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APURAMENTO DOS LUCROS DISTRIBUÍVEIS E PROCESSO DE

DISTRIBUIÇÃO (APO)

Determinação do lucro distribuível começa pelos documentos contabilísticos da


sociedade – determinação do lucro distribuível a partir das contas.

Art.65º - é obrigatória a elaboração e submissão anual aos órgãos competentes do


relatório de gestão, das contas do exercício e dos demais documentos da prestação
de contas.

Art.66º/5 al.f) determina que o relatório de gestão contenha uma proposta da aplicação
dos resultados. Esta proposta é submetida a deliberação da assembleia geral, conforme
os arts.31º/1, 294º/1, 376º/1 al.b) e 451º.

A distribuição de lucros conta com limites máximos (32º e 33º) e limites mínimos
(217º e 294º).

1º: com base nos documentos contabilísticos, verificar a existência e montante dos
lucros distribuíveis, atendendo aos limites máximos de distribuição. Estes limites
fundamentam-se na necessidade de compatibilizar:

 Proteção dos credores que contam com o património da sociedade para a


satisfação dos seus créditos;
 Proteção dos sócios, que exige que o seu interesse em beneficiar
patrimonialmente da atividade da sociedade

Os limites, impostos pela tutela do capital social, visam evitar que haja restituição aos
acionistas em circunstâncias que podem ser necessários para a satisfação dos credores
sociais.

Limites MÁXIMOS à distribuição

Art.33º proíbe a distribuição de lucros de exercício:

 Prejuízos transitados – os necessários para cobrir os prejuízos provenientes de


exercícios anteriores
 Reservas – os necessários para formar ou reconstituir 1 reservas impostas pela lei
(legais) ou pelo contrato de sociedade (estatutárias). Quer as reservas legais,

1
I.e., quando a reserva existente tenha sido utilizada total ou parcialmente, devendo ser reposta
quer as estatutárias são obrigatórias, apenas variando a respetiva fonte (295º e
218º).
 Despesas de constituição de I&D – enquanto as despesas de constituição de
investigação e desenvolvimento não estiverem completamente amortizadas,
exceto se o montante das reservas livres 2 (reservas voluntárias) e dos resultados
transitados for, pelo menos, igual ao dessas despesas não amortizadas (ou seja,
se resultados transitados + reservas livres = despesas I&D não amortizadas 
pode haver distribuição do lucro).

Art.33º/3 – proibição de distribuição das reservas ocultas: as reservas cuja existência


e cujo o montante não figuram expressamente no balanço não podem ser utilizadas para
distribuição aos sócios. As reservas ocultas opõem-se às reservas declaradas. As
reservas ocultas não são expressamente proibidas por lei, mas contrariam a regra de que
o balanço deve refletir a verdadeira situação da empresa.

RESERVAS são valores que os sócios não podem distribuir (por força da lei ou do
contrato) ou deliberam não distribuir.

 Reservas obrigatórias: legais e estatutárias


 Reservas facultativas, livres, voluntárias

As reservas não correspondem a bens determinados ou especificados, sendo um valor


abstrato ou ideal (como o CS). As reservas visam fazer face aos riscos da atividade
económica e, em certos casos, têm fins específicos, seja por determinação legal (295º),
do contrato ou da deliberação que imponha a sua constituição.

Funcionamento da RESERVA LEGAL no que toca à sua constituição e utilização.


A reserva legal é aquela obrigada por lei. A própria lei estabelece os seus limites bem
como um determinado escopo para a sua utilização, impedindo o respetivo emprego
para finalidades diversas. Em relação ao montante, deve ter-se em consideração os arts.
218º (SQ) e 295º (SA).

Processo de constituição progressivo para compatibilizar com interesses dos sócios:


as reservas legais são progressivamente constituídas de modo a atingirem o valor
legalmente pretendido, da seguinte forma:

2
Reservas que não têm utilização obrigatória nos termos da lei ou dos estatutos

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