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NATAL/RN
2023
1
Bacharelando em Direito da Unp – Universidade Potiguar; E-mail: dantepothon@hotmail.com
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Bacharelanda em Direito da Unp – Universidade Potiguar; E-mail: ingridmariasantos@live.com
DANTE PESSOA OTHON
INGRID MARIA SANTOS DAS NEVES DAMASCENO
NATAL/RN
2023
DANTE PESSOA OTHON
INGRID MARIA SANTOS DAS NEVES DAMASCENO
BANCA EXAMINADORA
Dedicamos este presente artigo às vítimas que sofreram e sofrem com diversos tipos
de crimes cometidos no âmbito virtual, com a nossa solidariedade e conhecimento esperamos
de uma certa forma ter ajudado.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente à Deus, sem Ele nada seria possível. A dedicação que
vimos ao longo dos anos em cada um dos professores deste curso, que contribuíram de
alguma forma para o desenvolvimento deste trabalho, no qual não teríamos conseguido
concluir com êxito e aos nossos colegas de curso, pelo encorajamento, companheirismo e
incentivo, que assim como nós, encerram uma árdua etapa da vida acadêmica.
Hoje com a tecnologia e a possibilidade do anonimato as pessoas se escondem
e cometem crime contra o seu próximo, crimes de divulgação da imagem, de calúnia,
difamação, injúria, falsidade ideológica e dentre outros. Não sabendo que deixam rastros
e para crimes existe punição.
Raidalva de Castro
RESUMO
The objective of this article is to highlight the problems faced by the different bodies in the
process of investigating cybercrime. With the technological advancement of the internet,
communication between people has expanded enormously, moving life positively in social,
professional, and personal aspects. However, technological innovations have also brought
with them great challenges, among which the crimes committed practically stand out. Despite
the continuous development of technology, the authorities are unable to investigate and solve
cybercrimes due to lack of specific laws, absence of police stations and specialists. Thus, the
investigation ends up being slow and complicated, which generates impunity because, often,
when the perpetrator of a crime is identified, the revenue is verified. This makes it easier for
some new scammers to show up every day and this explains everything. The methodology
used was the hypothetical deductive. Perhaps one of the most effective ways to contribute
effectively to the investigations is for the Public Administration to invest both in human
resources and in training, because evidence shows that the results are quite satisfactory in
municipalities with a specialized police station. Last, but not least in addition, to the approval
of new laws, a first step will be taken to expand the investigation procedure of virtual crimes,
which will make investigations into authorship faster and more effective and, Internet
providers will only be required to provide information about those investigated notify users
about the dangers that the internet can bring.
INTRODUÇÃO......................................................................................................................... 9
1 CRIMES VIRTUAIS........................................................................................................... 11
1.1 AVANÇO TECNOLÓGICO............................................................................................... 13
1.2 Dificuldades no Processo Investigativo.............................................................................. 15
2 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA........................................................................................... 16
2.1 CASOS POLÊMICOS........................................................................................................ 18
2.2 Instrumentos de Coletas de Dados...................................................................................... 20
3 RESOLUÇÃO DA PROBLEMÁTICA..............................................................................21
CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................. 23
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 25
ANEXOS.................................................................................................................................. 29
INTRODUÇÃO
1 CRIMES VIRTUAIS
Esses dados demonstram o impacto do avanço tecnológico na vida das pessoas e que a
tendência quanto a utilização da internet aumente cada vez mais, tendo em vista a grande
velocidade que fluem as informações e, como consequência, a facilidade na comunicação
entre pessoas, o que não traz somente aspectos positivos, mas também aspectos negativos
devido à prática de crimes no meio virtual, cuja autoria deve ser investigada.
Novamente, tais esquivos dessas empresas estão pautados mais em uma postura
comercial que em uma impossibilidade técnica, quanto menos legal propriamente dita.
Outro problema muito frequente que deve ser citado é que o provedor de aplicações de
internet não é obrigado a coletar e armazenar dados das conexões (ou as chamadas "portas
lógicas") utilizadas pelo usuário. O entendimento é do Tribunal de Justiça de São Paulo. Em
duas decisões recentes, o TJSP concluiu que não há lei que obrigue esses provedores a
armazenarem esses dados. (ROVER, 2015).
Os crimes virtuais são condutas tipificadas em lei como crimes e têm como
característica essencial o uso da internet como meio de sua prática. Exemplos de crimes
virtuais tipificados em lei incluem invasão de sistemas e ataques com vírus, como cavalos de
Tróia e bombas lógicas, com o objetivo de causar danos a grandes provedores, impedindo que
os usuários acessem seus sites.
Além disso, é correto considerar como crimes virtuais as condutas que visam proteger
um bem jurídico tutelado pelo Direito Penal, quando o sistema é utilizado apenas como um
meio para atingir um bem jurídico diferente do próprio computador, como atingir o
patrimônio (crimes de fraude e estelionato) ou a imagem, honra e intimidade (crimes de
calúnia, difamação, injúria e racismo) (ARAS, 2001).
Muito se discutia sobre a falta de dispositivos legais específicos para tratar dos crimes
virtuais. No entanto, independentemente da existência desses dispositivos, quando o
computador é utilizado como meio para a prática do crime, ele será caracterizado como tal,
mesmo que não haja uma lei específica que penalize aquela conduta cometida em ambiente
virtual. Portanto, a lei é aplicada de qualquer forma e os acusados serão devidamente
processados (ABPERITOS, 2016).
o art. 2º. da Lei n. 9.296/96, a Resolução CNJ n. 59/2008, o art. 22 do “Marco Civil da
Internet do Brasil” (Lei n. 12.965/14) e o art. 11 do Decreto Federal n. 8.771/2016.
Afirmou que inexiste autorização legal para a determinação de quebra de sigilo de
uma gama de pessoas não individualizadas, a partir do mero fornecimento de
coordenadas geográficas referentes ao local de ocorrência de certo crime.
Para enfrentar esses desafios, o Brasil tem buscado melhorar sua capacidade de
resposta aos crimes cibernéticos. O país está fortalecendo suas estruturas de segurança
cibernética, promovendo campanhas de conscientização, implementando legislação mais
rigorosa e incentivando a cooperação entre instituições públicas e privadas para combater a
criminalidade virtual.
É importante destacar que o avanço tecnológico não é apenas uma causa dos crimes
cibernéticos, mas também pode ser uma solução. Medidas como o fortalecimento da
segurança cibernética, o uso de criptografia, o desenvolvimento de soluções de proteção de
dados e a conscientização dos usuários sobre boas práticas de segurança podem ajudar a
reduzir os riscos associados aos crimes cibernéticos.
Além disso, há uma carência de procedimentos mais específicos para lidar com as
peculiaridades desses crimes, incluindo a falta de compartilhamento de informações entre as
instituições, principalmente aquelas que lidam com sistemas de informação, o que
compromete a ação rápida da polícia (Silva; Silva, 2019). A ausência de registro de usuários
em lan houses e cyber cafés, assim como o uso de documentos ilegais para acessar serviços de
internet e outras práticas associadas ao crime investigado, também dificultam a investigação
(Cavalcante, 2014).
Por fim, a eficácia na repressão aos crimes cibernéticos depende de uma legislação
completa e transparente, que tipifique os crimes de forma adequada. Sem isso, juntamente
com a falta de ferramentas digitais e tecnológicas disponíveis para a polícia, as investigações
e processos sobre crimes cibernéticos no Brasil geralmente não têm desfechos eficientes,
justificando a baixa punição desses crimes (Medeiros; Ugalde, 2020).
2 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Mais à frente, no ano de 2014, foi promulgada a Lei nº 12.965, conhecida como Marco
Civil da Internet, com grande repercussão midiática, foi o primeiro passo para a
regulamentação da Internet, antes considerada como uma “terra sem lei”.
De forma mais recente, no ano de 2018, foi promulgada a Lei nº. 13.709/2018, mais
conhecida como Lei Geral de Proteção de Dados – ou LGPD – que dispôs sobre o tratamento
de dados pessoais dos usuários, objetivando a proteção do direito à liberdade e à privacidade,
além do livre desenvolvimento da pessoa natural.
Por fim, através da Lei 14.132 de 2021, foi introduzida uma das mais significativas
mudanças na legislação penal recente, ao estabelecer o crime de perseguição, popularmente
conhecido como stalking. Essa palavra de origem inglesa define a conduta persistente,
inconveniente e repetitiva de importunar alguém, seja por meio de contato constante,
vigilância, perseguição ou assédio (BRITTO e FONTAINHA, 2021). Essa nova lei visa coibir
e punir essas práticas intrusivas que causam angústia e violam a intimidade e a liberdade das
vítimas, trazendo maior proteção e amparo legal para aqueles que são alvo desse tipo de
comportamento indesejado.
O caso pioneiro na discussão sobre os crimes cibernéticos foi o que envolveu a atriz
Carolina Dieckmann, que ganhou grande repercussão no Brasil no ano de 2012. Nele a atriz
foi vítima de ataques cibernéticos que resultaram na divulgação não autorizada de fotos
íntimas em diversos meios digitais. Esse episódio chocou o país e chamou a atenção para a
necessidade de uma legislação mais abrangente e efetiva no combate aos crimes virtuais,
impulsionando a discussão que reverbera até os dias atuais.
Esses dados foram utilizados para criar perfis psicográficos detalhados dos usuários,
com o objetivo de direcionar mensagens políticas personalizadas. A revelação do uso indevido
dessas informações gerou indignação global e levantou questões sobre ética, privacidade e
manipulação no contexto das redes sociais.
Esse episódio serviu como um alerta para a importância de os usuários estarem cientes
de como suas informações são coletadas, armazenadas e utilizadas por empresas e instituições,
sendo o principal tema tratado nos artigos da LGPD. Além disso, trouxe à tona a necessidade
de regulamentações mais robustas e fiscalização adequada para proteger a privacidade dos
indivíduos em um mundo cada vez mais conectado digitalmente.
Além disso, situações que envolvem o vazamento de dados por empresas estatais é
muito comum. De acordo com uma matéria publicada no site Consultor Jurídico, no ano de
2022 a 12ª Turma Recursal do Juizado Especial da Fazenda Pública do Estado de São Paulo
condenou o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) a indenizar uma mulher que, ao dar
início do recebimento de uma pensão por morte, essa passou a receber, de forma constante,
ligações, SMS e no WhatsApp propostas de seguradoras de crédito em que algumas
mencionavam, especificamente a pensão recebida por ela.
Além disso, uma ferramenta pouco conhecida pela maioria dos usuários, que pode ser
utilizada pela Polícia Científica no combate aos crimes virtuais, para identificação dos autores
de tais delitos é o rastreamento de IP (Internet Protocol). Essa identificação do computador é
um endereço único atribuído a cada dispositivo conectado a uma rede, seja ela a internet ou
uma rede local. É por meio do IP que os dispositivos se comunicam e trocam informações na
rede.
Cada dispositivo conectado à internet possui um endereço IP único, que pode ser rastreado
para obter informações geográficas e comportamentais do usuário. Esses dados podem ser
usados para direcionar anúncios com base na localização, por exemplo.
Por fim, muito utilizado por site de vendas de produtos e serviços são as ferramentas
de análise como o Google Analytics, que servem para coletar dados sobre o comportamento
dos usuários, como páginas visitadas, tempo de permanência, cliques e conversões. Além
disso, tais estatísticas são utilizadas pelos chamados copywriters, em que são localizadas as
palavras- chave que mais geram clicks para determinado texto ou matéria, sendo utilizadas em
conjunto com técnicas de Search Engine Optimization (SEO).
Com o advento da Lei Geral de Proteção de Dados, todos os sites agora são obrigados
a informar para o usuário a utilização de mecanismos de coleta de dados para personalização
da experiência do usuário, para que sejam exibidos anúncios nas áreas mais pesquisadas pelo
usuário, como os alertas de utilização de cookies, sendo facultado ao usuário concordar ou
não com a coletas dos seus dados.
3 RESOLUÇÃO DA PROBLEMÁTICA
Além disso, também pode ser notada a facilidade dos criminosos em esconder sua
identidade, apagando o IP e mascarando a sua localização com o uso de VPN, trazendo grande
dificuldade na investigação e punição dos referidos crimes.
O anonimato está principalmente associado à Deep Web, que é uma parte da internet
onde as comunicações e trocas de arquivos ocorrem de forma anônima e não são indexadas
pelos mecanismos de busca convencionais. Acessar a Deep Web é possível por meio de
aplicativos da rede TOR (The Onion Router), que ajudam a preservar o anonimato do usuário,
eliminando rastros de acesso.
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Anexo 2 – Indicadores em gráfico da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos
no Brasil em 2020.
Fonte: BRASIL. Safernet. Indicadores da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. 2020.
Disponível em: <https://indicadores.safernet.org.br/>. Acesso em: 16 de maio de 2023.
Fonte: BRASIL. Safernet. Indicadores da Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. 2020.
Disponível em: <https://indicadores.safernet.org.br/>. Acesso em: 16 de maio de 2023.