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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE SÃO JOSÉ DE RIBAMAR – MA

Carlos da Silva, Brasileiro, Operador de maquinas, estado civil, residente e


domiciliado em São José de Ribamar, vem por meio de seu representante
legal, vem respeitosamente a presença de vossa excelência apresentar
PEDIDO DE REVOGAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA com fundamente no
artigo 5º, inciso LXV, da constituição federal, e no artigo 316 do código de
processo penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.

Dos fatos
O requerente preso em flagrante nas mediações do parque Itapiracó São José
de Ribamar, na data 5 de agosto de 2021, por estar em tese ao porte ilegal de
arma de fogo de uso permitido (art.14 da Lei nº14.826/03).
Por parte do Delegado foi apresentado ao requerente fiança estipula em
1.000,00 (um mil reais), e não houve representação do Ministério público.
Após a realização da audiência de custodia, este juízo decretou prisão
preventiva do requerente, embasando a sua decisão para fim de resguardar a
ordem pública, a conveniência da instrução criminal, e assegurar a aplicação
da lei penal nos termos do art. 312 do código penal de processo penal.
Portanto, não é mais cabível a prisão preventiva contra o requerente pelos
expostos a seguir.

Dos Direito
O requerente impugna pela sua liberdade para que possa responder de
forma adequada ao processo, trazendo observações a medida adotada.
Pelo sistema a Lei nº 12.403/2011 as prisões cautelares são a ultimato ratio, ou
seja, deve ser o ultimato final e todas as medidas cautelares disponíveis em
nosso ordenamento jurídico.

Impossibilidade da decretação da prisão preventiva de oficio


O ministro relator, Antonio Saldanha Palheiro, primeiramente, ressaltou que
a Lei 13.964/19 (pacote anticrime) alterou a redação do artigo 311, do código
de processo penal, eliminando a possibilidade de decretação de oficio da
prisão preventiva pelo magistrado.
Não é mais possivel a conversão da prisão em flagrante em preventiva sem
provocação do ministério público da autoridade policial, do assistente ou
quelerante, mesmo nas situações em que não é realizada a audiência de
custódia.
O relator ressaltou que a conversão do flagrante e a declaração da preventiva
como primeira prisão “A prisão em flagrante; logo, é uma situação nova que
deve respeitar o disposto em especial nos artigos 311 e 312 do CPP.”
Ordem publica
O requerente possui trabalho e residência fixa em São José de Ribamar, e é
réu primário, não obtendo qualquer outra condenação criminal,
comprometendo-se comparecer em todos os atos processuais solicitados,
apesar deste estar sendo investigado em outros inquéritos policiais, isto não
pode ser considerado fundamento para sua conduta ser vista como perigosa, a
constituição federal afirma que sera culpado após a condenação penal
transitada em julgada, na qual não pode fazer o requerente ser reincidente.
Temos como teor o princípio da presunção de inocência, que permite ao
acusado uma infração penal não ser considerado culpado até esgotado as
fases processuais e que ao final haja sentença condenatória em transito
julgado, não se deve considerar inquéritos policias em curso como justificativa
de manter a prisão preventiva do requerente.
Sumula 444 STJ
É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso
para agravar pena- base.

Art. 315,2º, do CPP. A decisão que decretar, substituir ou negar a prisão


preventiva será sempre motivada.
Fundamentar a prisão apenas na garantia de ordem pública é realizar um pré
julgamento e desde logo imputar a culpa a parte o que não é admitido no nosso
sistema penal, conforme é cediço a motivação das decisões corresponde a
verdadeira garantia constitucional eis que, nenhuma decisão pode ser tomada
sem devida fundamentação e motivação.
“ STJ: Prisão preventiva, onde o único motivo materialmente justificado
repousava na conveniência da instrução criminal ( CPP,art.312).
Instrução terminada, impossibilidade de manutenção da prisão cautelar,
uma vez que os dois outros motivos (‘ordem pública’ e aplicação da lei’)
só foram invocados in abstracto. A constituição federal exige motivação
por parte do juiz, para que o cidadão fique preso antes do transito em
julgado de sua condenação. Não basta, assim, invocar-se formalmente
no decreto prisional, dispositivos ensejadores da prisão cautelar (CPP,
art.312). Ao juiz cabe sempre demonstrar in concreto porque o indiciado
ou acusado ou mesmo condenado necessita ficar confinado antes da
hora. Recurso ordinário conhecido e provido.”
Conveniência da instrução criminal
O requerente não pretende perturbar ou dificultar o desenvolvimento
processual, não se pode presumir elementos que indiquem um entendimento
em sentindo contrário como firmado na decisão do juiz.
Alem disso o requerente possui ciência que a instrução é o meio hábil de
exercer o direito constitucional do contraditório e ampla defesa.
Aplicação da lei penal
A aplicação visa ao estado a garantia do seu exercício de direito de punir,
aplicar as sanções decidas a quem for considerado autor da infração penal, é
perfeitamente cabível que sejam impostas medida cautelas diversas da prisão,
já que anteriormente houve o oferecimento de fiança estabelecido pelo
delegado da polícia, já que sua pena não ultrapassa 4 anos de prisão.
Previstas no artigo 319 do CPP, e art. 322 do CPP.

Dos pedidos
Diante ao exposto requer
a) A revogação da prisão preventiva como expedição do competente alvará
se soltura, sendo lhe aplicada liberdade provisória. Aplicando lhe se for o
caso medidas cautelares. Art. 319, CPP. Tendo vossa excelência
entendido como justa e cabível.

Nestes termos,
Pede deferimento
São Joé de Ribamar – Ma
26/11/2021
Camilla Silva
OAB

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