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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA - UEPB PRÓ-

REITORIA DE EXTENSÃO - PROEX

PROF.ª DR.ª ROSIMEIRE VENTURA LEITE

APRENDIZADO E CONSCIENTIZAÇÃO PARA


ADOLESCENTES E JOVENS ACERCA DA
PORNOGRAFIA NÃO CONSENSUAL E SUAS
IMPLICAÇÕES NO DIREITO PÁTRIO

CAMPINA GRANDE – PB
DEZEMBRO/2020
PROF.ª DR.ª ROSIMEIRE VENTURA LEITE

APRENDIZADO E CONSCIENTIZAÇÃO PARA


ADOLESCENTES E JOVENS ACERCA DA
PORNOGRAFIA NÃO CONSENSUAL E SUAS
IMPLICAÇÕES NO DIREITO PÁTRIO

Relatório Final apresentado à Comissão


de Avaliação de Programas/Projetos de
Extensão da PROEX/UEPB, como
requisito para a finalização das ações de
extensão junto a esta Pró-Reitoria.

CAMPINA GRANDE – PB
DEZEMBRO/2020
SUMÁRIO

1.0 APRESENTAÇÃO DOS DADOS CADASTRAIS

2.0 IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES


2.1 Coordenação geral
2.2 Número total de alunos participantes
2.3 Número total de alunos bolsistas participantes
2.4 Total de alunos participantes
2.5 Identificação dos alunos participantes com direito a certificado

3.0 INTRODUÇÃO

4.0 OBJETIVOS
4.1 Objetivos propostos e discussão das ações desenvolvidas
4.2 Objetivos alcançados

5.0 METODOLOGIA, ESTRATÉGIAS DE AÇÃO, MATERIAL E MÉTODOS

6.0 ETAPAS DO PROJETO: Identificação e Descrição

7.0 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS

8.0 DURAÇÃO DO PROJETO

9.0 IDENTIFICAÇÃO DA COMUNIDADE PARTICIPANTE NA AÇÃO


DE EXTENSÃO

10.0 LOCAL DE REALIZAÇÃO

11.0 RESULTADOS E CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO À COMUNIDADE

12.0 EVENTOS DE EXTENSÃO REALIZADOS

13.0 ANEXOS
RELATÓRIO FINAL DAS ATIVIDADES DE EXTENSÃO

1.0 – APRESENTAÇÃO DOS DADOS CADASTRAIS


 Título do Projeto: “Aprendizado e conscientização para adolescentes e jovens acerca da
pornografia não consensual e suas implicações no direito pátrio

 Área Temática: Educação


 Linha Programática: Direitos individuais e coletivos
 Nº de Cadastro/ registro do Projeto na PROEX:

2.0 – IDENTIFICAÇÃO DOS PARTICIPANTES


2.1 COORDENAÇÃO GERAL
 Nome: Rosimeire Ventura Leite
 E-mail: venturaleite@terra.com.br
 Centro: Centro de Ciências Jurídicas
 Departamento de Lotação: Departamento de Direito Público da Universidade
 Estadual da Paraíba
 Curso: Direito
 Contato: (83) 9 9928-7035

2.2 NÚMERO DE ALUNOS VOLUNTÁRIOS PARTICIPANTES: 7 (sete) alunos

2.3 NÚMERO DE ALUNOS BOLSISTAS PARTICIPANTES: 1 (Um) aluno

2.4 TOTAL DE ALUNOS PARTICIPANTES (voluntários + bolsistas): 8 (oito) alunos

2.5 IDENTIFICAÇÃO DOS ALUNOS PARTICIPANTES COM DIREITO A


CERTIFICADO:

 NOME: ALINE BARBOSA DOS SANTOS


Matrícula: 152220160
E-mail: aline08san@gmail.com
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 991925595
 NOME: ARTHUR DOS SANTOS SOUZA
Matrícula: 152220402
E-mail: arthursantos0329@gmail.com
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 987973366

 NOME: CLARA CORBAN BRITTO GUERRA

Matrícula: 152225277
E-mail: claracorban@gmail.com
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 87642866

 NOME: GUILHERME ZILSON DE ALMEIDA ROMÃO


Matrícula: 162225563
E-mail:
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 96282499

 NOME: LARAH DINIZ AZEVEDO


Matrícula: 152220194
E-mail: larahdin@gmail.com
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 99115101
 NOME: MAGDA FRANKLIN PEREIRA
Matrícula: 152220232
E-mail: magda_franklin123@hotmail.com
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 96694613
 NOME: MÁRCIA GOMES DE BARROS
Matrícula: 192232304
E-mail: gmarcia546@gmail.com
Curso: Licenciatura em Letras (Espanhol)
Contato(s): 83 93345076
 NOME: RAMYREZ RAMONN TAVARES ANTUNES
Matrícula: 152220143
E-mail: ramyrezramonn@gmail.com
Curso: Bacharel em Direito
Contato(s): 83 991795149

3.0 - INTRODUÇÃO

O presente Projeto de Extensão intitulado “Aprendizado e Conscientização para


Adolescentes e Jovens Acerca da Pornografia não Consensual e suas Implicações no Direito
Pátrio” é a continuidade de um trabalho desenvolvido no seio escolar, inicialmente explorado e
aprofundado na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Senador Argemiro de
Figueiredo (Polivalente) na quota de 2018/2019, e que porsteriormente preservou pela
continuidade devido tamanha repercussão e resultados positivos obtidos no período mencionado.
Sendo assim, o Projeto em questão conservou a vontade de prosseguir difundindo o
conhecimento no âmbito educacional, acerca da exposição virtual indevida de caráter
pornográfico, e os impactos de tais condutas no Direito brasileiro, tendo como foco na quota
2019/2020 os alunos do ensino médio do EEEM. Dr. Elpídio de Almeida (Colégio Estadual da
Prata) de Campina Grande – PB.
Neste contexto, é importante ressaltar como as novas tecnologias desencadearam, através
de uma verdadeira revolução social, a virtualização das inter-relações humanas. Jovens e
adolescentes, atualmente reféns de grandes empresas e veículos de comunicação que atendem
pelo nome de “Redes Sociais”, tais como Instagram, Facebook e Whatsapp, demonstram a cada
dia mais interesse pelo manejo e uso dessas ferramentas.
O ânimus de se manter atualizado, assim como de ser monitorado através do
compartilhamento de fotos, imagens, vídeos nos “stories”, até mesmo a sua localização
geográfica em tempo real; a perseguição e desespero por curtidas e comentários, são elementos
que fazem o público adolescente trocar informações de todos os gêneros. O que acaba por
colocar em cheque o princípio constitucional da liberdade individual.
Para além da exibição, a má utilização desses meios de comunicação, de forma
inconsequente, pode gerar danos irreparáveis, tendo em vista o alto nível de exposição da
imagem e da vida pessoal dos usuários. É incontrolável os conteúdos que chegam até os mais
diversos tipos de público, ao passo que perigoso a difusão destes, sabendo que é complicado
impor limites e filtros ao teor das mídias audiovisuais propagadas, o que coloca o adolescente
em uma situação de vulnerabilidade.
A preocupação desse estudo é justamente direcionada ao uso indevido desses recursos.
Aqui se buscou a finalidade de educar e conscientizar, demonstrando os impactos que a conduta
prevista no recente dispositivo penal, sancionada pela Lei 13.718/18, incorporada ao Art. 218-C
do Código Penal, pode repercurtir. In litteris:
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou
de pornografia.

Art. 218-C. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda,


distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de
comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática –, fotografia, vídeo ou
outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou
que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de
sexo, nudez ou pornografia:

Pena – reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, se o fato não constitui crime mais grave.

Nesta senda, é imperioso trazer o debate da pornografia não consensual para dentro das
salas de aula, sabendo-se dos inúmeros casos e dos paradigmas dessa ação. Ao passo que é
importante dismistificar as implicações para o senso comum. Em nosso páis, na maior parte dos
casos, é corriqueiro a transferencia a culpa do infrator para a vítima, algo que para nós,
operadores do direito, e para toda a sociedade em geral, deve ser inadimissível.
Os casos em que acontece a divulgação de imagens com conteúdo sexual, não permitida
pela vítima, geram tamanho grau de constrangimento, não tão somente àquele que sofreu a
agressão, mas também à toda sua família, que por vezes, acaba tendo de se deslocar da sua
região, em busca de paz e anonimato. A conduta prevista na norma penal supracitada, também
pode acarretar transtornos psicológicos à vítima, levando-a em circunstâncias mais graves, ao
suicídio.
Por fim, o presente estudo desenvolvido pelos alunos integrantes, seguindo os
ensinamentos e orientações da admirável professora doutora Rosimeire Ventura Leite, buscou
prosseguir através do debate e do diálogo, com a conscientização de jovens e adolescentes
acerca da temática apresentada, mantendo o interesse em desmistificar alguns institutos do
direito penal e principalmente a ideia de impunidade para menores.

4.0 - OBJETIVOS

4.1 - OBJETIVOS PROPOSTOS E DISCUSSÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS


Apresentar e promover discussões com o fim de conscientizar os alunos do Ensino
Médio acerca dos riscos da exposição de imagens nos vários veículos da internet.

Alertar o público alvo, os impactos da divulgação de imagens com conteúdo


pornográfico de forma não consentida, à vítima, à sua família, e também a sociedade em geral,
a fim de despertar o interesse para que os jovens tomem os devidos cuidados.

Apontar maneiras de combater essas condutas, ao tempo que impulsionar e estimular o


pensamento crítico e analítico dos estudantes sobre o tema.

Demonstrar as repercussões que tais condutas podem provocar na esfera do direito


penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.

Com estes objetivos, a pesquisa justifica-se pela necessidade de trazer o diferente ponto
de vista da graduação para as salas de aula repletas de adolescentes com seus vários universos
individuais. A pressão púbere, o autoconhecimento, os sentimentos, o comportamento e todos
os demais dilemas da adolescência, colocam estes em situação delicada. Assim, é necessário
trabalhar esses temas na escola, afim de propiciar a edificação da própria identidade do aluno e
contribuir para a construção de civilidade.

Assim, as ações planejadas de forma conjunta pelos pesquisadores, foram inicialmente


no intuito de promover palestras, debates e discussões em salas de aula com os alunos do
ensino médio do Colégio Estadual da Prata, para promover um ambiente em que se possa
dialogar e explorar a temática.

Em decorrência da pandemia desencadeada pelo novo COVID-19 ou popularmente


conhecida como coronavírus não houve a possibilidade de executar as ações planejadas
presencialmente, pelo fato de que não somente as escolas, como todas as instituições de ensino
do Brasil suspenderam desde Março de 2020, as suas atividades presenciais, colocando os
corpos docentes e discentes em quarentena e isolamento social, por tempo indeterminado.

Destarte, não houve condições de dar continuidade ao projeto presencialmente,


considerando que este fora pensado para ser executado desta forma, em sala de aula. Contudo,
houveram tentativas de comunicação com a direção da escola alvo do projeto, porém sem
sucesso. Apesar disso, na preocupação de prosseguir com o planejado, deliberamos pelo
redirecionamento da escola objeto de pesquisa, para o EEEFM. Nina Alves de Lima, devido
afinidade de um dos alunos integrantes do projeto com a direção da escola mencionada.

Na busca de seguir com as atividades, foi criado um grupo de discussões pelo veículo
de informação Whatsapp contando com 19 (dezenove) alunos entre as turmas do 3ºA (terceiro
ano A) e 3ºB (terceiro ano B) que se voluntariaram e disponibilizaram seus números
telefônicos para fazer parte da pesquisa. Curiosamente a maior parte dos alunos que
participaram das ações foram do sexo feminino.

4.2 OBJETIVOS ALCANÇADOS

Como dito anteriormente, devido a pandemia ocasionada pelo novo coronavírus, alguns
objetivos não puderam ser alcançados. Tivemos a breve oportunidade de enviar alguns
conteúdos para o grupo de pesquisa envolvendo os alunos, através de textos, áudios, cartazes
informativos e de um vídeo gravado por um dos integrantes do projeto, explicando o tema e
norteando os alunos.
O que incentivou por um tempo, discussões no grupo, inclusive depoimentos pessoais
de alunas que sofreram com a divulgação não consentida da sua imagem e de conteúdos
pornográficos, bem como relatando acontecimentos ocorridos de pessoas próximas.
Cogitamos a possibilidade de realizar uma chamada de vídeo entre os integrantes do
projeto e os alunos da escola para realizar um debate mais aprofundado e de forma a agregar
conhecimento, contudo sem sucesso devido à precariedade de equipamentos telefônicos dos
alunos, a deficiência no manejo das tecnologias e problemas com a internet. Assim, optamos
pela aplicação de questionário online pelo Google Forms, o que serviu para nos nortear no
decorrer da pesquisa.
Por fim, há de se destacar a dificuldade em manter o interesse dos alunos focados na
temática. Assim como reconhecendo as dificuldades destes em permanecer no grupo para
discutir, promover o debate e apreender o conteúdo, tendo complacência à vida pessoal, as
atividades escolares, os problemas e os afazeres de cada indivíduo, principalmente no contexto
de uma pandemia. Neste viés, compreendemos a saída voluntária e coletiva dos alunos do
grupo no mês de Novembro, o que entendemos pelo caráter eletivo do projeto.
Aqui se reconhece e denuncia lamentavelmente a precariedade e irreverência com que
lidamos em nosso país, em termos de assistencia de equipamentos e de acessibilidade, do
descaso do Estado com respeito ao acesso à informação por parte de alunos do ensino
fundamental e médio público brasileiro.

5.0 – METODOLOGIA, ESTRATÉGIAS DE AÇÃO, MATERIAL E MÉTODOS

Antes do contexto da pandemia, foram discutidas e relizadas reuniões de forma conjunta


entre os extensionistas e a coordenadora do projeto, afim de viabilizar a execução do
cronograma da melhor forma. Assim, durante o período de vigência, apresentariamos os
conteúdos propostos gradativamente, no horário disponibilizado pela escola. Os temas seriam
debatidos em sala de aula, com a exposição de casos jurídicos, aplicação de questionários e
palestras.
A pesquisa utilizaria-se do método dialético que, partindo da noção hegeliana de
dialética, o objeto dialeticamente tratado é proposto, para, a seguir, se autossuperar mediante o
confronto com seu próprio contraditório, vindo a ser inteiramente outro como resultado de si
mesmo. Nesse sentido, a estratégia seria propor o conteúdo para estimular o contra-argumento
dos alunos para de forma conjunta, alcançarmos um resultado comum.
Contudo, a forma com que tentamos realizar o projeto, aproximou-se mais da pesquisa
participante, onde o pesquisador para realizar a observação de fenômenos, partilha a vivência
dos sujeitos pesquisados, participando de forma sistemática e permanente ao longo da pesquisa
das suas atividades (através do veículo de comunicação Whatsapp).
Assim, foram utilizados como materiais, textos legislativos, áudios relatando
acontecimentos acerca da temática, bem como vídeos explicando o conteúdo proposto, e
cartazes para facilitar a apreensão do assunto.

6.0 ETAPAS DO PROJETO: Identificação e Descrição

Identificação da 1ª etapa do projeto: A princípio no mês de fevereiro de 2020, como dito


anteriormente, foram realizadas reuniões com o intuito de elimitar a escala de cada extensionista
na escola alvo do projeto, para se apresentar e se familiarizar com os alunos e o ambiente de sala
de aula, já apresentando a temática e observando os interesses dos adolescentes.
Com o início da pandemia e o isolamento social, não houveram mais execução de
atividades presenciais. Então, os extensionistas buscaram a melhor forma de continuar com o
projeto, reunindo-se através de chamadas no Google-meet, além de deliberações no Whatsapp.

Identificação da 2ª etapa do projeto: Com o avanço da COVID-19, como já mencionado,


fizemos em Agosto de 2020, o redirecionamento da escola, por afinidade de um dos integrantes
do projeto com a direção do EEEFM. Nina Alves de Lima, conversando com um dos membros
da diretoria do colégio e apresentando a temática. Este por sua vez alertou da dificuldade dos
alunos com a utilização das ferramentas tecnológicas e da precariedade dos equipamentos, bem
como do desinteresse dos alunos quando do ensino remoto. Contudo, conseguimos apoio da
direção, em especial do professor doutor Antônio Antunes de Melo, que leciona a disciplina de
Geografia na referida instituição, e apesar das dificuldades, alcançamos 19 (dezenove)
estudantes do ensino médio, das turmas do 3ºA (terceiro ano A) e 3ºB (terceiro ano B) da escola.
Dos 19 alunos (dezenove), 18 (dezoito) eram do sexo feminino.

Identificação da 3ª etapa do projeto: No mesmo mês, foram adicionados esse quorum de


19 (dezenove) alunos ao grupo, e passamos a realizar tentativas de maior aproximação entre os
alunos e os extensionistas. As atividades propostas foram buscando horários que não
prejudicassem os alunos quanto as suas atividades laborais, domésticas, estudantis, etc. Assim, o
primeiro contato com os alunos foi realizado em Agosto de 2020. Houveram apresentações dos
extensionistas e a abordagem inicial explicando o teor do projeto e suas definições para que se
tornasse possível introduzir o conteúdo. Destarte, foi fundamental no primeiro momento
explicar o que é pornografia não consentida, e o texto da própria lei.

Identificação da 4ª etapa do projeto: No mês de Setembro de 2020, nossa primeira


atividade foi um questionamento levantado por um dos extensionistas, assim dizendo: “O tema
de hoje é: Por que na maior parte dos casos em que ocorre o crime de pornografia não
consentida, as vítimas são mulheres?”. Com intuito de fomentar a discussão e tornar dinâmico o
processo. Um dos alunos pediu permissão para colocar um relato que havia lido e encontrado
sobre uma vítima da capital de Recife em Pernambuco, assim expôs:

Quando Saori Teixeira chegou à escola, os colegas lhe encaravam com expressão de
ultraje. O nó na garganta apertou quando, além dos cochichos e olhares furtivos, a
menina se deparou com fotos suas na parede da escola em que estudava, no Recife.
Eram retratos íntimos, que havia compartilhado ao confiar em um garoto com quem
tinha se envolvido. Ela tinha 12 anos. Não demorou muito para que fosse chamada à
diretoria, juntamente com seus pais, acionados pela escola. "Fui expulsa e apanhei
muito dos meus pais, que são religiosos", conta. Saori, hoje com 16 anos, foi vítima de
pornografia de vingança. O garoto que divulgou suas fotos tinha 17 anos. "Ele pedia
para fazermos sexo novamente, me ameaçou dizendo que ia espalhar as fotos para a
escola, e eu não quis", relata. A partir daí, ficou muito difícil para que a adolescente
voltasse a viver como antes. Amigos viraram as costas e dedos condenatórios lhe
apontavam como se fosse uma criminosa. "Fui obrigada a parar de estudar por uns dois
anos. Não saía, não fazia nada a não ser ser viver trancada em casa. Cheguei a entrar
em depressão, tentei me matar e fui parar no hospital. Hoje, aprendi a lidar com tudo
isso, a ser forte. Mas ainda choro muito e tomo remédios", diz. O crime não terminou
naquele dia traumático há quatro anos: não raro, a adolescente encontra suas fotos em
diferentes sites.

Após esse caso trazido por um dos alunos, o mesmo comentou:

A disseminação de pornografia não consentida na internet não se configura unicamente


como um problema da esfera digital, mas como um crime, amparado em uma legislação
ainda incipiente. O problema também sustenta-se numa disparidade de gênero, já que
81% das vítimas atendidas pela ONG Safernet (que é referência no combate à violação
de direitos humanos na internet) são mulheres.

Outra aluna cerca do caso, fez o seguinte apontamento:


É as pessoas q fazem isso com outras são triste viu...sem coração... não imaginam o
quanto isso vai machucar a outra pessoa....e ah delas q não aguentam tanta pressão e
fazem algo pior..tipo tirarem sua própria vida”. Outro relato de outra aluna foi: “Mas
tipo no colégio e onde você se destrai ,Aí Chegar Lá E TD Mundo Olhando Pra Você E
Fld Mal É Tão Constrangedor. Fico Muito Triste Em Ver Que Muita Jovens ,Passa Por
Isso.
Uma das alunas que mais deu suporte a nossa pesquisa foi a adolescente C. Que acerca o
questionamento, fez o seguinte comentário:
Vivemos em uma era totalmente conectada, moderna e digital, onde crianças, jovens,
adultos e idosos são conectados em uma grande rede chamada internet, que em poucos
anos se popularizou e se tornou um dos maiores meios de comunicação mundial. Com
isso começaram a surgir diversos crimes digitais e um dos que mais se popularizou foi
o contra a intimidade da pessoa humana, conhecido como Pornografia de Vingança,
que afeta na maioria dos casos as mulheres”. O comentário de um dos extensionistas
contribuiu em alertar que 44% (quarenta e quatro por cento) dos casos ocorrem por
vingança. E assim ela prosseguiu: “ofende diretamente a dignidade da pessoa humana
bem como a honra e imagem das pessoas, trazendo dentre outros danos morais e
psicológicos às suas vítimas. No intuito de coibir as agressões físicas e morais contras
as mulheres surgiu a Lei n° 11.340/2006 intitulada como Lei Maria da Penha, por suas
finalidade a lei por vezes foi utilizada em julgados para se punir criminosos em casos
de Pornografia de Vingança, porém cada vez mais se via a necessidade de uma lei
especifica para a punibilidade de casos que só aumentaram, tendo em vista que a
Constituição Federal de 88 dispõe ainda que o Estado assegurará a assistência a família
na pessoa de cada um que as integram, criando mecanismos para coibir a violência nos
âmbitos de suas relações. Na maioria são casos com mulheres por motivos delas está
apaixonadas e querer sempre estar agradando o parceiro e ter essas atitudes de mandar
fotos pois o parceiro pede e a mulher deseja agrada-lo. Ela confia, pode até ser que o
parceiro finja gostar dela e va ganhando a confiança dela pra ela fazer isso e dps ele
descarta ela e vazar as fotos.

W. O único aluno, do grupo do sexo masculino, disse o seguinte:


Com o passar do tempo a tecnologia foi avançado dando ao ser humano mais modo de
comunicação pela internet dando como imagens de pornogafria com o avanço da
tecnologia deu a criação de rede sócias dando que a maioria das pessoas que são jovem
mandam imagem desacradante para pessoas sendo pessoas mais velhas”.

Uma das alunas, F. escreveu o seguinte acerca da mesma problemática:


Verdade Já Vi Casos De Facebook Fake Nos Jornais, Com Foto De Boys Bonito Pra
Pedir Pornografia De Crianças, Jovens E Até Msmo Adultos..Pra Postar No Sites De
Pornografia..Muinto Pedem Vídeo Pornográfico Pra Bota Na Aquele Aplicativo Acho
Qe É Xvídeos; É interessante abordar sobre a questão da “Pornografia”. Traficantes de
mulheres e cafetões também utilizam dessas imagens e/ou vídeos para chantagem com
o intuito de obter vantagem econômica sendo da própria mulher ou através da exibição
do conteúdo para atrair possíveis clientes interessados em sexo comercial. A lei
tradicionalmente considera pornografia como uma questão de virtude privada e moral
pública, e não injuria pessoal e abuso coletivo. As leis da pornografia são as leis que
regulam a moral, e não as leis sobre segurança pública, segurança pessoal ou igualdade
civil. […]. A questão de que a pornografia pode ser prejudicial para o tecido social já
foi considerada; mas o fato de que talvez indivíduos ou grupos específicos estejam
sendo machucados pela pornografia[3]. O comportamento feminino que o agressor
buscar expor é aquele considerado como desviante do padrão machista que institui
poder de dominação do homem sobre a mulher. Ocorre a violação da privacidade da
mulher ocasionando uma repressão pública baseada em argumentos de falso moralismo
e que representam uma reprodução de todo o machismo que está enraizado na
sociedade brasileira. Após o comentário, a aluna F. Seguiu: “Nenhuma Pessoa Deve
Ter O Direito De Expô Fts De Outras Em Redes Sociais E Muinto Menos Dela Msma..
Agora Nn Entendo PrQ Os Homens Nn Passa Pela Msma Situação Das Mulheres?.
Com este comentário pudemos observar que os estudantes já observam esses fatores de
desigualdade social entre a figura do homem e da mulher perante a sociedade. A divulgação
indevida de uma foto com cena de nudez de um homem, causa um impacto menos severo e de
menor reprovação social, em relação aos casos em que as vítima são mulheres.
Como observado, neste dia produzimos bastante discussão, houve uma troca de
mensagens entre os alunos e os extensionistas que possibilitou um interessante debate acerca da
temática.
Identificação da 5ª etapa do projeto: No mês de Outubro de 2020 prosseguimos com a
aplicação de questionário para compreender a progressão e amadurecimento na mudança do
olhar crítico dos alunos.
Em sequência, exploramos o caso forense: Um jovem de 14 anos, divulga imagens com
conteúdo sexual de uma jovem de 13 anos. Porém a vítima, extremamente censurada por seus
familiares e pela comunidade, comete suicídio. A pergunta é a seguinte: O jovem responderá
pelo crime de divulgação das imagens? Pelo suicídio? Ou Por nenhum?. Tivemos que 5 (cinco)
alunos entenderam que o jovem responderia apenas pelas imagens divulgadas, enquanto 2 (dois)
alunos apontaram que o jovem responderia pelo suicídio. Os demais não se manifestaram.
Enviamos um audio esclarecendo a questão a todos e explicando de uma forma mais detalhada
dos impactos dos crimes cibernéticos na esfera do direito penal e do ECA.
Os seguintes passos foram encaminhar no grupo, cartazes informativos produzidos pelos
extensionistas, enviados para que os alunos tivessem conhecimento de quais condutas são
consideradas crimes e que existem punições severas a estas ações. Ato contínuo, indicamos
quais locais procurarem se forem vítimas desse tipo de violência e argessão à imagem, bem
como alguns telefones e endereços que poderiam auxiliálos na busca de denunciar.

Identificação da 6ª etapa do projeto: Por fim, no mês de Novembro de 2020 foi enviada
nossa última atividade, sendo um vídeo produzido pelos extencionistas, explicando os impactos
das condutas previstas no art. 218-C do Código Penal, tema principal do nosso trabalho, tanto
para maiores de idade quanto para adolescentes no regimento do ECA, ao passo que realizamos
os agradecimentos finais aos alunos que permaneceram no grupo, tendo em vista que houveram
muitas dificuldades em manter o quórum inicial. Porém, importante mencionar que a carência de
aparato tecnológico dos alunos, tais como bons equipamentos telefônicos e internet de
qualidade, seria possível realizar chamadas de vídeo e palestras de forma remota. Porém, vale
novamente salientar que a precariedade tecnológica dos alunos da rede pública, que vivem nas
zonas periféricas da sociedade, torna difícil não somente o acesso à informação, como também
ao aprendizado.
A gestão pública da cidade deve traçar novas estratégias e investir recursos nesse setor,
principalmente devido ao atual cenário em que nos encontramos isolados socialmente,
ocasionado pela pandemia do novo coronavírus. É de fundamental importância que os alunos
tenham condições de ter acesso à educação mesmo que de maneira remota, e para isso precisam
das ferramentas essenciais, pois é um direito constitucional e de todos o acesso à informação,
estampado no art. 5º, inciso XIV da Constituição da República Federativa do Brasil.
7.0 IDENTIFICAÇÃO DAS AÇÕES DESENVOLVIDAS
As ações começaram a ser planejadas no mês de Fevereiro de 2020, para começar a ser
efetivadas no mês de Março do mesmo ano. Porém, foram suspensas com o fechamento das
escolas. A suspensão do projeto foi de Março de 2020 até Agosto do mesmo ano, quando
retomamos o projeto numa tentativa de dar continuidade à extensão de forma remota.

FEVEREIRO/2020

 Análise de atividades;

 Análise do ambiente de pesquisa;

MARÇO-AGOSTO/2020

 Suspensão das atividades devido a pandemia;

AGOSTO/2020

 Reunião para dar continuidade ao projeto de forma remota;

 Análise das ferramentas de transmissão do conteúdo;

 Organização dos conteúdos a serem aplicados;

 Redirecionamento das atividades para o EEEFM. Nina Alves de Lima;

 Criação do grupo e agrupamento dos alunos;

 Primeiro contato com os alunos;

SETEMBRO/2020

 Primeiras atividades;

 Debate acerca do conteúdo;

 Discussão através de materiais audiovisuais;

 Análise das discussões;

OUTUBRO/2020

 Aplicação de questionário;
 Discussão acerca da aplicação do questionário, com apontamentos e
esclarecimentos da matéria estudada;

 Elaboração de cartazes informativos e compartilhamento destes;

NOVEMBRO/2020

 Encerramento das atividades através de material videográfico;

DEZEMBRO/2020

 Elaboração do relatório final;

 Avaliação do projeto.

8.0 DURAÇÃO DO PROJETO:

 COTA 2019-2020 / PROEX

9.0 IDENTIFICAÇÃO DA COMUNIDADE


PARTICIPANTE NA AÇÃO DE EXTENSÃO:

 Alunos do Ensino Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Nina


Alves de Lima.

10.0 LOCAL DE REALIZAÇÃO

 MODALIDADE REMOTA; O projeto foi realizado com alunos da EEEFM. Nina


Alves de Lima, localizada na Rua Francisco Rosa de Farias, S/N, bairro do Monte Santo,
Campina Grande – PB.

11.0 RESULTADOS E CONTRIBUIÇÕES DO PROJETO À COMUNIDADE

A proposta estabelecida pelo projeto intitulado “APRENDIZADO E


CONSCIENTIZAÇÃO PARA ADOLESCENTES E JOVENS ACERCA DA
PORNOGRAFIA NÃO CONSENSUAL E SUAS IMPLICAÇÕES NO DIREITO PÁTRIO”
do Departamento de Direito Público da Universidade Estadual da Paraíba, empenhou-se em
buscar alternativas para prosseguir apesar do cenário pandêmico, e de todos os impactos que o
COVID-19 desencadeou nos setores da sociedade, tanto na saúde, como na educação, na
política, na ecônomia, bem como no âmbito físico, emocional e psicosossial dos indivíduos.

Nesta senda, a aplicação das ferramentas tecnológicas ao nosso alcance para difundir o
conhecimento dos casos forenses, das dinâmicas, dos informes, das pesquisas bibliográficas e
dos textos legislativos, foram limitadas à transmissão via Whatsapp, de forma remota. Logo, é
perceptível que alguns resultados inicialmente planejados não foram alcançados em virtude de
toda uma revolução social desencadeada pelo Coronavírus.

Apesar de não trabalharmos os conteúdos de forma presencial, em sala de aula como


planejado, foram de grande importância os debates dos temas através da rede social
anteriormente mencionada. Os alunos assim como os extensionistas, tiveram a oportunidade de
aprender mais acerca da temática trazida, bem como de estimular o pensamento crítico através
das discussões fomentadas no grupo. Logicamente, se tivessemos o aparato tecnológico
disponível aos alunos, teriamos conseguido relizar chamadas de vídeo a fim de aprofundar
mais os conteúdos, e tornar o debate mais interessante. Todavia, foi de grande significância, em
meio a todas as dificuldades, prosseguir com o projeto de extensão de maneira adaptada aos
fatos que sucederam.

De toda sorte, os encontros e debates e o compartilhamento de relatos pessoais, as


dinâmicas e cartazes informativos, foram de grande contribuição, mesmo que para um número
limitado de estudantes atingidos com o projeto. É evidente a falta de conhecimento da
aplicabilidade do direito, ainda mais no âmbito penal acerca da temática, e o projeto pautou-se
em democratizá-lo o máximo possível, atingindo mesmo que em números pequenos, resultados
satisfatórios.

12.0 EVENTOS DE EXTENSÃO REALIZADOS


Realização de palestras e dinâmicas na modalidade de ensino remoto
13.0 ANEXOS
Assinatura do Professor(a) Coordenador(a) do Projeto/ Programa/ Curso/ Evento

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