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ÉTICA PROFISSIONAL

A P R E S E N TA Ç Ã O :

EVANDRO MELO
CURSO DE DIREITO
PROFESSOR
EVANDRO MELO
evandroj_melo@hotmail.com

@prof.evandromelo
ÉTICA PROFISSIONAL

Regramento Ético Estatutário

-Estatuto da Advocacia (EAOAB – Lei 8.906/94)


-Código de Ética e Disciplina (CED) – (art. 33, V e 54, Lei 8.906/94)
-Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB (RGEAOAB) –
(art. 54, V e 78, Lei 8.906/94)
-Provimentos do Conselho Federal da OAB
Estatuto da Advocacia (EAOAB – Lei 8.906/94)
- Da atividade da advocacia (arts. 1º ao 5º)
- Direitos do advogados (arts. 6º e 7º e incisos)
- Da inscrição (arts. 8º ao 14)
- Da sociedade de advogados (arts. 15 ao 17)
- Do advogado empregado (arts. 18 ao 21)
- Dos honorários advocatícios (arts. 22 ao 26)
-Das incompatibilidades e impedimentos (arts. 27 ao 30)
-Da ética do advogado (arts. 31 ao 33)
-Das infrações e sanções disciplinares (arts. 34 ao 43)
Estatuto da Advocacia (EAOAB – Lei 8.906/94)
- Da Ordem dos Advogados do Brasil
Dos fins e da organização (arts. 44 ao 50)
 Do Conselho Federal (arts. 51 ao 55)
 Do Conselho Seccional (arts. 56 ao 59)
 Da Subseção (arts. 60 ao 61)
Da Caixa de Assistência dos Advogados(art62)
 Das eleições e dos mandatos (arts. 63 ao 67)
-Do processo na OAB
 Disposições gerais (arts. 68 e 69)
 Do processo disciplinar (arts. 70 ao 74)
 Dos recursos (arts. 75 a 77)
-Das disposições gerais e transitórias (arts. 78 ao 87)
Código de Ética e Disciplina (CED) – (art. 33 e 54, V Lei
8.906/94)

- O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no


Código de Ética e Disciplina.
- Postulados: legalidade, justiça, retidão, verdade, boa-fé, altivez,
independência, probidade pessoal.
- O CED regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o
outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de
assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos
disciplinares.

- Cabe ao Conselho Federal editar e alterar o Regulamento Geral, o CED, e os


provimentos que julgar necessários.
Atividades privativas da advocacia

1. Noções Gerais

Previsão constitucional: art. 133, CF: “O advogado é indispensável à administração da justiça.”


Previsão legal: art. 1º, EAOAB.

• Art. 1º São atividades privativas de advocacia:
• I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais;
(Vide ADIN 1.127-8)
• II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
• § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer
instância ou tribunal.
• § 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser
admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
• § 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.
Atividades privativas da advocacia

 Postulação na Justiça do Trabalho


 art. 791, CLT
 425, TST: “o jus postulandi” das partes, estabelecido no art. 791, CLT,
limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do TST.”
 Postulação nos Juizados Especiais Estaduais e Federais
 art. 9º , Lei 9.099/95

 art. 10, Lei 10.259/2000 – as partes poderão designar, por escrito,


representantes para a causa, advogado ou não. (ADIn 3168/2004)

 Juizados Especiais Criminais (ADIN 3168) – obrigatória e indispensável a presença


do advogado.
 Inventários, separações e divórcios extrajudiciais
- Habeas Data, Mandado de Segurança e Revisão Criminal.

Vedação da divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade


(art. 1º, par. 3º, EAOAB).
- Art. 28, CED: O advogado pode anunciar os seus serviços profissionais,
individual ou coletivamente, com discrição e moderação, para finalidade
exclusivamente informativa, vedada divulgação em conjunto com outra atividade.
- Provimento 94/2000 do Conselho Federal.
- Infração ética passível de censura (art. 36, II e III, EAOAB)
- Publicidade – CED, artigos 28 a 34.
2. Características essenciais da advocacia (art. 2º, EA)

a) Indispensabilidade
b) Inviolabilidade
c) Função social
d) Independência

3. Sujeitos que exercem a atividade da advocacia


Art. 3º, parágrafo 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta Lei, além do
regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da
Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias
Jurídicas dos Estados, do DF, dos Municípios e das respectivas entidades de Administração
Indireta e Fundacional.
 Magistrados, promotores de justiça e serventuários do Poder Judiciário.
Mandato Judicial

 Conceito: ato pelo qual o outorgante (cliente) nomeia e constitui o outorgado


(advogado) para representá-lo judicial ou extrajudicialmente.
a) escrito
b) procuração pública ou particular (art. 38, CPC)

 Previsão legal (art. 5º, EAOAB e 8º ao 24, CED)


- prova do mandato: procuração (nome e qualificação do outorgante e
outorgado, poderes outorgados, a data e assinatura do outorgante)
 Requisitos
- outorgante (art. 7º ao 13, CPC) – capacidade e legitimação
- outorgado (advogados ou estagiário, inscritos na OAB)

 vedação de outorga de poderes diretamente à sociedade de advogados (art. 15,


parágrafo 3º, EAOAB e art. 15, CED)

 os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem representar


em juízo clientes de interesses opostos (art. 15, parágrafo 6º)
 estagiário de direito inscrito na OAB (art. 29 p. 1º, Regulamento). Atos praticados
isoladamente, sob responsabilidade do advogado.
- retirar e devolver autos
- petições de juntada de documentos
- obtenção de certidões de peças ou autos do processo
- exercício de atividades extrajudiciais
 Nulidade dos atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB
e atos praticados por advogado impedido, suspenso, licenciado ou que passa a exercer
atividade incompatível com a advocacia (art. 4º, EAOAB)

 Natureza mista (prestação de serviços advocatícios, contrato de mandato e contrato


de honorários advocatícios)

 Início do mandato
- Assinatura da procuração (prova do mandato)
- Art. 11, CED veda que o advogado aceite procuração de quem já tenha
patrono constituído nos autos, sem prévio conhecimento deste, salvo por justo motivo
ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis, sob pena de sanção de
censura (art. 36, II, EAOAB)
 Prazo
- 15 dias – o advogado pode atuar sem procuração, afirmando urgência. Deve
apresentar a prova do mandato neste prazo, prorrogável por igual período (art. 37, CPC
e 5º, EAOAB).
 presunção legal de veracidade – dispensa a prova.

 Poderes da procuração
a) ad judicia para o foro em geral – autoriza a prática de todos os atos
processuais, em qualquer juízo ou instância, com exceção daqueles que exijam
poderes especiais. (art. 5º, parágrafo 2º, EAOAB)

b) ad judicia et extra – autoriza a prática de atos que exijam poderes especiais.


Ex: confissão, transação, oferecimento de queixa, representação criminal, desistência
da ação, quitação, reconhecimento da procedência do pedido.
Extinção do mandato

a) revogação – ato unilateral do outorgante que revoga os poderes


outorgados ao advogado.
▶ requisito de eficácia – ciência inequívoca do advogado.

Art. 14, CED – A revogação do mandato judicial por vontade do cliente


não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, bem como
não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em
eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente, em
face de serviço prestado.
b) renúncia – advogado não tem mais interesse em permanecer na causa.
Pode ocorrer a qualquer tempo, por imperativo ético ou conveniência.
- omissão do motivo
- comprovação da ciência inequívoca do cliente (art. 6º, RGEAOAB)

Art. 5º,parágrafo 3º, EAOAB:


“O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez
dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se
for substituído antes do término desse prazo.”

c) conclusão da causa ou arquivamento do processo (nestes casos,


presumem-se o cumprimento e a cessação do mandato – art. 10, CED)

d) substabelecimento sem reserva de poderes: ocorre quando o


advogado transfere os poderes recebidos pelo cliente a outro advogado (art.
24, parágrafo 1º, CED). Exige prévio e inequívoco conhecimento do cliente.
Extinção do mandato por decurso do tempo (art. 16, CED)

Riscos do mandato (art. 8º CED)

Prestação de contas (direito-dever – recusa injustificada - art. 34, XXI, EAOAB)

Conflito de interesses entre os clientes patrocinados pelo mesmo advogado.


(art. 18, CED)

Postulação contra ex-cliente e ex-empregador (art. 19, CED) – Sigilo profissional.


Direitos e prerrogativas dos advogados

 Previsão legal:
- Art. 15 ao 19, RGEAOAB
- Art. 1º ao 7º, CED
- Art. 7º e incisos seguintes, EAOAB.
Art. 7º e incisos seguintes, EAOAB.
- direitos e prerrogativas (direito-dever)
- reprimenda criminal (crime de abuso de poder/autoridade – Lei
4.898/65)
Art. 7º e incisos seguintes, EAOAB.

I – exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional.

- Liberdade - direito fundamental (art. 5º CF)


- Liberdade profissional (art. 5º, XIII, CF)
norma de eficácia contida
aplicabilidade imediata
sujeita à imposição de restrições

“É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as


qualificações profissionais que a lei estabelecer.”
- Liberdade em todo o território nacional
inscrição principal e inscrição complementar

II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de


seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita,
eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da
advocacia.

inviolabilidade e liberdade
liberdade de defesa e sigilo profissional
quebra do direito à inviolabilidade (parágrafos 6º e 7º)
III – comunicar-se com seus clientes, pessoal e reservadamente, mesmo
sem procuração, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos
em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados
incomunicáveis.

direito de assistência de advogado (art. 5º, LXIII,CF).


descumprimento da regra pode resultar em abuso de autoridade.
IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante,
por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto
respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação
expressa à seccional da OAB.

 a prisão do advogado em flagrante delito – excepcionalidade - parágrafo 3º


(crimes inafiançáveis. (ADIN 1.127-8)
 descumprimento da regra pode resultar em abuso de autoridade.
V – não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em
sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas, assim
reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar.

 ADIN 1.127-8 – inconstitucional a expressão “assim reconhecidas


pela OAB”
VI – ingressar livremente:

a) nas salas de sessões dos tribunais, mesmo além dos cancelos que
separam a parte reservada aos magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios


de justiça, serviços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e
prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da
presença de seus titulares;
VI – ingressar livremente:

c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou


outro serviço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova
ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do
expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente
qualquer servidor ou empregado;

d) em qualquer assembleia ou reunião de que participe ou possa


participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde
que munido de poderes especiais;
Obrigado
E-mail: evandroj_melo@hotmail.com

Te l : 8 1 . 9 9 1 2 6 - 9 9 9 2

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