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Hans Kelsen

- Principais teorias de Hans Kelsen, jurista e filósofo do direito.


- Aprofundamento no entendimento de Interpretação, Segundo Kelsen.

Aluno: Daniel de Aguiar Silva


Biografia e contexto histórico
Hans Kelsen foi um jurista e filósofo do direito austríaco, nascido em
Praga, Império Austro-Húngaro (atual República Tcheca), em 11 de
outubro de 1881, e falecido em Berkeley, Califórnia, em 19 de abril de
1973. Sua vida e carreira marcaram profundamente a teoria jurídica e
política do século XX.

Formação Acadêmica: Kelsen estudou direito na Universidade de Viena,


onde concluiu seu doutorado em 1906 sob a orientação de Franz
Brentano. Ele também estudou filosofia, sociologia e teoria política
durante seus anos de formação.

Carreira Acadêmica: Depois de concluir seus estudos, Kelsen começou


sua carreira acadêmica como professor de direito na Universidade de
Viena. Sua pesquisa inicial estava focada em questões de
jurisprudência, teoria do estado e filosofia do direito.

FONTE: Wikipedia
Parte I

- Principais teorias de Hans Kelsen, jurista e filósofo do direito.


Principais ideias e teorias de Kelsen
Teoria Pura do Direito Pirâmide Normativa Neutralidade axiológica

Kelsen argumentou que a Ele desenvolveu uma Kelsen defendeu que a


ciência jurídica deveria se representação gráfica das ciência jurídica deve ser
concentrar apenas na análise normas jurídicas em uma neutra em relação a juízos de
das normas jurídicas, sem estrutura hierárquica, sendo valor, evitando influências
envolvimento com valores a Constituição o ápice da externas na interpretação do
morais ou políticos. pirâmide. direito.

Teoria da Norma Fundamental Teoria da norma


hipotética fundamental
A teoria da norma fundamental é Kelsen desenvolveu a ideia de
um dos pilares da obra de Kelsen. que a norma fundamental é uma
Segundo ele, todas as normas construção hipotética, pois não
jurídicas derivam de uma norma pode ser empiricamente
fundamental que valida o sistema comprovada. Essa teoria gerou
jurídico como um todo. debates e discussões na filosofia
do direito.
Críticas e debates em relação à teoria
de Kelsen
1 Relativismo jurídico 2 Limitações da norma
fundamental
Críticos argumentam que a
teoria de Kelsen leva ao Alguns questionam a
relativismo jurídico, validade da norma
enfraquecendo a ideia de fundamental como
direito como um sistema fundamento último do
objetivo. sistema jurídico, levantando
questões sobre sua
aplicabilidade prática.

3 Influência pós-positivista

A teoria de Kelsen influenciou o desenvolvimento de correntes pós-


positivistas, que buscaram superar algumas das limitações
identificadas em seu pensamento.
Legado de Hans Kelsen e
influência na teoria jurídica
contemporânea
Mesmo com as críticas, a obra de Kelsen teve um impacto significativo na
teoria jurídica contemporânea. Seu enfoque na norma e sua
metodologia rigorosa continuam a influenciar pesquisadores e
estudiosos da área.
Parte II

- Aprofundamento no entendimento de Interpretação, segundo Kelsen.


A Essência da Interpretação

A interpretação é necessária quando o Direito precisa ser aplicado por


um órgão jurídico. Existem duas espécies de interpretação: a realizada
pelo órgão aplicador do Direito e a interpretação feita por indivíduos e
pela ciência jurídica. A interpretação pode ocorrer em relação a leis,
constituições, tratados internacionais e todas as normas jurídicas. A
relação entre normas de diferentes escalões da ordem jurídica é sempre
parcialmente determinada, deixando espaço para a interpretação.

Fonte: KELSEN, Hans, 1881-1973

Teoria Pura do Direito / Hans Kelsen; tradução João Baptista Machado – 8a ed. – São Paulo: Editora WMF Martins

Fontes, 2009.
Indeterminação no Ato de
Aplicação do Direito
1 Margem de livre apreciação

A aplicação do Direito de um escalão superior para um inferior


sempre envolve uma margem de livre apreciação.

2 Intencionalidade e redação das normas

A indeterminação pode ser intencional (por vontade do


legislador) ou não intencional (devido à redação das normas).
O Direito como Moldura para
Aplicação
1 Moldura fornecida pelo Direito

O Direito sempre fornece uma moldura dentro da qual várias


possibilidades de aplicação podem ocorrer.

2 Múltiplas soluções válidas

A interpretação não necessariamente leva a uma única solução,


mas a várias possibilidades válidas.
Métodos de Interpretação
1 Inconclusividade dos métodos 2 Apreciação dos interesses
tradicionais
A apreciação dos interesses também não
Não há critério objetivo para escolher uma fornece um critério objetivo para resolver
interpretação como a única correta. conflitos.
Métodos tradicionais de interpretação,
como argumentum a contrario e analogia,
são igualmente inconclusivos.
Interpretação como Atos de
Conhecimento e Vontade
1 Interpretação pelo órgão aplicador

A interpretação pelo órgão aplicador do Direito combina


interpretação cognoscitiva com um ato de vontade que resulta na
criação de Direito.

2 Interpretação autêntica

A interpretação autêntica cria Direito, seja de forma geral (como


leis) ou individual (como sentenças).
Interpretação na Ciência Jurídica

1 Cognitiva e não vinculante

A interpretação na ciência jurídica é puramente cognitiva e não


cria Direito vinculante.

2 Revelar todas as possibilidades

Deve evitar a ficção de que uma única interpretação é a correta. A


interpretação jurídica-científica deve revelar todas as
possibilidades, mesmo as politicamente indesejáveis.
Resumo dos Tópicos Importantes
A Essência da Interpretação Indeterminação no Ato de Aplicação do
Direito
A interpretação é necessária quando o
Direito precisa ser aplicado por um órgão A aplicação do Direito de um escalão
jurídico. superior para um inferior sempre envolve
uma margem de livre apreciação.

O Direito como Moldura para Aplicação Métodos de Interpretação

Não há critério objetivo para escolher uma


O Direito sempre fornece uma moldura interpretação como a única correta.
dentro da qual várias possibilidades de
aplicação podem ocorrer.
Interpretação como Atos de Conhecimento e
Vontade

1 Interpretação pelo órgão aplicador


A interpretação pelo órgão aplicador
do Direito combina interpretação
Interpretação Autêntica 2 cognoscitiva com um ato de vontade
A interpretação autêntica cria Direito, que resulta na criação de Direito.
seja de forma geral (como leis) ou
individual (como sentenças).

3 Interpretação na Ciência Jurídica


A interpretação na ciência jurídica é
puramente cognitiva e não cria Direito
vinculante.
Considerações Finais

Interpretação Indeterminação do Interpretação


Autêntica e Não- Ator de Aplicação do Direito: Jurídico-científica:
O autor distingueautêntica:
entre interpretação autêntica, que é O texto argumenta que mesmo quando o direito é O autor enfatiza a distinção entre a interpretação jurídica

realizada por órgãos jurídicos e cria direito, e aplicado por um órgão jurídico, sempre há uma realizada por órgãos aplicadores do direito e a interpretação

interpretação não-autêntica, que é realizada por margem de indeterminação no ato de aplicação. Isso jurídico-científica feita pela ciência jurídica. A

indivíduos ou pela ciência jurídica e não cria ocorre porque a norma do escalão superior não pode interpretação jurídico-científica é descrita como um ato

direito. A interpretação autêntica ocorre quando vincular completamente o ato de produção normativa ou de determinação cognitiva do sentido das normas

um órgão jurídico aplica o direito, e essa de execução no escalão inferior. Portanto, o ato de jurídicas, e não como uma criação jurídica. Além disso,

interpretação envolve um ato de vontade que escolhe aplicação do direito envolve a interpretação da norma ressalta-se que a interpretação jurídico-científica deve evitar

entre as possibilidades reveladas pela interpretação e a tomada de decisões sobre como aplicá-la dentro a ficção de que uma norma jurídica permite apenas uma

cognitiva do direito. dos limites definidos. interpretação "correta", pois muitas normas têm múltiplas
significações possíveis e a interpretação deve ser objetiva e
REFERÊNCIAS
• KELSEN, Hans, 1881-1973
Teoria Pura do Direito / Hans Kelsen; tradução João Baptista Machado – 8a ed. –
São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2009.
FIM

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