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Motrivivência Ano XXIII, Nº 36, P. 323-333 Jun.

/2011
doi: 10.5007/2175-8042.2011v23n36p323

Lazer, Hospitalidade, Identidades


e Culturas Regionais e Locais

Leopoldo Gil Dulcio Vaz1

RESUMO

Fala na Mesa Redonda n. 12 do 22º ENAREL - Lazer e Hospitalidade: desafios para


as cidades sede e subsedes de megaeventos esportivos, tendo como tema:Lazer,
Hospitalidade, Identidades e Culturas Regionais e Locais. Discutem-se os legados dos
megaeventos esportivos, a se realizar nos próximos seis anos, e seus impactos nas
manifestações culturais em vista do fluxo de turistas que se espera durante esse período.
A discussão dos legados implica uma reflexão sobre as culturas regionais.

Palavras-chave: Lazer. Turismo. Hospitalidade. Legados. Cultura Popular

Introdução Linha do Tempo (próximos seis anos)


O turismo diz respeito, essencialmente,
à experiência do lugar. O ‘produto’
2011 - Jogos Mundiais Militares -
do turismo não é o destino do turis- BRASIL
mo, mas diz respeito à experiência - Campeonato Mundial de Hande-
daquele lugar e do que ali ocorre bol Feminino - BRASIL
[o que consiste de] uma série de
2012 - Campeonato Mundial de
interações internas e externas.
RYAN, 2002. Atletismo Masters - BRASIL

1 Vice-Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão (IHGM); ocupante da Cadeira 40,


que tem como Patrono Dunshee de Abranches; licenciado em Educação Física; especialista em
Lazer e Recreação; mestre em Ciência da Informação; pesquisador-associado do Atlas do Esporte
no Brasil; Área de pesquisa: memória dos esportes, da educação física, e lazer no/do Maranhão.
Contato: vazleopoldo@hotmail.com
2 Participaram ainda dessa Mesa o Dr. Luis Gonzaga Godoi Trigo – Escola de Artes, Ciências e
Humanidades – USP; e a Dra. Susana dee Araújo Gastal – Universidade de Caxias do Sul. Coor-
denação: Dr. Ricardo Ricci Uninha – EACH/USP.
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2013 - Copa das Confederações - modo concentrado na cidade sede,


FIFA BRASIL contribuindo para geração de ren-
2014 - Copa do Mundo - FIFA das e criação de infra-estrutura que
BRASIL beneficia não só o turista, como a
2016 - Jogos Olímpicos e Para população da cidade (PRONI, 2009;
Olímpicos - RIO Brasil TASSIS, 2009).
Megaeventos são eventos
Megaeventos esportivos3 de larga escala cultural (incluindo
são excelentes produtos turísticos, comerciais e esportivos) que tem
assim como uma forma inigualável uma característica dramática, apelo
de atração turística4. Podem ser popular massivo e significância in-
um catalisador de investimentos ternacional (Almeida; Mezzadri;
na infraestrutura urbana e ajudar Marchi Junior, 2009). Eles são
a dinamizar o turismo e a gerar tipicamente organizados por combi-
empregos, mas para poucos seg- nações variáveis de governos nacio-
mentos econômicos e sociais, de nais e organizações internacionais

3 Evento pode ser definido da seguinte maneira: Uma concentração ou reunião formal e solene entre,
pessoas e/ou entidades realizada em data e local especial, com objetivo de celebrar acontecimentos
importantes e significativos e estabelecer contatos de natureza comercial, cultural, social, familiar,
religiosa, científica, etc. ZANELLA, 2006.
4 Para os que não estão familiarizados com os termos utilizados em Turismo, a Organização Mun-
dial de Turismo – OMT – o define como: “... as atividades que as pessoas realizam durante suas
viagens e permanência em lugares distintos dos que vivem, por um período de tempo inferior a
um ano consecutivo, com fins de lazer, negócios e outros” (ZANELLA, 2006). O turista é definido
como:“... visitante que se desloca voluntariamente por período de tempo igual ou superior a vinte
e quatro horas, para local diferente de sua residência e do seu trabalho sem ter por motivação a ob-
tenção de lucro”(ZANELLA, 2006). O produto turístico, estruturado considerando as suas funções
sustentáveis, estabelece a base principal dos destinos turísticos e suas relações com a demanda do
mercado. É objeto de comercialização, que se constituem de elementos e percepções intangíveis,
levando o turista à experienciação; suas principais características são: bem de consumo abstrato
e intangível; estático, sazonal, sistêmico e sujeito à percepção da observação e vivência por parte
do turista (MTUR, 2008). Portanto, Produto Turístico, é: “o conjunto de atrativos, equipamentos e
serviços turísticos acrescidos de facilidades, ofertados de forma organizada por um determinado
preço. Rotas, roteiros e destinos podem se constituir em produtos turísticos, por exemplo. (MTUR,
2007). Correlacionadas ao Produto Turístico, devem ser consideradas terminologias e funções
de complementaridade para o seu entendimento e conceituação: Oferta turística: “conjunto de
atrativos turísticos, serviços e equipamentos e toda a infraestrutura de apoio ao turismo de um
determinado destino turístico, utilizado em atividades designadas turísticas”; Demanda turística:
“procura por bens ou serviços e a respectiva capacidade de consumo que esses visitantes podem
apresentar diante da oferta disponibilizada”; Atrativo turístico: “locais, objetos, equipamentos, pes-
soas, fenômenos, eventos ou manifestações capazes de motivar o deslocamento de pessoas para
conhecê-los. Os atrativos turísticos podem ser naturais, culturais, atividades econômicas, eventos
programados e realizações técnicas, científicas e artísticas”.
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não governamentais e ainda podem dois considerados megaeventos: a


ser ditos como importantes elemen- Copa do Mundo e os Jogos Olím-
tos nas versões “oficiais” da cultura picos e Paraolímpicos.
pública. (ROCHE, 2001). Para Proni (2009), alguns
Para o “Programa BRASIL autores buscam estabelecer uma
LEGADO 2014-2016” são as ações diferenciação entre os impactos
de caráter social, cidadania, partici- econômicos e os legados econômi-
pação, formação e desenvolvimento cos dos Jogos (PREUSS, 2008), uma
local - no processo da Copa do vez que os impactos dizem respeito
Mundo FIFA 2014 e Jogos Olím- aos efeitos imediatos causados pela
picos e Para Olímpicos de 2016 preparação e realização das Olim-
-, que pretendem contribuir para píadas, podendo ser provisórios,
uma significativa transformação na ao passo que os legados são mais
cidade e nas pessoas, servindo de duradouros.
exemplo, motivação para todo o Os legados que determi-
Fazer TCC país e referência para o mundo. nam os benefícios dos megaeven-
sobre
Olimpíada Almeida; Mezzadri; e Mar- tos esportivos são: infra-estrutura,
chi Junior (2009), servindo-se de saber e conhecimento, imagem,
uma classificação de Roche (2000) economia, comunicações e cultura
afirmam que os eventos a serem (SILVA, 2008). A discussão dos
realizados no Brasil podem ser legados implica, assim, a reflexão
caracterizados da seguinte forma: sobre as culturas regionais5.
os Jogos Olímpicos e a Copa do Entendemos aqui cultura
Mundo possuem mercado e mídia como o conjunto de manifesta-
globais, considerados por isso me- ções que dá singularidade a um
gaeventos; os Jogos Militares tem determinado grupo social, fruto
impacto de público internacional das relações sociais e da profunda
em menor proporção, com maior interação dos homens com o meio
ênfase da mídia nacional; e os Jo- em que vivem. Constitui-se num
gos Pan-Americanos têm impacto patrimônio material e imaterial
de mídia internacional em menor acumulado e transformado ao longo
proporção, porém com público de gerações. Um legado que não
regional. Ou seja, num intervalo de se limita a manifestações artísticas,
dez anos, o país sediará sete grandes à língua, à religião, mas se articula
eventos esportivos, sendo somente nos mais variados domínios da

5 A cultura é uma manifestação coletiva que reúne heranças do passado, modos de ser do presente
e aspirações, isto é, o delineamento do futuro desejado. (SANTOS, 2000).
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produção humana. A cultura con- ou de técnicas de uso cotidiano e de


fere uma identidade coletiva a um produção tecnológica, lançando-se
determinado grupo social, espacial- no mecanismo cumulativo de saber
mente definido e historicamente transmitido intra e inter-gerações
determinado (CASTRO, 2008). (BARROS, 2003).
Para Castro (2008), a “me- Já a identidade, para Castro
mória” consiste na capacidade hu- (2008), é um processo em constante
mana de retenção de acontecimen- movimento e é o que faz com que
tos, fatos e experiências vividas e na o indivíduo reconheça a si mesmo,
retransmissão deles às novas gera- a priori, como parte de uma iden-
ções através de diferentes suportes tidade coletiva, reconhecendo aos
como a própria voz, a música, a outros como iguais, estabelecendo
imagem, textos, artesanato, etc. uma relação íntima ou essencial
Serve-se de Câmara Cascu- entre ele e seu grupo. Portanto, a
do (1971) para definir essa memória, identidade se constrói dentro de um
como o alicerce para a identidade mecanismo que engloba a consciên-
regional. Afirma que o conjunto cia de si mesmo e o reconhecimento
de memórias de uma sociedade do outro (BETTIO, 2000). Assim, a
tem uma função de convocar tanto identidade de um povo é o resultado
o passado quanto o futuro. Tem, da identidade individual e coletiva
portanto, um lado de permanência estabelecidas pelos membros de
e outro de produtividade à espera uma mesma comunidade.
de quem com ela entre em contato. Fábio Lessa (2010), ao
Segundo o autor, “[…] a memória é fazer uma análise da construção
a imaginação no povo, mantida e da identidade grega, afirma que
comunicável pela tradição, movi- “pensar em práticas esportivas e,
mentando as culturas convergidas principalmente, em Olimpíadas nos
para o uso através do tempo. Essas remete, quase que automaticamen-
culturas constituem quase a civili- te, aos gregos antigos”. Enfatiza esse
zação nos grupos humanos”. autor, que o esporte, na Grécia An-
Essa memória é que define tiga, se constitui numa prática ritual
a origem e identidade do homem, que atuava na formação do cidadão
conferindo-lhe também, dignidade. ideal e na sua demarcação identitá-
Trata-se de um mecanismo de apoio, ria. Cabia às divindades políades a
que evita que uma localidade fique função de regulação social, permi-
estagnada no tempo, auxiliando tindo a integração dos indivíduos
na preservação de fatores como as aos grupos sociais. Continuando
primeiras regras de vida associativa com Lessa:
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As pesquisas antropológicas fre- o estranho, com o diferente, é


qüentemente concebem o ritual inevitável, e ao mesmo tempo,
como elemento de coesão so- se articula perfeitamente com
cial, servindo ainda para dirimir a dinâmica das práticas rituais.
conflitos ou diminuir rivalidades (LESSA, 2010)
e ao mesmo tempo para transmi-
tir conhecimento. Roberto Da- Ao refletir a identidade
Matta, por exemplo, afirma que local, nos sentidos coletivos e indi-
os ritos servem para promover vidual, a memória local age refor-
a identidade social (DAMAT- çando a auto-estima. Pollak (1989)
TA, 1997, p. 29). Marc Augé, escreveu: “A referência ao passado
em sentido semelhante, destaca serve para manter a coesão dos
que as atividades rituais têm por grupos e instituições que compõe
objetivo essencial a conjugação
uma sociedade, para definir seu
e domínio da dupla polaridade:
lugar respectivo, sua complemen-
individual/coletivo e si-mesmo/
taridade, mas também as oposições
outro (AUGÉ, 1999, p. 44-5).
irredutíveis”.
Pertencer a uma identida-
A identidade é relacional
de cultural significa descobrir-se,
e depende de algo de fora dela para
ser diferente dos comportamentos
se constituir, isto é, da outra identi-
globais. Por isso, patrimônios cul-
dade. Afirma Lessa (2010):
turais intangíveis como as formas
Além de plurais e construídas
de manifestações lingüísticas, de
historicamente, as identidades relacionamento, de trabalho com
são constituídas por meio da a terra e a tipificidade da culinária,
marcação da diferença, o que o cultivo e o preparo do vinho, os
significa dizer que a identidade passos das danças tornaram-se patri-
depende da diferença. Afirmar mônios da cultura e demonstram a
a identidade implica em de- riqueza da relação entre identidade
marcar fronteiras. Atuam, entre e diversidade da cultura brasileira
outras coisas, na demarcação (REIS, 2009).
dos cidadãos frente aos outros; No século XX a sensação
na explicitação das marcas das da fragmentação da identidade,
diferenças. Podemos mencio- da perda das referências culturais,
nar que a questão da identida-
despertou no homem o desejo de
de, da diferença e do outro é
“retorno a algo perdido”, ou seja,
um problema social, porque
em um mundo heterogêneo,
a necessidade de buscar manifesta-
o encontro com o outro, com ções culturais que pertencem a seu
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passado vivo, a comportamentos culturais em contexto de globali-


que deixaram de ser comuns, pois zação”:
o frenesi contemporâneo exige ati-
tudes da sociedade globalizada: Porventura, um dos aspectos
A preservação do patri- mais importantes a sublinhar é,
mônio tem entre suas funções o justamente, o cruzamento de
papel de realizar “a continuidade dinâmicas identitárias que este
cultural”, ser o elo entre o passado tipo de contexto urbano cos-
e o presente e nos permite conhecer mopolita proporciona. Cruza-
a tradição, a cultura, e até mesmo mento que se estabeleceu entre
quem somos, de onde viemos. Des- cada uma das representações
de identidade cultural nacional
perta o sentimento de identidade.
ali presentes e a representação
Margarita Barreto defende a “re-
de uma “síntese global” da mul-
criação de espaços revitalizados”,
tiplicidade cultural planetária;
como um dos fatores que podem síntese global essa, por sua vez,
“desencadear o processo de identifi- “localizada” num espaço de re-
cação do cidadão com sua história e presentação que se constituiu
cultura” (Barreto, 2000. p.44). como referente identitário privi-
Então, ao se buscar a iden- legiado da cidade e da socieda-
tidade, fatalmente chegar-se-á a de promotoras. (p. 23)
quem realmente se é. A essência
cultural é o que une os povos, per- Já Castro (2008) afirma
mitindo que se reconheçam como que da globalização cultural emer-
grupo, como coletividade diante de gem novas identidades nacionais,
sua diversidade. A identidade irá se regionais e locais agora com novas
concretizar a partir da consciência abordagens. Vê-se atualmente o
de que a riqueza das pluralidades ressurgimento das culturas populares
culturais, reveladas através da com algumas de suas características
memória coletiva, está inserida no regionais modificadas para atender
potencial de superação de marcas um novo mercado de consumo de
particulares do indivíduo. Até que bens simbólicos em um mundo geri-
ponto é possível conservar essa do pelos meios de comunicação, de
identidade num mundo marcado informação e inclusive, do turismo.
pela intensificação de fluxos globais No caso do Maranhão,
de informação? É possível pensar com o qual estou mais familiariza-
em mundialização da cultura? do, isso vem ocorrendo com as ma-
Costa (2002) considera nifestações do Bumba-meu-Boi, que
haver um “paradoxo das identidades vem deixando de ser o pagamento
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de uma promessa a São João, pelos espetáculos dirigidos aos públicos


brincantes do Boi, para se transfor- nativos, para convertê-los em sho-
mar em um negócio, formando-se ws, muitas vezes aproveitando-se da
‘companhias de dança’, com músi- condição de pobreza dos integran-
cos e dançarinos profissionais. É de tes dos grupos tradicionais. Aparen-
todo pertinente o registro de Carlos temente, essas apresentações seriam
de Lima (2002): interessantes para a divulgação e
Aos grupos folclóricos preservação da cultura popular.
moderninhos que insistem em se O que se verifica, porém, é
autodenominar bumba-meu-boi, o estabelecimento de dependência
apropriaram-se na brincadeira ju- das apresentações ao modelo enco-
nina tradicional e transformaram-na mendado pelos órgãos promotores,
em um show de TV, espetáculo privilegiando os aspectos visuais
colorido e esfuziante, agradável aos do espetáculo, em detrimento da
diversidade musical e coreográfica
olhos, senão imitação pelos menos
da manifestação folclórica.
inspirados nos grupos de ‘tchan’ ou
Além disso, em se tratando
nas escolas-de-samba...
de rituais e não de shows, há uma
O antigo rebanho agora
evidente descaracterização de fun-
se chama quadra de ensaio. Os
ção, da mítico-religiosa para uma
cordões são alas. A dança primi- função exclusivamente de espeta-
tiva e espontânea obedece a uma cularização (CASTRO, 2008).
coreografia ensaiada por experts de Nesse processo de (re)
ballets. O amo passou a mestre-sala. criação e (re)invenção da festa, os
Os adereços têm grifes de renoma- rituais, que inicialmente possuíam
dos artistas plásticos. Enfim, o boi um caráter quase espontâneo dos
sofisticou-se.... valores e das tradições populares
Aliás, realçado pelas redu- dos diversos grupos sociais, vêm
zidas indumentárias das brincantes sendo apropriados pelos adminis-
que põem em destaque as formas tradores públicos e empresariais,
esculturais de verdadeiras modelos. transformando-se em megaeventos,
Mas, por que chamá-lo bumba-meu- cujo caráter de empreendimento
boi? Por que não classificá-lo, com econômico e comercial tornou-se
toda a propriedade e justiça como muito acentuado. Uma vez institu-
grupo de dança folclórica, teatro de cionalizados pelo poder público,
rua ou coisa equivalente? esses eventos têm assumido a forma
O turismo apropria-se de de grandes espetáculos urbanos,
rituais comunitários (alguns dos atraindo pessoas e gerando renda
quais de natureza religiosa) e outros (BEZERRA, 2008).
330

Temos assim que a rela- que a cultura globalizada, de que o


ção entre o turismo e cultura local comportamento tipicamente consu-
é muitas vezes abordada somente mista e capitalista geram impactos,
na perspectiva econômica. Para o interferem nos comportamentos tra-
turismo visto como “explorador”, dicionais, transforma bens culturais
as tradições e o folclore são for- em produtos de consumo.
mas de agregar valor à sua função Obrigado.
produtiva. O uso do folclore por
esse tipo de turismo abrange a Referências
imposição de transformações nas
práticas tradicionais, visando a sua ALMEIDA, Bárbara Schausteck
espetacularização, para que se torne de; MEZZADRI, Fernando
a manifestação folclórica atraente Marinho ; MARCHI JUNIOR,
ao consumo massivo, descaracte- Wanderley CONSIDERAÇÕES
rizando assim a autenticidade da SOCIAIS E SIMBÓLICAS SOBRE
manifestação popular em si (KRI- SEDES DE MEGAEVENTOS
PPENDORF, 2000). ESPORTIVOS. In Motrivivência
Concordo com Reis (2009)
Ano XXI, Nº 32/33, P. 178-192
quando este coloca que a dinâmica
Jun-Dez./2009
dos tempos nos revela que as cultu-
AUGÉ, M. Por uma antropologia
ras não se congelam, adaptam-se.
dos mundos contemporâneos.
As trocas culturais são comuns. Por
Rio de Janeiro: Bertrand Brasil,
outro lado, as comunidades que se
1997
organizam para revelar seu patrimô-
nio, que assumem sua identidade e BARRETO, Margarita. Turismo e
que recuperam formas tradicionais legado cultural. Campinas: Papirus,
de culinária, danças e festas estão 2000, citada por REIS, 2009, obra
tendo oportunidade de revelar para citada, disponível em http://www.
a sociedade globalizada suas dife- lo.unisal.br/nova/publicacoes/
renças, peculiaridades e modos de patrimoniocultural.doc
comportamento. Está, justamente, BARROS, Luitgarde Oliveira
no ser diferente que reside a geração Cavalcanti. Memória, linguagem
de renda, emprego e visualização e identidade – Memória hoje.
de que a tradição cultural deve Morpheus – Revista Eletrônica
ser encarada como identidade da em Ciências Humanas, ano
comunidade, fazendo com que as 02, n. 03, 2003. Disponível em
pessoas não necessitem ser como <http://www.unirio.br/cead/
todos são. Não tenho dúvida de morpheus/>.
Ano XXIII, n° 36, junho/2011 331

BETTIO, Valéria Maria da Silva. dilema brasileiro. Rio de Janeiro:


Movimento Brasileiro: crítica e Rocco, 1997
nacionalismo no Modernismo. GETZ, D. Special events: defining the
Porto Alegre: PUCRS, 2000 product. Tourism Management,
BEZERRA, Amélia Cristina Alves. v.10, n.2, p.125-137, 1989, p.
Festa e cidade: entrelaçamentos e 125
proximidades. Espaço e Cultura, KRIPPENDORF, Jost. Sociologia
UERJ, Rio de Janeiro, n. 23,jan./ do turismo: para uma nova
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Tradição, ciência do povo. São LESSA, Fábio. Práticas
Paulo: Perspectiva, 1971, p. 9 Esportivas Na Construção Da
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de; MEZZADRI, Fernando Brasil ISB – Fundação Konrad
Marinho; MARCHI JUNIOR, Adenauer KAS Fundação –
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sociais e simbólicas sobre sedes UISP – Cooperação para o
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332

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03/09/2010 culturais e sua interface com o
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modernity: Olympics and expos Trabalho de Conclusão de Curso
in the growth of global culture. realizado para obtenção do título
New York: Routledge, 2000. de especialista em Gestão do
RYAN, Chris. Tourism and cultural Território e Patrimônio Cultural
proximity: examples from New da Universidade Vale do Rio
Ano XXIII, n° 36, junho/2011 333

Doce. Orientador: Prof. Dr. Jean Eventos: Planejamento e


Luiz Neves Abreu. Governador Operacionalização. 3. ed. São
Valadares, 2009 Paulo: Atlas, 2006.
ZANELLA, Luiz Carlos.
Manual de Organização de

ABSCTRACT

It’s spoken on the Roundtable of the 22 ENAREL – Lesure and hostness: chalenges for
the host cities and subcities of sportive events which has as them: Lesure, Hostness,
Identity and Local cultures. The legacy of the sportive events that will be realized on
the next six years is dicussed as well as there impacts on the cultures manifestation
regarding the turism flow that is hoped during this time. The discution of the legacy
entails a reflexion about the local cultures.

Key words: Lasure, turism, Hostness, Legacy, Popular culture

Recebido: 12/2010
Aprovado: 05/2011

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