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DEVER
Para Maria Helena Diniz, o dever jurídico pode ser conceituado como “o
comando imposto, pelo direito objetivo, a todas as pessoas para observarem
certa conduta, sob pena de receberem uma sanção pelo não cumprimento do
comportamento prescrito pela norma jurídica” (Curso…, p. 27).
OBRIGAÇÃO
Conforme salientam Giselda Hironaka e Renato Franco “em sentido mais
estrito, situar-se-á a ideia de obrigação, referindo-se apenas ao dever oriundo à
relação jurídica creditória (pessoal, obrigacional). Mas não apenas isto. Na
obrigação, em correspondência a este dever jurídico de prestar (do devedor),
estará o direito subjetivo à prestação (do credor), direito este que, se violado –
se ocorrer a inadimplência por parte do devedor –, admitirá, ao seu titular (o
credor), buscar no patrimônio do responsável pela inexecução (o devedor) o
necessário à satisfação compulsória do seu crédito, ou à reparação do dano
causado, se este for o caso” (Direito das obrigações…, 2008, v. 2, p. 32).
RESPONSABILIDADE
Concebido no sentido obrigacional, caso o dever seja descumprido, surge
dessa conduta a responsabilidade = correspondendo a sanções para aquele
que desrespeitou a ordem determinada. Dessa forma, as consequências da
inobservância do dever são amplas: tanto para aquele que não o atendeu
quanto para os demais envolvidos na relação jurídica.
DEVER X OBRIGAÇÃO
Desse modo, o dever jurídico engloba não só as relações obrigacionais ou de
direito pessoal, mas também aquelas de natureza real, relacionadas com o
Direito das Coisas. Também podem ter por objeto o Direito de Família, o Direito
das Sucessões, o Direito de Empresa e os direitos da personalidade. Mantém o
dever jurídico relação não só com o Direito Civil ou Direito Privado, mas com
todos os outros ramos jurídicos.
ÔNUS
Para Maria Helena Diniz, “consiste na necessidade de observar determinado
comportamento para a obtenção ou conservação de uma vantagem para o
próprio sujeito e não para a satisfação de interesses alheios” (Curso…, 2004, p.
28).
DEVER X ÔNUS
Francisco Amaral aponta muito bem a diferença entre dever e ônus, quando
ensina que “a diferença entre o dever e o ônus reside no fato de que, no
primeiro, o comportamento do agente é necessário para satisfazer interesse do
titular do direito subjetivo, enquanto que no caso do ônus o interesse é do
próprio agente. No dever, o comportamento do agente vincula-se ao interesse
do titular do direito, enquanto que no ônus esse comportamento é livre, embora
necessário por ser condição de realização do próprio interesse. O ônus é, por
isso, o comportamento necessário para conseguir-se certo resultado, que a lei
não impõe, apenas faculta. No caso do dever, há uma alternativa de
comportamento, um lícito (o pagamento, por exemplo) e outro ilícito (o não
pagamento); no caso do ônus, também há uma alternativa de conduta, ambas
lícitas, mas de resultados diversos” (Direito civil…, 2004, p. 196).
DIREITO POTESTATIVO
Para Francisco Amaral “direito potestativo é o poder que a pessoa tem de influir
na esfera jurídica de outrem, sem que este possa fazer algo que não se
sujeitar. (…) Opera na esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum
dever a cumprir” (Direito civil…, 2004, p. 196). Para Giselda Hironaka e Renato
Franco, isso significa que a parte nem convencionou com o titular do direito
potestativo, e nem mesmo se sujeitou ao seu poder, como ocorre em outras
estruturas jurídicas. Mas o exercício do direito potestativo pelo seu titular fará
com que aquele outro se sujeite às consequências advindas da alteração
produzida, em sua própria esfera jurídica (HIRONAKA, Giselda; FRANCO,
Renato. Direito das obrigações…, 2008, v. 2, p. 33).
Já na sujeição jurídica, o sujeito passivo nada tem de fazer (nem ativa, nem
passivamente) para satisfazer o interesse do sujeito ativo. A pessoa tem que se
sujeitar àquela situação, como indica a sua própria denominação. Em suma, a
parte que tem contra si a sujeição, está encurralada. A título de exemplo, em
reforço, podem ser citados os casos da existência de impedimentos
matrimoniais (art. 1.521 do CC), as causas de anulabilidade do casamento (art.
1.550 do CC) e a exigência legal para certos atos, de outorga do outro consorte
(art. 1.647 do CC), sob pena, na última hipótese, de anulabilidade do ato ou
negócio praticado (art. 1.649 do CC).
O direito das obrigações cuida apenas de uma das espécies do dever jurídico,
isto é, daqueles que provocam um vínculo especial entre pessoas
determinadas, dando a uma delas o poder de exigir da outra uma prestação de
natureza patrimonial. A obrigação, em sentido técnico, portanto, pertence à
categoria dos deveres jurídicos especiais ou particulares (Harm Peter
Westermann, Código Civil Alemão – Direito das Obrigações – Parte Geral,
Trad. Bras., Porto Alegre: Fabris, 1983, § 1.º, p. 15)” (GOMES, Orlando.
Obrigações…, 1997, p. 7).
EM RESUMO: