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DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Profa. Dra. Franciele Faistel


DIRIETO DAS
OBRIGAÇÕES
OBRIGAÇÃO DE DAR
CASO 1
• Carlos comprou de Maria uma égua, que foi escolhida pessoalmente
no Haras de Maria. Fora acordado entre as partes que o animal seria
entregue 10 dias após a compra na fazenda de Carlos. O transporte
seria realizado por Maria. Analise as hipóteses abaixo e responda as
questões:
• A) o animal não chega até a fazenda
• B) O animal que chega até a fazenda não é o mesmo escolhido por
Carlos
• Carlos lhe procura para que você como advogado lhe oriente sobre
como proceder diante dos fatos?
• O animal não chega até a fazenda porque morreu. Morreu porque
ficou no pasto e recebeu uma carga elétrica.
• Morreu de cólica, sem motivo aparente.
• Não chega até a fazenda pois foi vendido para outra pessoa também e
foi entregue outro de maior valor no lugar do anterior.
• O animal chega até a fazenda porém a égua está prenha e Maria quer
que Carlos entregue o potro após o nascimento. Ele tem a obrigação
de devolver??
• PARTE ESPECIAL
• LIVRO I
DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
• TÍTULO I
DAS MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES
• CAPÍTULO I
DAS OBRIGAÇÕES DE DAR
• Seção I
Das Obrigações de Dar Coisa Certa
• Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados,
salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
• Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se
a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
• Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a
obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
• Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no
estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das
perdas e danos.
• Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus
melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no
preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
• Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao
credor os pendentes.
• Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa
do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a
obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da
perda.
• Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este
pelo equivalente, mais perdas e danos.
• Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor,
recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se
por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
• Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou
acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o
credor, desobrigado de indenização.
• Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor
trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código
atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de
má-fé.
• Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do
mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé
ou de má-fé.
JURISPRUDÊNCIAS
• APELAÇÃO – AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA – Compra e venda de bem
móvel – Autor que negociou com terceiro veículo anunciado na internet, e informou
que o bem poderia ser visto com o requerido – Vendedor que paralelamente negociou
o carro com o réu – Autor que transferiu o dinheiro para conta indicada pelo vendedor
e requerido que se recusou a entregar o bem – Sentença de improcedência –
CERCEAMENTO DE DEFESA – – Inocorrência – Teoria do livre convencimento motivado,
nos termos dos artigos 370 e 371 do CPC – Provas produzidas suficientes para solução
da controvérsia – MÉRITO – Autor que não adotou diligência esperada de um
comprador de veículo, tendo negociado preço bem abaixo do de mercado, com
terceiro que sequer era proprietário do bem, mais tarde descoberto golpista –
Pagamento efetuado para terceiro estranho à negociação – Manutenção da
improcedência – Precedentes desta Corte em casos análogos – Honorários
advocatícios recursais – Negado provimento.

(TJSP; Apelação Cível 1003205-68.2019.8.26.0482; Relator (a): Hugo Crepaldi; Órgão


Julgador: 25ª Câmara de Direito Privado; Foro de Presidente Prudente - 1ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 22/07/2021; Data de Registro: 22/07/2021)
• APELAÇÃO – AÇÃO DE "OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA C.C.
INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS" – COMPRA E VENDA DE
TELHAS – SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA QUE CONDENOU A RÉ A
RESTITUIR O VALOR CORRESPONDENTE AO MATERIAL NÃO ENTREGUE –
INSURGÊNCIA DA AUTORA – ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA
AFASTADA - DANOS MATERIAIS DECORRENTES DO CONSERTO DE
ELETRODOMÉSTICOS E DA CONTRATAÇÃO DE PEDREIRO INDEVIDOS -
DANOS MORAIS NÃO CONFIGURADOS – MERO ABORRECIMENTO OU
DESCONFORTO QUE NÃO ALCANÇA O PATAMAR DE DANO MORAL
INDENIZÁVEL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO.

(TJSP; Apelação Cível 1006011-85.2020.8.26.0597; Relator (a): Cesar Luiz


de Almeida; Órgão Julgador: 28ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Sertãozinho - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 22/07/2021; Data de
Registro: 22/07/2021)
• SEGURO CONTRA FURTO OU ROUBO DE APARELHO CELULAR.
Indenização. Recusa indevida a pagamento de indenização, porquanto
não há previsão de que o número hexa do celular tenha de ser
informado na comunicação de sinistro. Indenização devida, com a
observação de que a obrigação de dar coisa certa, por impossível, é
resolvida em obrigação de pagar. Dano moral inocorrente, pois a
simples recusa não é fato suficiente a causar profundo trauma na
personalidade da segurada. Afastada a extinção sem exame do
mérito. Ação parcialmente procedente. Recurso parcialmente
provido.

(TJSP; Apelação Cível 0073168-26.2009.8.26.0000; Relator (a): Júlio


Vidal; Órgão Julgador: 28ª Câmara de Direito Privado; Foro Central
Cível - 16ª V.CÍVEL; Data do Julgamento: 23/05/2012; Data de
Registro: 23/05/2012)
• Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA.
COMPRA E VENDA DE AUTOMÓVEL. RESTRIÇÃO DE CIRCULAÇÃO.
IMPOSSIBILIDADE. MEDIDA GRAVOSA. ART. 300 DO CPC. DECISÃO REFORMADA
EM PARTE. Para a concessão da tutela antecipada, necessário que se façam
presentes os requisitos esculpidos no art. 300 do Código de Processo Civil/15,
quais sejam, a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado
útil do processo. Tais requisitos se encontram presentes, ao menos em uma
análise sumária do feito, uma vez que a restrição de circulação de veículos é
medida extremamente gravosa, capaz de causar danos irreparáveis ao agravante,
em especial pelo fato de o automóvel objeto do feito já ter sido alienado a
terceiro de boa-fé e necessitar o agravante de seus outros automóveis para
utilização familiar. Mantida, no entanto, a restrição de alienação dos veículos
diante da necessidade de instrução probatória e exercício do contraditório e da
ampla defesa. Recurso provido em parte. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO
AGRAVO DE INSTRUMENTO.(Agravo de Instrumento, Nº 50224752020218217000,
Décima Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Eduardo João Lima
Costa, Julgado em: 18-06-2021)
• Data de Julgamento: 18-06-2021
• Publicação: 25-06-2021
• Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. CONTRATO DE COMPRA E VENDA DE
SACAS DE MILHO. PRELIMINAR CONTRARRECURSAL, RAZÕES DISSOCIADAS. REJEIÇÃO. EXECUÇÃO
PARA ENTREGA DE COISA CERTA. INÉPCIA DA INICIAL. REJEIÇÃO. PRECEDENTES. MÉRITO. BOA-FÉ
CONTRATUAL. VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. AUSENTE CONTRATO DE DEPÓSITO. SENTENÇA
DE IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS MANTIDA. Preliminar contrarrecursal. Do não conhecimento do
recurso por razões dissociadas. Rejeição. Conforme o princípio da dialeticidade, ao interpor qualquer
recurso, compete ao recorrente expor os fundamentos de fato e de direito, nos quais respalda sua
pretensão de reforma do provimento judicial recorrido, sob pena de não conhecimento da insurgência.
Hipótese em que o apelante rebateu os argumentos que embasam a sentença, não havendo que se
falar em razões dissociadas. Inépcia da inicial. Rejeição. Relacionando-se o contrato à entrega de sacas
de grãos, cujas características específicas estavam descritas no termo contratual, de modo que não
estavam designadas apenas genericamente por gênero e quantidade, como
nas obrigações de dar coisa incerta, prevista no artigo 243 do código civil. Com efeito, trata-se de
hipótese de obrigação de dar coisa certa, prevista nos artigos 233 a 242 do código civil. Mérito. Boa-fé
contratual. Venire contra factum proprium. Em nosso sistema jurídico não há restrição para contratar,
bastando para tanto a manifestação livre de vontade para que a relação jurídica se forme. No
entanto, certos requisitos devem ser observados quando da contratação, dentre eles os princípios da
função social do contrato e da boa-fé, conforme aludem os art. 421 e 422, do CC/02. Venire contra
factum proprium. Subprincípio oriundo das funções integrativas da boa-fé objetiva, segundo o qual um
dos negociantes, ao adotar determinadas atitudes quando da relação contratual, não pode
posteriormente assumir conduta diversa, em contradição ao que vinha sendo realizado. Ausência de
contratação de depósito no caso concreto. DESACOLHERAM A PRELIMINAR CONTRARRECURSAL E
NEGARAM PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME.(Apelação Cível, Nº 70083905729, Décima Sétima
Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Giovanni Conti, Julgado em: 04-11-2020)
• Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO
DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA CERTA. CONVERSÃO EM PERDAS E DANOS.
1. A peça recursal impugnou os principais fundamentos da sentença, restando
preenchidos os requisitos de admissibilidade recursal. Preliminar contrarrecursal
afastada. 2. Incontroverso que o veículo em discussão pertencia a Volmar
Trindade Maria, o qual possuía procuração lhe outorgando amplos, gerais e
ilimitados poderes, inclusive para vender, ceder, transferir e dar quitação sobre
o automóvel. 3. Hipótese em que a operação de compra e venda realizada foi
válida, razão pela qual devem os réus responder pelo desaparecimento do
veículo, tendo em vista que, ao retirarem o automóvel que não lhes pertenciam
do pátio do guincho, assumiram a responsabilidade pelos fatos ocorridos. 4.
Diante da ausência de notícia nos autos do paradeiro do veículo, deve ser
convertida a obrigação de fazer em perdas e danos. 5. Sentença mantida.
Honorários recursais ao patrono do autor devidos, observada a AJG. APELAÇÃO
DESPROVIDA.(Apelação Cível, Nº 70079963161, Décima Segunda Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Cláudia Maria Hardt, Julgado em: 27-06-2019)
• Data de Julgamento: 27-06-2019
• Publicação: 01-07-2019
Seção II
Das Obrigações de Dar Coisa Incerta

• Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela
quantidade.
• Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a
escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da
obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a
prestar a melhor.
• Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na
Seção antecedente.
• Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
• Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS. EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA INCERTA (SACAS DE ARROZ)
COM PLEITO DE CONVERSÃO EM PECÚNIA EM CASO DE IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO ESPECÍFICO.
IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS MANTIDA. 1. Preliminar recursal. Inépcia da inicial. Rejeição. A mera
sucessão de pedidos de execução de entrega de coisa incerta e de conversão da obrigação em pecúnia em
caso de impossibilidade do cumprimento específico é admitido pela legislação. 2. Prefacial. Prescrição.
Interrupção. Ajuizamento de ação na qual ocorreu citação válida. Entendimento majoritário da
jurisprudência na interpretação das normas que correlacionam a interrupção da prescrição, a citação válida
e a extinção de feito anterior, sem julgamento do mérito, no sentido de que a citação só não gera efeito
interruptivo nos casos de inércia da parte autora (incisos II e III do art. 485 do CPC/15, de referência no
vetusto CPC/73, art. 267). 3. Vícios no título executivo e na obrigação. Petição inicial supostamente
inespecífica relativamente ao produto objeto da obrigação. Rejeição. Título executivo líquido, certo e
exigível. 4. Excesso de execução na eventualidade de conversão da obrigação em pecúnia. Juros e correção
monetária. Alegação antecipada suscitada pelo devedor, para a eventualidade de conversão
da obrigação de dar coisa incerta em pecúnia, não analisada especificamente pela sentença. 5. A
inviabilidade de aplicação de juros e correção monetária se dá apenas anteriormente a eventual conversão
em pecúnia, ou seja, quando ainda postulado o cumprimento da obrigação ou discutida a aplicação de
multa em sacas de sementes e grãos, sendo o título claro ao prever a quantidade de grãos a serem
devolvidos pelo devedor. 5. Na eventualidade de conversão da obrigação de entrega de coisa em pecúnia,
todavia, o que ainda não ocorreu in casu, deverá ser considerada a cotação do produto na data da
conversão, e só a partir de então incidiriam possíveis encargos moratórios, de modo a não ocorrer dupla
incidência. Procedência dos embargos quanto ao ponto. PRELIMINAR RECURSAL E PREFACIAL DE MÉRITO
REJEITADAS. APELO PARCIALMENTE PROVIDO.(Apelação Cível, Nº 70083461053, Décima Nona Câmara
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Mylene Maria Michel, Julgado em: 23-06-2020)
• Data de Julgamento: 23-06-2020
QUESTÕES OAB
Ano: 2010 Banca: CESPE / CEBRASPE Órgão: OAB Prova:
CESPE - 2010 - OAB - Exame de Ordem Unificado - I - Primeira Fase
Acerca das obrigações de dar, fazer e não fazer, assinale a opção correta.

A
No caso de entrega de coisa incerta, se houver, antes da escolha, perda ou deterioração do bem,
ainda que decorrente de caso fortuito ou força maior, a obrigação ficará resolvida para ambas as
partes.
B
Em caso de obrigação facultativa, o perecimento da coisa devida não implica a liberação do
devedor do vínculo obrigacional, podendo-se dele exigir a realização da obrigação devida.
C
É divisível a obrigação de prestação de coisa indeterminada.
D
Tratando-se de obrigação de entrega de coisa certa, a obrigação será extinta caso a coisa se
perca sem culpa do devedor, antes da tradição ou mediante condição suspensiva.
•.....
Ano: 2006 Banca: ND Órgão: OAB-DF Prova:
ND - 2006 - OAB-DF - Exame de Ordem - 3 - Primeira Fase
O direito obrigacional estabelece:

dentre as modalidades das obrigações, as obrigações de dar, que por sua vez se
subdividem em dar coisa certa e coisa incerta;

B
nas obrigações de não fazer, sua extinção vincula-se ao dolo do obrigado, cuja abstenção
se comprometeu a realizar;

C
a principal modalidade de adimplemento obrigacional é o pagamento, que importa na
exoneração que o credor realiza em face do devedor, mas não quanto aos terceiros
obrigados;

D
Tempo e lugar do pagamento são conceitos absolutos, que não admitem modelações
entre o credor e o devedor.
OBRIGAÇÃO DE FAZER
• CAPÍTULO II
Das Obrigações de Fazer
• Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar
a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
• Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor,
resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
• Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da
indenização cabível.
• Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
JURISPRUDÊNCIA
• APELAÇÃO. Ação de obrigação de fazer c.c. indenização por danos morais. Plano
de saúde. Sentença que julgou extinto o processo quanto ao primeiro pedido e
julgou improcedente o segundo. Inconformismo do espólio da parte autora
quanto ao não enfrentamento da obrigação de fazer quanto ao mérito.
Cabimento. Tutela concedida para efetivação de transplante de medula na autora
que se afigurou legítima e deve ser confirmada, não havendo perda de seu objeto
pelo falecimento da requerente. Dever de custeio pela ré que deve ser ratificado,
abusiva a recusa. Rol da ANS que não é taxativo. Incidência das Súmulas 96 e 102
deste Tribunal. Sucumbência recíproca que deve ser reconhecida, não impugnada
a improcedência do pedido de indenização por danos morais. Recurso a que se dá
parcial provimento.

(TJSP; Apelação Cível 1108176-52.2020.8.26.0100; Relator (a): José Rubens


Queiroz Gomes; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível
- 19ª Vara Cível; Data do Julgamento: 24/08/2021; Data de Registro: 24/08/2021)
• COMPRA E VENDA DE BEM MÓVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA. DETERMINAÇÃO PARA QUE O DEMANDADO CUMPRA A OBRIGAÇÃO DE EXCLUIR O
GRAVAME INCIDENTE SOBRE O VEÍCULO, NO PRAZO DE QUINZE DIAS, SOB PENA DE MULTA
DIÁRIA DE R$ 200,00, LIMITADA A R$ 10.000,00. PLEITO DE REVOGAÇÃO E DE AFASTAMENTO
DA ASTREINTE. DESACOLHIMENTO. FIXAÇÃO DE VALOR QUE PREVALECE, AO MENOS NESTE
MOMENTO. RECURSO IMPROVIDO. 1. Transitado em julgado o acórdão que condenou o
demandado a excluir o gravame incidente sobre o veículo objeto dos autos, instaurou-se a fase
de cumprimento de sentença. Diante da inércia por parte do executado, cuidou o Juízo de
primeiro grau de fixar multa diária de R$ 200,00, limitada a R$ 10.000,00, pelo
descumprimento da obrigação. O presente inconformismo pleiteia a revogação da ordem e
questiona a cominação de multa. 2. A alegação de impossibilidade de cumprimento da
obrigação não foi devidamente demonstrada, além do que a ordem foi dirigida por acórdão
transitado em julgado. 3. A multa constitui fator de coerção expressamente previsto em lei, de
modo que a sua cominação nada tem de irregular. Deve ser fixada em valor que se mostra
suficiente para motivar a parte ao cumprimento da ordem judicial emitida. Se a medida for
cumprida, não haverá interesse para discutir o valor da multa, cuja incidência será afastada; se
não houver atendimento e a parte nada trouxer para demonstrar qualquer impossibilidade a
justificar a inércia, evidencia-se que não houve suficiente poder de coerção para motivá-la ao
atendimento.

(TJSP; Agravo de Instrumento 2183283-60.2021.8.26.0000; Relator (a): Antonio Rigolin; Órgão


• AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE
MULTAS DE TRÂNSITO C.C. OBRIGAÇÃO DE FAZER. VEÍCULO CLONADO.
Pretensão à imediata troca de placas do automóvel, licenciamento sem o
pagamento das multas, exclusão dos pontos para renovação da CNH e
suspensão dos protestos. Documentação juntada aos autos que não
demonstra de forma inequívoca a existência de veículo dublê. Clonagem
que demanda apuração minuciosa pela autoridade competente. Ausência
de prova de requerimento administrativo para apurar o fato e obter a
regularização do veículo. Verossimilhança das alegações não
demonstrada. Decisão mantida. Recurso não provido.

(TJSP; Agravo de Instrumento 2097362-36.2021.8.26.0000; Relator


(a): Osvaldo de Oliveira; Órgão Julgador: 12ª Câmara de Direito Público;
Foro de Praia Grande - Vara da Fazenda Pública; Data do Julgamento:
24/08/2021; Data de Registro: 24/08/2021)
• CONSÓRCIO. Ação de obrigação de fazer cumulada com indenização por
danos morais. Adesão ao contrato de consórcio. Adimplemento das
parcelas. Contemplação da cota. Recusa do réu em liberar a carta de
crédito sob a alegação genérica de o autor apresenta restrições internas
e externas. Matéria que será melhor analisada no curso do processo.
Tutela de urgência concedida. Cabimento. Presentes a probabilidade do
direito e o perigo de dano. 2. Multa fixada para o caso de
descumprimento. Cabimento (arts. 536, § 1º, e 537, do CPC).
Necessidade, porém, de reduzir o valor e o limite total, a fim de atender
os princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Recurso
parcialmente provido para esse fim.

(TJSP; Agravo de Instrumento 2159256-13.2021.8.26.0000; Relator


(a): Gilberto dos Santos; Órgão Julgador: 11ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Campinas - 9ª. Vara Cível; Data do Julgamento: 24/08/2021;
Data de Registro: 24/08/2021)
CAPÍTULO III
Das Obrigações de Não Fazer

• Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa
do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a
não praticar.
• Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o
credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua
custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
• Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou
mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem
prejuízo do ressarcimento devido.
• OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER – UTILIZAÇÃO DO LOGOTIPO DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA (DETRAN/SP) POR EMPRESA EM SÍTIO
ELETRÔNICO – Serviços prestados aos motoristas junto aos órgãos de
trânsito de regularização da CNH e baixa definitiva de pontos –
Utilização indevida do símbolo da autarquia estadual em anúncios
publicitários – Confusão criada no público consumidor – Condenação
da pessoa jurídica a remover o logotipo das mensagens publicitárias e
proibição quanto a práticas futuras – Cabimento – Sentença de
improcedência reformada. APELO PROVIDO.

(TJSP; Apelação Cível 1004111-50.2020.8.26.0053; Relator (a): Maria


Fernanda de Toledo Rodovalho; Órgão Julgador: 2ª Câmara de Direito
Público; Foro Central - Fazenda Pública/Acidentes - 11ª Vara de
Fazenda Pública; Data do Julgamento: 24/08/2021; Data de Registro:
24/08/2021)

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