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DEONTOLOGIA OU ÉTICA

PROFISSIONAL
INTRODUÇÃO:
Deontologia é o ramo da ética cujo objeto de estudo
são os fundamentos do dever e as normas morais;
Fontes principais:
1) Constituição Federal de 1988;
2) Lei nº 8.906/94 (Estatuto da Advocacia e da Ordem
dos Advogados do Brasil);
3) Código de Ética e Disciplina da OAB/2015 (CED);
4) Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da
OAB/1994.
ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB
(EAOAB – LEI 8906/94

I – DA ATIVIDADE DA ADVOCACIA:
1. Postulação:
1.1 Postulação a órgão do Poder Judiciário;
1.2 Postulação na Justiça do Trabalho;
1.3 Postulação nos Juizados Especiais E/F;
1.4 Postulação nas ações de alimentos;
1.5 Impetração de HC.
2. Consultoria, assessoria e direção jurídicas
3. Atos e contratos constitutivos
I - DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA (EAOAB):
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
        I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e
aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)
        II - as atividades de consultoria, assessoria e direção
jurídicas.
        § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a
impetração de habeas corpus em qualquer instância ou
tribunal.
    § 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas,
sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro,
nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
       § 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto
com outra atividade.
1. POSTULAÇÃO:
São atividades privativas de advogado, ou seja, só
quem está regularmente inscrito como advogado na
OAB pode realizar:
1.1 Postulação a órgão do Poder Judiciário:
O princípio basilar da postulação exclusiva do advogado
em juízo tem amparo constitucional:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da
justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no
exercício da profissão, nos limites da lei.
A expressão “qualquer” (Art. 1º, I, EAOAB) foi declarada
inconstitucional pelo Supremo (ADIn 1.127-8). Posição
atual: em regra deve prevalecer a exigência da postulação
por advogado em órgãos do Poder Judiciário, exceto
quando uma lei própria autorizar o jus postulandi (direito
de postular) diretamente pelo jurisdicionado;
Crítica: a discricionariedade do legislador é algo
preocupante, já que a CF impõe que o advogado é
indispensável aos atos judiciais, sem qualquer exceção.
1.2 Postulação na Justiça do Trabalho:
Exceção ao art. 1º, I, EAOAB, é a faculdade de assistência
do advogado às partes na Justiça do Trabalho;
Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão
reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e
acompanhar as suas reclamações até o final.
 
Súmula nº 425 - TST 
Jus Postulandi - Justiça do Trabalho - Alcance - Limitação
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da
CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais
Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a
ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho.
1.3 Postulação nos Juizados Especiais Estaduais e Federais:
 Com relação aos Juizados Especiais, previstos no art. 98, I, da
CF, na Lei 9.099/95 (Juizado Estadual) e na Lei 10.259/2001
(Juizado Federal) a questão é um pouco mais complexa;
 Nos Juizados Especiais Cíveis Estaduais ficou consolidado pela
Lei 9099/95 em seu art. 9º, que nas causas com valores
superiores a 20 salários mínimos, a assistência por advogado é
obrigatória, inclusive em segundo grau recursal (independente
do valor da causa);
Art. 9º Nas causas de valor até vinte salários mínimos, as partes
comparecerão pessoalmente, podendo ser assistidas por
advogado; nas de valor superior, a assistência é obrigatória.
Obs.: O Conselho Federal da OAB ajuizou a ADIn 1.539/2003
contra a primeira parte do art. 9º (9099/95), o STF julgou
improcedente o pedido, declarando constitucional o artigo
insurgido (argumento: impedir o acesso a justiça);
Já em relação aos Juizados Especiais Federais, a
Lei 10.259/2001 é lacônica quanto á exigência ou
não do advogado para assistir o jurisdicionado:
Art. 10. As partes poderão designar, por escrito,
representantes para a causa, advogado ou não.
Embora seja possível permitir que a parte
jurisdicionada tenha capacidade postulatória direta,
não é possível outorgar a referida capacidade a um
terceiro que não seja advogado, sob pena de
configurar contravenção penal de exercício ilegal da
profissão (art. 47, Dec.-lei 3.688/41);
 Indignado, o Conselho Federal da OAB propôs a ADIn
3.168/2004 contra o art. 10 da Lei 10.259/01, contudo a decisão
proferida em 2006 foi a seguinte:
 “O Tribunal, por maioria, nos termos do voto do Relator, afastou
a inconstitucionalidade do dispositivo impugnado, desde que
excluídos os efeitos criminais, respeitado o teto estabelecido no
art. 3º, e sem prejuízo da aplicação subsidiária integral dos
parágrafos do art. 9º da Lei 9.099, de 26 de setembro de 1995”.
Art. 9º
      § 1º Sendo facultativa a assistência, se uma das partes
comparecer assistida por advogado (advogado ad hoc), ou se o
réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a outra parte, se
quiser, assistência judiciária prestada por órgão instituído junto
ao Juizado Especial, na forma da lei local (apud acta, nos autos).
        § 2º O Juiz alertará as partes da conveniência do patrocínio
por advogado, quando a causa o recomendar.
1.4 Postulação nas ações de alimentos:
A Lei 5.478/1968 (Lei de Alimentos) permite no seu art.
2º que o credor de alimentos possa, pessoalmente ou por
intermédio de advogado, propor ação de alimentos:
Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de
advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se,
e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco
ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu
nome e sobrenome, residência ou local de trabalho,
profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente
ou os recursos de que dispõe.
ATENÇÃO: o Habeas Data, o Mandado de Segurança e a
Revisão Criminal não se enquadram no rol das exceções
de atividades postulatórias privativas de advogado.
2. CONSULTORIA:
Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
      II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
 São atividades privativas da advocacia, não podendo ser
praticadas por terceiros, ainda que estagiários ou bacharéis em
Direito;
 Descumprimento:
Art. 4º. A prática de atos privativos de advocacia, por profissionais
e sociedades não inscritos na OAB, constitui exercício ilegal da
profissão. (RGEAOAB)
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que
a exerce, sem preencher as condições a que por lei está
subordinado o seu exercício:
        Pena – prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa,
de quinhentos mil réis a cinco contos de réis. (Dec.-lei 3.688/41 –
Lei de Contravenções Penais).
3. IMPETRAÇÃO DE HABEAS CORPUS:
Garantia constitucional e exceção legal:
Art. 5º ...
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que
alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência
ou coação em sua liberdade de locomoção, por
ilegalidade ou abuso de poder;
Como instrumento processual constitucional garante o
estrito cumprimento de alguns direitos fundamentais da
pessoa humana, como o direito à liberdade, direito à
dignidade, direito ao devido processo legal (ampla
defesa e contraditório), razão pela qual não deve se
sujeitar às regras da capacidade postulatória exclusiva
do advogado.
4. ATOS E CONTRATOS CONSTITUTIVOS:
 Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena
de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos
competentes, quando visados por advogados.
 A responsabilidade do profissional do direito pelo referido contrato
é de natureza cível, criminal e disciplinar;
 O RGEAOAB prevê, em seu art. 2º, que o visto do advogado em
atos constitutivos de pessoas jurídicas deve resultar de efetiva
constatação de que aqueles instrumentos preenchem as exigências
legais pertinentes. Portanto, serão nulos os atos e contratos
constitutivos de pessoas jurídicas que não forem visados por
advogados.
 EXCEÇÃO: Lei Complementar 123/2006, art. 9º, §2º (Estatuto
Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte), que
afasta a necessidade da assinatura do advogado nos atos e contratos
sociais das microempresas e as empresas de pequeno porte.
ATIVIDADE 2 – PUBLICIDADE DA
ADVOCACIA
Quais são as restrições à publicidade/divulgação da
advocacia?
Quais são as características essenciais da
advocacia?
Quem pode exercer a atividade de advocacia no
Brasil?

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