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Mariana Narloch

Elisan Nadrowski

Teoria geral do direito

11 de maio de 2023

TEXTO RESUMO (CAP. 3)


ORDENAMENTO JURÍDICO: O ordenamento jurídico é um conjunto de normas jurídicas

hierarquicamente organizadas que estabelecem os direitos e deveres dos indivíduos em uma

sociedade. Ele é composto por diversas fontes, como a Constituição, leis, jurisprudência,

doutrina, entre outras. Essas fontes são interligadas e devem ser interpretadas de forma coerente

e harmônica. O ordenamento jurídico possui uma estrutura hierárquica, na qual as normas

constitucionais ocupam o topo da pirâmide e as normas infraconstitucionais estão abaixo. Dessa

forma, as normas hierarquicamente inferiores devem estar em conformidade com as normas

superiores. A função do ordenamento jurídico é garantir a segurança jurídica, a previsibilidade e

a estabilidade das normas em uma sociedade.

SISTEMA DEDUTIVO E DINÂMICO: O sistema dedutivo é aquele que segue um raciocínio


lógico e utiliza premissas para chegar a uma conclusão. Já o sistema dinâmico é aquele que se
adapta às mudanças, é flexível e costuma envolver muita experimentação. De forma mais
informal, podemos dizer que o sistema dedutivo é aquele que usa a cabeça para chegar à resposta
certa, enquanto o sistema dinâmico é aquele que vai tentando até conseguir acertar.

O ordenamento jurídico é entendido como o conjunto de normas e princípios que regulamentam

a vida social de um determinado país ou sociedade. Esse sistema é considerado uma construção

lógica, pois é baseado em uma estrutura hierárquica e organizada.


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Para compreender as normas que compõem o ordenamento jurídico, é possível utilizar dois

sistemas: o sistema dedutivo e o sistema dinâmico.

O sistema dedutivo é aquele que parte de um princípio geral para chegar a uma conclusão

particular. Em outras palavras, o sistema dedutivo utiliza a lógica formal para chegar a uma

solução para determinado caso concreto.

Já o sistema dinâmico parte de uma análise das normas que compõem o ordenamento jurídico e

das circunstâncias fáticas de cada caso para chegar a uma solução. Nesse sistema, o intérprete da

norma precisa estar atento às mudanças sociais e às evoluções jurídicas para aplicar a decisão

correta.

ANTINOMIAS: Antinomias são contradições ou oposições entre princípios ou leis que são

igualmente válidos ou fundamentados. São situações em que duas ideias ou leis entram em

conflito, impedindo a conciliação ou solução pacífica do problema. Em outras palavras,

antinomias são situações em que duas proposições contraditórias são ambas verdadeiras ou

exigidas pelas circunstâncias, resultando em uma contradição ou paradoxo. Na filosofia, as

antinomias podem ser consideradas como uma questão fundamental para a reflexão sobre a

natureza do conhecimento humano e dos limites da razão.

1. Antinomias Jurídicas: são conflitos entre leis ou normas legais, que geram ambiguidade e

impossibilidade de aplicação. Por exemplo, legisladores que criam leis que, quando aplicadas

juntas, geram contradições e impedem a aplicação efetiva do Direito.

2. Antinomias Filosóficas: resultam do conflito entre ideias ou conceitos filosóficos, que

parecem verdadeiros, mas não podem ser aplicados simultaneamente. Por exemplo, a ideia de

que o universo é infinito e a ideia de que ele tem um início e um fim.


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3. Antinomias Matemáticas: aparecem quando duas proposições matemáticas contraditórias são

ambas verdadeiras em diferentes contextos ou em diferentes sistemas matemáticos. Por exemplo,

o paradoxo do infinito, que afirma que existem infinitos diferentes, mas que alguns são maiores

do que outros.

4. Antinomias Epistemológicas: são conflitos entre teorias científicas ou filosóficas que parecem

verdadeiras, mas que são contraditórias, o que gera dificuldades em definir a verdade ou a

validade de uma afirmação.

5. Antinomias Éticas: referem-se a situações onde é impossível para alguém ou para uma

sociedade seguir simultaneamente dois imperativos éticos. Por exemplo, a liberdade individual

versus a justiça social.

6. Antinomias linguísticas: resultam do conflito entre as palavras e seus significados. Por

exemplo, a palavra "mentira" indica ação de enganar alguém, mas também pode ser usada em

frases como "uma mentira perfeita", que sugere algo feito com perfeição e habilidade.

Antinomia é uma oposição entre duas normas ou princípios que parecem ser igualmente válidos

e aplicáveis em uma determinada situação, mas que acabam colidindo. Existem diferentes tipos

de antinomias:

7. Antinomia imprópria: quando a contradição é aparente e decorre de uma falha de

interpretação ou aplicação das normas. Por exemplo, se duas leis parecem se contradizer, mas

podem ser interpretadas de forma a não entrar em conflito, não há realmente uma antinomia.

EXEMPLO: Um motorista é multado por excesso de velocidade em uma via expressa, mas outro

motorista, que estava ultrapassando a mesma velocidade, não é multado porque a fiscalização

não estava presente naquele momento. Nesse caso, existem duas normas conflitantes: a que
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prevê a multa por excesso de velocidade e a que prevê a necessidade da fiscalização para

aplicação da multa.

8. Antinomia de princípios: quando duas normas baseiam-se em princípios fundamentais

diferentes e incompatíveis. Por exemplo, o princípio da igualdade pode entrar em conflito com o

princípio da liberdade, gerando uma antinomia.

EXEMPLO: Um juiz precisa decidir sobre um caso em que um indivíduo denuncia a empresa em

que trabalha por discriminação. Por um lado, há o princípio da igualdade, que garante a proteção

contra qualquer tipo de discriminação. Por outro lado, há o princípio da liberdade empresarial,

que permite que as empresas tomem decisões autônomas em relação ao seu pessoal. Nesse caso,

os princípios são conflitantes e é necessário encontrar um equilíbrio entre eles.

9. Antinomia de avaliação: quando duas normas ou princípios devem ser aplicados a uma

mesma situação, mas com pesos ou critérios de avaliação diferentes, gerando um conflito de

escolha. Por exemplo, se devemos escolher entre salvar a vida de uma pessoa ou salvar um

patrimônio histórico, ambos princípios éticos válidos, mas com ponderações diferentes.

EXEMPLO: Um samaritano ajuda uma pessoa que sofreu um acidente na rua, mas acaba

causando uma lesão ainda maior. Ele é processado civilmente pela vítima. Por um lado, há a

norma que incentiva a ajuda ao próximo em situações de emergência. Por outro lado, há a norma

que prevê a responsabilidade civil por danos causados a terceiros. Nesse caso, a avaliação do

comportamento do samaritano é conflitante com as normas.

10. Antinomia teleológica: quando duas normas ou princípios têm objetivos finais ou fins

específicos que não podem ser alcançados simultaneamente. Por exemplo, a proteção da natureza

pode entrar em conflito com a produção econômica de uma indústria que gera poluição. Ambos

objetivos são válidos, mas não podem ser conciliados.


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EXEMPLO: Uma empresa fabrica um produto que é legalmente permitido, mas que tem como

efeito colateral agravar uma doença em alguns pacientes. Por um lado, há a norma que permite a

fabricação do produto. Por outro lado, há a norma que prevê a proteção da saúde dos

consumidores. Nesse caso, a norma é teleologicamente conflitante, pois o objetivo de uma norma

(permitir a fabricação) se contrapõe a outro objetivo (proteger a saúde).

11. Antinomias solúveis são aquelas que, apesar de serem aparentemente contraditórias, podem

ser resolvidas ou superadas por meio de uma análise mais aprofundada das premissas ou por

meio de uma reformulação dos conceitos envolvidos. Ou seja, há uma solução lógica e coerente

para o paradoxo.

12. Antinomias insolúveis são aquelas que, por mais que sejam analisadas e reformuladas,

continuam a apresentar uma contradição insolúvel e irreconciliável entre as proposições em

questão. Nesses casos, a contradição é considerada fundamental e pode indicar um limite ou

lacuna no conhecimento ou na lógica humana.

Os critérios cronológico, hierárquico e de especialidade são regras utilizadas para resolver

antinomias quando há conflito entre duas normas de uma mesma ordem jurídica.

O critério cronológico, também conhecido como princípio da temporalidade, estabelece que a

norma mais recente prevalece sobre a norma anterior em caso de conflito. Ou seja, a norma

posterior revoga a norma anterior. Esse critério é fundamentado na ideia de que a norma mais

atual reflete a vontade política mais atual da sociedade.

O critério hierárquico, por sua vez, estabelece que a norma de hierarquia superior prevalece

sobre a norma de hierarquia inferior em caso de conflito. Esse critério é fundamentado na

estrutura hierárquica do ordenamento jurídico, que estabelece quais normas têm maior autoridade

e qualificam-se como normas constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, entre outras.
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Por fim, o critério de especialidade determina que, em caso de conflito, a norma mais específica

ou especial prevalece sobre a norma geral. Ou seja, a norma que trata de uma situação particular

prevalece sobre a norma que trata de uma situação geral ou abrangente. Esse critério é

fundamentado na ideia de que a norma mais específica tem mais informações e detalhes sobre a

questão em conflito.

É importante lembrar que a aplicação desses critérios depende da análise do caso concreto e do

contexto em que as normas em conflito estão inseridas. Em alguns casos, pode ser necessário

utilizar uma combinação dos critérios para resolver a antinomia.

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