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• A e B são sócios de uma SQ (50% cada um); verteram para os estatutos, por acordo, o
seguinte: A recebe 99,99% dos lucros distribuíveis. Isto aproveitando a função de organização
do capital social.
Proibição do pacto leonino (art. 22, no3). A função de organização do capital social traduz-se
na “arrumação” interna dos poderes dos sócios (o capital é, desde logo, a bitola a ter em conta
para a distribuição de lucros – 22, no1).
• Cláusula de um qualquer pacto social: “Os lucros serão distribuídos em 100%” Tem de
entender-se que os lucros só podem ser integralmente distribuídos se não for necessário
absorver prejuízos, constituir reserva legal ou outras (art.s 31, 32 e sobretudo 33)
• A sociedade XPTO, S.A. resolve distribuir pela Administração as reservas ocultas, aliás muito
significativas, da referida sociedade.
As reservas ocultas (como a expressão indica) são as que não estão evidenciadas no Balanço.
Logo não são distribuíveis, ainda que se respeitassem todos os limites legais ou estatutários
(art. 33, no 3).
• Apesar da situação líquida negativa a sociedade XPTO, LDa resolve distribuir lucros,
antecipadamente, aos sócios.
O adiantamento de lucros está previsto apenas para as SA (art. 297). Não é possível nas SQ por
variadas razões (por não estar expressamente prevista e não ser possível a aplicação analógica
do regime das SA; por poder não haver órgão fiscalizador....).
• A sociedade XPTO, LDa, aciona o senhor XIS, que cedera a sua quota a ZZZ, por este último
não a liberar....!
O art. 206 responsabiliza expressamente anteriores titulares da quota.
• Um aumento de capital exige sempre deliberação dos sócios. Só no caso previsto no art. 456
é possível prescindir de deliberação dos sócios.
• Um aumento de capital exige sempre uma maioria de três quartos dos sócios presentes em
assembleia geral.
A maioria de três quartos (art. 265) para as SQ tem por referência o capital e não o número de
sócios e ainda menos os presentes em Assembleia Geral (que apesar de poderem ser muitos
poderão representar muito pouco capital).
• Um aumento por incorporação de reservas exige sempre um balanço de fecho de contas.
Exige sempre um balanço. Pode não ser o que serviu de base à aprovação das contas se já
tiverem decorridos mais de seis meses sobre tal aprovação.
• A deliberação dos sócios para redução do capital está expressamente regulada na lei.
A convocatória para o efeito tem o seu conteúdo mínimo previsto na lei (art. 94, no 1). A
deliberação não, ao contrário do que sucede com as deliberações de aumento de capital (art.s
87 e 91)
• Do ponto de vista dos sócios é melhor celebrar um contrato de suprimento do que realizar
prestações suplementares de capital.
Do ponto de vista dos sócios celebrar um contrato de suprimento (arts. 243 ss)
comparativamente com a realização de prestações suplementares de capital (arts. 210 ss)
apresenta duas vantagens óbvias: a possibilidade de remuneração e a facilidade de restituição.
Recorde-se, no entanto, que em situação de insolvência da sociedade os créditos por
suprimentos são graduados em último lugar e, portanto, os últimos a ser (eventualmente)
recebidos.
• Para celebrar um contrato de suprimento é sempre necessária deliberação prévia dos sócios.
O contrato de suprimento não implica qualquer deliberação dos sócios. Tem que ver com o
sócio e a sociedade, tão somente, na ausência de regulamentação contratual diversa.
• A situação líquida não pode ser afetada se a sociedade quer retribuir prestações acessórias.
A retribuição de prestações acessórias não depende da situação líquida da sociedade. Já a
restituição de prestações suplementares de capital, nos termos legais (art. 213, no 1),
implicará que a situação líquida não fique inferior à soma do capital social e da reserva legal.
• O incumprimento, pelo sócio de uma obrigação acessória, leva sempre à exclusão do mesmo.
O incumprimento de uma obrigação acessória responsabiliza o sócio, nos termos gerais, mas
não pode conduzir, ao contrário do que sucede com as prestações suplementares, à exclusão
de sócio.
• As prestações suplementares de capital são elemento do passivo das sociedades.
As prestações suplementares de capital, ao contrário do que sucede com os suprimentos, não
são
• Na sociedade XPTO, S.A. o acionista Z propõe que se tome determinada deliberação por voto
escrito.
As deliberações por voto escrito (art. 247 CSC) são exclusivo das SQ. Por isso não pode adotar-
se essa forma de deliberação nas SA
.
• O gerente Y convoca a Assembleia Geral, por mail, em 23 de Fevereiro de 2020, para que
reúna em 9 de Março, desta vez no País vizinho (Espanha).
É o gerente que deve convocar a AG (248, no 3), mas por carta registada e expedida com a
antecedência de 15 dias. O dia da expedição não conta. Devem decorrer 15 dias desde até ao
dia 9 de Março o que não acontece (passaram apenas 14). Nos conjugados termos dos arts.
248, no 1 e 377, no 6 (e supondo que a sociedade tem sede em Portugal) a AG não pode ser
realizada em Espanha.
• Para proceder à venda de um imóvel da sociedade Velha Era, Lda uma notária exigiu uma ata
da AG, o que foi contestado pela dita sociedade.
É hipótese resolvida pelos artigos 246, no 2, alínea c) e 259 do CSC.
• Quem representa as sociedades comerciais por quotas perante o exterior é o coletivo dos
fiscalizadores.
As sociedades comerciais atuam através de órgãos. Um deles, imprescindível, é o órgão
executivo e representativo. Representa a sociedade externamente (evitando o enorme
inconveniente ou a impossibilidade prática de chamar o conjunto de sócios a intervir
constantemente). No caso das SQ, o órgão representativo é a gerência (que pode ser singular).
Nunca o órgão fiscalizador (que pode nem existir) teria competências representativas (que são
imperativamente atribuídas à gerência).
• O ROC designado para a revisão de contas da sociedade Meia solta, Lda, tem como prazo do
seu mandato um ano civil.
Ou a nomeação é feita sem que a sociedade tenha atingido os limites do art. 262, no 2 e,
portanto, trata-se de um cargo facultativo, caso em que se não vislumbra qualquer problema,
ou então a sociedade está obrigada à revisão de contas e essa obrigatoriedade durará pelo
menos dois anos (262, no 3).
• Na sociedade XPTO, S.A., com o capital social de 250 000 €, o administrador único obriga a
sociedade apondo a sua assinatura em conjunto com a do Presidente do Conselho Fiscal.
A sociedade referida não pode ter um administrador único (art. 390, no 2). O modo de
vinculação da sociedade nunca poderia implicar que o Presidente do Conselho Fiscal tivesse
funções executivas, pondo em causa a sua independência (funções para as quais sempre seria
incompatível – cfr. art. 414- A, no 1, alínea b).
• No ano de 2019 a sociedade Quarentena, S.A., não viu necessidade de reunir o seu Conselho
de Administração, pelo que se não encontra qualquer ata de tal órgão.
É hipótese que se não deve verificar: pelo menos uma vez por ano o CA deve reunir para
aprovar as contas e iniciar o processo de intervenção dos restantes órgãos no processo de
apreciação anual da situação da sociedade (cfr. artos 406, alínea d e 376, no 1, alínea a).
• A assembleia geral anual para apreciação da situação da sociedade deve ocorrer até 15 de
Maio de cada ano civil.
Deve ocorrer três ou cinco meses depois de encerrado o exercício social (cfr. artos 65, no 5 e
376, no 1 do CSC e 62 do C Comercial).
• O anexo ao relatório de gestão é documento sempre obrigatório.
É obrigatório nos casos previstos nos artigos 397, no 4 e 447 do CSC. Também deve ser
elaborado quando estejam em causa preços de transferência (preços cobrados – relativos a
bens e serviços - por uma sociedade a outra com a qual tenha relações especiais resultantes,
desde logo, de participações nela detidas).
• A sociedade XPTO, S.A. nunca poderá ser dispensada de elaborar um relatório de governo
societário.
Se for microentidade poderá estar dispensada (art. 9 do SNC na redação do DL 98/2015 de 02
de Junho).
• A sociedade XPTO, LDa, para registo das suas contas, faz deslocar o seu gerente, munido de
suporte digital para o efeito, à conservatória do registo comercial da área da sede.
O registo, por depósito, das contas, é hoje feito por via eletrónica (cfr. art. 42 do CRC e DL
8/2007).
• A sociedade XPTO, LDa, através da sua gerência, resolve antecipar a distribuição de lucros,
em Maio, pouco depois da AG de aprovação das contas.
O adiantamento de lucros está previsto, para as sociedades anónimas, no artigo 297 do CSC. A
aplicação desse regime às sociedades por quotas está prejudicada pelas seguintes razões: o
disposto no arto 297 é de caráter excecional relativamente à regra do art. 31 (de facto a
deliberação não é dos sócios mas da administração, na sequência de cláusula estatutária que a
permita); não se pode aplicar por analogia uma norma de caráter excecional; o próprio art. 31
não permite que a gerência (e tal poderia ser o caso nas SQ, em que uma cláusula contratual o
previsse) delibere sobre distribuição de lucros pois que só os sócios têm essa competência
“salvo os casos de distribuição antecipada de lucros e outros casos expressamente previstos na
lei.”; não há nas SQ fiscalização que permita controlo rigoroso destas operações
• O sócio XX da sociedade anónima XPTO, S.A., exige o pagamento imediato dos lucros
verificados pelo Balanço de aprovação das contas.
Há que atender ao disposto nos artigos 31, 32 e 33 do CSC quanto à matéria de distribuição de
lucros. Nem todos os lucros apurados são (ou podem ser) distribuíveis. E destes, nem todos
são distribuídos. Em qualquer caso o vencimento do crédito de lucros distribuíveis deliberados
distribuir só ocorre passados trinta dias da deliberação (arto 297).
• Cláusula de estatutos de sociedade por quotas: “O sócio X, com uma quota de 90% terá
apenas direito a 5% dos lucros, que serão apenas distribuídos no momento da dissolução da
sociedade.”
A cláusula parece contrariar o disposto no arto 22, no 3 (parece ter sido estabelecido um
verdadeiro pacto leonino). Por outro lado, a distribuição periódica dos lucros é hoje imperativa
(cfr. desde logo os artos 31 e 217).
• A sociedade XPTO, LDa, através de um qualquer sócio, resolve divulgar na sede, 10 dias antes
da AG anual, as contas dos exercícios anteriores (isto é, relatório de gestão e lucros).
Nos termos do arto 263, no 1, do CSC o relatório de gestão e os documentos de prestação de
contas devem estar para consulta na sociedade a partir do dia em que a convocatória para a
AG é expedida. Se a hipótese supra trata, em parte (exercício anterior), do caso mencionado
no 263, há, desde logo desrespeito pelo prazo. E tal deve ser tratado pelo gerente.
Relativamente a exercícios anteriores, nada impede a referida divulgação (embora não
obrigatória).
• O MEP é um método de divulgação das contas segundo o qual as contas da sociedade filha
são acrescentadas pelas da empresa-mãe.
O MEP consiste numa reapreciação das participações detidas pela empresa-mãe no capital das
respetivas filiais, através da substituição no balanço da primeira do valor contabilístico dessas
participações pelo valor que proporcionalmente lhe corresponde nos capitais próprios das
últimas.
• A informação anual sobre o património das sociedades não diz respeito aos credores da
sociedade nem lhes deve ser revelada.
A informação anual importa, e muito, aos credores da sociedade, desde logo, mas não só, para
decisão sobre as relações comerciais que mantêm com a sociedade. E é também por isso que
tal informação deve ser objeto de registo e publicitação.
• O sócio XX da sociedade por quotas XPTO, LDa exige que a sociedade deposite as contas
anuais na conservatória do registo comercial da sede. Por isso manda lá o gerente com um cd
contendo os documentos de certificação das contas.
O registo das contas é hoje feito através da IES, de forma inteiramente eletrónica (arto 42 do
Código do Registo Comercial e DL 8/2007)
• Capitais alheios e próprios são uma e a mesma coisa e têm reflexo no ativo da sociedade.
O Balanço contém um retrato da situação patrimonial, financeira e económica, num
determinado período, de uma sociedade. Indica os saldos apurados no ativo, passivo e capital
próprio. Representa os recursos controlados pela sociedade (ativos correntes e não correntes)
e as suas obrigações presentes (passivos). O património da sociedade surge representado no
lado do ativo e os capitais com que se financiou do lado do passivo e capital. Portanto, do
“lado” do passivo encontraremos os capitais próprios e os capitais alheios (dívidas) da
sociedade. Do lado do ativo temos o emprego dado aos capitais (próprio e alheio) e do lado do
passivo e capital a sua origem.
• A sociedade XPTO, LDa, quer proceder à fusão com sociedade de responsabilidade ilimitada
alemã, utilizando o expediente das fusões transfronteiriças.
Nos termos do arto 117, no 2 do CSC o exemplo supra não é possível.
• Fusão e cisão implicam sempre deliberação dos sócios e escritura pública em notário.
Desde logo nos termos do artigo 85, mas não só (ver regimes jurídicos da fusão e cisão), fusão
e cisão (alterações do contrato de sociedade) implicam deliberação dos sócios. Mas desde
2006 que não implicam escritura pública (mas sim redução a escrito e registo).
• A fusão, como operação de concentração que é, pode implicar análise pela Direção Geral das
Atividades Económicas.
Implica apreciação prévia da Autoridade da Concorrência (cfr. Lei no 19/2012, de 8 de Maio)