Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP).
Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA
PROCESSO
CIVIL
–
PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS
CPF - 96706767115 PROF.
FLÁVIO
MONTEIRO
DE
BARROS
DA
AÇÃO
DE
DISSOLUÇÃO
PARCIAL
DE
SOCIEDADE
DISTINÇÃO
ENTRE
DISSOLUÇÃO
TOTAL
E
DISSOLUÇÃO
PARCIAL
DA
SOCIEDADE
Dissolução
total
é
a
extinção
da
pessoa
jurídica.
A
sociedade
deixa
de
existir.
Não
se
confunde
com
a
dissolução
parcial
ou
resolução,
que
é
a
mera
saída
de
um
dos
sócios
da
sociedade,
que,
no
entanto,
continua
existindo.
A
dissolução
parcial
da
sociedade
passa
por
três
fases:
a)
dissolução
propriamente
dita;
b)
apuração
dos
haveres
ou
liquidação
da
quota;
c)
pagamento.
RESOLUÇÃO
DA
SOCIEDADE
EM
RELAÇÃO
A
UM
SÓCIO
Conforme
já
dito,
resolução
é
a
dissolução
parcial
da
sociedade,
isto
é,
o
sócio
sai
da
sociedade
e
esta
continua
com
os
demais
sócios.
Essa
resolução
ou
dissolução
parcial
ocorre
em
três
situações:
a)
Morte
de
um
dos
sócios:
Em
regra,
a
morte
gera
a
liquidação
da
quota
deste
sócio.
É
feito
um
balanço
de
determinação,
especial
para
apurar
o
valor
da
quota
do
sócio
para
posterior
pagamento
aos
herdeiros.
A
sociedade
continua
sem
este
sócio.
Há
outras
opções:
• o
contrato
social
pode
prever
outra
solução
diferente
da
liquidação
em
caso
de
morte;
• os
sócios,
diante
da
morte,
decidem
pela
dissolução
total
da
sociedade.
• os
sócios
aceitam
o
herdeiro
como
sócio,
ao
invés
de
dissolver
a
sociedade.
Pode
ser
feito
um
acordo
para
que
o
herdeiro
seja
sócio
ou
que
este
herdeiro
indique
um
terceiro
como
sócio.
b)
Direito
de
retirada
ou
recesso:
É
o
direito
do
sócio
de
sair
da
sociedade.
Lembrando
que
se
a
sociedade
for
por
prazo
indeterminado,
ele
se
retira
notificando
os
demais
com
o
mínimo
de
60
(sessenta)
dias
de
antecedência,
sendo
que
os
sócios,
ao
receberem
essa
notificação,
têm
10
(dez)
dias
para
formalizar
o
desligamento,
conforme
art.
600,
IV,
do
CPC,
promovendo
a
dissolução
parcial
amigável,
sob
pena
de
cabimento
da
ação
judicial
de
dissolução
parcial
da
sociedade.
Se
a
sociedade
for
por
prazo
determinado,
a
retirada
dependerá
de
ação
judicial,
comprovando-‐se
a
justa
causa.
c)
Exclusão
ou
expulsão
do
sócio:
pode
ser
extrajudicial
ou
judicial.
É
extrajudicial
nas
seguintes
hipóteses:
• Sócio
remisso
(aquele
que
não
integralizou
o
capital
social);
• Se
o
credor
do
sócio
requerer
a
liquidação
da
quota
do
sócio.
A
sociedade
liquida
a
quota
e
deposita
o
dinheiro,
sendo
o
sócio
excluído;
• Se
o
sócio
falir,
em
caso
de
um
dos
sócios
ser
empresário.
Quando
o
sócio
é
excluído
da
sociedade,
pode
ocorrer:
a)
redução
do
capital
social,
isto
é,
a
sociedade
continua
com
os
demais,
mas
com
o
capital
social
reduzido;
b)
o
capital
social
é
mantido,
mas
os
demais
sócios
suprem
o
valor
da
quota
do
sócio
excluído.
Em
contrapartida,
aumenta-‐se
o
valor
da
quota
daqueles
que
supriram
esse
valor.
A
exclusão
judicial,
por
sentença,
depende
de
ação,
que
deve
ser
autorizada
pela
maioria
absoluta
dos
sócios.
Só
é
cabível
essa
ação
em
duas
hipóteses:
a)
Se
o
sócio
cometer
alguma
falta
grave,
isto
é,
descumprir
suas
obrigações;
1
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PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS
CPF - 96706767115 PROF.
FLÁVIO
MONTEIRO
DE
BARROS
b)
Incapacidade
superveniente
de
um
dos
sócios.
Nessas
hipóteses
de
morte,
direito
de
retirada
e
exclusão
do
sócio,
o
sócio
excluído,
que
se
retirou
e
os
herdeiros
do
sócio
morto,
durante
2
(dois)
anos,
continuam
responsáveis
pelas
obrigações
anteriores,
após
a
averbação
da
dissolução
parcial
da
sociedade.
Em
relação
às
obrigações
posteriores
à
morte,
os
herdeiros
não
têm
responsabilidade.
Porém,
no
caso
de
direito
de
retirada
e
exclusão
de
sócio,
o
sócio,
enquanto
não
for
averbada
essa
dissolução
parcial,
continuará
responsável
durante
2
(dois)
anos;
porém,
uma
vez
averbada,
ele
não
responde
mais
pelas
obrigações
posteriores
à
retirada
ou
exclusão
do
sócio.
DISTINÇÃO
ENTRE
AÇÃO
DE
DISSOLUÇÃO
PARCIAL
E
AÇÃO
DE
APURAÇÃO
DE
HAVERES
Na
ação
de
dissolução
parcial
da
sociedade,
o
pedido
é
de
exclusão
do
sócio
do
quadro
societário,
ao
passo
que
na
ação
de
apuração
de
haveres
do
sócio
o
pedido
é
de
reconhecimento
do
direito
de
apuração
do
valor
da
sua
quota
social,
sendo
que
a
efetiva
quantificação
desse
valor
será
feita
na
fase
de
liquidação,
que
se
instaura
após
a
sentença.
É
possível
a
cumulação
desses
dois
pedidos,
bem
como
a
propositura
de
apenas
um
desses
pedidos.
Por
exemplo,
o
sócio
expulso
pela
via
extrajudicial
pode
mover
ação
de
apuração
de
haveres
ou
então
ação
de
reintegração
ao
quadro
societário.
Note-‐se
que
não
se
trata
de
ação
de
dissolução
parcial
da
sociedade.
Em
suma,
dissolvida
parcialmente
a
sociedade
pela
via
extrajudicial,
a
ação
cabível
será
a
de
apuração
de
haveres
ou
então
anulação
do
ato
extrajudicial
para
a
reintegração
ao
quadro
societário
com
pedido
subsidiário
de
apuração
de
haveres.
No
caso
de
morte
de
sócio,
os
herdeiros
ou
espólio,
via
de
regra,
não
podem
mover
a
ação
de
dissolução
parcial,
pois
eles
não
são
sócios,
restando-‐lhe
a
ação
de
apuração
de
haveres.
Entretanto,
se
por
força
do
contrato
social
há
cláusula
expressa
conduzindo
os
herdeiros
à
condição
de
sócios,
eles
passam
a
ser
partes
legítimas
para
a
ação
de
dissolução
parcial,
conforme
se
verá
adiante.
LEGITIMIDADE
ATIVA
PARA
AS
AÇÕES
DE
DISSOLUÇÃO
PARCIAL
E
APURAÇÃO
DE
HAVERES
Na
dissolução
parcial
ou
apuração
de
haveres
de
sociedade
anônima
de
capital
fechado,
a
ação
só
pode
ser
proposta
quando
demonstrado,
por
acionista
ou
acionistas
que
representem
cinco
por
cento
ou
mais
do
capital
social,
que
a
sociedade
não
pode
mais
preencher
o
seu
fim
(§
2o
do
art.
599
do
CPC).
A
expressão
“não
pode
mais
preencher
o
seu
fim”
deve
também
ser
interpretada
como
sendo
o
desentendimento
entre
os
acionistas,
que
inviabiliza
a
sociedade
de
atingir
o
seu
fim,
isto
é,
a
quebra
da
“affectio
societatis”,
que
justifica
a
propositura
da
presente
ação
para
a
exclusão
do
acionista,
cuja
convivência
com
os
demais
tenha
se
revelado
difícil
ou
impossível,
dissolvendo-‐se
parcialmente
a
sociedade.
É
claro
que
a
expressão
também
abrange
a
sociedade
em
dificuldade
financeira,
que
já
não
consegue
atingir
o
seu
fim,
nesse
caso,
os
acionistas,
que
representam
pelo
menos
cinco
por
cento
do
capital
social,
podem
exercer
judicialmente
o
direito
de
retirada.
No
caso
de
morte
de
sócio,
enquanto
não
feita
a
partilha
no
inventário,
a
legitimidade
para
mover
a
ação
é
exclusiva
do
espólio,
mas,
após
concluída
a
partilha,
a
legitimidade
é
do
sucessor
que
adquiriu
total
ou
parcialmente
os
direitos
societários
do
sócio
morto.
A
sociedade
também
pode
mover
a
ação,
se
os
sócios
sobreviventes
não
admitirem
o
ingresso
do
espólio
ou
dos
sucessores
do
falecido
na
sociedade,
quando
esse
direito
decorrer
do
contrato
social.
É
claro
que
se
o
contrato
social
prevê
que
os
herdeiros
têm
o
direito
de
ingressar
na
sociedade,
a
negativa
desse
direito
deve
se
basear
numa
justa
causa,
que
a
sociedade
deverá
demonstrar
na
referida
ação.
2
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PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS
CPF - 96706767115 PROF.
FLÁVIO
MONTEIRO
DE
BARROS
No
tocante
ao
direito
de
retirada,
a
legitimidade
para
propor
a
ação
é
do
sócio
que
exerceu
o
esse
direito.
Só
haverá
necessidade
da
ação
de
dissolução
parcial,
se
não
tiver
sido
providenciada,
pelos
demais
sócios,
a
alteração
contratual
consensual
formalizando
o
desligamento,
depois
de
transcorridos
10
(dez)
dias
do
exercício
do
direito.
Na
sociedade
anônima
fechada,
o
direito
de
retirada
pode
ser
exercido
por
acionista
ou
acionistas
que
representem
cinco
por
cento
ou
mais
do
capital
social,
demonstrando
que
a
sociedade
não
pode
mais
preencher
o
seu
fim
(§
2o
do
art.
599
do
CPC).
Assim,
na
dissolução
parcial
ou
apuração
de
haveres
de
sociedade
anônima
de
capital
fechado,
a
ação
só
pode
ser
proposta
quando
demonstrado,
por
acionista
ou
acionistas
que
representem
cinco
por
cento
ou
mais
do
capital
social,
que
a
sociedade
não
pode
mais
preencher
o
seu
fim
(§
2o
do
art.
599
do
CPC).
A
expressão
“não
pode
mais
preencher
o
seu
fim”
deve
também
ser
interpretada
como
sendo
o
desentendimento
entre
os
acionistas,
que
inviabiliza
a
sociedade
de
atingir
o
seu
fim,
isto
é,
a
quebra
da
“affectio
societatis”,
que
justifica
a
propositura
da
presente
ação
para
a
exclusão
do
acionista,
cuja
convivência
com
os
demais
tenha
se
revelado
difícil
ou
impossível,
dissolvendo-‐se
parcialmente
a
sociedade.
É
claro
que
a
expressão
também
abrange
a
sociedade
em
dificuldade
financeira,
que
já
não
consegue
atingir
o
seu
fim,
nesse
caso,
os
acionistas,
que
representam
pelo
menos
cinco
por
cento
do
capital
social,
podem
exercer
judicialmente
o
direito
de
retirada.
Quanto
à
dissolução
por
exclusão
ou
expulsão
dos
sócios,
a
legitimidade
para
mover
a
ação
é
da
sociedade,
nos
casos
em
que
a
lei
não
autoriza
a
exclusão
extrajudicial.
Quanto
ao
sócio
excluído
pela
via
extrajudicial,
poderá
mover
a
ação
de
apuração
de
haveres
ou
ação
anulatória
do
ato
que
o
expulsou,
evidentemente
que
não
poderá
mover
ação
de
dissolução
parcial,
pois
o
pedido
de
saída
da
sociedade
já
foi
concretizado
pela
via
extrajudicial.
Por
outro
lado,
o
cônjuge
ou
companheiro
do
sócio
cujo
casamento,
união
estável
ou
convivência
terminou
poderá
requerer
a
apuração
de
seus
haveres
na
sociedade,
que
serão
pagos
à
conta
da
quota
social
titulada
por
este
sócio
(parágrafo
único
do
art.
600
do
CPC).
Trata-‐se
de
uma
ação
de
apuração
de
haveres
e
não
de
dissolução
parcial.
Portanto,
pode
ser
proposta
ainda
que
ausente
qualquer
causa
de
dissolução
parcial
da
sociedade.
LEGITIMIDADE
PASSIVA
PARA
AS
AÇÕES
DE
DISSOLUÇÃO
PARCIAL
E
APURAÇÃO
DE
HAVERES
No
polo
passivo
da
ação
movida
por
um
dos
sócios,
por
seu
cônjuge
ou
companheiro,
figuram
os
demais
sócios
e
a
sociedade,
que
serão
citados
para,
no
prazo
de
15
(quinze)
dias,
concordar
com
o
pedido
ou
apresentar
contestação
(art.
601
do
CPC).
A
necessidade
dos
demais
sócios
figurarem
no
polo
passivo
poderá
ensejar
a
inconveniente
figura
do
litisconsórcio
multitudinário.
A
sociedade
não
será
citada
se
todos
os
seus
sócios
o
forem,
mas
ficará
sujeita
aos
efeitos
da
decisão
e
à
coisa
julgada
(parágrafo
único
do
art.
600).
É
claro
que
na
ação
movida
pela
sociedade,
no
polo
passivo
figurará
o
sócio
que
se
visa
expulsar
ou
os
herdeiros
ou
espólio,
no
caso
de
dissolução
por
morte.
PROCEDIMENTO
DA
AÇÃO
DE
DISSOLUÇÃO
PARCIAL
DA
SOCIEDADE
Este
procedimento
encontra-‐se
previsto
nos
arts.
599
a
609
do
CPC.
Trata-‐se
de
um
procedimento
especial
de
jurisdição
contenciosa,
aplicável
à
sociedade
empresária
contratual
ou
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PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS
CPF - 96706767115 PROF.
FLÁVIO
MONTEIRO
DE
BARROS
simples
e
à
sociedade
anônima
de
capital
fechado.
Não
se
aplica
à
sociedade
anônima
aberta,
cujo
regramento
é
feito
pela
lei
6.404/76.
O
objeto
da
ação
é
excluir
o
sócio
da
sociedade,
sendo
que,
em
algumas
hipóteses,
o
próprio
sócio
tem
legitimidade
para
mover
também
a
ação,
requerendo
a
sua
própria
exclusão.
Normalmente,
a
ação
é
cumulada
com
o
pedido
de
apuração
de
haveres,
mas
nada
obsta
que
se
mova
apenas
a
ação
de
dissolução
parcial,
nesse
caso,
o
réu
deverá
apresentar
em
reconvenção
o
pedido
de
apuração
de
haveres.
A
ação
pode
ser
proposta
quando
presentes
uma
das
causas
de
dissolução
parcial
da
sociedade,
que
são
as
seguintes:
a)
morte
do
sócio.
Nesse
caso,
os
herdeiros
não
são
sócios,
de
modo
que,
em
regra,
a
ação
cabível
não
é
a
de
dissolução
parcial,
mas
sim
a
ação
de
apuração
de
haveres.
Se,
entretanto,
por
cláusula
expressa
do
contrato
social,
os
herdeiros
do
falecido
se
tornarem
sócios,
será
possível
se
propor
a
ação
de
dissolução
parcial,
conforme
já
dito
anteriormente.
b)
exclusão
ou
expulsão
do
sócio.
c)
direito
de
retirada
ou
recesso.
A
petição
inicial
será
necessariamente
instruída
com
o
contrato
social
consolidado
(§
1o
do
art.
599
do
CPC).
Havendo
manifestação
expressa
e
unânime
pela
concordância
da
dissolução,
o
juiz
a
decretará,
por
sentença,
caso
seja
o
único
pedido,
ou
por
decisão
interlocutória
de
mérito,
caso
haja
também
o
pedido
de
apuração
de
haveres,
passando-‐se,
nesse
caso,
imediatamente
à
fase
de
liquidação,
restringindo-‐se
o
objeto
da
ação
à
apuração
do
“quantum
debeatur”
(art.
603
do
CPC).
A
concordância
expressa
e
unânime
pela
dissolução
parcial
tem
a
natureza
jurídica
de
reconhecimento
do
pedido,
que
enseja
decisão
de
mérito,
nos
termos
do
art.
487,
III,
a,
do
CPC.
Como
estímulo
ao
reconhecimento
do
pedido
não
haverá
condenação
em
honorários
advocatícios
de
nenhuma
das
partes,
e
as
custas
serão
rateadas
segundo
a
participação
das
partes
no
capital
social
(§
1o
do
art.
603
do
CPC).
O
réu
ou
os
réus
serão
citados
para,
no
prazo
de
15
(quinze)
dias,
concordar
com
o
pedido
ou
apresentar
contestação.
Note-‐se
que
não
há
a
audiência
preliminar
de
conciliação
ou
mediação.
Havendo
contestação,
observar-‐se-‐á
o
procedimento
comum
(§
2o
do
art.
603
do
CPC).
PROCEDIMENTO
DA
AÇÃO
DE
APURAÇÃO
DOS
HAVERES
DA
SOCIEDADE
DISSOLVIDA
PARCIALMENTE
Apuração
de
haveres
é
a
definição
do
valor
da
quota
social
do
sócio
morto,
expulso
ou
que
exerceu
o
direito
de
retirada,
outrossim,
da
meação
do
cônjuge
ou
companheiro
do
sócio
cujo
casamento,
união
estável
ou
convivência
terminou.
Também
é
cabível
na
sociedade
anônima
fechada
quando
demonstrado,
por
acionista
ou
acionistas
que
representam
cinco
por
cento
ou
mais
do
capital
social,
que
a
sociedade
não
pode
atingir
o
seu
fim.
O
objeto
da
ação
de
apuração
de
haveres,
entretanto,
é
reconhecer
a
existência
do
direito
de
ser
apurado
o
valor
da
quota
social,
mas
a
efetiva
apuração
e
definição
desse
valor
será
feita
após
a
sentença,
na
fase
de
liquidação.
O
réu
ou
réus
serão
citados
para,
no
prazo
de
15
(quinze)
dias,
concordar
com
o
pedido
ou
apresentar
contestação.
Note-‐se
que
não
há
a
audiência
preliminar
de
conciliação
ou
mediação.
Havendo
contestação,
observar-‐se-‐á
o
procedimento
comum
(§
2o
do
art.
603
do
CPC).
A
sociedade
poderá
formular
pedido
de
indenização
compensável
com
o
valor
dos
haveres
a
apurar
(art.
602
do
CPC).
Este
pedido
de
indenização
deve
ser
formulado
através
de
reconvenção.
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FLÁVIO
MONTEIRO
DE
BARROS
Na
sentença
que
julga
procedente
a
apuração
de
haveres,
o
juiz:
a)
fixará
a
data
da
resolução
da
sociedade.
b)
definirá
o
critério
de
apuração
dos
haveres
à
vista
do
disposto
no
contrato
social.
Em
primeiro
lugar,
deverá
ser
observado
o
critério
previsto
no
contrato
social.
Em
caso
de
omissão
do
contrato
social,
o
juiz
definirá,
como
critério
de
apuração
de
haveres,
o
valor
patrimonial
apurado
em
balanço
de
determinação,
tomando-‐se
por
referência
a
data
da
resolução
e
avaliando-‐se
bens
e
direitos
do
ativo,
tangíveis
e
intangíveis,
a
preço
de
saída,
além
do
passivo
também
a
ser
apurado
de
igual
forma
(art.
606
do
CPC).
O
balanço
de
determinação
é
aquele
feito
especificamente
para
se
avaliar
o
valor
dos
haveres
do
sócio
em
caso
de
dissolução
parcial
da
sociedade.
c)
nomeará
o
perito,
caso
não
haja
acordo
entre
as
partes
sobre
o
valor
dos
haveres.
Em
todos
os
casos
em
que
seja
necessária
a
realização
de
perícia,
a
nomeação
do
perito
recairá
preferencialmente
sobre
especialista
em
avaliação
de
sociedades
(parágrafo
único
do
art.
606
do
CPC).
O
juiz
determinará
à
sociedade
ou
aos
sócios
que
nela
permanecerem
que
depositem
em
juízo
a
parte
incontroversa
dos
haveres
devidos
(§1o
do
art.
604
do
CPC).
O
depósito
poderá
ser,
desde
logo,
levantando
pelo
ex-‐sócio,
pelo
espólio
ou
pelos
sucessores
(§
2o
do
art.
604
do
CPC).
Se
o
contrato
social
estabelecer
o
pagamento
dos
haveres,
será
observado
o
que
nele
se
dispôs
no
depósito
judicial
da
parte
incontroversa
(§
3o
do
art.
604
do
CPC).
Até
a
data
da
resolução,
integram
o
valor
devido
ao
ex-‐sócio,
ao
espólio
ou
aos
sucessores
a
participação
nos
lucros
ou
os
juros
sobre
o
capital
próprio
declarados
pela
sociedade
e,
se
for
o
caso,
a
remuneração
como
administrador
(art.
608
do
CPC).
Após
a
data
da
resolução,
o
ex-‐sócio,
o
espólio
ou
os
sucessores
terão
direito
apenas
à
correção
monetária
dos
valores
apurados
e
aos
juros
contratuais
ou
legais
(parágrafo
único
do
art.
608
do
CPC).
De
acordo
com
o
art.
605
do
CPC,
a
data
da
resolução
da
sociedade
será:
I
-‐
no
caso
de
falecimento
do
sócio,
a
do
óbito;
II
-‐
na
retirada
imotivada,
o
sexagésimo
dia
seguinte
ao
do
recebimento,
pela
sociedade,
da
notificação
do
sócio
retirante;
III
-‐
no
recesso,
o
dia
do
recebimento,
pela
sociedade,
da
notificação
do
sócio
dissidente;
IV
-‐
na
retirada
por
justa
causa
de
sociedade
por
prazo
determinado
e
na
exclusão
judicial
de
sócio,
a
do
trânsito
em
julgado
da
decisão
que
dissolver
a
sociedade;
e
V
-‐
na
exclusão
extrajudicial,
a
data
da
assembleia
ou
da
reunião
de
sócios
que
a
tiver
deliberado.
Após
a
sentença,
inicia-‐se
a
fase
de
liquidação.
Note-‐se,
que
na
sentença,
o
juiz
não
fixa
o
valor,
mas
apenas
determina
os
critérios
e
nomeia
perito.
Portanto,
a
apuração
do
valor
devido
será
feita
na
fase
de
liquidação
da
sentença.
A
data
da
resolução
e
o
critério
de
apuração
de
haveres
podem
ser
revistos
pelo
juiz,
a
pedido
da
parte,
a
qualquer
tempo
antes
do
início
da
perícia
(art.
607
do
CPC).
Note-‐se
que
sobre
estes
tópicos
não
há
falar-‐se
em
preclusão.
Entretanto,
somente
uma
razão
relevante
ou
eventual
erro
deverá
motivar
o
juiz
a
alterar
o
que
havia
decidido
na
sentença
acerca
da
data
da
resolução
ou
do
critério
de
apuração
de
haveres.
Por
fim,
apurados
os
haveres
do
sócio
retirante
serão
pagos
conforme
disciplinar
o
contrato
social
e,
no
silêncio
deste,
nos
termos
do
§
2o
do
art.
1.031
do
CC,
que
dispõe
que
a
quota
liquidada
será
paga
em
dinheiro,
no
prazo
de
noventa
dias,
a
partir
da
liquidação,
salvo
acordo,
ou
estipulação
contratual
em
contrário.
5
Vedada a transmissão e reprodução deste material (art. 184 CP). Aluno LOHANE BORGES LEAL LIMA PROCESSO
CIVIL
–
PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS
CPF - 96706767115 PROF.
FLÁVIO
MONTEIRO
DE
BARROS
PERGUNTAS:
1) Qual
a
diferença
entre
dissolução
total
e
parcial
da
sociedade?
2) Quais
as
fases
da
dissolução
parcial?
3) O
que
é
resolução
da
sociedade?
4) Quais
as
três
hipóteses
de
dissolução
parcial?
5) O
que
é
o
direito
de
retirada
ou
recesso?
6) Como
o
sócio
exerce
esse
direito
de
retirada?
7) Quais
as
hipóteses
de
exclusão
ou
expulsão
do
sócio?
8) A
expulsão
do
sócio
gera
a
redução
do
capital
social?
9) Qual
o
quórum
exigido
para
a
sociedade
mover
uma
ação
de
dissolução
parcial
visando
a
expulsão
do
sócio?
10) Quando
é
cabível
a
ação
para
excluir
o
sócio?
11) Excluído
o
sócio,
o
sócio
ou
seus
herdeiros
continuam
responsáveis
por
dívidas
da
sociedade?
12) Qual
a
diferença
entre
ação
de
dissolução
parcial
e
ação
de
apuração
de
haveres?
13) É
possível
mover
ação
de
dissolução
parcial
sem
o
pedido
de
apuração
de
haveres?
14) É
possível
cumular
estas
ações?
15) É
possível
mover
apenas
a
ação
de
apuração
de
haveres?
16) O
sócio
expulso
injustamente
por
ato
extrajudicial,
caso
pretenda
retornar
à
sociedade,
a
ação
adequada
é
a
ação
de
dissolução
parcial?
17) Os
herdeiros
do
sócio
morto,
em
regra,
devem
mover
a
ação
de
dissolução
parcial
ou
ação
de
apuração
de
haveres?
18) É
cabível
essas
ações
quando
se
tratar
de
sociedade
anônima?
Explique.
19) No
caso
de
morte
de
sócio,
quem
pode
mover
estas
ações?
20) No
caso
do
sócio
exercer
o
seu
direito
de
retirada,
será
cabível
a
ação
de
dissolução
parcial?
21) A
sociedade
pode
expulsar
o
sócio
pela
via
extrajudicial?
Em
caso
negativo,
qual
é
a
ação
cabível?
22) O
sócio
expulso
pela
via
extrajudicial,
pode
mover
a
ação
de
dissolução
parcial?
Quais
as
ações
que
ele
pode
mover?
23) O
cônjuge
ou
companheiro
do
sócio
pode
mover
ação
de
apuração
de
haveres?
24) Quem
são
os
réus
dessas
ações?
25) Qual
é
o
inconveniente
sobre
a
legitimidade
passiva?
26) É
possível
se
dispensar
a
citação
da
sociedade?
27) Quando
a
ação
é
movida
pela
sociedade,
quem
figura
como
réu?
28) Qual
o
objeto
da
ação
de
dissolução
parcial?
29) Se
nesta
ação
não
houver
pedido
de
apuração
de
haveres,
qual
a
medida
que
o
réu
deverá
adotar?
30) É
possível
a
ação
de
dissolução
parcial
em
caso
de
morte
de
sócio?
31) Os
réus
são
citados
para
a
audiência
preliminar
de
conciliação?
32) Se
os
réus
concordam
com
a
dissolução
parcial,
o
juiz
prolata
sentença
ou
decisão
de
mérito?
6
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CIVIL
–
PROCEDIMENTOS
ESPECIAIS
CPF - 96706767115 PROF.
FLÁVIO
MONTEIRO
DE
BARROS
33) Qual
o
estímulo
para
esta
concordância?
34) Após
a
contestação,
qual
será
o
procedimento?
35) Qual
o
objeto
da
ação
de
apuração
de
haveres?
36) O
réu
é
citado
para
comparecer
à
audiência
preliminar
de
conciliação?
37) Após
a
contestação,
qual
é
o
procedimento?
38) Qual
a
medida
cabível
para
a
sociedade
exercer
o
seu
direito
de
compensação
baseado
em
indenização?
39) Qual
o
conteúdo
da
sentença
que
julga
procedente
a
ação?
40) Qual
é
o
critério
de
apuração
de
haveres?
41) O
que
é
o
balanço
de
determinação?
42) Quando
será
nomeado
o
perito?
43) O
valor
incontroverso
deverá
ser
depositado
em
que
momento?
44) Qual
é
a
data
da
resolução
em
caso
de
morte?
45)
E
em
caso
de
retirada
imotivada?
46) E
em
caso
de
exercício
de
retirada
ou
recesso?
47)
E
em
caso
de
retirada
ou
exclusão
por
sentença
judicial?
48)
E
em
caso
de
exclusão
extrajudicial?
49) Após
a
sentença,
qual
a
fase
processual
que
se
inicia?
50) Após
a
sentença,
o
juiz
pode
alterar
a
data
da
resolução
e
os
critérios
de
apuração?
51) Como
é
feito
o
pagamento?