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Tópico 1 – Direito, lide e processo

"ubi societas, ibi jus"

O direito como instrumento do controle social :

A composição do conflito pelo direito

Conflito - mais de uma pessoa deseja o mesmo bem da vida,

Conflito de interesses. Interesse como posição favorável em relação a um bem da vida (a uma
necessidade).

Conflitos latentes e conflitos manifestados.

Subsistência do conflito e a necessidade de solucioná-lo. Razões: (a) quem devia satisfazer a não o faz;
ou, (b) o ordenamento veda a satisfação espontânea.

A pretensão como "exigência de subordinação do interesse alheio ao próprio" (Amaral Santos).

O "conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida" (a lide, segundo Carnelutti).>é um
conflito de interesse que assume uma proporção maior na sociedade já que vai pro judiciário , justifica a
presença da jurisdição em cima do conceito de lide, eu tenho a lide e uso o estado para resolver essas
lides.

Um pouco mais sobre lide:

Sentido etimológico: "litis" = processo (como em litispendência ou litisconsórcio)

o conceito que carnelutti apresentava era mais sociologico que jurídico, a lide que efetivamente
interessaria do ponto de vista processual é aquilo q é levado ao judiciário, o conceito de caneluti é mais
abrangente.

Conceito de Carnelutti e a crítica de Piero Calamandrei.

A crítica e a proposta de Enrico Tullio Liebman:.

“esse conflito de pedidos forma a matéria lógica do processo e o elemento formal de seu objeto, ao
passo que o conflito de interesses, na medida em que foi deduzido em juízo, representa o seu substrato
material. Este conflito de interesses, qualificado pelos pedidos correspondentes, representa a lide, ou
seja, o mérito da causa. A lide é o conflito depois de moldado pelas partes e vazado nos pedidos
formulados ao juiz.”
Resumidamente: a lide que vai ser trabalhada no processo vai ser aquela levada pro judiciário

Lide é uma palavra plurivica, em sentido de processo, mérito, conflito de interesses

A lide no CPC e a Exposição de Motivos. Ex: art. 330

No cod. De processo civil de 73 ele adota lide no sentido de mérito(aquilo que tah sendo pedido, o que a
causa pede), mas dependendo do art. Do CPC nem sempre é em sentido de mérito.....

Necessidade de superar os conflitos (conflito traz angústias). O processo como instrumento de solução
dos conflitos.

Sugestão de leitura: Fundamentos do Processo Civil Moderno, vol. 1 (O Conceito de Mérito em Processo
Civil), de Cândido Dinamarco

RESUMIDAMENTE : é com a pretensao de resolver os conflitos (lides) que se tem o judiciário.

Tópico 2: FORMAS DE SOLUÇÃO DOS LITÍGIOS. AUTOTUTELA, AUTOCOMPOSIÇÃO, ARBITRAGEM E


PROCESSO.

Autotutela: instintivo e egoísta, proteção própria, primitivo e instintivo , o problema dela é que é um
meio que soluciona o conflito no primeiro momento, mas nao de forma plena, ele é bastante falho para
produzir satisfação. Egoista sem terceiros a propria pessoa utiliza de seus meios para resolver os
conflitos, ou seja, me favoreço. Utiliza forca, de seus meios para satisfazer seu próprio interesse.

Autocomposição: compreendendo renúncia; submissão e transação, os envolvidos tbm solucionam o


conflito, tem uma pessoa ou ambas que abrem mão total ou parcialmente de seu interesse para produzir
a solução do interesse. A soluçao foi atingida pq A ou B abriu mão de seu interesse(renuncia), neste caso
aquele que manifesta a pretençao(que os demais se subordinem a seus interesses), ou deixa de
resistir(submissao) ou entao cada um cede em parte, meio a meio (transação)O problema é que as vezes
esta renuncia esta escondendo uma autotutela.

Arbitragem: de início, facultativa, seria delegar a soluçao do conflito a um árbitro escolher um terceiro
para resolver isso depende da vontade das partes, é facultativo. É um meio de heterocomposiçao, entra
outro para resolver o conflito, o arbitro. Ela passou por uma lenta evolução, teve uma transformação
conforme abaixo:

Evolução da arbitragem (segundo o processo romano):

Começou como uma arbitragem

- Período da legis actiones (754 aC até 149 aC): tem esse nem por base nas leis das 12 tábuas, eram
previstas nela principalmente. Havia algumas ações especificas para resolver determinados conflitos.
Duas fases: in jure (perante o pretor – celebrando a litiscontestatio) ela se processava qnto se tinha o
pretor, onde as pessoas em divergências se apresentavam diretamente a ele e ele era o romeiro
momento onde ele enquadrava o conflito em determinada ação da lei, o conflito ficava delimitado, sobre
o q eles estavam debatendo. As partes aceitavam a se submeter a decisão que era tomada, não pelo
pretor mas sim pelo judeu na segunda faze' a in judicium

in judicium (perante o árbitro privado – judex – que decidia o conflito) perante um arbitro que ia
resolver o conflito, arbitragem privada, utilizando as ações da lei. As partes aceitavam a decisão deste
judex, onde ele era escolhido pelas partes, era um pretor privado.

Este era um processo tipicamente privado, a participação do estado era muito pequena, apenas na
primeira fase, onde não decidia nada.

- Período formulario (149 aC a 209 dC):

A formula do pretor, em substituição ao formalismo do jus civile. O pretor criava formulas para resolver
o conflito, eram formulas mais simples que no indio eram aplicadas para os cidadãos nao romanos. Com
o tempo o próprio pretor que atuava nos processos dos cidadãos urbanos começou a utilizar essa
formulas Foi chancelado pelo estado esta formula (mas nao era ele o estado que resolvia diretamente) ,
pois eram mais simples. Continua sendo uma arbitragem privada com acoes da lei mas tbm a formula, a
soluçao do conflito nao é dada pelo estado e sim por um terceiro. Aqui ainda á as duas fases, a in jure e a
in judicium.

Manutenção das duas fases>>mantém as duas fases, in jure e in judicium.

Em nenhuma das fazes eles resolviam, apenas emcaminham o conflito.

- Período da extraordinaria cognitio (209 dC até o final)

Pretor passa a decidir o conflito. Desaparecem as duas fase, o estado paasa o decidir o conflito na
pessoa do pretor. Há um estado atuando, solucionando o conflito.

O Estado passa, então a ser o terceiro imparcial que soluciona os conflitos. Chegamos à jurisdição (cujo
instrumento é o processo)

Tópico 2: Formas de solução de litígios

Formas de solução de litígios na atualidade

Autotutela? Como regra, é proibida, mas há exceções (ex: desforço imediato em defesa da posse, corte
de galhos de árvore que transcendem os limites dos vizinhos etc. – arts. 1210, § 1.º; 1283; 249, p. único;
251, p. único; 578, CC) as vezes se adimite ela pois a situação mais urgentes, situações mais pontuais
onde o legislador permite vc tomar suas providências/ações. Caso nao esteja previsto a utilização da
autotutela ela é proibida, mas ela tem um espaço muito pequeno.

Autocomposição? Em se tratando de direitos disponíveis, não só permitida, como também incentivada


(art. 125, IV, CPC). Pode se dar dentro (art. 269, II, III e IV, CPC) ou fora do processo. Tem um papel muito
relevante, dentro dos limites da indisponibilidade, naquilo que for proibida a diposição de direitos não se
pode fazer uso da autocomposição, ela é seu limite. Hoje em dia é possível utilizar a autocomposição
pois o indivíduo pode se apoiar na jurisdição. Há tbm um conciliador que ajuda as partes na conciliação
para que as partes se autocomponham, que pode sero juiz com o papel de conciliador ou então um
terceiro que funciona como conciliador, sem a presença do juiz,esse terceiro de certa maneira auxilia o
juíz.

Arbitragem? Para direitos patrimoniais disponíveis (vem experimentando grande desenvolvimento a


partir da Lei 9.307/96).>teremos um terceiro imparcial que fará a solução, ele é escolhido pelas partes,
sendo que sua descisão não permite recorrer.

A jurisdição tem primazia, sem prejuízo dos “Alternative Dispute Resolution” (ADR)

3.º Tópico – Direito Material e Direito Processual

Direito Material: “... normas disciplinadoras das relações entre os indivíduos e os bens da vida, bem
como disciplinadoras das relações dos sujeitos entre si.” Milton Paulo de Carvalho

Direito Material: “... é o corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e
utilidades da vida (direito civil, penal, administrativo, comercial, tributário, trabalhista etc.).”
Cintra-Grinover-Dinamarco

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