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CAMPINA GRANDE – PB
DEZEMBRO/2020
PROF.ª DR.ª ROSIMEIRE VENTURA LEITE
CAMPINA GRANDE – PB
DEZEMBRO/2020
SUMÁRIO
3.0 INTRODUÇÃO
4.0 OBJETIVOS
4.1 Objetivos propostos e discussão das ações desenvolvidas
4.2 Objetivos alcançados
13.0 ANEXOS
RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO
Matrícula: 152225277
E-mail: claracorban@gmail.com
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 87642866
3.0 - INTRODUÇÃO
Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.
Nesta senda, é imperioso trazer o debate da pornografia não consensual para dentro das
salas de aula, sabendo-se dos inúmeros casos e dos paradigmas dessa ação. Ao passo que é
importante dismistificar as implicações para o senso comum. Em nosso páis, na maior parte dos
casos, é corriqueiro a transferencia a culpa do infrator para a vítima, algo que para nós,
operadores do direito, e para toda a sociedade em geral, deve ser inadimissível.
Os casos em que acontece a divulgação de imagens com conteúdo sexual, não permitida
pela vítima, geram tamanho grau de constrangimento, não tão somente àquele que sofreu a
agressão, mas também à toda sua família, que por vezes, acaba tendo de se deslocar da sua
região, em busca de paz e anonimato. A conduta prevista na norma penal supracitada, também
pode acarretar transtornos psicológicos à vítima, levando-a em circunstâncias mais graves, ao
suicídio.
Por fim, o presente estudo desenvolvido pelos alunos integrantes, seguindo os
ensinamentos e orientações da admirável professora doutora Rosimeire Ventura Leite, buscou
prosseguir através do debate e do diálogo, com a conscientização de jovens e adolescentes
acerca da temática apresentada, mantendo o interesse em desmistificar alguns institutos do
direito penal e principalmente a ideia de impunidade para menores.
4.0 - OBJETIVOS
Com estes objetivos, a pesquisa justifica-se pela necessidade de trazer o diferente ponto
de vista da graduação para as salas de aula repletas de adolescentes com seus vários universos
individuais. A pressão púbere, o autoconhecimento, os sentimentos, o comportamento e todos
os demais dilemas da adolescência, colocam estes em situação delicada. Assim, é necessário
trabalhar esses temas na escola, afim de propiciar a edificação da própria identidade do aluno e
contribuir para a construção de civilidade.
Na busca de seguir com as atividades, foi criado um grupo de discussões pelo veículo
de informação Whatsapp contando com 19 (dezenove) alunos entre as turmas do 3ºA (terceiro
ano A) e 3ºB (terceiro ano B) que se voluntariaram e disponibilizaram seus números
telefônicos para fazer parte da pesquisa. Curiosamente a maior parte dos alunos que
participaram das ações foram do sexo feminino.
Como dito anteriormente, devido a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, alguns
objetivos não puderam ser alcançados. Tivemos a breve oportunidade de enviar alguns
conteúdos para o grupo de pesquisa envolvendo os alunos, através de textos, áudios, cartazes
informativos e de um vídeo gravado por um dos integrantes do projeto, explicando o tema e
norteando os alunos.
O que incentivou por um tempo, discussões no grupo, inclusive depoimentos pessoais
de alunas que sofreram com a divulgação não consentida da sua imagem e de conteúdos
pornográficos, bem como relatando acontecimentos ocorridos de pessoas próximas.
Cogitamos a possibilidade de realizar uma chamada de vídeo entre os integrantes do
projeto e os alunos da escola para realizar um debate mais aprofundado e de forma a agregar
conhecimento, contudo sem sucesso devido à precariedade de equipamentos telefônicos dos
alunos, a deficiência no manejo das tecnologias e problemas com a internet. Assim, optamos
pela aplicação de questionário online pelo Google Forms, o que serviu para nos nortear no
decorrer da pesquisa.
Por fim, há de se destacar a dificuldade em manter o interesse dos alunos focados na
temática. Assim como reconhecendo as dificuldades destes em permanecer no grupo para
discutir, promover o debate e apreender o conteúdo, tendo complacência à vida pessoal, as
atividades escolares, os problemas e os afazeres de cada indivíduo, principalmente no contexto
de uma pandemia. Neste viés, compreendemos a saída voluntária e coletiva dos alunos do
grupo no mês de Novembro, o que entendemos pelo caráter eletivo do projeto.
Aqui se reconhece e denuncia lamentavelmente a precariedade e irreverência com que
lidamos em nosso país, em termos de assistencia de equipamentos e de acessibilidade, do
descaso do Estado com respeito ao acesso à informação por parte de alunos do ensino
fundamental e médio público brasileiro.
Quando Saori Teixeira chegou à escola, os colegas lhe encaravam com expressão de
ultraje. O nó na garganta apertou quando, além dos cochichos e olhares furtivos, a
menina se deparou com fotos suas na parede da escola em que estudava, no Recife.
Eram retratos íntimos, que havia compartilhado ao confiar em um garoto com quem
tinha se envolvido. Ela tinha 12 anos. Não demorou muito para que fosse chamada à
diretoria, juntamente com seus pais, acionados pela escola. "Fui expulsa e apanhei
muito dos meus pais, que são religiosos", conta. Saori, hoje com 16 anos, foi vítima de
pornografia de vingança. O garoto que divulgou suas fotos tinha 17 anos. "Ele pedia
para fazermos sexo novamente, me ameaçou dizendo que ia espalhar as fotos para a
escola, e eu não quis", relata. A partir daí, ficou muito difícil para que a adolescente
voltasse a viver como antes. Amigos viraram as costas e dedos condenatórios lhe
apontavam como se fosse uma criminosa. "Fui obrigada a parar de estudar por uns dois
anos. Não saía, não fazia nada a não ser ser viver trancada em casa. Cheguei a entrar
em depressão, tentei me matar e fui parar no hospital. Hoje, aprendi a lidar com tudo
isso, a ser forte. Mas ainda choro muito e tomo remédios", diz. O crime não terminou
naquele dia traumático há quatro anos: não raro, a adolescente encontra suas fotos em
diferentes sites.
Identificação da 6ª etapa do projeto: Por fim, no mês de Novembro de 2020 foi enviada
nossa última atividade, sendo um vídeo produzido pelos extencionistas, explicando os impactos
das condutas previstas no art. 218-C do Código Penal, tema principal do nosso trabalho, tanto
para maiores de idade quanto para adolescentes no regimento do ECA, ao passo que realizamos
os agradecimentos finais aos alunos que permaneceram no grupo, tendo em vista que houveram
muitas dificuldades em manter o quórum inicial. Porém, importante mencionar que a carência de
aparato tecnológico dos alunos, tais como bons equipamentos telefônicos e internet de
qualidade, seria possível realizar chamadas de vídeo e palestras de forma remota. Porém, vale
novamente salientar que a precariedade tecnológica dos alunos da rede pública, que vivem nas
zonas periféricas da sociedade, torna difícil não somente o acesso à informação, como também
ao aprendizado.
A gestão pública da cidade deve traçar novas estratégias e investir recursos nesse setor,
principalmente devido ao atual cenário em que nos encontramos isolados socialmente,
ocasionado pela pandemia do novo coronavírus. É de fundamental importância que os alunos
tenham condições de ter acesso à educação mesmo que de maneira remota, e para isso precisam
das ferramentas essenciais, pois é um direito constitucional e de todos o acesso à informação,
estampado no art. 5º, inciso XIV da Constituição da República Federativa do Brasil.
7.0 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS
As ações começaram a ser planejadas no mês de Fevereiro de 2020, para começar a ser
efetivadas no mês de Março do mesmo ano. Porém, foram suspensas com o fechamento das
escolas. A suspensão do projeto foi de Março de 2020 até Agosto do mesmo ano, quando
retomamos o projeto numa tentativa de dar continuidade à extensão de forma remota.
FEVEREIRO/2020
Análise de atividades;
MARÇO-AGOSTO/2020
AGOSTO/2020
SETEMBRO/2020
Primeiras atividades;
OUTUBRO/2020
Aplicação de questionário;
Discussão acerca da aplicação do questionário, com apontamentos e
esclarecimentos da matéria estudada;
NOVEMBRO/2020
DEZEMBRO/2020
Avaliação do projeto.
Nesta senda, a aplicação das ferramentas tecnológicas ao nosso alcance para difundir o
conhecimento dos casos forenses, das dinâmicas, dos informes, das pesquisas bibliográficas e
dos textos legislativos, foram limitadas à transmissão via Whatsapp, de forma remota. Logo, é
perceptível que alguns resultados inicialmente planejados não foram alcançados em virtude de
toda uma revolução social desencadeada pelo Coronavírus.