Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
A cessação desse vínculo jurídico vai depender de cada obrigação, pode ser
uma rescisão contratual, eventual declaração de inconstitucionalidade da lei etc.
Obrigação de dar: ao executar uma quantia, o rito trazido pelo código é diferente.
Basicamente, o que se pede processualmente é a obrigação de pagar quantia certa. Se
for o caso de cobrar da fazenda pública, há um rito específico, assim como ocorre com a
execução de alimentos, já que esse permite a prisão civil.
LÓGICA DE JUSTIÇA:
Reis perit domino: a coisa perece para o dono. Ou seja, se algo pereceu ou se deteriorou
de forma fortuita ou por força maior, o dono é quem fica no prejuízo e a obrigação é
resolvida, com as partes retornado ao status quo antes, sem direito a perdas e danos.
No comodato é preciso ter um cuidado maior, porque aqui há uma junção do res
perit domino com o princípio da proteção simplificado do agraciado, o STJ já entendeu
que a lógica de justiça é diferente. Para o tribunal, o comodante – aquele que empresta a
coisa – só precisa indenizar benfeitorias necessárias se elas forem urgentes ou
imprevistas, o que se difere do caso do locatário, que precisa ser indenizado perante
qualquer benfeitoria necessária.
Há exceções ao res perit domino, algumas vezes prevista pela própria lei. Por
exemplo, é o caso de contrato de compra e venda com clausula de reserva de domínio,
cuja previsão se encontra no artigo 524 do CC, onde é aplicado o res perit emptoris, a
coisa perece para o comprador. Na prática, isso nada mais é do que uma cláusula
suspensiva consistente no pagamento do preço. Isso serve para o vendedor deter a
propriedade da coisa até o pagamento integral da coisa pelo comprador, até lá o
comprador é tratado como um comodatário. Dessa forma, se a coisa é roubada, por
exemplo, quem fica no prejuízo é o comprador, apesar de não ser o dono ainda, ele
assume o risco e deve continuar arcando com as parcelas das compras. Essa cláusula só
tem eficácia contra terceiros se ela for registrada no órgão de registro público
competente.
Coisa incerta: artigo 243 a 246. Apenas é definido pelo gênero e pela quantidade,
por isso não é individualizado. É também chamado de obrigação genérica.
LÓGICA DE JUSTIÇA
Genus nunquat perit: o gênero nunca perece. Dessa forma, é irrelevante o perecimento
fortuito de uma coisa específica, já que o devedor se obrigou a uma coisa genérica e não
individualizada.
Exemplo: uma pessoa compra uma saca de café no dia 1 de junho, para que ela seja
entregue no dia 01 de julho, no dia 28/06, porém, ocorre um incêndio na plantação, que
não foi causado pelo seu dono, que nesse caso é o vendedor. Assim, como se trata de
obrigação de dar coisa incerta, o prejuízo não será suportado pelo dono, que nesse caso
é o comprador, mas pelo devedor, que deverá se virar para entregar a saca de café na
data combinada.
Há uma exceção quanto a isso quando o gênero for limitado, o que gera
resolução da obrigação sem pagamento de perdas e danos, isso ocorre sempre que
houver limitação do universo de onde será retirada a coisa. No exemplo da saca de café
acima, seria como se ficasse estipulado que fosse tirada uma saca de café entre os grãos
a serem colhidos na Fazenda X, por exemplo. Nesse caso, havendo o incêndio fortuito
que impossibilite a retirada da saca, a obrigação é resolvida.