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Aula 1 – 16/02/2022

Ementa da matéria:
Aborda a teoria geral do conflito e os diferentes modelos de meios de solução de conflitos inseridos
no contexto de sistema de justiça multiportas. Analisa o cenário normativo atual, voltado para
compreensão da adequação dos métodos para a resolução de conflitos em âmbito judicial e
extrajudicial.
(Δ extrajudicial - passa fora do juízo, que não corre perante os órgãos judiciais)
AGU Explica - Sistema Multiportas

Aula 2 – 23/02/2022
Meios alternativos de resolução de conflitos
OBS - 1º semestre será todo sem intervenção do judiciário seguido de outros 9 semestres com intervenção do judiciário.

Acesso à justiça e sistemas integrados


de Meios Adequados de Resolução de Conflitos

1. Aspectos históricos – Evolução


• Felicidade (possibilidade) – formas
• Conflitos (crises jurídicas) – certeza, situação jurídica ou agendamento
O conflito esta onde duas pessoas querem algo que os benéfica de forma individual.

• Autotutela
• Estado forte – paz social e bem comum (justiça publica)

2. Estados Democráticos de Direito - Lei


• Poderes da União (art. 2º, CF/88)
• Legislativo – atividade típica = Legislar
• Executivo – atividade típica = Administrar
• Judiciário – atividade típica = Jurisdição

3. Jurisdição
Atividade – Função – Poder - Deveres
Podemos dizer que a matéria ensina como resolver conflitos sem acionar o poder judiciário. Nem tudo o que se cabe processo se faz
necessário a abertura do mesmo.

JURIS = Direito | DICTIO = Dizer → Direito de Dizer

DIZER – O direito é aplicar suas decisões (conceder a tutela {proteção} jurisdicional- RAZÃO –
Quando existe, aplicar a razão. – Caso contrário realizar apenas um pronunciamento judicial)
SOLUCIONAR – Trazer uma solução aos conflitos propostos.
PACIFICAR – A sociedade e os envolvidos

Legislativo
• Constituído por senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores;
• São os responsáveis pela elaboração de leis e fiscalização dos atos do poder judiciário.

Executivo
• Constituído pelo presidente da República, governadores estaduais e prefeitos municipais.
• É o responsável por gerir os Estados.

Judiciário
• São os juízes e seus iguais.
• Esse é o único poder que o povo não volta para escolher quem atuará no cargo.
• Pode ser dividido entre União Estadual, Federal.
Entende-se que o povo escolhe as leis, porque se o povo escolhe quem as cria, votando nos
poderes Executivos e legislativo, é como se também votasse nos projetos de lei visto que, se
utilizam destes para formar suas candidaturas.

►Princípio - Acesso à justiça. (Artigo 5º ,XXXV, da Constituição federal/88.)


“A lei não excluirá da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a direito.”

►Princípio da inércia. (Artigo 2º, CPC.)


“O processo começa por iniciativa da parte que envolve por impulso oficial, salvo exceções
previstas em lei.”
Para que o poder judiciário comece a atuar, é necessário que alguém o provoque, ao contrário dos
outros poderes que podem atuar independente de uma provocação.
Ninguém será compelido a ingressar em juízo e não pode o juiz faze-lo de oficio.

Direito -Ação.
Ato de demandar - Princípio da demanda, limites do processo → Instrumento: petição inicial.
Um processo só pode começar após a abertura da petição inicial.
Ferramenta/ Instrumento (técnica)→ processo judicial (relação jurídica com vínculo dinâmico
entre os sujeitos do processo) + Procedimento (atos processuais) = Ambiente onde o magistrado
exerce a jurisdição e as partes exercem o direito de ação (e exceção = defesa).
Características da jurisdição.

Substitutividade - O juiz (de forma imparcial), substituirá as vontades das partes, aplicando o bom
direito.
Definitividade - Autoridade que torna imutável e indiscutível o ato final da jurisdição (coisa julgada)
Imperatividade - Efeito de obrigatoriedade (coercibilidade), auto executividade (dar efetividade ao
processo)
Inafastabilidade - O juiz não pode se escusar de decidir toda lesão ou ameaça de direito.
Indelegabilidade - Não pode ser delegado para outros poderes ou órgãos do estado.
Jurisdição - principal forma de solução de conflitos no Brasil.
Trata se do meio mais adequado?
Em qualquer conflito?

►Definições
Jurisdição → é a função típica do poder judiciário dizer o direito, conforme disposto na Constituição Federal.

Ação→ é direito fundamental assegurado a qualquer pessoa, facultado ao titular de pleiteá-lo em juízo.

Demanda →é o ato de iniciar o processo judicial.

Petição inicial →é um instrumento de demanda.

Transitar em julgado →é quando não cabe mais recurso e temos a decisão final.

Problemas:
a) População: 215 milhões
b) Complexidade da Sociedade
c) Conflitos mais específicos
d) Tempo (lentidão) – sociedade mais ágil e acelerada
e) Confiança: Risco Brasil (Aspectos Financeiros, Material Humano, Infraestrutura, Interesses
envolvidos)
f) Custos: despesas
g) Qualidade dos serviços prestados (Justiça)
h) Publicidade (conhecimento de todos – salvo exceções)
i) Imponderável: solução do conflito indesejada (alea jacta est)

Aula 3 – 09/03/2022
• Formas alternativas de solução de conflitos.

A. Autotutela ou autodefesa.
• É a pessoa que se protege de forma autônoma. (emprego da força por uma das partes, e a submissão da parte
contrária)
• Crime segundo o artigo 345 do Código penal.
• Exceto em caso de legitima defesa ou invasão de propriedade.

Institui o Código Civil.


Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência
iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo;
os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2o Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

B. Autocomposição.
É quando as partes chegam em acordo sem o auxílio de terceiros.
Não é o terceiro que decide, e sim as partes que entram em um consenso.
RESULTADOS
o Submissão a parte acusada anui a sua vontade.
o Renúncia a parte que questionou renuncia à sua vontade.
o Transação concessão recíproca entre as partes.
Qualquer um dos meios pode chegar a um desses resultados.
MEIOS
o Negociação relação direta entre as partes (autocomposição espontânea).
o Conciliação autocomposição induzida por um terceiro desconhecido pelas partes.
o Mediação autocomposição induzida por alguém conhecido das partes.
OBS: A conciliação pode ou não ser feita por alguém do meio jurídico.
O conciliador e o mediador intermediam a soluções.
o Heterocomposição.
Existe um terceiro a quem cabe o poder de decisão.
O principal meio de Heterocomposição existente no Brasil hoje é a arbitragem.
Jurisdição = Heterocomposição pública.
O árbitro pode ser indicado por uma das partes ou por um juiz.
Particular: Arbitragem (Lei 9.307/96 – alterada pela Lei 13.129/15)
- art. 3º, §1º, CPC. É permitida a arbitragem, na forma da lei.
* Art. 1º. As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a
direitos patrimoniais disponíveis.
Forma: Convenção de Arbitragem (art. 3º)
Espécies: a) Cláusula compromissória (art. 4º) b) Compromisso arbitral (art. 9º)

Autotutela Autocomposiçao e Heterocomposição - Classificação dos Meios de Resolução de Disputas

Aula 4 – 16/03/2022
5 -Heterocomposição (Jurisdição) X Autocomposição
PREMISSAS:
A. Perspectiva temporal:
- Hetero: retrospectiva – passado
Na Hetero composição o passado é relevante porque o juiz devera dizer quem errou e quem está certo.

- Autocomposição: prospectiva – futuro (relação)


Na Auto o que importa é como vamos resolver isso no futuro para não acontecer novamente. Declarar o
culpado não é o foco

B. Foco Preponderante:
- Hetero: culpa – reparar
- Autocomposição: solução/ interesses – necessidades

C. Lidar com o Conflito:


- Hetero: disputa – vencer – “ex-adverso”
- Autocomposição: conflito (fenômeno) aprender – crescer

D. Solução do Conflito (monismo/pluralismo):


- Hetero: Uma única possibilidade – pronunciamento judicial (sentença/acórdão)
- Autocomposição:: Várias possibilidades na mesa.

E. Regramentos:
- Hetero: mais formal (devido processo legal – Estado Democrático de Direito)
- Autocomposição: maior maleabilidade – menor formalidade interferência das partes

F. Relevância dos sujeitos:


- Hetero: juiz é protagonista
- Autocomposição: partes são protagonistas

G. Representante (advogado) foco na sua participação:


- Hetero: fala em nome da parte e no interesse desta: finalidade de convencer o juiz e
demonstrar a fragilidade da tese adversaria.
- Autocomposição: defende o cliente, mas, tem a finalidade de chegar a uma solução do
conflito melhor para todos.

6 - Vantagens e Desvantagens:

(Vai depender dos “valores” que para as partes serão mais prestigiados)
7- Sistema Integrado de Meios Alternativos (Adequados) de Resolução
de Conflitos
a) Elementos Estruturais: Órgãos do Estado: - CNJ (Art. 103-B, CF/88)
- Poder Judiciário (art. 92 CF/88)
– Administração Pública (U: Ministério da Justiça; E: Procon; Cejusc
– TJSP e Prefeitura [Convênio com TJSP] - [Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania] -
https://www.tjsp.jus.br/Conciliacao ).
– Site: consumidor.gov https://www.consumidor.gov.br/pages/conteudo/publico/1

– Órgãos Privados: OAB, Serasa (plataforma), MOL (Mediação on line) etc.

b) Elementos Normativos: - Resolução 125/10 CNJ


- Lei 13.105/15 (CPC)
- Lei 13.140/15 (Lei Mediação)
- Lei 9.307/96 (alterada pela Lei 13.129/15)

→ Lei 8906/94 (EAOAB) e CEDOAB (art. 2º: dever do advogado: conciliar) Art. 3º, § 2º, CPC. O Estado
promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos.
→ Art. 3º, § 3º, CPC. A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público,
inclusive no curso do processo judicial.

Aula - Justiça Restaurativa

Compreensão Geral
Trata-se de uma modalidade de resolução de conflito complementar, tendo um direcionamento,
prioritariamente, às questões relacionadas ao Direito Criminal;

Mas não apenas: também em casos de violência doméstica, ECA e Família;

No Brasil a Justiça restaurativa foi implantada no século XXI, mas em outros países como a nova
Zelândia o Canadá essa modalidade é forte.
Ordenamento Jurídico – Legislação Pena.

Tipo Penal: Infração → resposta do Estado [sanção] – Exceção: ação penal privada.

Violação do ordenamento jurídico e caos social (quebra de paz) – Crime/Pena: art. 5º XXXIX, CF/88:
‘’não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal’’. (Princípio da
Legalidade Penal).

Sanções: (art.5º, XLVI, CF/88): privativa de liberdade (regime fechado, aberto e tornozeleira
eletrônica), suspensão ou interdição de direitos (não poder dirigir, não poder viajar etc.) perda de bens
(perder imóveis que ele conseguiu criminalmente) multa (crime leve), prestação social alternativa
(prestar serviços sociais).

Finalidade
→ Punir o ato (Predominante, praticou roubo tem que ser preso);
→ Prevenção (exemplo à sociedade);
→ Ressocialização
Realidade?! Sistema tem funcionado?
Aula - Ferramenta utiliza um diálogo construtivo (pacto de cidadania) – voluntário, inclusivo e
informal.

Meio alternativo de resolução de conflito


Tem como finalidade restaurar o agressor e a vítima, mas o foco é na vítima. ( procedimento de
consenso + raio de impacto familiares , parentes , amigos, empregados etc.)

Finalidade - Restaurar os impactos do dano: foco na vitima

Ferramenta - utiliza um diálogo construtivo (pacto de cidadania) – voluntário, inclusivo e


informal.

Modalidades de exercício para Justiça Restaurativa

A. Mediação: Reunião coletiva aberta à participação da família e comunidade,


- Um terceiro neutro conduz a reunião e os diálogos (facilitador apenas);

B. Reuniões Coletivas: Mediação ampliada, não há apenas um mediador. A comunidade


envolvida participa mais ativamente (eventualmente autoridades: ex: juz, MP, Entidades
Sociais, ONGs, familiares etc.). Eventualmente, discute-se origens do problema e questões
preventivas;

CONFIDENCIALIDADE → Não é público temas íntimos e privados das pessoas envolvidas.


RESISTÊNCIA → Questões culturais e vingança, cada um sabe a imensidão do sentimento.

CONCOMITÂNCIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL → Não se trata de substituição e sim de


complementação (Princípio da Indisponibilidade da Lei Penal – MP)

NORMATIZAÇÃO
→ Resolução 2002/12 (ONU): Princípios Básicos para utilização de Programas de Justiça
Restaurativa em Matéria Penal.
→ Política Pública Nacional de Justiça Restaurativa no Âmbito do Poder Judiciário: Resolução
225/16.
→ Portaria 91/16 (CNJ): Institui o Comitê da Justiça Restaurativa → Portaria 137/18 (Comitê
Gestor).
→ Resolução 300/19 (CNJ): Estabeleceu prazos para os Tribunais implementarem órgãos de
Justiça Restaurativa.
→ Projeto de Lei 2976/19 (Câmara dos Deputados). Dep. Paulo Teixeira

Quando um sujeito prático um ato criminal ou contravenção -


Crime - conduta ato ilícito antijurídico com dados para terceiros ou apropria sociedade
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
legal
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

Punir- 155 furto 157 roubo exemplos- será condenado aquele que praticou o ato, tem a
finalidade de prevenção ex. homicídio 12 anos de prisão

Negociação -
1- Compreensão inicial

Conceito - “Trata-se de uma forma alternativa de solução de conflitos de natureza auto


compositiva, direta e imediata que se dá mediante um processo de troca de informações
entre as partes, com a finalidade de se alcançar um acordo no conflito concretamente
considerado”.

PRINCIPAIS ETAPAS

A. Fase inicial – Preparação- compreendendo o conhecimento e a definição da própria posição


e dos objetivos a serem alcançados;
B. Fase intermediaria - Desenvolvimento- em que ocorrem a programação da agenda e a
formulação de propostas, concessões e soluções alternativas; (Começa a apresentar proposta.
Desenvolvimento da negociação)
C. Fase final – Desfecho-que pode resultar em acordo, interrupção temporária ou término da
negociação. (Pode ter o acordo, parar o acordo ou decidir que não há acordo)
D. Fase pós negociação - Avaliação - pós negociação é necessária uma revisão, notar se há algo
para evoluir quando se negocia. (Se houve êxito, bom sinal. (Se não houve êxito, deve haver avaliação da
postura.)

Só existe negociação quando pelo menos duas pessoas, representando ou não alguma organização, e estão
buscando atingir algum objetivo. LEMBRE-SE: numa negociação os dois lados têm interesses comuns e interesses
conflitantes. Negociação exige duas partes dizendo SIM, mas começa com pelo menos uma dizendo NÃO.

4 - Tipos de negociação

1) Distributiva (competitiva): ganha-perde. Alguém ganha e alguém perde. Para ter


algum resultado, alguém vai ter que ceder e vai ter que perder. Se o outro lado não
ceder e não aceitar o quanto o outro cedeu, não há acordo.
2) Integrativa (colaborativa): ganha-ganha. Prevalece a oportunidade em que
ambos vão ceder para que ambos saiam satisfeitos (exemplo da laranja).
3) Criativa: modalidade em que conseguem negociar mediante fatores
extraordinários à própria situação – aquela que mostra pra pessoa que existem outras
possibilidades além daquela que a pessoa veio negociar, mas que saiam satisfeitas do
mesmo modo.

Conciliação e Mediação

Noções Gerais

São espécies de meios adequados de resolução de conflitos, modalidade de autocomposição


intermediada. haverá um terceiro, um sujeito neutro, que irá interferir no conflito de maneira a
ajudar as partes a chegarem em uma solução.
Há duas diferenças entre mediação e conciliação: pautadas em como o intermediário vai agir e
qual é a relação entre as pessoas que estão no conflito.
Mediação ≠ Conciliação

Atividades do intermediário e relação material do conflito.

Mediação → Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem
poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou
desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.

Conciliação → Age de maneira assertiva, mais interventiva, vai sugerir soluções para o conflito. É
um solucionador de conversa.
Em ambas, quem dará a palavra final são as partes envolvidas no conflito.
Na mediação as pessoas se conhecem e na conciliação as pessoas não se conheciam antes do
conflito, se conhecem após (exemplo, batida de carro).
Art. 165, § 2º (Conciliador e § 3º (Mediador), CPC

Normatização → Lei de Mediação (L.M) Lei 13.140/15

A. Negociador Perfil

→ Catalizador
Pontos positivos: Personalidade que quer muito ajudar e compra a ideia facilmente. Pontos
negativos: Personalidade impulsivo e não mede os passos.
→ Apoiador
Pontos positivos: Personalidade que tem o foco no relacionamento interpessoal.
Pontos negativos: Aceita as coisas só para não desagradar.
→ Controlador
Pontos positivos: Personalidade eficiente.
Pontos negativos: É autoritário, mandão e controlador.
→ Analítico
Pontos positivos: Personalidade que valoriza a segurança e é organizada.
Pontos negativos: É mais lento e precisa de tempo.
Sugestão de análise de perfil comportamental (personalidade) Teste DISC (RH-
Psicologia)

Noções gerais

São espécies de meios adequados de resolução de conflitos, modalidade de


autocomposição intermediada. haverá um terceiro, um sujeito neutro, que irá interferir
no conflito de maneira a ajudar as partes a chegarem em uma solução.

Há duas diferenças entre mediação e conciliação: pautadas em como o intermediário vai


agir e qual é a relação entre as pessoas que estão no conflito. Art. 165 Parágrafo 2º (conciliador)
e Parágrafo 3º (Mediador) CPC

Conciliação: Age de maneira assertiva, mais interventiva, vai sugerir soluções para
o conflito. É um solucionador de conversa.

Mediação: Não há sugestão, apenas faz pensar a respeito, facilitando o diálogo, é


um facilitador da conversa.

Em ambas, quem dará a palavra final são as partes envolvidas no conflito.


Na mediação as pessoas se conhecem e na conciliação as pessoas não se conheciam
antes do conflito, se conhecem após (exemplo, batida de carro).

COMPREENÇÃO DE MEDIAÇÃO: Considera-se mediação a atividade técnica exercida por


terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e
estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.

O CPC 2015 previu a existência dessa atividade e denominou tais “empresas” de


“câmaras privadas de mediação e conciliação”, possuem em seu corpo conciliadores e
mediadores profissionais, ou seja, pessoas que fizeram cursos e dominam as técnicas
adequadas para ter êxito em uma conciliação ou mediação.

Lei 13.140/2015 (Lei da Mediação)

Qual é, então, a diferença entre a conciliação e a mediação?


São institutos muito semelhantes. A diferença está apenas na técnica que é empregada.
O CPC 2015, em seu art. 165, §§ 2º e 3º prevê as sutis diferenças entre eles:
CONCILIADOR:
• Tem uma participação mais ativa no processo de negociação.
• Atua preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes.
• Pode sugerir soluções para o litígio.

MEDIADOR:
• Auxilia, facilita, estimula as partes a compreender as questões e os interesses em
conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar,
por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos.
• Atua preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes
• Não propõe soluções para os litigantes.

Conciliação Mediação Arbitragem


Forma de autocomposição do conflito. Forma de autocomposição do conflito. Forma de heterocomposição
do conflito.
O terceiro não decide o conflito. Ele O terceiro não decide o conflito. Ele O terceiro é quem decide o
facilita que as partes cheguem ao Auxilia, facilita, estimula que as partes conflito.
acordo. cheguem ao acordo.
Atua preferencialmente nos casos em Atua preferencialmente nos casos em que Atua tanto em um caso como
que não houver vínculo anterior entre houver vínculo anterior entre as partes no outro.
as partes.
Propõe soluções para os litigantes. Não propõe soluções para os litigantes. Decide o conflito.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias entre
particulares e sobre a auto composição de conflitos no âmbito da administração pública.

Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial
sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar
ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia (A Lei n.º 13.140/2015 forneceu um conceito
para mediação)

ABRANGÊNCIA (ART.1º)

Sujeitos→ Administração pública → Pessoa jurídica de Direito Público – Art. 32 e


Art. 35

Camará de prevenção e resolução administrativa de conflitos (criadas no âmbito


dos respectivos órgãos da advocacia pública) normas regulamentares do próprio
órgão;

B) Objeto

-Conflito total ou parcial (art. 3º §5)

CARACTERÍSTICA PRINCIPAL

A principal caraterística a voluntariedade, significa que você faz mediação apenas se quiser.
Caso queira mediar e parar no meio a qualquer momento você pode negociar o
procedimento.
As partes que decidem.
Voluntariedade (art. 2º, §2º)
Judicial → Tem que comparecer caso já exista um processo.
Extraprocessual (particular) Ou Endoprocessual (Art. 334, § 4º CPC) → Ato ADJ (multa: 2%)

A. Objeto da mediação (conteúdo do conflito) - Art. 3º

Objeto da mediação é correto afirmar que a mediação só se aplica para direitos disponíveis?
NÃO. Pode ser objeto de mediação os conflitos que versem sobre:
► direitos disponíveis; (ex. questões patrimoniais)
► direitos indisponíveis que admitam transação. (homologação judicial e participação do MP - Art. 3º,
Parágrafo 2º)
Vale ressaltar, no entanto, que o consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve ser homologado
em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público (§ 2º do art. 3º da Lei). Em outras palavras, se envolver direitos indisponíveis, o
acordo celebrado entre as partes deve ser homologado em juízo, com parecer do MP.

PRINCÍPIOS (art. 2º e Art.166 CPC)


É possível que haja mais de um mediador para atuar em um caso?
SIM. Poderá ser admitido mais de um mediador para funcionar no mesmo procedimento, quando isso for recomendável em razão
da natureza e da complexidade do conflito e desde que as partes concordem (art. 15 da Lei)
A mediação será orientada pelos seguintes princípios:
A. independência do mediador; Este princípio está relacionado a atuação do conciliador e mediador. Os auxiliares de
justiça não podem sofrer pressões externas, sejam das partes, do juiz, do advogado ou de qualquer outro sujeito ou
interessado do processo.
B. imparcialidade do mediador; Não há como imaginar a boa mediação sem independência e imparcialidade, até
porque a imparcialidade do mediador depende dessa independência, e cabe às partes escolherem ou aceitarem mediadores.
C. isonomia entre as partes; sanar as desigualdades sociais e naturais e pugnar pela igualdade material, o princípio
da isonomia exige que se adote uma postura que, em síntese, dê tratamento igual aos substancialmente iguais...No processo
civil existem medidas a serem tomadas para sanar eventuais disparidades por causas exteriores ao processo entre as partes.
D. oralidade; - Oralidade: Os textos falados são documentados e colocados por escrito em um papel/documento podendo
virar um documento, trazendo possibilidades das pessoas se exporem de maneiras mais claras.
E. informalidade; - Estabelece que em um procedimento de conciliação e mediação não precisa adotar procedimento
rígido, formal, quadrado, pode ser mais informal, com linguagem mais popular, sem prazos rígidos, sem regras tão precisas,
mais confortabilidade e maleabilidade desde que não traga prejuízos a ninguém.
F. autonomia da vontade das partes; Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação (§ 2º do
art. 2º da Lei). A mediação, para funcionar, deve ser algo querido, desejado pelas partes. Não se esqueça que a mediação é
baseada nos princípios da autonomia da vontade e na busca do consenso. No entanto, se no contrato firmado entre as partes
houver uma cláusula prevendo a mediação como solução das controvérsias (cláusula de mediação), as partes deverão
comparecer pelo menos à primeira reunião de mediação (§ 1º do art. 2º da Lei). Depois dessa, ninguém será obrigado a
permanecer no procedimento de mediação.
G. busca do consenso; - Os atos praticados têm como objetivo chegar em um consenso, não a brigar ou impor ponto
de vista.(As duas partes têm que sair satisfeitas.)
H. confidencialidade; toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será confidencial em relação a
terceiros, não podendo ser revelada nem sequer em processo arbitral ou judicial. Exceções: 1) as partes expressamente
concordarem; 2) a lei exigir sua divulgação; 3) a sua divulgação for necessária para cumprimento de acordo obtido pela
mediação; 4) for uma informação relacionada com a ocorrência de um crime de ação pública.
I. boa-fé; é importante que o mediador e todas as partes ajam de maneira honesta, baseada na sinceridade e lealdade, de
modo que aja justiça durante a resolução dos conflitos.
J. decisão informada - O procedimento de conciliação e mediação deve produzir uma decisão final (acordo) com as
informações pelas partes apresentadas e acordadas. Tanto os termos do acordo como as suas consequências.

https://www.dizerodireito.com.br/2015/06/comentarios-lei-131402015-lei-da.html

CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO

1)Noções Gerais
- Meios Alternativos (Adequados) de Resolução de Conflitos → forma auto
compositiva intermediada;
* Mediação ≠ Conciliação
* atividades do intermediário e relação material do conflito
►Art. 165, §2º (Conciliador) e §3º (Mediador), CPC

2)Normatização
a) Lei de Mediação (L.M.) ► Lei 13.140/15
b) Lei 13.105/15 (CPC)

3)Compreensão
– Art. 1º, p.ú., L.M. (conceito)
► Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder
decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou
desenvolver soluções consensuais para a controvérsia.

1. Abrangência (art. 1º)


a) sujeitos
- Particulares
- Administração Pública → Pessoa Jurídica de Direito Público (U., E., DF,M. +
Autarquias e Fundações Públicas) – art. 32 e art. 35
* Câmaras de Prevenção e resolução administrativa de conflitos (criadas no
âmbito dos
respectivos órgãos da Advocacia Pública) – normas regulamentares do
próprio órgão;
b) objeto
- Conflito total ou parcial (art. 3º, §1º)

5)Característica Principal
- Voluntariedade (art. 2º, §2º)
►Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação (nem começar).
* Extraprocessual (particular)
ou
* Endoprocessual (art. 334 CPC) ► Ato ADJ (multa: 2%)
■ Judicial → pode ter que comparecer

6)Objeto da mediação (conteúdo do conflito) – [art. 3º]


a) Direitos disponíveis (ex. questões patrimoniais)
b) Direitos indisponíveis – que admitam transação (homologação judicial e
participação do MP – art. 3º, §2º)

8)Mediadores (e Conciliadores)
a) Compreensão
► O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo
anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes
conciliem (art. 165, §2º, CPC)
► O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios
mútuos (art. 165, §3º, CPC)
b) Ambiente de atuação
- Extrajudicialmente
- Judicialmente (existência de processo judicial) → Jurisdição (Auxiliar da
Justiça)
c) Destacamento (art. 4º):
- Designado pelo Tribunal
- Escolhido pelas partes (consenso)
d)Imparcialidade (art. 5º) ► semelhantemente à judicial (Impedimento e
Suspeição – art. 144 e art. 145 CPC);
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no processo:
I - Em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como membro do Ministério Público ou
prestou depoimento como testemunha;
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão;
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público, seu cônjuge ou
companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha
reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no processo;
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes;
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego ou decorrente de contrato de
prestação de serviços;
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório;
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado.
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o advogado ou o membro do
Ministério Público já integrava o processo antes do início da atividade judicante do juiz.
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz.
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente
a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente no processo.
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que
aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em
linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido.

► Dever de informação às partes → antes de aceitar a função (pode ser


recusado) – p.ú.
9)Restrições
a) Impedimento assessorar, representar ou patrocinar partes [por 1 ano] – art.

b) Impeditivo de atuação como árbitro ou testemunha em processo judicial -
(art. 7º)

10) Equiparação Funcional (servidor público) → Efeitos Penais (art. 8º)

11) Mediador Extrajudicial (art.9º)


- Qualquer pessoa capaz
- Possibilidade de intervenção de representante (Advogado ou Defensor
Público) – art. 10 ► ambas devem ser representadas → Mediador
suspende procedimento para tanto, se for o caso (p.ú.);

12) Mediador Judicial (art. 11)


- Requisitos:
a) formação (graduação) há pelo menos 2 anos → instituição reconhecida
pelo MEC;
b) capacitação em escola ou instituição de formação de mediadores,
reconhecida pela ENFAM (Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento
de Magistrados) ou pelos Tribunais (com requisitos mínimos estabelecidos
pelo CNJ e MJ);
c) inscrição em cadastro dos Tribunais (art. 12);

13) Desligamento de Mediadores/Conciliadores (art. 173 CPC)


- Exclusão dos cadastros dos Tribunais:
Formas:
a) solicitação do interessado;
b) agir com dolo ou culpa;
c) violação de deveres de confidencialidade;
d) atuar em afronta à imparcialidade (impedido ou suspeito);
* forma de apuração: procedimento administrativo (contraditório e ampla
defesa) → possibilidade de desligamento compulsório (art. 173, §1º, CPC)]
Art. 173. Será excluído do cadastro de conciliadores e mediadores aquele que:
I - agir com dolo ou culpa na condução da conciliação ou da mediação sob sua responsabilidade ou violar qualquer dos
deveres decorrentes do art. 166, §§ 1o e 2o;
II - atuar em procedimento de mediação ou conciliação, apesar de impedido ou suspeito.
§ 1o Os casos previstos neste artigo serão apurados em processo administrativo.
§ 2o O juiz do processo ou o juiz coordenador do centro de conciliação e mediação, se houver, verificando atuação
inadequada do mediador ou conciliador, poderá afastá-lo de suas atividades por até 180 (cento e oitenta) dias, por decisão
fundamentada, informando o fato imediatamente ao tribunal para instauração do respectivo processo administrativo.

Seção III - Do Procedimento de Mediação


Subseção I - Disposições Comuns

Prescrição - perda de um direito FORA de um processo - ex.: perder o tempo estipulado em lei para abertura
de um processo
Preclusão - perda de um direito dentro de um processo - ex.: perda de prazo

14) Procedimento de Mediação/Conciliação


a) Instituição da mediação/conciliação:
► momento: data para a qual foi marcada a 1ª reunião de mediação (art.17)
suspensão da prescrição (art. 17, p.ú.) Art. 17. Considera-se instituída a mediação na data para a
qual for marcada a primeira reunião de mediação.
Parágrafo único. Enquanto transcorrer o procedimento de mediação, ficará suspenso o prazo prescricional.

b) Alerta de confidencialidade na 1ª reunião (art. 14)


Art. 14. No início da primeira reunião de mediação, e sempre que julgar necessário, o mediador deverá alertar as partes
acerca das regras de confidencialidade aplicáveis ao procedimento.

c) Possibilidade de mais de um mediador ► co-mediação (requerimento das


partes ou do próprio mediador) ► natureza e complexidade do conflito (art.
15). Art. 15. A requerimento das partes ou do mediador, e com anuência daquelas, poderão ser admitidos outros
mediadores para funcionarem no mesmo procedimento, quando isso for recomendável em razão da natureza e da
complexidade do conflito.

d) Mediação durante processo judicial ou procedimento arbitral


→requerimento das partes ao juiz ou árbitro (art. 16) ► decisão de
suspensão é irrecorrível (art. 16, §1º) Art. 16. Ainda que haja processo arbitral ou judicial em
curso, as partes poderão submeter-se à mediação, hipótese em que requererão ao juiz ou árbitro a suspensão
do processo por prazo suficiente para a solução consensual do litígio.
§ 1º É irrecorrível a decisão que suspende o processo nos termos requeridos de comum acordo pelas partes.
§ 2º A suspensão do processo não obsta a concessão de medidas de urgência pelo juiz ou pelo árbitro.

e) Reuniões sequenciais (posteriores): necessária anuência das partes quando tiverem que
estar presentes (art. 18). Art. 18. Iniciada a mediação, as reuniões posteriores com a presença das partes
somente poderão ser marcadas com a sua anuência.
f) Intermediação (art. 19): reuniões com as partes ►conjuntamente (princípio da igualdade) ou
separado (caucus). Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em
conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que entender necessárias para facilitar o
entendimento entre aquelas.

g) Encerramento: lavratura do termo final (art. 20):


- acordo celebrado: título executivo (judicial: homologado pelo juiz ou
extrajudicial: assinado pelo mediador e partes)
- Não se justificarem mais esforços para a obtenção do consenso:
I) declaração do mediador nesse sentido;
II) manifestação de qualquer das partes;
Art. 20. O procedimento de mediação será encerrado com a lavratura do seu termo final, quando for celebrado acordo ou
quando não se justificarem novos esforços para a obtenção de consenso, seja por declaração do mediador nesse sentido
ou por manifestação de qualquer das partes.
Parágrafo único. O termo final de mediação, na hipótese de celebração de acordo, constitui título executivo extrajudicial
e, quando homologado judicialmente, título executivo judicial.

De <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13140.htm>

15) Mediação Extrajudicial


a) Início: convite (qualquer meio de comunicação) - art. 21- conteúdo:
I) escopo proposto para a negociação;
II) data;
III) local da 1ºª reunião;
b) Rejeição: convidado não responder em até 30 (trinta) dias da data de seu
recebimento
(art. 21, p.ú.)
- previsão contratual (cláusula de mediação ► não cabe rejeição [art. 2º,§ 1º
Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as partes deverão comparecer à primeira reunião de
mediação.]
Art. 21. O convite para iniciar o procedimento de mediação extrajudicial poderá ser feito por qualquer meio de
comunicação e deverá estipular o escopo proposto para a negociação, a data e o local da primeira reunião.
Parágrafo único. O convite formulado por uma parte à outra considerar-se-á rejeitado se não for respondido em até
trinta dias da data de seu recebimento.

c) Cláusula de Mediação Contratual (conteúdo):


- pode ser substituída por indicação de regulamento de instituição prestadora
de serviços de Mediação - art. 22, A previsão contratual de mediação deverá conter, no mínimo:
I - prazo mínimo e máximo para a realização da primeira reunião de
mediação, contado a partir da data de recebimento do convite;
II - local da primeira reunião de mediação;
III - critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação;
IV - penalidade em caso de não comparecimento da parte convidada à
primeira reunião de mediação.
§ 1º A previsão contratual pode substituir a especificação dos itens acima enumerados pela indicação de regulamento,
publicado por instituição idônea prestadora de serviços de mediação, no qual constem critérios claros para a escolha do
mediador e realização da primeira reunião de mediação.
d) Critérios legais para a 1ª reunião (se não houver previsão contratual) – art.
22, §2º:
I - prazo mínimo de 10 dias - úteis e prazo máximo de 3 meses, contados a
partir do recebimento do convite;
II - local adequado a uma reunião que possa envolver informações
confidenciais;
III - lista de cinco nomes, informações de contato e referências profissionais
de mediadores capacitados; a parte convidada poderá escolher,
expressamente, qualquer um dos cinco mediadores e, caso a parte convidada
não se manifeste, considerar-se-á aceito o primeiro
nome da lista;
IV - o não comparecimento da parte convidada à primeira reunião de
mediação acarretará a assunção por parte desta de 50% das custas e
honorários sucumbenciais caso venha a ser vencedora em procedimento
arbitral ou judicial posterior, que envolva o escopo da mediação para a qual
foi convidada.
§ 3º Nos litígios decorrentes de contratos comerciais ou societários que não contenham cláusula de mediação, o
mediador extrajudicial somente cobrará por seus serviços caso as partes decidam assinar o termo inicial de mediação e
permanecer, voluntariamente, no procedimento de mediação.

16) Mediação Judicial


- Procedimento realizado dentro de um contexto de existência de um
processo judicial.
a) CEJUSC (Centro Judiciário de Solução Consensual de Conflitos) –
Tribunais
b) Momentos (art. 24)

- Pré-processual (atuação antes do ajuizamento do processo)

- Processual (dentro do processo)

c) Mediadores compulsórios: não sujeitos à aceitação das partes (art. 25)


– salvo impedimento e suspeição

d) Representação processual (obrigatório) – salvo JEC (art. 26)


e) Oportunidade (art. 334 CPC → Audiência)
f) Duração: até 60 dias – a contar da 1ª sessão (cabe prorrogação requerida
de comum acordo pelas partes) – art. 28 [art. 334, §2º, CPC]
g) Encerramento (art. 28, p.ú.):
- acordo: juiz homologa por sentença e encerra o processo (arquivamento);
- sem acordo: processo segue com oportunidade para Réu contestar (prazo
de 15 dias úteis);
Art. 28. O procedimento de mediação judicial deverá ser concluído em até sessenta dias, contados da primeira sessão,
salvo quando as partes, de comum acordo, requererem sua prorrogação.
Parágrafo único. Se houver acordo, os autos serão encaminhados ao juiz, que determinará o arquivamento do processo
e, desde que requerido pelas partes, homologará o acordo, por sentença, e o termo final da mediação e determinará o
arquivamento do processo.
h) Isenção de custas judiciais finais: solucionado o conflito antes da citação do
Réu (art. 29)

17) Confidencialidade (art. 30)


- Todas as informações de um processo de mediação são confidenciais (em
relação a terceiros). Todos os participantes do procedimento devem respeitar.
Exceções:
a) Autorização das partes de divulgação;
b) Divulgação exigida por lei;
c) Necessário ao cumprimento do acordo;
d) Casos de crimes de ação penal pública (art. 30, §3º)
e) Informações à Administração Tributária (art. 30, §4º)
- Provas apresentadas em desrespeito à confidencialidade não poderão ser
aceitas em juízo:
ilegais (art. 30, §2º)
Art. 30. Toda e qualquer informação relativa ao procedimento de mediação será confidencial em relação a terceiros, não
podendo ser revelada sequer em processo arbitral ou judicial salvo se as partes expressamente decidirem de forma
diversa ou quando sua divulgação for exigida por lei ou necessária para cumprimento de acordo obtido pela mediação.
§ 1º O dever de confidencialidade aplica-se ao mediador, às partes, a seus prepostos, advogados, assessores técnicos e
a outras pessoas de sua confiança que tenham, direta ou indiretamente, participado do procedimento de mediação,
alcançando:
I - declaração, opinião, sugestão, promessa ou proposta formulada por uma parte à outra na busca de entendimento para
o conflito;
II - reconhecimento de fato por qualquer das partes no curso do procedimento de mediação;
III - manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo mediador;
IV - documento preparado unicamente para os fins do procedimento de mediação.
§ 2º A prova apresentada em desacordo com o disposto neste artigo não será admitida em processo arbitral ou judicial.
§ 3º Não está abrigada pela regra de confidencialidade a informação relativa à ocorrência de crime de ação pública.
§ 4º A regra da confidencialidade não afasta o dever de as pessoas discriminadas no caput prestarem informações à
administração tributária após o termo final da mediação, aplicando-se aos seus servidores a obrigação de manterem
sigilo das informações compartilhadas nos termos do art. 198 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional.

- confidencialidade entre as partes do conflito (sessão privada) – exceção:


autorização da parte (art. 31).Art. 31. Será confidencial a informação prestada por uma parte em sessão
privada, não podendo o mediador revelá-la às demais, exceto se expressamente autorizado.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o
juiz designará audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado
o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. Prazos
(art. 334, caput, CPC)a)
Designação: 30 (trinta) dias de antecedência b) Citação: 20 (vinte) dias de
antecedência
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação,
observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. Ver tópico (35722
documentos)
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da
data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. Nova audiência: até
2 meses da 1ª sessão
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. Ver tópico (552854 documentos)
§ 4º A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; I –
manifestação, expressa, de desinteresse pelas partes;
II - quando não se admitir a autocomposição. II – inadmissibilidade de autocomposição;
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição,
apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência.
Intimação autor
- pelo D.J.E. em nome do advogado (§3º) - Réu: ciência pela citação
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. -
manifestações de todos.
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. meio
eletrônico – possibilidade (- momento:a) Autor: P.I. - b) Réu: até 10 (dez) dias
antes da audiência (petição)
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à
dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor
da causa, revertida em favor da União ou do Estado. - não comparecimento da parte
(injustificadamente)- multa: até 2%
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. Ver tópico (231725
documentos)
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir.
- representante (procuração) – poderes: negociar e transigir - advogado
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. - redução a termo e
homologação por sentença.
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de
20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte.- pauta de 20 (vinte) minutos (§12)

Aula – Audiência de Conciliação e Mediação (art. 334 CPC)


1) Noções Gerais
a) Compreensão do ato – audiência (oral)
b) MARC (endoprocessual)
- funções (mediador e conciliador – art. 165, §§2º e 3º, CPC)
c) Fundamento legal: art. 334 CPC
2) Pressupostos
a) Preenchimento dos requisitos (intrínsecos e extrínsecos)
b) Não aplicação do art. 332 CPC (improcedência liminar do
pedido)

Aula 0- 27/04/2022

Arbitragem

1. Noções Gerais
-Meios alternativos de resolução de conflito (pq não é jurisdição)
-Método heterocomposivo→ privado (não jurisdicional)
• Princípio do Acesso à justiça (Art. 5º,XXXV,CF88)→ Indeclinabilidade da justiça
(A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito)

2. Fontes Legais
A)Lei 9.307/96 (alterada pela lei 13.129/15)
B)Lei 13.105/15 (CPC)
-ART. 3º, §1º CPC( É PERMITIDA A ARBITRAGEM , NA FORMA DA LEI) STF-
(12/12/2001)→CONTITUCIONAL

3. Critérios de Arbitrabilidade (art.1º)


Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.
§ 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos
patrimoniais disponíveis.
§ 2o A autoridade ou o órgão competente da administração pública direta para a celebração de convenção de arbitragem é a
mesma para a realização de acordos ou transações.
• Condições para que um conflito seja submetido ao procedimento arbitral:
A) Subjetivo: pessoas capazes;
• Administração pública (direta e indireta) também (Art. 1º, §1º);§ 1o A administração
pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.
B) Objetivo: Direito patrimonial disponível;

• Princípios Jurídicos da Arbitragem :

A) Autonomia da Vontade;
B) Boa fé;
C)Imparcialidade do arbitro;
D) Livre convencimento do arbitro;
E) igualdade;
F) Ampla defesa e contraditório;
G) Kompetenz-Kompetenz Art. 8º A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que estiver
inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, a nulidade da cláusula compromissória.
Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, as questões acerca da existência,
validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula compromissória.
5. Vantagem e desvantagem
A) Especialização
B) Rapidez;
C) Irrecorribilidade;
D) Informalidade;
E) Confidencialidade
F) Economia;
G) Ausência de Coercibilidade

6. Formas de Arbitragem --> Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério das
partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja
violação aos bons costumes e à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos princípios gerais de direito, nos
usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.
§ 3o A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará o princípio da publicidade.

A) de direito.

B) De equidade

• Critério da justiça , bom senso, razoabilidade, coerência e parcimônia.

• Convenção de Arbitragem - Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus


litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o
compromisso arbitral.

A. Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um


contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir,
relativamente a tal contrato.
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em
documento apartado que a ele se refira.
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem
ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a
assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.

- existência de um contrato (escrito): cláusula pode estar no contrato ou em um documento


apartado que a ele se refira (§1º)
- conflito que vem a surgir após o contrato;
Contrato de Adesão:
► Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente tomar a
iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua instituição, desde que
por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa
cláusula (§2º).
- se a cláusula contiver determinação de utilização compulsória de arbitragem » nula [art. 51, VII,
Lei 8.078/90 (CDC)]
B. Compromisso Arbitral O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes
submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou
extrajudicial (art. 9º)Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um
litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial.
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á pôr termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde tem curso a
demanda.
§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por
instrumento público.
Art. 6º Não havendo acordo prévio sobre a forma de instituir a arbitragem, a parte interessada
manifestará à outra parte sua intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro
meio qualquer de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, em
dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral.
Parágrafo único. Não comparecendo a parte convocada ou, comparecendo, recusar-se a firmar o
compromisso arbitral, poderá a outra parte propor a demanda de que trata o art. 7º desta Lei,
perante o órgão do Poder Judiciário a que, originariamente, tocaria o julgamento da causa.

ver o Art.9º

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