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TEORIA GERAL DO DIREITO

CESSÃO DE VALIDADE DA NORMA E TEORIA


DA RELAÇÃO JURÍDICA
Anna Camila Andrade Piantino

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Olá!
Você está na unidade Cessão da validade da norma e teoria da relação jurídica. Conheça aqui as causas e

formas que fazem com que uma norma deixe de ter validade, como a revogação (expressa, tácita e global), a

caducidade e o desuso. No processo, aprenda conceitos-chave, como repristinação.

Conheça também a teoria da relação jurídica, compreendendo os termos da relação jurídica, os sujeitos de

direito (conceito e espécies), dever jurídico e direito subjetivo, além de conceitos de fato, ato e negócios jurídicos.

Bons estudos!

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1. Causas e formas de cessão de validade: revogação,
caducidade e desuso
O Direito brasileiro adota, como regra, o princípio da continuidade. Tal regramento determina que uma norma

jurídica legal tem caráter permanente, de forma a manter sua vigência até que outra norma venha lhe tomar o

lugar ou, então, modificar (Farias e Rosenvald, 2011). Tal princípio encontra-se previsto no art. 2º da Lei de

Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB).

Veja o que o dispositivo diz:

Assista aí

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Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou

revogue.

§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela

incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga

nem modifica a lei anterior.

§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a

vigência (BRASIL, 1942).

Algumas normas, como é possível perceber, possuem eficácia temporária, nascendo com um prazo delimitado de

vigência. Todavia, a regra é a vigência indeterminada, que apenas cessa por meio do fenômeno conhecido como

revogação, que será estudado mais adiante.

Assista aí

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1.1 O conceito de revogação e suas formas de operação (expressa, tácita ou
global)

A revogação é um fenômeno em que a norma perde sua validade e é retirada do sistema jurídico, perdendo a sua

vigência. Isso ocorre devido à aprovação de outra norma que trata do mesmo assunto. Importante ressaltar que

não necessariamente uma norma revogada perde sua eficácia, podendo ter seus efeitos conservados, a depender

do caso.

Noutro giro, Gonçalves (2012), com base nos ensinamentos de Maria Helena Diniz, afirma que a revogação se

trata, na verdade, da retirada da força obrigatória de uma norma.

A norma que retira a validade de outra é denominada norma revogadora, enquanto a que perde a validade é a

norma revogada. A norma revogadora estabelece um “não-dever-ser”, tendo como conteúdo estabelecer a

invalidade da revogada.

Existem três regras principais quanto à revogação:

Determina que a norma revogadora deve ser hierarquicamente superior ou idêntica à norma revogada.

Prevê que a norma mais recente revoga a mais antiga.

Fixa que a norma especial revoga a norma geral, em relação ao que disciplinarem em comum.

Aponta-se que uma norma geral apenas revoga uma norma especial se alterar completamente o regime no qual a

norma especial se insere (FERRAZ JÚNIOR, 2003). No entanto, podem coexistir normas de caráter geral e caráter

especial, sem que haja incompatibilidade entre elas necessariamente. Nesse sentido, pode, por exemplo, uma

norma especial trazer uma complementação à uma norma geral, sem criar incompatibilidade e, portanto, sem

gerar revogação.

Quando há conflito entre normas, o que pode ocasionar numa revogação, tem-se a chamada antinomia. Quando

isto ocorre, utiliza-se o critério cronológico, o critério de especialidade e o critério hierárquico, previamente

elencados, para tentar solucionar o conflito. Quanto for possível resolver o conflito por meio destas regras, tem-

se uma antinomia aparente, pois na verdade o conflito não existia. Quanto não for possível, tem-se uma

antinomia real (GONÇALVES, 2012).

A revogação apresenta duas espécies:

Ab-rogação

(revogação É a supressão total da norma revogada.

total)

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Derrogação
É a supressão em parte do texto legal anterior.
(revogação

parcial)

Destaca-se que, no caso de edição de uma nova Constituição, ocorre necessariamente uma ab-rogação da

Constituição anterior, mesmo que não haja previsão expressa nesse sentido. Isso acontece pois é impossível a

coexistência de textos fundamentais ao mesmo tempo (FARIAS E ROSENVALD, 2011).

Por outro lado, as formas de se operar a revogação podem ser expressa, tácita ou global, todas previstas no

parágrafo 1º, do art. 2º da LINDB. Revogação expressa (ou direta) é aquela que, como o próprio nome diz,

ocorre por meio de uma norma revogadora que expressamente declara a revogação da norma revogada (Ferraz

Júnior, 2003). É o caso, por exemplo, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA - Lei nº 8.069), que, ao entrar

em vigor, dispôs em seu último artigo: “Revogam-se as Leis n.º 4.513, de 1964 (que criava a Fundação Nacional

do Bem-Estar do Menor), e 6.697, de 10 de outubro de 1979 (Código de Menores), e as demais disposições em

contrário” (BRASIL, 1990).

A revogação tácita (ou indireta) é aquela que ocorre de maneira implícita: a norma não determina de modo

expresso a revogação, mas o faz como resultado de incompatibilidade entre a matéria que ela regula e as

disposições da norma anterior. Nas palavras de Farias e Rosenvald (2011, p.135):

esta se dará quando, não havendo disposição expressa nesse sentido no texto da lei, apresentar-se o

novel diploma legal incompatível, no todo ou em parte, com disposição legal que antes cuidava da

matéria. Fulcra-se, pois, a revogação tácita na incompatibilidade entre uma e outra lei.

Por sua vez, a revogação global é aquela que ocorre quando uma norma revoga outra de maneira implícita, mas

sem que haja, necessariamente, uma incompatibilidade entre elas. Aqui, a revogação se dá porque a nova norma

regula inteiramente a matéria que a norma antiga tratava. Ferraz Júnior (2003) cita como exemplo a hipótese de

que, se promulgada uma lei geral das obrigações que regulasse de forma integral as normas já contidas no

Código Civil e no Código Comercial, ambos os códigos seriam revogados.

Figura 1 - Revogação de leis

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Figura 1 - Revogação de leis
Fonte: rawf8, Shutterstock (2020).

Apesar do ordenamento pátrio permitir essas três formas de revogação apresentadas, deve-se dar preferência

para a revogação expressa, pois esta é fornece mais clareza e consequente disciplina para o sistema jurídico

brasileiro. Tal conclusão pode ser extraída do art. 9º, da Lei Complementar nº 107/01, que prevê “a cláusula de

revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições legais revogadas” (Brasil, 2001). Em outras

palavras,

opta o sistema jurídico brasileiro, como regra geral, pela revogação expressa, por entender que

facilita a aplicação do Direito, além de disciplinar melhor o ordenamento jurídico. Não significa,

porém, que a revogação não poderá ser tácita. Se, por ventura, uma determinada lei nova, sem

qualquer menção expressa, tratar, inteira ou parcialmente, de matéria contida em lei já existente,

ocorrerá revogação tácita, afastando-se a norma jurídica anterior. Veja- se, ilustrativamente, o art.

2.045 do Código Civil, indicando expressamente as normas legais revogadas. De qualquer maneira,

assegure-se estar mantida a possibilidade de revogação tácita, decorrente da incompatibilidade do

novo texto legal com a lei anterior ou parte dela (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p.135).

Por fim, diretamente relacionado com a revogação, tem-se o instituto da ultratividade (ou pós-atividade). Como

já dito antes, uma norma revogada necessariamente perde sua validade e vigência, mas pode conservar sua

produção de efeitos. Trata-se de um instituto oriundo do art. 5º, XXXVI, da Constituição da República, que prevê

a garantia da não retroatividade das normas, independendo de previsão expressa em nova lei. Para exemplificar:

com base na ultratividade, vislumbra-se a aplicabilidade do Código Civil de 1916 (embora já

revogado) a determinadas situações jurídicas consolidadas durante a sua vigência. É o exemplo da

sucessão aberta na vigência do Código Civil de 1916, mesmo que a ação de inventário tenha sido

proposta já após o ad- vento do Código Civil de 2002 (art. 2.041). É também a hipótese da incidência

do art. 2.038 da Lei Civil vigente que, apesar de proibir a criação de novas enfiteuses (direito real na

coisa alheia), reputou válidas as já existentes, submetendo-as à normatividade do Código Civil de

1916 (FARIAS E ROSENVALD, 2011, p. 136).

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1.2 Repristinação e restauração da validade jurídica

O fenômeno da repristinação das normas, previsto no parágrafo 3º do art. 2º da LINDB, nada mais é do que a

revalidação de norma já revogada em decorrência da revogação da norma revogadora que a revogou. Em outras

palavras, uma norma que havia sido anteriormente revogada volta a ser restaurada, recuperando sua vigência

em decorrência do fim da vigência da norma revogadora.

O art. 2º em questão determina que, como regra, proíbe-se tal efeito repristinatório no ordenamento brasileiro,

salvo se houver previsão expressa em sentido contrário. Assim, ainda que a norma revogadora sofra revogação,

não se pode deduzir que a norma anterior recupera sua vigência. Tal repristinação, portanto, deve ocorrer de

modo expresso. Nesse sentido,

partindo da opção da Lei Introdutória, é possível afirmar: i) a proibição da repristinação,

significando que a revogação da lei revogadora não restaura os efeitos da lei revogada; ii) a

possibilidade de efeitos repristinatórios, quando houver expressa disposição nesse sentido. Em

outras palavras, quando revogada uma lei por outra, sobrevindo nova revogação desta segunda lei,

não se restauram os efeitos daquela primeira, salvo expressa previsão em contrário. Exemplificando:

se a Lei A é revogada pela Lei B e, em seguida, vem a Lei C e revoga a Lei B, não se restauram os

efeitos da Lei A, salvo expressa previsão legal (Farias e Rosenvald, 2011, p. 138).

Fique de olho
No caso de declaração de inconstitucionalidade de uma lei revogadora, o efeito repristinatório
ocorre automaticamente de forma natural sob a lei revogada, pois retira-se completamente a
eficácia da lei revogadora, excluindo-a completamente do ordenamento jurídico, salvo em caso
de modulação expressa dos efeitos da inconstitucionalidade (FARIAS; ROSENVALD, 2011).

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1.3 A caducidade como perda das condições de aplicação do enunciado
normativo

Como regra geral ao tratar da cessão de validade, tem-se a concepção de que uma norma perde a validade ao se

tornar ineficaz. Nesse sentido, temos o fenômeno da caducidade: quando uma norma se torna inválida em

decorrência de um fato superveniente, sem que precise ser revogada.

Este fato superveniente que gera caducidade pode tanto ser uma condição temporal, quanto uma condição de

fato. Condição temporal é o caso de uma norma que nasce com um prazo terminal para sua vigência, enquanto

condição de fato ocorre quando uma norma visa regular uma situação fática específica e efêmera, como por

exemplo, um caso de calamidade, que depois deixa de existir (FERRAZ JÚNIOR, 2003).

Noutro giro, Gonçalves (2012), além de mencionar como possíveis causas intrínsecas que geram a perda da

eficácia, o advento de termo fixado ou a ocorrência de condição resolutiva, também menciona a consecução dos

fins da norma. Ela ocorre quando a norma atinge o fim para o qual foi criada, cumprindo seu papel de modo

completo e terminativo.

Por fim, mister destacar que a caducidade (ou seja, a perda da eficácia) também pode decorrer da decretação da

inconstitucionalidade da norma pelo Supremo Tribunal Federal, quanto então o Senado Federal suspende a sua

execução. É nesse sentido a redação do art. 52, inciso X, do texto constitucional: “Compete privativamente ao

Senado Federal:X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão

definitiva do Supremo Tribunal Federal” (Brasil, 1988).

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1.4 O desuso como expressão da ineficácia social

Enquanto a caducidade é voltada para a observância de uma condição que gerará o fim da vigência da norma, o

desuso é voltado para a observação do comportamento dos destinatários da norma – no caso, a eficácia social da

norma.

Quando os destinatários de uma norma não se sentem mais obrigados a cumpri-la, diz-se que esta norma

encontra-se em desuso. Assim, através de uma análise subjetiva dos efeitos da norma, percebe-se que ela perde

seu sentido e, consequentemente, sua validade por ineficácia (Ferraz Júnior, 2003).

Cumpre ressaltar que, enquanto a caducidade é pacificamente aceita pela doutrina brasileira, o mesmo não

ocorre com o desuso (FERRAZ JÚNIOR, 2003). Farias e Rosenvald (2011) defendem, por exemplo, que tal

instituto não existe no ordenamento jurídico brasileiro devido ao princípio da supremacia da lei sobre os

costumes – em que só uma norma jurídica é capaz de retirar a eficácia de outra norma jurídica.

Desse modo, o desuetudo (desuso) não seria hábil a revogar normas jurídicas. Nas palavras dos autores (2011, p.

137), ressalta-se

um exemplo interessante da inexistência do desuetudo pode ser lembrado com o fato de que a

tolerância que se tem, em determinados lugares do nosso país, com as casas de prostituição, não

afasta a ocorrência de um crime, previsto no art. 229 do Código Penal. Por isso, o Superior Tribunal

de Justiça vem afirmando que “a eventual tolerância ou indiferença na repressão criminal, bem assim

o pretenso desuso não se apresentam, em nosso sistema jurídico, como causa de atipia. A norma

incriminadora não pode ser neutralizada ou ser considerada revogada em decorrência de, v.g.,

desvirtuada atuação policial (STJ, Ac. 6ª T., Resp 146.360/PR, rel. Min. Félix Fischer, DJU 8.11.99).

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2. Teoria da relação jurídica
Em Teoria Geral do Direito, muito se discute qual é o elemento característico da experiência jurídica, ou seja, do

direito em si. Existem teorias que defendem que são as normas (teoria normativa), enquanto outros defendem

que o direito é uma instituição (teoria institucional). Há ainda aqueles que defendem que o direito tem como

elemento característico as relações jurídicas e é exatamente esta teoria que será aqui analisada (BOBBIO, 2003).

Segundo a teoria da relação jurídica, que tem como um de seus grandes doutrinadores o iluminista Immanuel

Kant (1724-1804), o direito é uma relação jurídica que deve ser entendida como conjunto de condições em que o

arbítrio de um sujeito pode ser acordado como o arbítrio de outro sujeito, tendo em vista a lei universal da

liberdade. Assim, o direito cuida de relações entre sujeitos que exercem ações juridicamente relevantes entre si.

Deste modo, o direito possui a relação jurídica como principal pilar estrutural. Relação jurídica, por sua vez, pode

ser entendida como uma relação intersubjetiva entre sujeitos, com um titular de uma obrigação (sujeito ativo) e

outro de um direito (sujeito passivo) (BOBBIO, 2003).

Existem várias espécies de relações sociais no mundo, como as relações que se desempenham para fins jurídicos,

para fins morais, para fins religiosos, econômicos, artísticos, etc. As relações jurídicas são as relações sociais que

surgem em razão do ato constitutivo do Estado, sendo relevantes por estarem inseridos numa estrutura

normativa. Nesse sentido,

a regra jurídica pode ser vista, mas só por abstração, como uma cobertura protetora da conduta

humana e dos processos de sua estruturação e garantia. Poderíamos dizer, apenas para facilitar a

exposição, que as normas jurídicas projetam-se como feixes luminosos sobre a experiência social: é

só enquanto as relações sociais passam sob a ação desse facho normativo, é que elas adquirem o

significado de “relações jurídicas” (REALE, 2001, p. 200).

Assim, existem dois requisitos essenciais para a existência de uma relação jurídica:

A relação intersubjetiva que se traduz no vínculo estabelecido entre sujeitos.

O reconhecimento normativo desta relação.

Por esse ângulo, evidencia-se que a teoria do direito como relação jurídica passa pelo componente crucial do

reconhecimento normativo de uma relação, havendo uma clara interdependência entre relação jurídica e norma

jurídica. Nesse sentido, importante destacar a consideração feita por Bobbio (2003) de que as teorias normativa,

institucional e da relação jurídica não se excluem entre si, mas se complementam. Então, a experiência jurídica

compreende a intersubjetividade entre sujeitos numa relação, as normas e a organização institucional.

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Tendo este panorama em vista, estuda-se agora os termos da relação jurídica, os sujeitos de direito, a relação

entre dever jurídico e direito subjetivo e, por fim, os conceitos de fato, ato e negócio jurídico.

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2.1 Os termos da relação jurídica

A relação jurídica possui quatro elementos fundamentais, segundo Reale. O sujeito ativo é o credor da prestação

principal de uma relação jurídica. O sujeito passivo é a pessoa que se obriga a cumprir uma prestação. O dois

estão conectados pelo vínculo de atributividade, que nada mais é do que “a concreção da norma jurídica no

âmbito do relacionamento estabelecido entre duas pessoas. É o vínculo que confere a cada um dos participantes

da relação o poder de pretender ou exigir algo determinado ou determinável” (REALE, 2001, p. 203)

Assim, é possível dizer que o vínculo de atributividade garante a legitimidade dos sujeitos para cumprir seus

papeis em uma dada relação (REALE, 2001). Anna, por exemplo, firma um contrato de venda de automóvel com

Gabriela, fazendo nascer o dever de Gabriela pagar a Anna pelo bem adquirido. Anna, portanto, é o sujeito ativo;

Gabriela o sujeito passivo e o vínculo de atributividade entre elas é o contrato, dotado de pretensões legítimas e

defeso em lei.

Figura 2 - Sujeito ativo e sujeito passivo em uma relação contratual


Fonte: Pressmaster, Shutterstock (2020).

Cumpre ressaltar que o vínculo sempre se dá entre sujeitos (pessoas físicas ou jurídicas), nunca entre sujeito e

coisa. No direito de propriedade sobre um imóvel, por exemplo, o sujeito ativo é o proprietário, enquanto o

sujeito passivo não é o imóvel, mas a coletividade que deve respeitar aquele direito (REALE, 2001).

Ao falar da relação estabelecida entre sujeito ativo e passivo, não se deve pensar só na relação estabelecida entre

particulares. Nesse sentido,

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tais relações jurídicas existem, por exemplo, entre os indivíduos competentes para a criação de

normas gerais e os indivíduos competentes para a sua aplicação, como, v. g., entre o órgão legislativo

e os tribunais ou autoridades administrativas; e ainda entre esses tribunais e autoridades e os

sujeitos de deveres ou direitos fundados nas normas jurídicas por aqueles órgãos criadas ou

aplicadas; assim como também existem entre os indivíduos competentes para a execução de atos

coercitivos e os indivíduos contra os quais os atos coercitivos se dirigem (KELSEN, 1998, p.115).

Por fim, há, ainda, mais um quarto elemento da relação jurídica. O objeto nada mais é do que o motivo pelo qual

a relação se constituiu. Pode, portanto, ser uma coisa, uma prestação ou a própria pessoa (direitos pessoais, a

exemplo do exercício de pátrio poder entre a mãe e seus filhos).

Fique de olho
Segundo Reale (2001), alguns autores defendem que a norma e a sanção também podem ser
consideradas elementos da relação jurídica. Todavia, tal entendimento não seria adequado,
pois, na verdade, a norma e a sanção são pressupostos de qualquer forma de experiência
jurídica.

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2.2 Sujeitos de direito: conceito e espécies

Conforme destacado, os sujeitos de direito são elementos essenciais da relação jurídica. O sujeito de direito

(sujeito jurídico) é portador de um direito ou de um dever correspondente. Por sua vez, usa-se modernamente o

termo “pessoa” para se referir ao sujeito de direito, denominação que transmite de forma implícita a ideia de

dignidade humana, segundo o entendimento de Ferraz Júnior (2003).

Na mesma linha, segundo Reale (2001, p. 212), pessoas são, para o direito, aquelas para “as quais as regras

jurídicas se destinam”. Nesse sentido, importante lembrar que os sujeitos de direito são elementos da relação

jurídica, interligadas por um vínculo de atributividade.

Kelsen (1998, p. 120), por sua vez, afirma que

a teoria tradicional identifica o conceito de sujeito jurídico com o de pessoa. Eis a sua definição:

pessoa é o homem enquanto sujeito de direitos e deveres. Dado que, porém, não só o homem mas

também outras entidades, tais como certas comunidades como as associações, as sociedades por

ações, os municípios, os Estados, são apresentados como pessoas, define-se o conceito de pessoa

como “portador” de direitos e deveres jurídicos, podendo funcionar como portador de tais direitos e

deveres não só o indivíduo mas também estas outras entidades.

Retomando a ideia de dignidade humana inerente à ideia de pessoa, aponta-se que o Código Civil Brasileiro, em

seus artigos 2º e 3º, traz a ideia de que “todo o homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil” (BRASIL,

2002), não sendo possível fazer distinções entre nacionais e estrangeiros para o gozo das proteções cíveis. Reale

(2001, p.216) acrescenta que

a ideia de pessoa é fundamental tanto do domínio da Ética como no campo estrito do Direito. A

criatura humana é pessoa porque vale de per si, como centro de reconhecimento e convergência de

valores sociais. A personalidade do homem situa-o como ser autônomo, conferindo-lhe dimensão de

natureza moral. No plano jurídico a personalidade é isto: a capacidade genérica de ser sujeito de

direitos, o que é expressão de sua autonomia moral.

Assim, diretamente conectado ao conceito de sujeito de direito, tem-se os conceitos de personalidade e

capacidade. A personalidade diz respeito à aptidão “de ser sujeito de direitos ou obrigações, ou seja, de exercer

determinadas atividades e de cumprir determinados deveres decorrentes da convivência em sociedade” (REALE,

2001, p. 216). Todos seres humanos que nascem com vida possuem personalidade, que também pode ser

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chamada de capacidade jurídica (Ferraz Júnior, 2003). É nesse sentido a redação do art. 2º, do Código Civil, que

determina: “a personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida” (BRASIL, 2002).

Por sua vez, capacidade é um termo que se refere à aptidão de exercer direitos e deveres, que não é inerente a

todos seres humanos devido a algumas condições de fato. O art. 3º do Código Civil, por exemplo, determina que

os menores de 16 anos são considerados absolutamente incapazes para o Direito Civil. Por outro lado, são

considerados relativamente incapazes:

Maiores de 16 e menores de 18 anos;

Ébrios habituais e viciados em tóxicos;

Aqueles que não puderem exprimir sua

vontade;

Pródigos.

Figura 3 - A lei considera os adolescentes relativamente incapazes


Fonte: Dmitry Kalinovsky, Shutterstock (2020).

Tendo estes conceitos em vista, destaca-se que existem duas espécies de sujeitos de direito: as pessoas físicas e

as pessoas jurídicas. A pessoa física é o indivíduo propriamente dito, o ser humano, considerado assim do seu

nascimento até sua morte. Utiliza-se o termo “pessoa natural” como sinônimo de pessoa física (FERRAZ JÚNIOR,

2003).

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Pessoa jurídica, por sua vez, não é um indivíduo tangível, mas de uma pessoa institucionalizada e abstrata,

capaz de desempenhar papel juridicamente relevante. É o caso, por exemplos, de empresas, entes federativos,

fundações, partidos políticos, igrejas, associações, etc.).

Para autores como Savgny, pessoas jurídicas são uma ficção do Direito (fictio juris), construídas de modo fictício

para corresponder a necessidades do mundo real. Em outras palavras, a pessoa jurídica “não existe como

entidade dotada de existência própria, mas como elemento técnico, uma conceituação ficta, mediante a qual os

juristas podem coordenar normas jurídicas distintas, para disciplinar a responsabilidade resultante do ato

associativo” (REALE, 2001, p. 218 e 219).

Em contraponto à teoria de Savgny, denominada teoria de ficção, tem-se a teoria organicista ou teoria real. Ela

afirma que, quando um conjunto de seres humanos se reúnem com um objetivo específico, tem-se uma entidade

nova. Esta ideia de coletividade existente em um grupo é, assim, uma entidade substancial, sendo a pessoa

jurídica, então, algo concreto, não ficcional (REALE, 2001).

Realizando um meio termo entre a teoria da ficção e a teoria real, a teoria do institucionalismo determina que

pessoas jurídicas não são uma mera ficção do Direito, como também não existem na realidade palpável. Uma

pessoa jurídica existe no plano teleológico (finalístico), pois trata-se de um conjunto de seres humanos que se

reúnem, com um fim comum, buscando uma finalidade definida (unidade de fins).

Pessoas jurídicas, por sua vez, podem ser de direito público (interno ou externo) ou de direito privado,

conforme previsto no art. 40 do Código Civil. O artigo seguinte do referido diploma legal enumera quem são as

pessoas jurídicas de direito público interno: União, Estados, Distrito Federal e Territórios, Municípios, autarquias

e associações públicas e demais entidades de caráter público criadas por lei. Já o art. 42 define quem são pessoas

jurídicas de direito público: os Estados estrangeiros e todas as demais pessoas regidas pelo direito internacional

público.

Por fim, pessoas jurídicas de direito privado são aquelas enumeradas no art. 44 do Código Civil (Brasil, 2002):

Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:

I - as associações;

II - as sociedades;

III - as fundações.

IV - as organizações religiosas;

V - os partidos políticos.

VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada.

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2.3 Dever jurídico e direito subjetivo

Dever jurídico e o direito subjetivo são conceitos intrínsecos ao entendimento de relação jurídica. Nesse sentido,

ao definir as relações jurídicas segundo a teoria tradicional, Kelsen (1998, p. 114 e 115) preceitua que

em estreita conexão com os conceitos de dever jurídico e de direito subjetivo (Berechtigung) está,

segundo a concepção tradicional, o conceito de relação jurídica. Esta é definida como relação entre

sujeitos jurídicos, quer dizer, entre o sujeito de um dever jurídico e o sujeito do correspondente

direito (Berechtigung) ou - o que não é o mesmo - como relação entre um dever jurídico e o

correspondente direito (Berechtigung) - definição em que as palavras “dever” (Pflicht) e “direito” (

Berechtigung) devem ser entendidas no sentido da teoria tradicional. Dizer que dever e direito se

correspondem significa que o direito é um reflexo do dever, que existe uma relação entre dois

indivíduos dos quais um é obrigado a uma determinada conduta em face do outro. Em ambos os

casos é uma relação constituída pela ordem jurídica.

Dever jurídico é, como se extrai desta denominação, um dever social, mas que pode ser exigido através do

direito, podendo-se exigir uma conduta do sujeito, imposta pelo Estado, através de normas. Para haver uma

relação de dever, é necessário que haja uma norma de obrigação que imponha uma conduta e uma sanção para o

não cumprimento desta conduta (FERRAZ JÚNIOR, 2003).

Por direito subjetivo apreende-se a ideia de poder jurídico, por ser uma capacidade concedida pela ordem

jurídica ao sujeito em uma relação jurídica para exigir o cumprimento de um dever jurídico de outro indivíduo

(KELSEN, 1998).

Tal conceito não é um mero reflexo do dever jurídico, pois abarca outras modalidades relacionais, como a

faculdade, liberdade, imunidade e capacidade dentro do direito de propriedade, por exemplo. Assim, do ponto de

vista da ciência do direito, o direito subjetivo serve para operar relações, que são reguladas por normas (FERRAZ

JÚNIOR, 2003).

Tendo em vista os conceitos apresentados, é necessário enfrentar a dicotomia entre direito objetivo e direito

subjetivo. Esta existe em um sentido que o direito, ao mesmo tempo que é um fenômeno objetivo composto de

normas de caráter universal, é também um fenômeno subjetivo, sob a perspectiva que torna sujeitos titulares de

poderes em deveres nas relações jurídicas (FERRAZ JÚNIOR, 2003).

Kelsen (1998, p. 134), que cunhou a Teoria Pura do Direito, defende que tal dualismo encontra-se superado,

pois, na verdade, afasta-se a dicotomia da seguinte maneira:

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ao analisar o conceito de pessoa como a personificação de um complexo de normas jurídicas, ao

reduzir o dever e o direito subjetivo (em sentido técnico) à norma jurídica que liga uma sanção a

determinada conduta de um indivíduo e ao tornar a execução de sanção dependente de uma ação

judicial a tal fim dirigida; quer dizer: reconduzindo o chamado direito em sentido subjetivo ao

Direito objetivo.

Em outras palavras, por meio de uma óptica objetivista-universalista, o direito objetivo absorve o direito

subjetivo, pois este só existe na dependência das normas positivadas. Assim, a teoria jurídica deve se preocupar

apenas com a análise estrutural do direito positivo (KELSEN, 1998).

Todavia, para outros doutrinadores, a dicotomia permanece e mostra-se necessária, pois a compreensão do

direito subjetivo é intrinsecamente conectada com o status libertatis dos cidadãos. Assim, tendo em vista a

liberdade, o direito como fenômeno subjetivo é capaz de analisar interesses individuais que impõem limites à

atividade estatal, que cuida do direito como fenômeno objetivo (FERRAZ JÚNIOR, 2003).

Por fim, cumpre ressaltar a utilização do termo “responsabilidade”, comum na temática de dever jurídico e

direito subjetivo. Trata-se, segundo Ferraz Júnior (2003), da exigência da prestação, intrínseca ao dever jurídico.

Ela pode ser subjetiva, quando decorre diretamente do vínculo estabelecido entre os sujeitos, ou objetiva,

quando decorre do risco potencial de uma situação, não das ações dos sujeitos ou de seu vínculo.

- 18 -
2.4 Fato, ato e negócio jurídico

Para compreender o conceito de fato e ato jurídico, é necessário, primeiramente, compreender o que é hipótese

normativa. A norma jurídica deve ser vista como um imperativo despicologizado, no sentido de que é um critério

para a conduta humana do ponto de vista universal, regulando comportamentos e outras funções. Desta maneira,

ao analisar os elementos da norma, tem-se a hipótese jurídica.

A hipótese jurídica é uma situação de fato (comportamento, fenômeno natural ou qualidade), prevista em uma

norma, da qual decorre um efeito jurídico (consequência). Assim, a hipótese normativa é, para o direito penal, o

“tipo”, enquanto para o direito tributário é o “fato gerador”, por exemplo (FERRAZ JÚNIOR, 2003).

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Atos e fatos jurídicos compõem a hipótese normativa, sendo então necessário distingui-los. Atos tem a ver com

ações, que podem ser tanto omissões quanto comissões. Assim, necessariamente tratam de interferências

voluntárias no curso da natureza. Fala-se em atos lícitos e atos ilícitos a depender se a ação humana foi em

conformidade ou desconformidade com a lei (FERRAZ JÚNIOR, 2003).

Já os fatos têm a ver com a ideia de “estado da coisa”, que independe de uma ação omissiva ou ativa, adentrando

no mundo jurídico em razão da interferência da vontade humana. Em outras palavras, “entendemos por fato

jurídico todo e qualquer fato, de ordem física ou social, inserido em uma estrutura normativa. Por dois modos

essa correlação se opera” (REALE, 2001, p. 185).

Em decorrência da noção da involuntariedade dos fatos jurídicos, decorrem conceitos importantes para o

direito, como o caso fortuito e a força maior, que podem trazer consequências jurídicas diferenciadas (FERRAZ

JÚNIOR, 2003).

Os negócios jurídicos, por sua vez, são uma espécie de relação jurídica obrigacional em que a “relação resulta

diretamente da vontade manifesta ou exteriorizada na forma da lei, sendo inseparável da vontade declarada”

(Reale, 2001, p. 208). Em relação ao objeto, existem três tipos de relações jurídicas: pessoais, obrigacionais e

reais.

Nesse sentido, existem dois elementos caracterizadores essenciais ao negócio jurídico:

A manifestação de vontade de situação jurídica capaz de gerar efeitos concretos;

A previsão destes efeitos nas cláusulas e condições constantes.

- 19 -
Nesse sentido,

donde poder-se dizer que negócio jurídico é o ato jurídico pelo qual uma ou mais pessoas, em virtude de

declaração de vontade, instauram uma relação jurídica, cujos efeitos, quanto a elas e às demais, se subordina à

vontade declarada, nos limites consentidos pela lei. Como se vê, todo negócio jurídico culmina numa relação

jurídica, ou abre possibilidade para instituí-la (REALE, 2001, p. 209).

Existem dois tipos de negócios jurídicos:

Típicos

São aqueles que possuem um modelo previsto em lei.

Atípicos

São aqueles que não encontram previsão expressa, mas são compatíveis com o ordenamento jurídico.

Então, observa-se que não é necessário “que a vontade exteriorizada coincida, ponto por ponto, com o fim

prefigurado no negócio, bastando que entre os efeitos práticos visados e a decisão volitiva haja um nexo de

razoável adequação” (REALE, 2001, p. 209).

Nos negócios jurídicos, os efeitos originados são pretendidos pelos agentes, pois foram previamente negociados

entre eles. Em outras palavras, no negócio jurídico “se procura criar normas para regular interesses nas partes”

(DINIZ, 2007, p. 42). Trata-se de um reconhecimento da autonomia da vontade pelo ordenamento jurídico e,

assim, “podemos constituir, modificar ou extinguir determinados tipos de relações jurídicas, disciplinando os

nossos interesses, nos limites e em função do interesse social” (Reale, 2001, p. 209).

Para que os negócios jurídicos garantam o exercício da autonomia da vontade juridicamente reconhecida, é

preciso que os agentes envolvidos sejam sujeitos capazes e devidamente legitimados para os atos. Nesse sentido,

Reale (2001) aponta que os negócios jurídicos exigem, portanto: manifestação expressa de vontade, objeto lícito

e forma prescrita (ou não vedada em lei).

Além disso, negócios jurídicos podem ser:

• Unilaterais

Geram uma declaração de vontade una, de uma única pessoa, como ocorre em testamento.

• Bilaterais

Nascem do encontro de vontades antagônicas harmonizadas, como é o caso dos contratos.

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Quanto à forma, podem ser:

• Solenes

Possuem forma determinada pela lei.

• Informal

São desprovidos de qualquer exigência de formalidade específica.

Já quanto ao momento da produção de efeitos podem ser:

• Mortis causa

Produzem efeitos somente após a morte da pessoa.

• Inter vivos

Possuem efeitos durante a vida.

Quanto ao ônus, podem ser:

• Gratuitos

Como, por exemplo, nas doações.

• Onerosos

-Quando exigem uma contrapartida.

Por fim, podem ser ainda:

• Causais

Com causa determinante da vontade.

• Abstratos

Com elemento causal secundário.

Segundo Kelsen (1998), o negócio jurídico mais relevante e mais comuns do ordenamento jurídico são os

negócios jurídicos bilaterais (ou plurilaterais). Isso ocorre porque exige maior atenção devido à necessidade de

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uma pacificação de vontades e uma observância entre as vontades declaradas e a realidade, o que pode gerar

discrepâncias. Justamente estas discrepâncias é que devem ser analisadas pelo direito e, caso seja necessário,

dependendo do caso, a declaração pode ter mais peso que a vontade de fato, ou o contrário.

Por fim, cumpre ressaltar que o negócio jurídico também é fonte do Direito, com base na autonomia dos agentes.

Nesse sentido, afirma Kelsen (1998, p. 179), que

Na medida em que a ordem jurídica institui o negócio jurídico como fato produtor de Direito, confere

aos indivíduos que lhe estão subordinados o poder de regular as suas relações mútuas, dentro dos

quadros das normas gerais criadas por via legislativa ou consuetudinária, através de normas criadas

pela via jurídico-negocial.

Assista aí

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é isso Aí!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as causas e formas que fazem com que uma norma deixe de ter validade;
• aprender sobre conceitos como revogação, caducidade, repristinação, fato, ato e negócios jurídicos;
• compreender os termos da relação jurídica, os sujeitos de direito (conceito e espécies), dever jurídico e
direito subjetivo.

Referências
BOBBIO, N. Teoria da norma jurídica. 2ª ed. Bauru: Edipro, 2003.

_____. Teoria do ordenamento jurídico. Brasília: UnB, 1995.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988. Disponível

em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 31 jan. 2019.

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_____. Decreto-Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Institui a Lei de Introdução às Normas do Direito

Brasileiro. Diário Oficial da União, Brasília, 9 set. 1942. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03

/decreto-lei/Del4657compilado.htm>. Acesso em: 5 dez. 2019.

_____. Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília, 11 jan.

2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/l10406.htm>. Acesso em: 11 dez. 2019.

DIDIER, F. Curso de direito processual civil. 17. ed. Salvador: JusPodvm, 2015.

DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. v. 2.

FERNANDES, B. G. Curso de Direito Constitucional. 11ª ed. Salvador: JusPodivm, 2019.

FERRAZ JÚNIOR, T. S. Introdução ao estudo do Direito: técnica decisão dominação. 4ª ed. São Paulo: Atlas,

2003.

KELSEN, H. Teoria pura do Direito. 6ª ed. São Paulo: Martins Fontes,1998.

REALE, M. Lições preliminares de Direito. 25ª ed. São Paulo: Saraiva, 2001.

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