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Hermenêutica e Argumentação Jurídica

Escolas de Hermenêutica

Formalismo - Apego exagerado à lei

Antiformalismo - A verdade da lei é


Categorias relativa

Positivismo - Direito é ciência, além


de ser neutro

Neopositivismo - Volta dos valores

Principais Escolas

Escola da Exegese
Sua doutrina visava proclamar a onipotência (todo poder) jurídica
do legislador;
O aplicador do direito só faria uso de outras fontes se a própria lei
o permitisse expressamente.
Extremo culto ao texto;
Só o direito codificado tinha relevância para o mundo jurídico;
O texto legal era infalível, possibilitava um direito uniforme sem
margem para incerteza;
Espécies de interpretações aceitas: gramatical e racional;
A escola da Exegese não acompanhou a dinâmica da sociedade,
tomando a lei como única fonte do Direito, a partir disso veio seu
declínio;
Escola formalista.
Escola Histórica
Aconteceu no mesmo período da Escola da Exegese, na Alemanha;
Enquanto a Exegese valorizava ao extremo o código, a escola
Histórica acreditava que as leis representavam uma realidade
histórica, e por isso o significado da lei era mutável e não fixo;
O direito não poderia ser atemporal.
A escola histórica acreditava que a essência da norma jurídica
estaria contida nos usos, costumes e nas crenças dos grupos sociais
e, procurava compreender o direito e não apenas reconhece-lo;

Escola Histórica - Evolutiva


O direito deveria se manter sempre atual;
A lei precisa ser interpretada como realidade histórica, sua
interpretação deve ser atualizadora e adaptada à realidade;
Se torna importante buscar não a vontade do legislador
manifestada durante o procedimento legislativo, mas investigar
que vontade aquele legislador teria em face da nova realidade
social;
O interprete não pode criar normas em cima da lei, apenas
adaptá-las.

Escola Pandectista
Essa escola caminhou para um cientificismo;
Cientistas do direito elaboravam conceitos bem definidos, para
tornar segura sua aplicação em vários lugares e épocas;
Escola formalista, sem apego exagerado;
Entendia o direito como fenômeno racional-universal.
O nome da escola teve origem das Pandectas, que tratavam de
normas de Direito Civil e as respostas dos jurisconsultos às questões
formuladas.
Positivismo Jurídico

Trata-se da aplicação da filosofia positivista do direito, a qual retira


dele a ideia de justiça.
Para quem a organização da sociedade está condicionada a leis que
regem os fatos sociais, sem margem a considerações metafísicas. -
Auguste Comte
Para a teoria objetiva do direito importava mais o conjunto das
normas postas pelo Estado, através de suas autoridades competentes,
do que a realidade social propriamente dita. - Margarida Maria
Lacombe Camargo
Entende-se por positivismo jurídico o movimento que envolve todas as
doutrinas que, repelindo as especulações [...] metafísicas no terreno
jurídico [que não consideram a experiência advinda da prática], tem
como única realidade jurídica a que se encontra nos códigos (leis
penais fundamentais) e na legislação extravagante (leis penais
especiais). - René Ariel Dotti

Fases do positivismo em relação à interpretação

Jurisprudência dos Conceitos


Logica formal positivista;
A partir dos textos da lei o direito te a função de criar conceitos (ao
contrário da escola pandectista, onde o conceito já existia);
A interpretação é macanista, o juíz não tem poder criador;
A ciência do dieito possibilita uma única resposta concreta,
independentemente da subjetividade do intérprete;
Características de acordo com Miguel Reale:
a) Todo o direito está presente na lei, sua única fonte;
b) O direito é formado por um sistema de conceitos;
c) Esses conceitos jurídicos impedem que a ordem jurídica contenha lacunas;
d) Só a lei pode impor obrigações e reconhecer direitos;
e) A lei é aplicada a toda ordem jurídica por processos lógicos-dedutivos;
f) As espécies interpretativas admissíveis são apenas a gramatical, a lógica e
a sistemática (Falta a doutrinária).
Jurisprudência dos Interesses
A decisão judicial deve ter relação com base na realidade social;
O direito deveria ser constituído como resposta às necessidades dos mais
necessitados, no entanto na pratica teve seu olhar direcionado para as
maiorias;
O juiz não goza de liberdade de interpretação, fica adstrito ao direito
positivo.
Esse cumprimento da norma positivada ocorre não literalmente, pois serão
consideradas as valorações e interesses que o legislador buscava
proteger.

Jurisprudência dos Valores


Pós - positivista;
O direito não pode deixar de considerar a ética, de se preocupar com o
justo;
A lei deve ser interpretada e aplicada de acordo com os valores que ela
tutela;

A lógica do razoável
O juiz deve interpretar a lei de modo e segundo o método que o leve à
solução mais justa dentre todas as soluções possíveis. No caso concreto,
ele antecipa mentalmente os efeitos que a aplicação da norma jurídica
haverá de produzir na realidade social em cada uma das possíveis
soluções.

Entre a jurisprudência dos interesses e a jurisprudência dos valores houve o


Movimento para o Direito Livre, que propõe a busca livre do direito, ou seja, o
aplicador não se limita à vontade do legislador encontrada na lei, mas, se
necessário, age criando o direito para o caso concreto.
Propõe a busca livre do direito, ou seja, o aplicador não se limita à vontade
do legislador encontrada na lei, mas, se necessário, age criando o direito para
o caso concreto, e para cada caso concreto, o juiz deve decidir conforme a
regra que ele mesmo estabeleceria se fosse o legislador.
O que motivou essa ideia foi que nem todo direito positivado
coincidiria com a realidade social, que está em constante mudança.

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