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DIREITO ADMINISTRATIVO SIMPLIFICADO

Rodolfo Penna
Rodolfo Penna

@rodolfo.penna Rodolfo Penna t.me/rodolfopenna


REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO

Rodolfo Penna
Definição

Rodolfo Penna
DEFINIÇÃO
O regime jurídico administrativo é o conjunto harmônico de normas
(regras e princípios) que regem a atuação da Administração Pública em
sua atuação, na relação com os administrados, na relação com os seus
agentes, na prestação de serviços públicos e na sua organização
interna, sempre em busca do interesse público.

✓ Prerrogativas

✓ Restrições

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DEFINIÇÃO
✓ Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

Regime jurídico administrativo x regime jurídico da Administração


Pública

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DEFINIÇÃO
Bipolaridade da atuação da Administração Pública

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Normas Jurídicas

Rodolfo Penna
NORMAS JURÍDICAS
Norma jurídica

Norma x texto normativo

Regras x Princípios

Critérios:
(a) o grau de fundamentalidade; e
(b) a estrutura lógico-normativa.

Rodolfo Penna
NORMAS JURÍDICAS
Ronald Dworkin x Robert Alexy

Rodolfo Penna
NORMAS JURÍDICAS
Ronald Dworkin Robert Alexy
Regras são relatos descritivos de Regras são normas que serão
comportamentos, cuja aplicação satisfeitas ou não, devendo-se fazer
ocorre mediante a ideia do tudo ou aquilo que elas determinam, nem
nada. Possuem dimensão de validade. mais, nem menos. São aplicadas em
uma única medida.
Princípios possuem uma dimensão de Princípios são mandados de
peso ou importância, cuja análise se dá otimização, determinando que um
no caso concreto. Eventual choque valor seja buscado na maior medida
entre princípios se resolve pelo critério possível, diante das possibilidades
da ponderação ou valoração (qual fáticas e jurídicas.
deve ter mais “peso” naquela
situação). Porém, mesmo o princípio
com peso menor não terá a sua
aplicação completamente excluída,
tendo apenas uma incidência menor.
NORMAS JURÍDICAS
Atualmente
Critérios REGRAS PRINCÍPIOS
 Comando objetivo;
 Valores, dimensão ética;
 Proibição ou permissão;
 Decisões políticas
Conteúdo  Concretização dos valores
fundamentais;
segundo vontade do
 Fins públicos.
legislador.
 Finalística: Apontam para
estados ideais, valores e/ou
 Descritiva: define o
Estrutura finalidades que se busca
comportamento a ser
normativa atingir, sem definir o
adotado para atingir fins.
comportamento específico a
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ser adotado.
NORMAS JURÍDICAS
Critérios REGRAS PRINCÍPIOS
 Analisado em cada caso,
 Modo tudo ou nada: incide conferindo a dimensão de
Modo de ou não a depender se há peso ao princípio na situação
Aplicação subsunção do fato à situação jurídica, devendo incidir na
definida em abstrato. maior medida possível diante
da realidade fática e jurídica.
 Hierarquia (torna a norma
Forma de
inferior inválida);
solução  Ponderação, balanceamento
 Cronologia (a regra nova
do choque e sopesamento dos princípios
revoga a anterior)
entre em choque.
 Especificidade (excetua a
normas
norma geral)
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NORMAS JURÍDICAS
Força normativa dos princípios

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NORMAS JURÍDICAS
LINDB:
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se
decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
consideradas as consequências práticas da decisão.
Parágrafo único. A motivação demonstrará a necessidade e a
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato,
ajuste, processo ou norma administrativa, inclusive em face das
possíveis alternativas.

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NORMAS JURÍDICAS
Classificação dos princípios

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NORMAS JURÍDICAS
Princípios onivalentes ou Aplicam-se a todos os ramos da ciência;
universais

Princípios plurivalentes ou Aplicam-se a alguns ramos da ciência


regionais naquilo em que se relacionam;

Princípios monovalentes Aplicam-se a um ramo da ciência (p. ex.


princípios gerais de direito);

Princípios setoriais Aplicam-se a apenas um ou alguns setores


dentro de um ramo da ciência (p. ex.
princípios de direito administrativo).

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Princípios Basilares da
Administração Pública

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PRINCÍPIOS BASILARES

❑ Interesse Público

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PRINCÍPIOS BASILARES

INTERESSE ESTATAL INTERESSE ESTATAL


PRIMÁRIO SECUNDÁRIO

interesses diretos da interesses patrimoniais da


coletividade na satisfação de Administração Pública, que atua
suas necessidades em sentido como pessoa jurídica, sujeito de
amplo. direitos e obrigações.

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PRINCÍPIOS BASILARES
O direito subjetivo público

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Supremacia do
interesse público sobre
os interesses privados
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PRINCÍPIOS BASILARES
Supremacia do Interesse Público

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PRINCÍPIOS BASILARES

SUPREMACIA Poder da Administração sobre toda a


GERAL coletividade. Ex: Poder de polícia

Poder sobre aqueles que possuem uma


SUPREMACIA vinculação específica com a Administração.
ESPECIAL Ex: Poder disciplinar sobre servidores; Poder
sobre os contratados e concessionários.

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PRINCÍPIOS BASILARES
Reinterpretação da supremacia do interesse público

Rodolfo Penna
Indisponibilidade do
interesse público

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS BASILARES
Indisponibilidade do interesse público

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Princípios Expressos

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PRINCÍPIOS EXPRESSOS
CF:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

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Princípio da Legalidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Princípio da Legalidade

✓ Esfera pública x esfera privada

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PRINCÍPIOS EXPRESSOS

ESFERA
Pode fazer tudo que a lei não proíbe.
PRIVADA
ESFERA Pode fazer apenas o que a lei determina ou
PÚBLICA autoriza.

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PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ Legalidade x Reserva legal

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS

LEGALIDADE RESERVA LEGAL

A Administração Pública só
A Constituição Federal impõe
pode atuar quando há
uma espécie normativa
autorização ou determinação
específica para autorizar
da lei (em sentido amplo,
determinada atividade. (Ex: Lei
abarcando todas as espécies
ordinária ou Lei complementar).
normativas).

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PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ Legalidade x legitimidade

✓ Legalidade ou juridicidade?

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ Há exceção à legalidade?

✓ A Administração só pode atuar quando há lei em sentido formal?

Rodolfo Penna
Princípio da
Impessoalidade
Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Princípio da Impessoalidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS

ASPECTOS DA IMPESSOALIDADE

Vedação à promoção
Isonomia Finalidade
pessoal

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
a) Isonomia

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ A igualdade como forma de reconhecimento

“a igualdade como reconhecimento significa respeitar as minorias e


tratar as diferenças de uma maneira geral, respeitando as pessoas nas
suas diferenças, mas aproximando-as para igualar as oportunidades”

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
b) Vedação à promoção pessoal

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
CF
Art. 37 (...)
§1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas
dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou
imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou
servidores públicos.

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
STF: A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o
partido político a que pertença o titular do cargo público mancha o
princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo,
informativo ou de orientação que constam do comando posto pelo
constituinte dos oitenta (RE 191668)

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
c) Finalidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Princípio da intranscendência subjetiva das sanções

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
STF: De acordo com a Corte, não se deve aplicar sanções sobre
determinado Ente Público se o ato irregular foi praticado pela gestão
anterior, desde que a gestão atual, ao assumir, tenha tomado
providências para corrigir as falhas, ressarcir o erário e punir os
responsáveis (ACO 2795, STF).

Súmula 615-STJ - Não pode ocorrer ou permanecer a inscrição do


município em cadastros restritivos fundada em irregularidades na
gestão anterior quando, na gestão sucessora, são tomadas as
providências cabíveis à reparação dos danos eventualmente
cometidos.

Rodolfo Penna
Princípio da Moralidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Moralidade

✓ Moralidade administrativa (jurídica/objetiva) x moralidade social


(subjetiva)

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Nepotismo

Súmula vinculante 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou


parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa
jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para
o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de
função gratificada na administração pública direta e indireta em
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas,
viola a Constituição Federal.

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ Designação recíproca ou cruzada

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
❑ Jurisprudência relacionada ao nepotismo
✓ Ausência de hierarquia (Rcl 18564, STF);

✓ Cargos políticos (Rcl 29033 AgR/RJ; Rcl 22339 AgR/SP, ambas do


STF);

✓ Cargo de conselheiro do Tribunal de Contas (Rcl 6.702 MC-AgR,


STF);

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ Exceção à possibilidade de nomeação para cargos políticos (Rcl
28024 AgR, STF);

✓ A Súmula Vinculante nº 13 não exauriu todas as possibilidades de


nepotismo, podendo existir outros casos de nomeação que violem a
moralidade administrativa (MS 31.697, STF).

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Nepotismo e improbidade administrativa

Rodolfo Penna
Princípio da Publicidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Publicidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ Publicidade x publicação oficial

✓ Atos externos e internos

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
CF: Art. 5º (...)
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações
de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas
aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do
Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento
de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de
direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do
impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades
governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
processo sigiloso, judicial ou administrativo;

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Jurisprudência
O STF entendeu legítima a publicação em sítio eletrônico da
Administração Pública dos vencimentos dos servidores e dos
respectivos nomes, preservando-se os dados pessoais tal como o CPF
(ARE 652777).

O ato de qualquer dos poderes públicos restritivo de publicidade deve


ser motivado objetiva, específica e formalmente, sendo nulos os atos
públicos que imponham, genericamente e sem fundamentação válida e
específica, impeditivo do direito fundamental à informação".
ADPF 872/DF, relatora Ministra Cármen Lúcia, julgamento virtual
finalizado em 14.8.2023.
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Princípio da Eficiência

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Princípio da Eficiência

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
✓ Eficiência x Eficácia x Efetividade

✓ Administração burocrática x Administração gerencial

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA BUROCRÁTICA

• Voltada para o controle de procedimentos (meios), preocupando-se com os resultados


apenas em segundo plano;
• Foco nos controles administrativos;
• Centralização, concentração e controle dos órgãos e entidades públicas;

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA GERENCIAL

• Voltada para o controle de resultados, mantendo apenas as formalidade essenciais à


Administração Pública;
• Foco no controle de resultados;
• Descentralização, desconcentração e autonomia dos órgãos e entidades públicas;
• Redução da atuação empresarial do estado;
• Parcerias com entidades do terceiro setor para prestação de atividades não essenciais;
• Capacitação dos servidores e controle de desempenho.
Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Princípio da eficiência e a análise econômica do direito (AED)

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Decisão importante do STJ: diplomação superior à exigida pelo cargo

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
LINDB
Art. 20. Nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se
decidirá com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam
consideradas as consequências práticas da decisão.

Art. 22. Na interpretação de normas sobre gestão pública, serão


considerados os obstáculos e as dificuldades reais do gestor e as
exigências das políticas públicas a seu cargo, sem prejuízo dos direitos
dos administrados.

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Critérios de eficiência:
a) Eficiência da Pareto (“ótimo de Pareto”):

b) Eficiência de Kaldor-Hicks:

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS EXPRESSOS
Instrumentos de concretização do princípio da eficiência

Contrato de gestão
Avaliação especial de desempenho (art. 41, §4º);
Procedimento de avaliação periódica de desempenho (art. 41, §1º, III,
CF)
Escolas de governo (art. 39, §2º, CF);
Duração razoável do processo judicial e administrativo (Art. 5º,
LXXVIII).

Rodolfo Penna
Princípios Implícitos

Rodolfo Penna
Princípios da
Razoabilidade e da
Proporcionalidade
Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da Razoabilidade e da Proporcionalidade
❑ Fontes

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
CF
Art. 5º (...)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido
processo legal;

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
❑ Conceito

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

PROPORCIONALIDADE

Adequação ou Necessidade ou Proporcionalidade


idoneidade exigibilidade strictu sensu

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
a) Adequação/idoneidade

b) Necessidade/exigibilidade

c) Proporcionalidade em sentido estrito

Rodolfo Penna
Princípio da
continuidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da Continuidade

✓ Necessidade absoluta x necessidade relativa

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
❑ Direito de greve
CF
Art. 37 (...)
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos
em lei específica;

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
❑ Interrupção do serviço público
Lei 8.987/95: Art. 6º (...)
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua
interrupção em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das
instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da
coletividade.
§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º
deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-feira, no sábado ou no
domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado. (Incluído pela
Lei nº 1.4015, de 2020)
Rodolfo Penna
Princípio da Autotutela

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da Autotutela

❑ Anulação

❑ Revogação

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
❑ Controle de legalidade

❑ Controle de mérito

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Lei 9.784/99
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando
eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Súmula 473, STF: A administração pode anular seus próprios atos,


quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se
originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial.

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Provocada ou de ofício

✓ Contraditório e ampla defesa

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Segurança jurídica
Lei 9.784/99
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos
de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em
cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo
comprovada má-fé.

Rodolfo Penna
Princípio da segurança
jurídica

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da Segurança Jurídica

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Posse em cargo público por decisão precária
STF: (...) execução provisória das decisões judiciais, fundadas que são
em títulos de natureza precária e revogável, se dá, invariavelmente, sob
a inteira responsabilidade de quem a requer, sendo certo que a sua
revogação acarreta efeito ex tunc, circunstâncias que evidenciam sua
inaptidão para conferir segurança ou estabilidade à situação jurídica a
que se refere (RE 608482).

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
STJ: existem situações excepcionais, nas quais a solução padronizada
ocasionaria mais danos sociais do que a manutenção da situação
consolidada, impondo-se o distinguishing, e possibilitando a contagem
do tempo de serviço prestado por força de decisão liminar, em
necessária flexibilização da regra estabelecida pelo STF

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Posse em cargo público por decisão precária e aposentadoria

STJ: Embora o vínculo de trabalho fosse precário, o vínculo


previdenciário, após as contribuições previdenciárias ao regime
próprio, consolidou-se com a reunião dos requisitos para a concessão
de aposentadoria. (MS 20.558/DF, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2017, DJe 31/03/2017)

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ LINDB e o regime de transição

Art. 23. A decisão administrativa, controladora ou judicial que


estabelecer interpretação ou orientação nova sobre norma de
conteúdo indeterminado, impondo novo dever ou novo
condicionamento de direito, deverá prever regime de transição
quando indispensável para que o novo dever ou condicionamento de
direito seja cumprido de modo proporcional, equânime e eficiente e
sem prejuízo aos interesses gerais.

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ LINDB e mudança de orientação geral

Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial,


quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma
administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta
as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em
mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações
plenamente constituídas.

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Precedentes administrativos

Art. 30. As autoridades públicas devem atuar para aumentar a


segurança jurídica na aplicação das normas, inclusive por meio de
regulamentos, súmulas administrativas e respostas a consultas.

Rodolfo Penna
Princípio da Motivação

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da Motivação

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Motivação x motivo

✓ Motivação aliunde ou perrelatione

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Teoria dos motivos determinantes

Rodolfo Penna
Princípio da
especialidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da especialidade

Rodolfo Penna
Princípio da presunção
de legitimidade e
veracidade das condutas
estataisRodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da presunção de legitimidade e veracidade das condutas
estatais

Rodolfo Penna
Princípio do
contraditório e da ampla
defesa
Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio do contraditório e da ampla defesa

✓ Contraditório

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS

AMPLA DEFESA

Duplo grau de
Defesa Prévia Defesa Técnica
julgamento

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
a) Defesa prévia

b) Defesa técnica

Súmula Vinculante 5: A falta de defesa técnica por advogado no


processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
c) Duplo grau de julgamento

Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou


arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de
recurso administrativo.

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Aplicação entre entes públicos

O STF entendeu que o cadastro restritivo de Ente Público não deve ser
feito de forma unilateral e sem acesso à ampla defesa e ao
contraditório. STF. Plenário. ACO 2892 AgR/DF.

Rodolfo Penna
Princípio da precaução

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da precaução

Rodolfo Penna
Princípio da
consensualidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da consensualidade e da participação

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Administração dialógica

Administração participativa e governança social

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípios de governança pública

I - capacidade de resposta; II - integridade; III - confiabilidade; IV - melhoria


regulatória; V - prestação de contas e responsabilidade; e VI - transparência.

“(...) de forma mais objetiva, na condução da política de governança


considera-se que governança pública compreende tudo o que uma instituição
pública faz para assegurar que sua ação esteja direcionada para objetivos
alinhados aos interesses da sociedade.”
BRASIL. Casa Civil da Presidência da República. Guia da política de
governança pública. Brasília, 2018. P. 16. Disponível em
<https://www.gov.br/casacivil/pt-br/centrais-de-conteudo/downloads/guia-da-
politica-de-governanca-publica> Acesso em: 11 de julho de 2022.
Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
✓ Art. 39 da Lei 8.666/93: determina a realização de audiência pública
para licitações de grande vulto;
✓ Lei 10.257/2001 (Estatuto da Cidade): Estabelece diversos
instrumentos de participação popular, tais como audiências
públicas, debates e consultas públicas para elaboração do plano
diretor e para a gestão orçamentária participativa.
✓ Art. 10, inciso VI da Lei 11.079/2004 (Parcerias Público-Privadas):
Consulta pública para análise da minuta do edital e do contrato da
concessão.
✓ Lei 13.460/2017, que dispõe sobre participação, proteção e defesa
dos direitos do usuário dos serviços públicos da administração
pública.
Rodolfo Penna
Princípio da
sindicabilidade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da sindicabilidade

Rodolfo Penna
Accountability

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Accountability

Rodolfo Penna
Princípio da
subsidiariedade

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da subsidiariedade

Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a


exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será
permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou
a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.

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Princípio da hierarquia

Rodolfo Penna
PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS
Princípio da Hierarquia

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Lei de Acesso à
Informação (lei
12.527/2011)
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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre os procedimentos a serem observados
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, com o fim de
garantir o acesso a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5º
, no inciso II do § 3º do art. 37 e no § 2º do art. 216 da Constituição
Federal.

Art. 2º Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, às


entidades privadas sem fins lucrativos que recebam, para realização de
ações de interesse público, recursos públicos diretamente do
orçamento ou mediante subvenções sociais, contrato de gestão, termo
de parceria, convênios, acordo, ajustes ou outros instrumentos
congêneres.
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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 45. Cabe aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, em
legislação própria, obedecidas as normas gerais estabelecidas nesta
Lei, definir regras específicas, especialmente quanto ao disposto no
art. 9º e na Seção II do Capítulo III.

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
❑ Transparência ativa

Art. 3º Os procedimentos previstos nesta Lei destinam-se a assegurar o


direito fundamental de acesso à informação e devem ser executados
em conformidade com os princípios básicos da administração pública e
com as seguintes diretrizes:
I - observância da publicidade como preceito geral e do sigilo como
exceção;
II - divulgação de informações de interesse público,
independentemente de solicitações;

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

TRANSPARÊNCIA Divulgação de informações de interesse público


ATIVA independentemente de solicitação.

Divulgação das informações por solicitação dos


TRANSPARÊNCIA
administrados independentemente de motivação do
PASSIVA
pedido, desde que não protegidas por sigilo.

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 5º É dever do Estado garantir o direito de acesso à informação,
que será franqueada, mediante procedimentos objetivos e ágeis, de
forma transparente, clara e em linguagem de fácil compreensão.

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
❑ Direito à informação em si e ao procedimento para obtenção do
acesso
Art. 7º O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre
outros, os direitos de obter:
I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso,
bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a
informação almejada;

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
❑ Informação parcialmente sigilosa
Art. 7º (...) § 2º Quando não for autorizado acesso integral à
informação por ser ela parcialmente sigilosa, é assegurado o acesso à
parte não sigilosa por meio de certidão, extrato ou cópia com
ocultação da parte sob sigilo.

❑ Negativa injustificada
§ 4º A negativa de acesso às informações objeto de pedido formulado
aos órgãos e entidades referidas no art. 1º , quando não
fundamentada, sujeitará o responsável a medidas disciplinares, nos
termos do art. 32 desta Lei.

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
❑ Procedimento mínimo para acesso à informação

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o
acesso imediato à informação disponível.
§ 1º Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma
disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá,
em prazo não superior a 20 (vinte) dias:
I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a
reprodução ou obter a certidão;
I - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do
acesso pretendido; ou
III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu
conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter
o requerimento a esse órgão ou entid
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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
❑ Informação sigilosa
Reservada → 5 anos
Secreta → 15 anos
Ultrassecreta → 25 anos

✓ Informações de risco à vida e à família do Presidente da República

✓ Evento determinado como termo final (Art. 24, §3º)

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
✓ Informações pessoais
Terão seu acesso restrito, independentemente de classificação de
sigilo e pelo prazo máximo de 100 (cem) anos a contar da sua data de
produção, a agentes públicos legalmente autorizados e à pessoa a que
elas se referirem; e
Poderão ter autorizada sua divulgação ou acesso por terceiros diante
de previsão legal ou consentimento expresso da pessoa a que elas se
referirem.

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LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
§ 3º O consentimento referido no inciso II do § 1º não será exigido
quando as informações forem necessárias:
I - à prevenção e diagnóstico médico, quando a pessoa estiver física ou
legalmente incapaz, e para utilização única e exclusivamente para o
tratamento médico;
II - à realização de estatísticas e pesquisas científicas de evidente
interesse público ou geral, previstos em lei, sendo vedada a
identificação da pessoa a que as informações se referirem;
III - ao cumprimento de ordem judicial;
IV - à defesa de direitos humanos; ou
V - à proteção do interesse público e geral preponderante.
Rodolfo Penna
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Informações imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado
(art. 23)

✓ Competência para classificação do sigilo (art. 27)

Rodolfo Penna
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
Ultrassecreta a) Presidente da República;
b) Vice-Presidente da República;
c) Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas;
d) Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e
e) Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no
exterior;

Secreta a) autoridades competentes para classificação em ultrassecreta;


b) titulares de autarquias, fundações ou empresas públicas e sociedades
de economia mista
Reservada a) Autoridades mencionadas acima;
b) Autoridades que exerçam funções de direção, comando ou chefia,
nível DAS 101.5, ou superior, do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores, ou de hierarquia equivalente, de acordo com
regulamentação específica de cada órgão ou entidade, observado o
disposto nesta Lei.
Rodolfo Penna
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
A competência para classificação da informação em ultrassecreta e
secreta pode ser delegada, vedada a subdelegação (art. 27, §1º);

Art. 29. A classificação das informações será reavaliada pela autoridade


classificadora ou por autoridade hierarquicamente superior, mediante
provocação ou de ofício, nos termos e prazos previstos em
regulamento, com vistas à sua desclassificação ou à redução do prazo
de sigilo, observado o disposto no art. 24.

Rodolfo Penna
LEI DE ACESSO À INFORMAÇÃO
❑ Comissão Mista de Reavaliação

Prorrogar uma única vez o prazo de sigilo da informação classificada


como ultrassecreta.

Rever a classificação de informações secretas e ultrassecretas por


provocação ou de ofício, neste último caso, no máximo a cada 4 anos
(art. 35, §3º), sob pena de desclassificação automática;

Requisitar esclarecimentos.

Rodolfo Penna
A indisponibilidade do
interesse público e os
meios alternativos de
solução de conflitos
Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Discussão doutrinária

Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Lei nº 9.307/96

Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da


arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.
§ 1º A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da
arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.

Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
STJ:
O fato de não haver previsão da arbitragem no edital de licitação ou
no contrato celebrado entre as partes não invalida o compromisso
arbitral firmado posteriormente (REsp 904.813/PR).

Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Arbitrabilidade subjetiva e objetiva

Lei nº 9.307/96
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da
arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.
§ 1º A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da
arbitragem para dirimir conflitos relativos a direitos patrimoniais
disponíveis.

Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Lei n. 14.133/2021
Art. 151. Nas contratações regidas por esta Lei, poderão ser utilizados
meios alternativos de prevenção e resolução de controvérsias,
notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de resolução de
disputas e a arbitragem.
Parágrafo único. Será aplicado o disposto no caput deste artigo às
controvérsias relacionadas a direitos patrimoniais disponíveis, como as
questões relacionadas ao restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro do contrato, ao inadimplemento de obrigações contratuais
por quaisquer das partes e ao cálculo de indenizações.

Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Enunciado nº 19 da I Jornada de Direito Administrativo do CJF:

Enunciado 19: As controvérsias acerca de equilíbrio econômico-


financeiro dos contratos administrativos integram a categoria das
relativas a direitos patrimoniais disponíveis, para cuja solução se
admitem meios extrajudiciais adequados de prevenção e resolução de
controvérsias, notadamente a conciliação, a mediação, o comitê de
resolução de disputas (Dispute Board) e a arbitragem.

Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Peculiaridades do procedimento quando utilizado pela Administração
Pública

Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério


das partes.
(...) § 3º A arbitragem que envolva a administração pública será sempre
de direito e respeitará o princípio da publicidade.
Art. 1º
(...) § 2º A autoridade ou o órgão competente da administração pública
direta para a celebração de convenção de arbitragem é a mesma para
a realização de acordos ou transações.
Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Escolhas dos árbitro e dos comitês de arbitragem: há necessidade de
licitação?

Rodolfo Penna
MEIOS ALTERNATIVOS
Escolhas dos árbitros e do comitê arbitral

Flávio Amaral:
“Antecipa-se, desde já, a conclusão a que se pretende chegar no
presente ensaio: o processo de licitação formal não é o veículo
adequado para promover uma escolha eficiente da Câmara Arbitral e
muito menos dos árbitros. Se caminharmos no sentido de
compreender a licitação como um antecedente lógico e obrigatório
destas escolhas, estaremos aniquilando, por via oblíqua, a própria
arbitragem na Administração Pública e os inegáveis benefícios que
dela poderão ser extraídos nas relações jurídicas administrativas.”
MEIOS ALTERNATIVOS
Enunciado nº 39 da I jornada de Direito Administrativo do CJF:
Enunciado 39: A indicação e a aceitação de árbitros pela
Administração Pública não dependem de seleção pública formal, como
concurso ou licitação, mas devem ser objeto de fundamentação prévia
e por escrito, considerando os elementos relevantes.
MEIOS ALTERNATIVOS
Art. 154. O processo de escolha dos árbitros, dos colegiados arbitrais
e dos comitês de resolução de disputas observará critérios isonômicos,
técnicos e transparentes.
MEIOS ALTERNATIVOS
Flávio Amaral:
“a indicação de um árbitro é um passo decisivo para o êxito em
qualquer processo arbitral, seja público ou privado. O sucesso da
arbitragem depende da qualidade dos árbitros, que devem, dentre
outros atributos, possuir experiência, conhecimento técnico na matéria
arbitrada, idoneidade moral e elevados padrões éticos, não
apresentando qualquer tipo de impedimento que possa macular a sua
neutralidade e imparcialidade no julgamento da questão.
(...)
MEIOS ALTERNATIVOS
Para além do conhecimento técnico que o árbitro deve possuir na
matéria arbitrável, dois aspectos positivos devem, ainda, ser
destacados: (i) a possibilidade de as partes indicarem o árbitro, ou seja,
a escolha do julgador a partir da sua qualificação profissional; (ii) a
circunstância de que o árbitro, via de regra, não tem a quantidade de
processos atribuídos a um juiz, o que permite conferir maior celeridade
na solução do litígio.”
MEIOS ALTERNATIVOS
Seleção de árbitros ad hoc
MEIOS ALTERNATIVOS
Seleção de câmara arbitral
MEIOS ALTERNATIVOS
Comitês de resolução de disputas – Dispute boards

a) Dispute review boards – DRB: com atribuição para fazer


recomendações não vinculantes (non-binding);
b) Dispute adjudication boards – DAB: com atribuição para tomar
decisões vinculantes (binding);
c) Combined dispute boards – CDB: com atribuições par emitir
recomendações e tomar decisões vinculantes, a depender do que
dispuser o contrato.
O direito fundamental à
boa administração
Rodolfo Penna
BOA ADMINISTRAÇÃO
Direito fundamental à boa administração

Rodolfo Penna
BOA ADMINISTRAÇÃO
a) Garantias procedimentais para a proteção de direitos substantivos

b) Regras legais acerca do exercício da função administrativa

c) Normas não positivadas ou normas “não legais”

Rodolfo Penna
Rodolfo Penna

@rodolfo.penna Rodolfo Penna t.me/rodolfopenna


OBRIGADO!

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