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No capítulo 6.

1 trata da crítica à teoria que o juiz atua a vontade concreta da lei, uma
vez que o direito é a lei. Para o juiz, basta aplicar a norma geral aos casos concretos
(subsunção). Sendo a legislação completa, não cabe ao juiz interpretações que
extrapolem o texto, sejam estas de caráter constitucional ou socioeconômico
(igualdade formal); à jurisdição é negada a consideração das particularidades do caso.
Ao juiz resta o papel mecanicista e acrítico de mero aplicador de leis, sem recurso à
interpretação ou concessão de sentido ao caso concreto.
No capítulo 6.2 há uma visão crítica a teoria de Carnelutti, que diz ser a função do juiz
à composição da lide, pois a este cabe criar a norma individual que regula o caso
concreto (função declaratória). Pari passu, a teoria de Kelsen diz ser o juiz àquele que
cria a norma individual com base na norma geral (pirâmide kelseniana). No fim, ambas
diferem apenas quantitativamente, afinal estão submetidas ao mesmo princípio da
supremacia da lei. Face a isto, o autor critica Kelsen por concluir que o juiz cria
direitos. Por fim, a norma individual não deve e nem pode negar a própria realidade
singular (tempo-espaço) e ao mesmo tempo plural (democrática).
No capítulo 6.3 face ao pluralismo e a necessidade da compreensão dos casos
concretos, o juiz adquire o encargo de dar-lhes sentido. Enquanto interprete, à sua
sentença deve traduzir à realidade, através da observância e compreensão dos novos
fatos sociais. Esta percepção é fundamental para pautar conflitos que ultrapassam o
judiciário, devido a sua relevância democrática. Por fim, isto confere ao juiz a
legitimidade para atribuir novos sentidos aos casos que surgem, reconstruir também o
significado de casos já existentes.
No capítulo 6.4 e capítulo 6.5, Para definir o caso concreto é necessário uma análise
prévia da lei, e para conformá-la ao caso é imprescindível à atribuição de sentido.
Quanto ao papel da jurisdição, esta deve fornecer uma interpretação face aos direitos
fundamentais e aos princípios constitucionais, e se necessário deve exercer o controle
de constitucionalidade; a supremacia da constituição face a lei.
No capítulo 6.6 Partindo dos pressupostos anteriores; diante de um texto com amplo
sentido, o juiz deve buscar a interpretação que garanta a maior efetividade a
constituição (Regra hermenêutica – regra de interpretação de acordo). A técnica de
interpretação conforme, permite a adoção e fixação de uma interpretação
constitucional da lei ao passo que se opera a exclusão daquela que seja
inconstitucional, sem prejudicar o dispositivo. A técnica de declaração parcial de
nulidade sem redução do texto, permite a declaração da inconstitucionalidade da lei
em uma situação exclusiva, sem prejudicar a constitucionalidade do dispositivo. Na
presença de um conflito entre direitos fundamentais, cabe o uso dos postulados, como
o da ponderação. Todos estes processos são regidos pelos direitos fundamentais e os
princípios constitucionais, os quais se vinculam ao labor judicial e legislativo.
No Capítulo 6.7 aborda a conformação da lei que faz com que o juiz mediante
interpretação ou controle de constitucionalidade, crie assim uma norma jurídica para
justificar sua decisão. Enfatiza que, o juiz propõe, distinção entre dispositivo (texto da
lei), norma jurídica (interpretação do texto legal, resultado da interpretação). Por fim, o
juiz passa a criar uma norma jurídica para justificar a sua decisão, a partir da
reconstrução da ordem jurídica ao conceder significado aos textos da constituição e da
legislação infraconstitucional.
No Capítulo 6.8 transcorre sobre o significado da norma jurídica que tutela um direito
fundamental diante de outro direito fundamental. O conflito de dois direitos
fundamentais por meio da norma jurídica se dá a partir de postulado normativo
(constitui uma metanorma). Soluciona conflitos concretos e promove a efetividade dos
direitos fundamentais, protegendo dos direitos em face a outro.
No Capítulo 6.9, decorre que a criação da norma jurídica estaria em face das teorias
clássicas da jurisdição. A jurisdição não atua na vontade da lei como Chiovenda, não
existe norma individual do caso concreto. O juiz teria a função de reconstruir a norma
jurídica, com uso da intepretação de acordo com a Constituição, do controle de
constitucionalidade, postulados normativos. Assim, modificando o antigo significado de
que a lei criava a norma individual a partir da norma geral.
No capítulo 6.10, objetiva esclarecer que os juízes podem criar o direito em
determinadas situações excepcionais. Apresenta a tese de Eugenio Bulygin em
contrapartida com a de Kelsen, ao afirmar que o juiz não cria o direito a partir de
norma individual defendida por Kelsen. Dessa forma, a inconsequência de Kelsen se
dispõe em que não há razão para aplicação de norma geral não positiva. Se a norma
criada por ato humano, nada impede de que o juiz crie a norma geral, que essa seria
dotada de positividade.
No capítulo 6.11, define a teoria de que a jurisdição pode criar o direito diante do
constitucionalismo contemporâneo. O autor vai ressaltar que atualmente o juiz opera a
reconstrução interpretativa de uma norma jurídica, quando não há norma geral
existente. Casos de interpretação de acordo, de interpretação conforme e de
declaração parcial de nulidade sem redução de texto, a norma geral é visivelmente
conformada, o juiz reconstrói a norma jurídica. Situações de declaração de
inconstitucionalidade, controle de inconstitucionalidade por omissão e de tutela de um
direito fundamental diante do outro no caso concreto, não se pode falar em criação do
direito pelo juiz.
No capítulo 6.12 o poder judicial de reconstruir interpretativamente o direito e força
obrigatória dos precedentes. Objetiva compreender, o sistema judicial no qual os
precedentes tem força obrigatória vincula a interpretação de juízes e tribunais federais.
Destaca que, os precedentes do STJ e do STF tem força obrigatória, em sua maioria
interpretativa. Quando um precedente interpreta a lei ou a Constituição, há direito
preexistente com força normativa. Conclui que, a força obrigatória do precedente não
significa que o judiciário tem poder para criar o direito.

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