Teorias da interpretação jurídica – legalismo exegético e teoria da
moldura kelseneana. TEORIAS DA INTERPRETAÇÃO JURÍDICA
- Legalismo exegético;
- A teoria da moldura Kelseneana; e
- O Pragmatismo jurídico norte-americano
(Unidade 1 – Tópico 2.3). QUAL É A TESE DEFENDIDA PELO DIREITO NATURALISTA?
- A Escola do direito natural acreditava que a lei
verdadeira era aquela universal, porque se origina da natureza humana. A ORIGEM DO POSITIVISMO JURÍDICO - O termo “positivismo jurídico” decorre da preocupação de estudar de maneira isolada, o direito posto por uma autoridade.
- Ser positivista em âmbito jurídico significa escolher como exclusivo
objeto de estudo o direito posto por uma autoridade.
- O positivismo é a substituição do direito natural e das normas de
origem religiosa e costumeiras. - Para o Positivismo não existe direito universal, pois a justiça é relativa! - Para os positivistas, uma justiça absoluta é um ideal inatingível. - As normas devem ser objetivas e racionais (Corrente positivista). - A solução é a criação de um sistema jurídico lógico e coeso (quase uma ciência exata) para atestar a segurança jurídica. - Kelsen analisou a ciência jurídica sem misturar as demais matérias. O direito pode ser considerado como uma ciência exata, se afastando dos valores? TESES DO POSITIVISMO - 1ª - FATO SOCIAL – O direito tem como fonte o ser humano, e esse ser humano tem que ter uma autoridade legítima e competente para criar o direito.
- 2ª – OBJETIVO – O direito é uma ciência
jurídica.
- 3ª – DESCRITO – Descrição X Aplicação.
ESCOLA DA EXEGESE OU DOGMÁTICA
- Surgiu na França em 1804 o Código Civil Francês, mais
conhecido como Código de Napoleão.
- Essa escola não aprovava quaisquer outras fontes senão a
própria lei, para eles a lei é perfeita, não possuindo lacunas por exemplo.
- Rígida aplicação da norma ao caso concreto, sem observar
os valores sociais. LEGALISMO EXEGÉTICO - Seu surgimento pode ser explicado a partir de 5 fatores, consoante ensina o filósofo Noberto Bobbio:
(a) a ocorrência da codificação;
(b) a mentalidade dos juristas dominada pelo princípio da autoridade (obediência à vontade do legislador); c) a doutrina da separação dos poderes (o juiz deve ser apenas a boca da lei); d) princípio da certeza do direito e e) a pressão exercida pelo regime napoleônico a fim de que fosse ensinado apenas o direito positivo; - As características fundamentais do Legalismo Exegético são:
a) concepção rigidamente estatal do Direito;
b) interpretação da lei fundada na vontade do legislador; c) identificação do direito com a lei escrita e o consequente culto do texto da lei; d) realce dos métodos de interpretação gramatical e sistemático; e) compreensão da atividade do juiz como uma atividade neutra e o mais objetiva possível; Decadência do Legalismo Exegético DA MOLDURA KELSENEANA - A moldura interpretativa apresentada por Kelsen foi elaborada para solucionar os casos de indeterminação das leis. - Para Kelsen, “quando o Direito é aplicado por um órgão jurídico, este necessita de fixar o sentido das normas que vai aplicar, tem de interpretar estas normas”. (Teoria Pura, p. 387). - Contudo, para Kelsen essa determinação ou vinculação nunca é completa, pois não é possível vincular em todas as direções o ato através do qual a norma superior é aplicada. - A norma pode ser simbolizada por um quadro através da teoria da moldura, no qual são disponibilizados ao juiz as nuances de um caso e, com elas, uma, algumas ou várias opções de resolução, ao passo que cabe a esse intérprete indicar o posicionamento que será tomado para dar fim à prestação jurisdicional. - Kelsen considera que o Direito a aplicar “forma uma moldura dentro da qual existem várias possibilidades de aplicação, pelo que é conforme ao Direito todo ato que se mantenha dentro deste quadro ou moldura, que preencha essa moldura em qualquer sentido possível.” (Teoria Pura, p. 390).
- Assim, Kelsen se distancia do legalismo exegético ao afirmar que a
interpretação da lei pode levar a diversas soluções de igual valor, e não apenas a uma única solução tomada. Indeterminação intencional e não intencional A indeterminação intencional é relativa à margem de discricionariedade do legislador reconhece como necessária ao aplicador da norma para que este atenda às circunstâncias de quando, onde e como a norma deverá ser aplicada;
A indeterminação não-intencional, corresponderia à
pluralidade de significações possíveis das palavras por meio das quais a norma se exprime, em geral decorrentes vaguidade e da ambiguidade de seus termos.