Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
12
fvaldece10@gmail.com
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
I - DOS FATOS JURÍDICOS.
01.- DA REPRESENTAÇÃO. CONCEITO.
Os direitos podem ser adquiridos, modificados ou transferidos por ato do próprio interessado
ou por intermédio de outrem. Quem pratica o ato é o representante. A pessoa em nome de
quem ele atua e que fica vinculada ao negócio é o representado.
Representação tem o significado, pois, de atuação jurídica em nome de outrem. Constitui
verdadeira legitimação para agir por conta de outrem, que nasce da lei ou do contrato.
A representação legal é exercida sempre no interesse do representado, enquanto a
convencional pode realizar-se no interesse do próprio representante, como sucede, por
exemplo, na procuração em causa própria.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
I - DOS FATOS JURÍDICOS.
02.- ESPÉCIES DE REPRESENTAÇÃO.
Dispõe o art. 115 do Código Civil:
“Os poderes de representação conferem-se por lei ou pelo interessado”.
A representação, assim, pode ser legal, como a deferida pela lei aos pais, tutores, curadores,
síndicos, administradores etc., e convencional ou voluntária, quando decorre de negócio
jurídico específico: o mandato (procuração).
A representação legal constitui um verdadeiro munus, tendo em vista que o representante
exerce uma atividade obrigatória, investido de autêntico poder, sendo instituída em razão da
necessidade de se atribuir a alguém a função de cuidar dos interesses das pessoas incapazes.
Neste caso, supre a falta de capacidade do representado e tem caráter personalíssimo, sendo
indelegável o seu exercício.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
I - DOS FATOS JURÍDICOS.
01.- ESPÉCIES DE REPRESENTAÇÃO.
Ocorre também a representação legal de pessoas capazes, em diversas situações. É conferida
aos sindicatos, para a celebração de acordos coletivos; ao síndico dos condomínios em
edificações ou edilícios; ao administrador da massa falida; ao inventariante, etc.
A representação convencional ou voluntária tem por finalidade permitir o auxílio de uma
pessoa na defesa ou administração de interesses alheios e, assim, caracteriza-se pelo propósito
de cooperação jurídica, que se alcança por seu intermédio. Mediante acordo de vontades,
intervém na conclusão de um negócio outra pessoa que não o interessado direto e imediato.
Essa modalidade de representação estrutura-se no campo da autonomia privada mediante a
outorga de procuração, que é o instrumento do mandato (CC, art. 653, segunda parte), pela
qual uma pessoa investe outra no poder de agir em seu nome. Pode ser revogada a qualquer
tempo pelo representado, o que não ocorre com a representação legal, da qual não pode o
representante ser privado por ato daquele.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
I - DOS FATOS JURÍDICOS.
03.- REGRAS DA REPRESENTAÇÃO.
O art. 116 do Código Civil dispõe:
“A manifestação de vontade pelo representante, nos limites de seus poderes, produz efeitos em
relação ao representado”.
O representante atua em nome do representado, vinculando-o a terceiros com quem tratar.
Deve agir, portanto, na conformidade dos poderes recebidos. Se os ultrapassar, haverá excesso
de poder, podendo por tal fato ser responsabilizado (CC, art. 118). Enquanto o representado não
ratificar os referidos atos, será considerado mero gestor de negócios (CC, art. 665).
O certo é que: a) os efeitos do negócio jurídico representativo, concretizado dentro dos limites
dos poderes conferidos, repercutem, exclusivamente, na esfera jurídica do representado; b) o
vínculo negocial é estabelecido apenas entre o representado e a contraparte, sendo o
representante estranho ao negócio jurídico representativo celebrado;...
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
I - DOS FATOS JURÍDICOS.
03.- REGRAS DA REPRESENTAÇÃO.
...c) os efeitos, obrigações e direitos são auferidos e suportados direta e imediatamente pelo
dominus negotii; d) as obrigações inadimplidas do dominus negotii não são de responsabilidade do
representante, salvo quando este pessoalmente responsabilizou-se pelo cumprimento; e) o
dominus negotii é legitimado, ativa e passivamente, para figurar na relação processual tendo por
objeto o negócio jurídico representativo, no exercício do jus persequendi in judicio”.
É de se destacar o art. 119 do novo Código, que prescreve:
“É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era ou devia ser do conhecimento de quem com
aquele tratou”.