curia, princípio segundo o qual o tribunal conhece o direito).
d. Deve ser anulada a decisão que, embora empregue conceitos jurídicos
indeterminados, explica o motivo concreto de sua incidência no caso. Conceitos
jurídicos indeterminados permitem flexibilidade processual o que atenta contra a
segurança jurídica.

QUESTÃO 37. (FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXIX - Primeira
Fase)

Pedro, na qualidade de advogado, é procurado por Alfredo, para que seja proposta uma
demanda em face de João, já que ambos não conseguiram se compor amigavelmente. A
fim de embasar suas alegações de fato, Alfredo entrega a Pedro contundentes
documentos, que efetivamente são juntados à petição inicial, pela qual, além da
procedência dos pedidos, Pedro requer a concessão de liminar em favor de seu cliente.
Malgrado a existência de tese firmada em julgamento de recurso repetitivo favorável a
Alfredo, o juiz indefere a liminar, sob o fundamento de que não existe urgência capaz
de justificar o requerimento.

Posto isso, a decisão está:

A - correta, pois, ainda que o autor tenha razão, o devido processo legal impõe que seu
direito seja reconhecido apenas na sentença, exceto na hipótese de urgência, o que não é
o caso.

B - incorreta, pois, se as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas


documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos, como no
caso, a liminar pode ser deferida.

C - correta, pois a liminar só poderia ser deferida se, em vez de tese firmada em sede de
recurso repetitivo, houvesse súmula vinculante favorável ao pleito do autor.

D - incorreta, pois a tutela de evidência sempre pode ser concedida liminarmente.

QUESTÃO 38. O caso Herzog, além de um evento histórico lamentável, também é


considerado um marco para o direito processual civil. Em 1978, a Família Herzog
moveu uma ação declaratória contra a União Federal a fim de contestar a versão oficial
então vigente de que Vladimir Herzog havia se suicidado e de responsabilizar o Estado
pela prisão arbitrária, tortura e morte do jornalista durante a Ditadura Militar. A ação foi
julgada procedente. Ainda assim, em julho de 2018, quarenta anos depois, a Corte
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Interamericana de Direitos Humanos condenou o Estado brasileiro pela falta de


investigação, julgamento e punição aos responsáveis pela tortura e assassinato do
jornalista Vladimir Herzog, ocorrido em outubro de 1975. O tribunal internacional
também considerou o Estado como responsável pela violação ao direito à verdade e à
integridade pessoal, em prejuízo dos familiares de Herzog (para mais informações
https://vladimirherzog.org/casoherzog/?playlist=9f258a9&video= 517b40b). Sobre
eficácias sentenciais e técnicas processuais, assinale a alternativa correta:

a) Para os que adotam a teoria quinaria, as tutelas mandamentais não podem se valer de
técnicas executivas atípicas para serem implementadas, uma vez que tais técnicas
estariam restritas às tutelas executivas lato sensu.

b) Para maioria da doutrina, os remédios constitucionais, de raiz norte-americana,


baseiam-se na teoria ternária ou trinaria e só podem se valer de tutelas mandamental e
executiva lato sensu.

c) Pontes de Miranda desenvolveu a teoria da “Constante 15”, segundo a qual toda ação
tem as cinco eficácias, sendo uma delas preponderante, e a soma de todas elas é 15.
Assim, tem crescido na doutrina brasileira a tese de que as ações declaratórias, como a
do caso Herzog, podem ter outros efeitos além da declaração judicial, incluída a
possibilidade de reconhecer o direito à prova e à memória e indenização das vítimas e
seus sucessores.

d) design procedimental deve se basear no direito material tutelado (tutela adequada:


objetivamente, subjetivamente e teleologicamente), exceto nos casos de provimentos
declaratórios, como a antiga ação de usucapião, em que há rito procedimental próprio
não passível de flexibilização.

QUESTÃO 39. Sobre noções gerais da Teoria da Prova e Direito Probatório, assinale a
alternativa incorreta:
a) No Brasil, em regra, não se adota o modelo de tipicidade probatória, conforme
previsão do art. 369 do CPC. É possível trazer provas aos autos através de uma
apresentação de power point (por exemplo), ocasião em que os slides deverão ser
disponibilizados no processo. Também são aceitos vídeos colhidos do aplicativo
TikTok, todos valendo conforme a capacidade de representarem a verdade sobre os fatos
e conforme a relevância para a solução do conflito.
b) O direito probatório de ser pensado e voltado para a descoberta da verdade dos fatos,
podendo o magistrado, no processo civil, determinar a produção de provas de ofício, nos
termos do CPC.
c) Os chamados standards probatórios são padrões de aferição da prova suficiente para
saber se é possível condenar ou se devemos absolver alguém. Tratam, portanto, do
quanto de prova é suficiente. Logo, as escolhas sobre standards probatórios são escolhas
jurídico-políticas da comunidade sobre quem deverá suportar o risco de erro de falsas
absolvições e falsas condenações (Larry Laudan; Jordi Ferrer). Normalmente a doutrina
fala em três standards probatórios: (1) prova para além da dúvida razoável, processo
penal; (2) a prova clara e convincente, processos administrativos sancionadores; e (3) a
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preponderância de prova, casos cíveis ou comerciais que lidem com direito privado
disponível.
d) Não é admitida no Brasil a prova por amostragem.

QUESTÃO 40. (FGV - 2020 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXXI - Primeira
Fase)

Julieta ajuizou demanda em face de Rafaela e, a fim de provar os fatos constitutivos de


seu direito, arrolou como testemunhas Fernanda e Vicente. A demandada, por sua vez,
arrolou as testemunhas Pedro e Mônica.

Durante a instrução, Fernanda e Vicente em nada contribuíram para o esclarecimento


dos fatos, enquanto Pedro e Mônica confirmaram o alegado na petição inicial. Em
razões finais, o advogado da autora requereu a procedência dos pedidos, ao que se
contrapôs o patrono da ré, sob o argumento de que as provas produzidas pela autora não
confirmaram suas alegações e, ademais, as provas produzidas pela ré não podem
prejudicá-la.

Consideradas as normas processuais em vigor, assinale a afirmativa correta.

A - O advogado da demandada está correto, pois competia à demandante a prova dos


fatos constitutivos do seu direito.

B - O advogado da demandante está correto, porque a prova, uma vez produzida, pode
beneficiar parte distinta da que a requereu.

C - O advogado da demandante está incorreto, pois o princípio da aquisição da prova


não é aplicável à hipótese.

D - O advogado da demandada está incorreto, porque as provas só podem beneficiar a


parte que as produziu, segundo o princípio da aquisição da prova.

QUESTÃO 41. A respeito das noções gerais de recursos, assinale a alternativa


incorreta:

a) O recurso especial é direcionado ao Superior Tribunal de Justiça – STJ e o recurso


extraordinário é direcionado ao Supremo Tribunal Federal – STF, sendo que ambos só
podem ser interpostos se não houver trânsito em julgado da sentença.

b) Atualmente, o CPC admite a autocomposição e a tutela provisória em sede recursal.


A decretação da prisão preventiva, por exemplo, requerida pelo Ministério Público
durante a pendência de julgamento de recurso interposto pelo réu, desde que presentes
os requisitos legais, é caso de tutela provisória.

c) Aplica-se à fase recursal o princípio da primazia do julgamento do mérito, previsto


no art. 932, parágrafo único, do CPC, inclusive em relação à remessa necessária.
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CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E ECONÔMICAS
DEPARTAMENTO DE DIREITO
Av. Fernando Ferrari, n.º 514, Campus Universitário, CCJE, ED V, Goiabeiras,
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d) O recorrente também pode desistir da desistência do recurso, a qualquer momento,


sem anuência do recorrido.

QUESTÃO 42. Acerca da execução, assinale a alternativa INCORRETA:

a. A existência de título executivo extrajudicial impede a parte de optar pelo


processo de conhecimento, a fim de obter título executivo judicial, nos termos
do art. 785, do CPC. Isso ocorre porque a parte que possui um título executivo
ao seu favor não teria interesse de agir, interesse no sentido de utilidade, de
buscar o título executivo judicial em juízo.
b. Há dois tipos de execução: (i) o processo de execução, destinado à execução de
título executivo extrajudicial, e (ii) o cumprimento de sentença, que é uma fase
que integra o processo de conhecimento, destinado à execução dos títulos
executivos judiciais.
c. A diferença fundamental entre a impugnação ao cumprimento de sentença e os
embargos à execução no processo de execução fundado em título executivo
extrajudicial é que na segunda, os fundamentos que o executado poderá alegar
são menos amplos do que no segundo. Nos embargos do executado a defesa do
executado poderá alegar no processo de execução “qualquer matéria que lhe
seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento” (art. 917, VI, do
CPC).
d. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença,
comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido,
apresentando memória discriminada do cálculo, podendo o autor impugnar o
valor depositado, sem prejuízo do levantamento da parte incontroversa (art. 526,
caput, c/c art. 526, § 1º, do CPC). Quando na sentença houver uma parte líquida
e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução
daquela e, em autos apartados, a liquidação desta (art. 509, § 1º, do CPC).

QUESTÃO 43. (Questão sobre os pontos 13 e 15) O tempo do processo não pode ser
suportado apenas pelo autor da ação (dano marginal). O processo deve dar a quem tem
direito, em tempo hábil e de forma adequada e efetiva, tudo aquilo e exatamente aquilo
a que tem direito (princípio da máxima coincidência, Giuseppe Chovenda). Com base
nessa ideia, assinale a alternativa INCORRETA sobre tutelas provisórias:

a. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.


b. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a
qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
c. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
d. A tutela da evidência será concedida, uma vez demonstrado o perigo de dano ou
de risco ao resultado útil do processo, quando, dentre outras hipóteses, as
alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver
tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante.
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QUESTÃO 44. (FGV - 2019 - OAB - Exame de Ordem Unificado XXX - Primeira
Fase)

Um advogado, com estudos apurados em torno das regras do CPC, resolve entrar em
contato com o patrono da parte adversa de um processo em que atua. Sua intenção é
tentar um saneamento compartilhado do processo.

Diante disso, acerca das situações que autorizam a prática de negócios jurídicos
processuais, assinale a afirmativa correta.

A - As partes poderão apresentar ao juiz a delimitação consensual das questões de fato e


de direito da demanda litigiosa.
B - As partes não poderão, na fase de saneamento, definir a inversão consensual do ônus
probatório, uma vez que a regra sobre produção de provas é matéria de ordem pública.
C - As partes poderão abrir mão do princípio do contraditório consensualmente de
forma integral, em prol do princípio da duração razoável do processo.
D - As partes poderão afastar a audiência de instrução e julgamento, mesmo se houver
provas orais a serem produzidas no feito e que sejam essenciais à solução da
controvérsia.

QUESTÃO 45. (CESPE - 2019 - MPC-PA - Analista Ministerial – Direito)

De acordo com o entendimento do STJ, é correto afirmar que o rol de cabimento de


agravo de instrumento previsto no Código de Processo Civil (CPC):

A - é de taxatividade mitigada, admitindo-se a interposição desse recurso quando


verificada urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no recurso de
apelação.
B - é exaustivo, não sendo admitida interpretação extensiva ou analógica.
C - é meramente exemplificativo, admitindo-se a interposição desse recurso contra
outras decisões interlocutórias.
D - não prevê a interposição desse recurso contra decisões interlocutórias proferidas na
fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença.
E - não contempla outras hipóteses de cabimento desse recurso previstas em lei.

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