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PROCEDIMENTOS

ESPECIAIS
Ação de Exigir
Contas
Aula 03
Prof. Adilson Ivan Caropreso Pinheiro

2021
Exercício
Redação de uma peça
inicial de uma ação de
Consignação em
Pagamento ou Ação de
Exigir Contas

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1.
CONCEITO

Existem relações jurídicas das quais resulta a obrigação
de um dos envolvidos prestar contas a outrem.
Isso ocorre quando, por força dessa relação, um deles
administra negócios ou interesses alheios, a qualquer
título. Aquele que o faz deve prestar contas, apresentar a
indicação pormenorizada e detalhada de todos os itens de
crédito e débito de sua gestão, para que se possa verificar
se, ao final, há saldo credor ou devedor.
A prestação de contas serve para aclarar o resultado da
gestão, permitindo que se verifique se há saldo em favor
de alguém. Quem administra negócios ou bens alheios
pode receber valores que devem ser entregues ao titular, e
fazer despesas, que devem por este ser repostas. Só por
meio dela será possível verificar se há saldo em favor de
algum dos envolvidos. (GONÇALVES, 2018, p.536)

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ALGUNS EXEMPLOS DE RELAÇÕES
DAS QUAIS RESULTA A OBRIGAÇÃO
DE PRESTAR CONTAS
No Código Civil, podem ser mencionadas:
■ a obrigação do tutor e do curador, pela gestão de bens e
negócios do tutelado ou curatelado (art. 1.756);
■ a do sucessor provisório, em relação aos bens dos ausentes
(art. 22, caput);
■ a do inventariante e do testamenteiro, por sua gestão à frente
do espólio (arts. 2.020 e 1.980);
■ a do mandatário frente ao mandante (art. 668).

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No Código de Processo Civil

■ a do administrador da massa na insolvência;


■ a do administrador de empresas, estabelecimentos e outros
bens, que tenham sido penhorados;
■ a do imóvel ou empresa no usufruto executivo;
■ a do curador da herança jacente;
■ eventualmente, do depositário.

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Algumas situações específicas:

■ as instituições financeiras devem prestar contas dos valores depositados


aos titulares dos depósitos. A Súmula 259 do STJ: “A ação de prestação
de contas pode ser proposta pelo titular da corrente bancária”. O envio
de extratos mensais não afasta essa obrigação, pois o correntista pode
discordar dos lançamentos e exigir as contas;
■ o consorciado pode exigir contas da administradora, ainda que o grupo
esteja inadimplente e o consórcio ainda não esteja encerrado;
■ no condomínio em edifícios, o condomínio, representado pelo síndico,
pode exigir contas da Administradora. Já o síndico deve prestar contas à
Assembleia Geral e ao Conselho Consultivo. Só se ele não o fizer, e não
forem tomadas providências, é que a ação poderá ser ajuizada pelos
condôminos, individualmente;
■ o advogado deve prestar contas ao cliente, já que é mandatário deste.

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NATUREZA DÚPLICE


Característica da ação de exigir contas é
a sua natureza dúplice. O art. 552 do CPC
estabelece que “A sentença apurará o
saldo e constituirá título executivo
judicial”. Mas pode haver saldo credor
tanto em favor do autor da ação quanto
do réu. Na sentença, o juiz pode
reconhecer saldo em favor deste, sem que
ele o postule. Reconhecido, o saldo
poderá ser executado, seja em favor do
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autor ou do réu.
DA AÇÃO DE EXIGIR E PRESTAR
CONTAS

Havendo uma relação jurídica da qual resulte a obrigação de


prestar contas, e tendo a ação natureza dúplice, há legitimidade
tanto daquele que as tem de prestar como daquele que pode
exigi-las.
Há duas ações diferentes: para exigir contas e para dá-las.
Imagine-se que, durante algum tempo, A administrou bens
de B. Então, B pode exigir de A que preste contas; e A pode
ajuizar ação para prestar a B as contas, liberando-se da
obrigação de prestá-las.
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PARA QUE HAJA INTERESSE, É PRECISO QUE:

■ aquele que tem obrigação de prestar contas se recuse a fazê-lo;


■ ou aquele a quem as contas devem ser prestadas se recuse a recebê-
las;
■ que haja divergência sobre a existência e o montante do saldo
apontado nas contas prestadas.

Havendo acordo sobre a obrigação de prestar contas, e sobre o valor do


saldo credor ou devedor, as contas podem ser prestadas extrajudicialmente.
Embora se admitam tanto as ações de exigir contas quanto as de dar contas,
apenas as primeiras terão procedimento especial (art. 550 e ss.). As de dar
contas, uma vez que não vêm tratadas especificamente no Título III do
Livro I da Parte Especial, correrão pelo procedimento comum.
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Duas fases de
procedimento
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Vem tratado no art. 550 do CPC. A ação é


proposta por aquele cujos bens foram
administrados por outrem.
O que caracteriza o seu procedimento é a
existência, em regra, de duas fases: a primeira,
para que o juiz decida sobre a existência ou não
da obrigação de o réu prestar contas. Se o juiz
decidir que não, o processo encerra-se nessa
fase; mas se decidir que sim, haverá uma
segunda, que servirá para que o réu preste as
contas, e o juiz possa avaliar se o fez
corretamente, reconhecendo a existência de
saldo credor ou devedor.
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THANKS!

Dúvidas?
adilson.pinheiro@inspirar.com.br

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