1) O princípio é norma ordenadora “de que algo se realize na maior medida
possível, dentro das possibilidades jurídicas e reais existentes” (ALEXY). Para Alexy princípio é um mandado de otimização que pode ser cumprido em menor ou em maior grau, pela ponderação entre a possibilidade jurídica e a possibilidade real de adequação do fato à norma. No conflito entre princípios, partindo-se sempre do pressuposto de que estes nunca entrarão em choque, pondera-se o prevalecimento de um sobre os outros para a resolução. Princípios não se diferenciam hierarquicamente, não se sobrepõem, muito menos são exceções aos outros. O princípio fornece razões prima facies (provisórias), assim, o que tiver maior peso ou valor ou importância deve preponderar. Segundo a clássica definição de Celso Antônio Bandeira de Mello "O princípio é um mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para a sua exata compreensão e inteligência, exatamente para definir a lógica e racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica de lhe dá sentido harmônico". Desta forma os princípios refletem valores, em sede do ordenamento jurídico, resguardados na sociedade, os seus fins maiores. Assim pôde-se afirmar que os princípios desempenham as funções de: a) exprimir valores; b) harmonizar o sistema jurídico; c) conduzir a atividade do intérprete. 2) Segundo Robert Alexy, os princípios são mais genéricos, e funcionam como mandados de otimização. Desta forma os princípios tem cumprimento gradual, de acordo com as possibilidades fáticas e jurídicas. Em virtude de existirem diversos princípios, esses estão sempre em colisão com o outro, a prevalência de um princípio sobre o outro em caso de colisão, deve ocorrer sempre diante do caso concreto e partir de um juízo de ponderação. Enquanto os princípios são mandados de otimização, as regras são mais específicas e mandados definitivos, além disso as regras se aplicam pela lógica da validade e não juízo de ponderação como os princípios. Para Celso Antônio Bandeira de Mello as regras e os princípios são caracterizados dentro do conceito de norma jurídica. A distinção entre um e outro é uma distinção entre dois tipos de normas. Ambos dizem o que deve ser, ainda que tenham por bases razões muito diferentes. Os princípios são as normas jurídicas de natureza lógica anterior e superior às regras e que servem de base para sua criação, aplicação e interpretação do direito. As regras, por sua vez, são normas jurídicas destinadas a dar concreção aos princípios