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DESIGN DE CARREIRA JURÍDICA

Prof. Dr. Diogo Caldas


Email: diogo.caldas@uva.br

AULA 4
 Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Lei 8906/94

 A advocacia como profissão: aspectos éticos e disciplinares.


CRIAÇÃO DA PROFISSÃO DO ADVOGADO
•A advocacia é uma das mais antigas profissões existentes. Estudiosos do tema
afirmam que muito provavelmente foi na Suméria, três milênios antes de Cristo,
que surgiram os primeiros indícios da advocacia.

•Entretanto, os primeiros advogados existentes em registros históricos são Moisés e


Jesus Cristo.

•Na advocatícia dos romanos que surgiu a expressão “honorários” como sinônimo de
remuneração dos advogados. Isso porque, o advogado recebia honrarias pela sua
atuação, ao invés de um salário.
•O Imperador Justiniano, que governava o então Império Bizantino, criou um órgão
embrionário a OAB e exigia que todo advogado fosse registrado para poder atuar.

•Em terras brasileiras a advocacia se apresentou formalmente com as Ordenações


Filipinas, criadas em Portugal, as quais determinavam que para ser um advogado eram
necessários oito anos de curso jurídico, e em seguida a aprovação para atuar na Casa
de Suplicação.

•Por fim, a OAB – Ordem dos Advogados do Brasil, entidade que representa os
advogados, surgiu no ano de 1930, logo após a “Revolução de 1930” e no auge da Era
Vargas, momento em que essa entidade iniciou sua guerra contra a impunidade ainda
no Estado Novo.
RUI BARBOSA
•Uma das personalidades mais importantes e renomadas de nossa História, no final do
século XIX e início do XX, Rui Barbosa foi um importante político, diplomata,
estadista, e um dos principais juristas do Direito no Brasil.

•Em sua longa carreira, ele defendeu a abolição da escravatura, as reformas eleitoral e
do ensino, foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras (ocupando o posto
de presidente, sucedendo a Machado de Assis) e se tornou uma celebridade
internacional por sua brilhante participação na Conferência de Paz de Haia, na
Holanda, em 1907.
“As leis são um freio para os crimes públicos - a religião para os crimes secretos.”

“Se os fracos não tem a força das armas, que se armem com a força do seu direito,
com a afirmação do seu direito, entregando-se por ele a todos os sacrifícios
necessários para que o mundo não lhes desconheça o caráter de entidades dignas de
existência na comunhão internacional.”

“A acusação é sempre um infortúnio enquanto não verificada pela prova.”

“A justiça atrasada não é justiça, senão injustiça qualificada e manifesta.”

“Muito há que alguém disse: 'O sábio sabe que não sabe'.”
•“Nada mais honroso do que mudar a justiça
de sentença, quando lhe mudou a convicção.”

•“Eu não troco a justiça pela soberba. Eu não


deixo o direito pela força. Eu não esqueço a
fraternidade pela tolerância. Eu não substituo
a fé pela superstição, a realidade pelo ídolo.”

•“Nenhum povo que se governe, toleraria a


substituição da soberania nacional pela
soberania da espada.” RUI BARBOSA
LEIS DA CRIAÇÃO
•OS CURSOS JURÍDICOS FOI • LEI N° 8906 4 DE JULHO DE 1994
CRIADO PELA LEI IMPERIAL DE CRIOU NOVO ESTATUTO DOS
11 DE AGOSTO DE 1827. ADVOGADOS A LUZ DA
CONSTITUIÇÃO DE 1988.
•DIA 11 DE AGOSTO É O DIA DO
ADVOGADO. •A LEI N° 14365 DE 2 DE JUNHO DE
2022 ALTEROU O ESTATUTO DOS
•EM 1963 A LEI N° 4215 CRIOU O
ADVOGADOS DO BRASIL NOS
ESTATUTO DOS ADVOGADOS
TERMOS DO NOVO CPC.
DO BRASIL.
ESTATUTO DA ADVOCACIA
•O estatuto da advocacia trata-se de uma Lei que determina os direitos e os deveres de
um advogado, além dos objetivos e a forma de organização da OAB.

•Elencado ao Código de Ética, é um dos principais alicerces para a carreira jurídica.

•O exercício da advocacia no Brasil é regido por uma legislação fundamental: o


Estatuto da OAB.

•Instituído em 4 de julho de 1994, sob a Lei Federal 8.906, esse conjunto de normas
fixa os direitos e deveres dos advogados, bem como a organização e a finalidade da
Ordem dos Advogados do Brasil.
QUAL É A FUNÇÃO DO ESTATUTO DA ADVOCACIA?

•Contribuir para que seja assegurado o direito de defesa de todo os cidadãos;

•Contribuir para que o trabalho executado pelo advogado preserve os valores de


integridade e eticidade;

•Certificar aos advogados, por intermédio da OAB, a oportunidade de manifestar-se em


assuntos vinculados aos rumos da nação, ainda que não relacionados diretamente a
prática da advocacia;

•Ofertar maior autonomia e independência a OAB;


•Conduzir mais garantias aqueles que desempenham
a profissão no ramo da advocacia, trazendo
segurança e reconhecendo a autonomia do
profissional, mas distanciando o modelo de
sociedade de advogados brasileiros mercantilistas;

•Servir como um manual de conduta e de


relacionamento com clientes, as instituições e até
mesmo a sociedade.
PRINCIPAIS PONTOS DO ESTATUTO
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;

II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em

qualquer instância ou tribunal.

§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem


ser

admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.

§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.


EXCEÇÃO

- Habeas Corpus;

- Juizado Especial Cível (até 20 salários mínimos);

- Juizado Especial Federal Cível (até 60 salários mínimos);

- Ação de Alimentos;

- Defesa em sede de Processo Administrativo Disciplinar – “A falta de defesa técnica


por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.”
(Súmula Vinculante nº 05 do STF); e
•Jus postulandi na seara trabalhista – Artigo 791 da CLT e Súmula nº 425 do TST.

•Na seara trabalhista, a parte pode acessar a Justiça do Trabalho sem a necessidade de
advogado, com exceção para fins de recursos de competência do TST, ação rescisória,
ação cautelar e mandado de segurança.

• A atividade de consultoria, assessoria e direção jurídica refere-se à forma de solução


de conflito, sem a necessidade direta, por vezes, de se instaurar uma lide perante o
Poder Judiciário.
Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça.

§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função


social.

§ 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável


ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus
público.

§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e


manifestações, nos limites desta lei.
Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a
denominação de

advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil


(OAB).

§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além


do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da
União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das
Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e
fundacional.
§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no
art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade
deste.

Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na
OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.

Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no
âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade
incompatível com a advocacia.

Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.

§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a


§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos
judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.
(mandato)

§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias


seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for
substituído antes do término desse prazo.

Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e


membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e
respeito recíprocos.
Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça
devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a
dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.
ART. 7º SÃO DIREITOS DO ADVOGADO:

•A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos


de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, dede que
relativas ao exercício da advocacia.

•Importante lembrar que esta proteção não é nem poderia ser absoluta, sob pena de ser
construir uma ressalva para a prática de eventuais crimes.

•Sendo assim, presentes indícios de autoria e materialidade de crime por parte do


advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebrar desta
inviolabilidade, sempre em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão,
específico e pormenorizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB.
Ingressar livremente:

•Nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que separam a parte
reservada além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados.

•Nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça,


serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da
hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares.

•Em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro


serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação
útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e se
atendido, desde que ache presente qualquer servidor ou empregado.
•Em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou passa participar o seu cliente,
ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais.

•Permanecer sentado ou em pé e retirar-se de quaisquer locais indicados na alínea


acima, independentemente de licença. O advogado também tem o direito de falar,
sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da
Administração Pública ou do Poder Legislativo.

•Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho,


independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se
a ondem de chegada.
•Utilizar-se da palavra “pela ordem”, em qualquer juízo ou tribunal, mediante
intervenção imediata, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos,
documentos ou afirmações que possam influenciar no julgamento, bem como para
replicar acusação ou censura que lhe forem impostas.

•É direito do advogado examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir


investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer
natureza, findos ou em andamento, mesmo que conclusos à autoridade, podendo copiar
peças e tomar apontamentos, seja em meio físico ou digital.
•Se o advogado for injustamente ofendido, no exercício da profissão ou em razão dela,
terá direito ao desagravo.

•O desagravo tem a função de restabelecer, publicamente, a honra e a dignidade da


advocacia.

•O desagravo acontecerá de forma pública, em sessão solene, independentemente da


vontade do advogado ofendido.

•Recusar-se a depor como testemunha em processo no qual funcionou ou deva funcionar,


ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mesmo quando
solicitado ou autorizado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo
profissional.
•O advogado tem o direito de retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão
para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha
comparecido a autoridade que deva residir a ele, mediante comunicação protocolizado
em juízo.

• Se o juiz estiver com a pauta atrasada das audiências, mas, presente e presidindo todas
elas, não terá o advogado o direito de se retirar.

•O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação


puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo
ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que
cometer.
•Tanto o Poder Judiciário quanto o Poder executivo devem instalar, em todos os
juizados, fóruns, tribunais, delegacias de polícia e presídios, salas especiais
permanentes para os advogados, com uso assegurado à OAB.

•São salas destinadas para os advogados trabalharem.


DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE, LACTANTE OU ADOTANTE

•É direito da advogada gestante: entrar em tribunais sem ser submetida a detectores de


metais e aparelhos de raios X, bem como ter reserva de vaga nas garagens dos fóruns
dos tribunais.

•A advogada gestante, lactante, adotante ou que tenha dado à luz, terá preferência na
ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante
comprovação de sua condição.

•Ainda, caso seja uma advogada adotante ou que tenha dado à luz, terá direito a
suspensão dos prazos processuais pelo período de 30 dias, contados a partir da data do
parto ou da concessão da adoção, quando for a única patrona da causa, desde que haja
notificação por escrito ao cliente.
ADVOGADA DIREITO
Gestante: Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores
de metais e aparelhos
de raio X;
Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos
tribunais.
Lactante, adotante ou Acesso à creche, onde houver, ou a local adequado
que der à luz: ao atendimento das
necessidades do bebê.
Gestante, lactante, Preferência na ordem das sustentações orais e das
adotante ou que der à audiências a serem
luz: realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua
condição.
Adotante ou que der à Suspensão de prazos processuais quando for a única
luz: patrona da causa, desde
que haja notificação por escrito ao cliente
DA INSCRIÇÃO

Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:

I - capacidade civil;

II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente


autorizada e credenciada;

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;

IV - aprovação em Exame de Ordem;

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

VI - idoneidade moral;

VII - prestar compromisso perante o conselho.


ART. 9º PARA INSCRIÇÃO COMO ESTAGIÁRIO É NECESSÁRIO:

I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º;

II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.

§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos


últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de
ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios
de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do
Código de Ética e Disciplina.

§ 2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se


localize seu curso jurídico.
§ 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode
frequentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins
de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.

§ 4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se
inscrever na Ordem.

Art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território pretende estabelecer o seu domicílio profissional, na forma do regulamento geral.

Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos


Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão considerando-se
habitualidade a intervenção judicial que exceder de cinco causas por ano.
Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:

Comentários: O novo pedido de inscrição para fins de exercício da atividade


profissional deverá ser acompanhado de novo número de OAB.

I - assim o requerer;

II - sofrer penalidade de exclusão;

III - falecer;

IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;


§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser
promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por
qualquer pessoa. Comentários: O cancelamento da inscrição poderá ocorrer de
ofício pelo conselho competente, nas seguintes hipóteses:

II - sofrer penalidade de exclusão;

III - falecer; e

IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a


advocacia.
§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição
anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art.
8º.

Comentários: Em caso de novo pedido de inscrição, o interessado deverá preencher os


seguintes requisitos legais:

- capacidade civil;

- não exercer atividade incompatível com a advocacia;

- idoneidade moral;

- prestar compromisso perante o conselho.


§3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve
será acompanhado de provas de reabilitação.
DA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de


serviços de advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma
disciplinada nesta Lei e no regulamento geral. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de
2016)

Comentários: Segundo o Regulamento Geral da OAB, artigo 37, os advogados podem


constituir sociedade simples, unipessoal ou pluripessoal, de prestação de serviços de
advocacia. Quando o advogado concentrar todas as quotas da sociedade em seu
nome, a sociedade será unipessoal; em contrapartida, quando houver dois ou mais
advogados compondo a sociedade, esta será tipificada como pluripessoal.
•No entanto, independente do tipo societário, não há registro na Junta Comercial ou
no Cartório, e sim no Conselho Seccional da OAB para fins de personalidade
jurídica.

•A sociedade de advogados, pluripessoal ou unipessoal, adquirirá personalidade


jurídica com o devido registro no Conselho Seccional da OAB em cuja base
territorial tiver sede.

•Quanto à denominação e razão social da sociedade deve-se observar o seguinte


regramento:

- Sociedade Unipessoal: Nome do Sócio + Sociedade Individual de Advocacia;

- Sociedade Pluripessoal: Nome de um dos sócios + Sociedade de Advogados.


•É vedada a utilização de nome fantasia para a denominação de sociedade de
advogados.

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia


respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação
ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar
em que possam incorrer.
INCOMPATIBILIDADE E
IMPEDIMENTO

•Incompatibilidade: é a proibição total do exercício da advocacia

•Impedimento: é a proibição parcial do exercício da advocacia.


SERÃO INCOMPATÍVEIS COM O EXERCÍCIO DA
ADVOCACIA, MESMO EM CAUSA PRÓPRIA (ART. 28 DO
ESTATUTO DOS ADVOGADOS DA OAB:
a) Chefe do Poder Executivo e seus substitutos legais;

b) Membros da mesa do Poder Legislativo e seus substitutos legais;

c) Membros de órgãos do Poder Judiciário (exceto o juiz eleitoral), do Ministério Público, dos
tribunais e conselhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, bem como de todos que
exerçam função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da Administração Pública direta
ou indireta;

d) Ocupantes de cargos ou funções de direção em órgãos da Administração Pública Direta ou


Indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço
público;
e) Ocupantes de cargos ou funções vinculadas direta ou indiretamente a qualquer órgão do
Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;

f) Ocupantes de cargos ou funções vinculadas direta ou indiretamente a atividade policial


de qualquer natureza;

g) Militares de qualquer natureza, na ativa;

h) Ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arrecadação


ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais; e

i) Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive


privadas.

Os profissionais incompatíveis estão liberados para exercerem o magistério jurídico .


SERÃO IMPEDIDOS (ART. 30 DO ESTATUTO DOA ADVOGADOS OAB):

a) Os servidores da administração direta, indireta ou fundacional contra a fazendo


pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora.

b) Os membros do Poder Legislativo em seus diferentes níveis contra ou a favor das


pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista,
fundações públicas, entidade parestatais, concessionárias ou permissionárias de serviço
público.

•Não estão impedidos os docentes de cursos jurídicos de universidades públicas.


ART. 34. CONSTITUI INFRAÇÃO DISCIPLINAR:
I - exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu
exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;

II - manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;

III - valer-se de agenciador de causas, mediante participação nos honorários a receber;

IV - angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;

V - assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não
tenha feito, ou em que não tenha colaborado;

VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado


na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior;
VII - violar, sem justa causa, sigilo profissional;

VIII - estabelecer entendimento com a parte adversa sem autorização do cliente ou


ciência do advogado contrário;

IX - prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;

X - acarretar, conscientemente, por ato próprio, a anulação ou a nulidade do processo


em que funcione;

XI - abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da


comunicação da renúncia;

XII - recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado
em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;
XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses
ou relativas a causas pendentes;

XIV - deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem


como de depoimentos, documentos e alegações da parte contrária, para confundir o
adversário ou iludir o juiz da causa;

XV - fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a


terceiro de fato definido como crime;

XVI - deixar de cumprir, no prazo estabelecido, determinação emanada do órgão ou de


autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente
notificado;
XVII - prestar concurso a clientes ou a terceiros para realização de ato contrário à lei ou
destinado a fraudá-la;

XVIII - solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou


desonesta;

XIX - receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do


mandato, sem expressa autorização do constituinte;

XX - locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou


interposta pessoa;
XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias recebidas
dele ou de terceiros por conta dele;

XXII - reter, abusivamente, ou extraviar autos recebidos com vista ou em confiança;

XXIII - deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB,


depois de regularmente notificado a fazê-lo;

XXIV - incidir em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;

XXV - manter conduta incompatível com a advocacia;

XXVI - fazer falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB;
XXVII - tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;

XXVIII - praticar crime infamante;

XXIX - praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.


ART. 35. AS SANÇÕES DISCIPLINARES
CONSISTEM EM:
I - censura;

II - suspensão;

III - exclusão;

IV - multa.
POLÍCIA INVESTIGA ADVOGADO POR AMEAÇA DE FALSA BOMBA NA SEDE
DA OAB-RJ
16 DE FEVEREIRO DE 2023

A OABRJ recebe com tristeza a notícia de


que o responsável pela ameaça de bomba
é um advogado. Gostaria de parabenizar a
Polícia Civil pelo trabalho rápido e eficiente
e dizer que as medidas ético-disciplinares
serão tomadas pelo Tribunal de Ética e
Disciplina da entidade. Rio de Janeiro, 17
de fevereiro de 2023.
OAB (AUTARQUIA DA UNIÃO – CRIADA POR LEI)

Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de

personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:

I - defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os

direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida

administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;

II - promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos

advogados em toda a República Federativa do Brasil.


§ 1º A OAB não mantém com órgãos da Administração Pública qualquer vínculo
funcional ou hierárquico.

§ 2º O uso da sigla OAB é privativo da Ordem dos Advogados do Brasil.


A RT. 4 5 . S Ã O Ó R G Ã O S D A O A B :

I - o Conselho Federal;

II - os Conselhos Seccionais;

III - as Subseções;

IV - as Caixas de Assistência dos Advogados.

§ 1º O Conselho Federal, dotado de personalidade jurídica própria, com sede na capital


da República, é o órgão supremo da OAB.
§ 2º Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm jurisdição
sobre os respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos
Territórios.

§ 3º As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na forma desta lei e de


seu ato constitutivo.

§ 4º As Caixas de Assistência dos Advogados, dotadas de personalidade jurídica própria,


são criadas pelos Conselhos Seccionais, quando estes contarem com mais de mil e
quinhentos inscritos.

§ 5º A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em relação
a seus bens, rendas e serviços
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS

•Mediação

•Conciliação

•Arbitragem
Texto “o duelo de tambores”

Os grupos devem ler o texto

E DEBATER SOBRE A DIFERENÇA ENTRE OS ASPECTOS CULTURAIS


DE JUSTIÇA ENTRE OS ESQUIMÓS E A SOCIEDADE BRASILEIRA.

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