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HERMENÊUTIC

A JURÍDICA
INTEGRAÇÃO E APLICAÇÃO DO DIREITO PERANTE ANTINOMIAS
E LACUNAS – classificação das antinomias e critérios de resolução.
CONCEITO DE APLICAÇÃO E/OU INTEGRAÇÃO

- Para alguns doutrinadores, como Ferrara por exemplo, o termo


“integração” serve para designar o preenchimento das lacunas da
lei, para a aplicação ao caso concreto;
- Ou seja, tornaria a lei integral, quando esta fosse “defeituosa”;
- Já para o doutrinador França, este utiliza o vocábulo como
sinônimo de aplicação;
- Para ele, ao aplicar a lei, o intérprete faz com que a lei passe
a integrar-se na realidade dos fatos sociojurídicos.
- Já Maximiliano entende que a expressão aplicação ou
integração do direito consiste em enquadrar um caso concreto na
norma jurídica mais adequada.
FASES DA APLICAÇÃO E/OU INTEGRAÇÃO
- Estabelecida a norma jurídica e surgindo algum problema relacionado
a sua aplicabilidade ao caso concreto, há 3 tipos de soluções e em
fases distintas:
PRIMEIRA:
- É o conhecimento da hermenêutica e do seu conjunto de regras que
norteiam a arte de averiguar o direito contido nas leis;
SEGUNDA:
- Respeita a utilização dessas regras, fase de mera interpretação do
direito.
TERCEIRA:
- É a fase final e da integração dos resultados do trabalho
interpretativo, ou seja, é a aplicação da hermenêutica ao caso concreto,
buscando a melhor solução jurídica.
SISTEMAS DE APLICAÇÃO E/OU
INTEGRAÇÃO
Quando não há lei expressa no diploma legal, há algumas orientações a
serem seguidas, vejamos as três principais apontadas no livro de
França:

1° - Diante da lei omissa ou obscura, o juiz deverá simplesmente


declarar o autor carecedor de direito por falta de fundamento;

2° - O juiz deverá remeter o caso à autoridade competente para fazer


leis, solicitando a elaboração da norma aplicável.

3° - O juiz deverá julgar o pedido com base nos recursos supletivos para
o conhecimento do direito, já enumerados em lei, já consagrados pela
doutrina.
Artigo 4° da LINDB

- Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o


caso de acordo com a analogia, os costumes
e os princípios gerais de direito.
HERMENÊUTICA E O PROBLEMA DAS
ANTINOMIAS JURÍDICAS
- A teoria das antinomias jurídicas está ligada ao
problema de coerência do sistema jurídico;

- Os elementos que compõem um sistema jurídico


podem entrar em conflito, surgindo, assim, as chamadas
antinomias jurídicas;

- Isso ocorre quando diferentes normas jurídicas


permitem e proíbem um mesmo comportamento,
havendo a necessidade de uma solução para essa
situação.
QUANTO A CLASSIFICAÇÃO DAS ANTINOMIAS

- Elas podem ser PRÓPRIAS E


IMPRÓPRIAS (teleológica, valorativa,
principiológica e semântica).
ANTINOMIAS PRÓPRIAS

- As antinomias próprias se verificam toda vez


que uma norma jurídica proíbe uma dada
conduta enquanto outra norma jurídica faculta
a mesma conduta.
ANTINOMIAS IMPRÓPRIAS

- As antinomias impróprias são contradições


mais sutis entre as normas jurídicas, envolvendo
o conflito de valores, finalidades, sentidos e
terminologias do sistema jurídico.
ANTINOMIA IMPRÓPRIA
TELEOLÓGICA
- Ocorre quando uma norma jurídica estabelece
os meios para a aplicabilidade de outra norma
jurídica, mas os meios oferecidos se revelam
incompatíveis com o fim previsto na norma
originária.
ANTINOMIA IMPRÓPRIA
VALORATIVA

- Ocorre toda vez que há uma discrepância entre os


valores cristalizados por duas ou mais normas
jurídicas, quando a ordem jurídica pune mais
severamente uma infração social branda e mais
levemente uma infração social mais grave.
ANTINOMIA IMPRÓPRIA PRINCIPIOLÓGICA

- Se verifica toda vez que os princípios jurídicos


entram em colisão, sinalizando soluções diversas
para o intérprete/aplicador do direito.
ANTINOMIA IMPRÓPRIA
SEMÂNTICA

- É quando uma mesma palavra comporta sentidos


diferentes, a depender do ramo jurídico em que é
utilizada.
COMO SOLUCIONAR AS QUESTÕES QUE ENVOLVEM ESSAS
ANTINOMIAS JURÍDICAS?

- Os critérios de solução são: hierárquico,


cronológico e da especialidade.

- O critério hierárquico é o mais importante e


se sobrepõe aos demais.

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