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ALEXY, Robert. Estudo Introdutório. In: ______. Teoria Discursiva do Direito. 1.

ed. Rio de Janeiro, RJ: Forense Universitária, 2014. p. 26-53.

LEGENDA:
Asteriscos = paráfrase
Barras = comentários ou críticas
Aspas = citação direta curta

Robert Alexy (Oldenburg, Alemanha, 9 de setembro de 1945) é um dos mais


influentes filósofos do Direito alemão contemporâneo. Graduou-se
em direito e filosofia pela Universidade de Göttingen, tendo recebido o título de PhD em
1976, com a dissertação Uma Teoria da Argumentação Jurídica, e a habilitação em 1984, com
a Teoria dos Direitos Fundamentais - dois clássicos da Filosofia e Teoria do Direito.

Nascimento: 9 de setembro de 1945 (idade 73 anos), Oldemburgo, Alemanha

Estudo Introdutório

1. As duas questões fundamentais da filosofia do direito

As duas questões fundamentais são o conceito e aplicação do direito. O foco de


alguns autores reside na questão da conceituação (Kant) enquanto que o de outros
residem na sua aplicação (Dworkin). É sábido inferir que estas questões estão
intimamente ligadas, pois, o conceito pressupõe a prática e vice-versa.

2. Os problemas que subjazem às duas questões fundamentais da filosofia do


direito: Por um lado “Conexão” versus “Separação” e, por outro lado,
“Perfeição” Kantiana versus “Imperfeição” positivista.

Quanto ao conceito de direito, a questão fundamental é saber se este possui


conexão ou não com a moral. Quanto a aplicação, o subtema fundamental é
como resolver a antítese entre o modelo teórico de aplicação que deriva do
conceito de direito de Kant em que deveres de direito são perfeitos e o modelo
de Kelsen e Hart, que se limita a descrever a indeterminação da aplicação das
normas jurídicas.
Na metafísica dos costumes, Kant concebe os deveres de direito (e
consequentemente o direito) como perfeitos e estritos; isso significa que deveres
de direito não admitem exceções, são específicos e devem possuir precisão
matemática. Enquanto que para ele, os deveres de virtude (moral/correção
material) seriam imperfeitos, amplos e admitiam exceções.

Casuística: exame de casos particulares e cotidianos em que se apresentam dilemas morais,


nascidos da contraposição entre regras e leis universais prescritas por doutrinas filosóficas ou
religiosas e as inúmeras circunstâncias concretas que cercam a aplicação prática destes
princípios.

Kant rejeita uma casuística na doutrina do direito, reservando-a à doutrina da


virtude. Seu modelo foi influenciado pela crença exagerada de seu tempo na
legislação e na lei como modelo de perfeição.

Kelsen e, depois dele Hart, apontam o fato de que quando uma norma (geral) é
aplicada a um caso concreto a sua vagueza impossibilita a obtenção de uma
única solução. Normas jurídicas, devido à sua generalidade (Kelsen) ou à sua
textura aberta (Hart) impossibilitam a dedução de uma única solução quando de
sua aplicação.

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