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• Função Notarial
NOTÁRIO → Oficial publico que confere autenticidade aos documentos
escritos, elaborados no exercício das suas funções, que atua de forma
independente.
É o órgão funcional do cartório
Apesar de o notário exercer as suas funções em nome próprio e por sua
responsabilidade, este está sujeito à fiscalização e ação disciplinar por parte
do Ministério da Justiça, sendo esta responsabilidade exercida através do
Instituto dos Registos e Notariado.
Assim sendo,
Cabe ao IRN regulamentar, controlar e fiscalizar a atividade notarial, assim como
dos órgãos competentes da Ordem dos Notariados.
Tendo por base o artigo 1º do CN, entendemos que a função notarial TEM
COMO FIM DAR FORMA LEGAL E CONFERIR FÉ PUBLICA AOS ATOS
JURÍDICOS EXTRAJUDICIAIS.
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• Competência Funcional
De acordo com o artigo 4º do CN, a competência funcional representa qual as
competências do notário.
Assim sendo,
Cabe a este “REDIGIR O INSTRUMENTO PUBLICO CONFORME A
VONTADE DAS PARTES”.
• Princípio da Territorialidade
É importante também fazer ressalva à competência territorial do notário, uma
vez que este se encontra “confinado” apenas à área do concelho em que se
encontra sediado o seu cartório notarial (PRINCÍPIO DA
TERRITORIALIDADE- artigo 4º, nº3 do CN).
Assim sendo, não poderá ir para alem do Município onde se encontra inscrito.
Exemplo:
Um notário de Lisboa poderá efetuar uma escritura publica em Sintra? E uma
escritura publica de Sintra?
Respondendo à hipótese, um notário de Lisboa não pode efetuar uma escritura
publica em Sintra, mas pode efetuar uma escritura publica de Sintra.
OU SEJA,
Notários → Dentro do concelho
Solicitadores → Dentro do território nacional
• Princípio da Tipicidade
Está associado ao Princípio da Territorialidade.
Cada notário só pode ter uma licença para aquele concelho.
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Exemplo:
Vou com o notário ao sítio fazer a prova de que a casa não está a ser habitada.
Vai passar uma certidão do facto que ele verificou.
Lavra uma certidão do que viu naquele dia (É PROVA EM TRIBUNAL)
Exemplo:
Sou senhorio de um senhor velho.
Ele paga as rendas e o condomínio, mas eu não sei se está vivo.
Como consigo saber estas informações?
Notários vão ao local, acompanhados de testemunhas e verificam que naquele
sítio mora aquela pessoa.
Vai EMITIR UMA CERTIDÃO DA CERTIFICAÇÃO daquilo que ele verificou.
• Incompatibilidades
Para além da circunscrição territorial à qual o notário se encontra definido, é
também importante fazer referência aos CASOS DE IMPEDIMENTO aos quais
o notário está inerente.
Segundo o artigo 5º do CN, é EXPRESSAMENTE PROIBIDO a realização de
atos do qual “sejam partes ou beneficiários, diretos ou indiretos, quer do
próprio notário, quer do seu cônjuge ou qualquer parente/afim na linha reta
ou em 2º grau da linha colateral”.
➔ Este impedimento estende-se a colaboradores.
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Fazem PROVA PLENA dos factos que referem como praticados pela
autoridade ou oficial público, assim como dos factos que nele são
atestados com base nas perceções da entidade documentadora.
OU SEJA,
O valor probatório não respeita a tudo o que se contém no documento, mas
apenas aos factos que se referem praticados pela autoridade ou oficial
público e quanto aos factos que são referidos no documento com base nas
perceções da entidade documentadora.
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• Requisitos formais dos Instrumentos
Os instrumentos notariais estão sujeitos à forma comum, devendo conter os
elementos do artigo 46º do CN.
Assim sendo, os instrumentos notariais devem conter:
➔ Designação do dia/mês/ano e lugar onde foi lavrado ou assinado;
➔ O nome completo do funcionário que entreviu, assim como a menção
do cartório a que pertence;
➔ O nome completo, estado, naturalidade e residência habitual (poderá
ser um domicílio convencionado) dos outorgantes;
➔ A menção das procurações e dos documentos que justifiquem a
qualidade de procurador e representante;
➔ A menção de todos os documentos que ficam arquivados;
➔ A menção de todos os documentos que são apenas exibidos;
➔ A menção de haver sido feita a leitura do instrumento lavrado ou a
dispensa da mesma (remissão para o artigo 64º do CN);
➔ As assinaturas dos outorgantes e do funcionário.
NOTA:
Se no ato intervier um substituto legal, no impedimento ou falta do notário,
deverá ser indicado o motivo da sua substituição (nº2)
Se algum dos outorgantes não for português, deve fazer-se constar da sua
identificação a sua nacionalidade
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NOTA:
Exemplo:
Sociedade vai vender um prédio.
O seu objeto não é a compra e venda de um prédio.
Tem de existir uma Ata que vai autorizar a alienação daquele bem e autorizar a
pessoa que vai fazer aquele ato.
Não é uma procuração.
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➔ O artigo 53º do CN estipula que, regra geral, deve ser realizada em atos
continuados.
Exemplo:
500 frações.
Partes não dispensaram a leitura.
Chegando à meia noite o notário continua a ler e no final da escritura diz que
foi concluído às 02:30h do dia seguinte.
Logo no início da escritura está a data e hora de início da leitura.
Contudo,
O nº2 estipula que a “a leitura do instrumento lavrado pode ser dispensada
SE todos os intervenientes declararem que a dispensam, por já terem lido
ou por conhecerem o seu conteúdo” (remissão para o artigo 64º, nº4).
Exemplo:
Prédio com 500 frações.
Não era exequível estar a ler todos os documentos das frações.
Demoraria muito tempo a ler um ato com 500 frações (teria um custo
extraordinário).
O notário vai ter de DEIXAR A MENÇÃO de que as partes têm conhecimento
e remetem para o documento complementar (Artigo 61º nº1 CN)
➔ A única coisa que o notário vai ler é a identificação das pessoas e o objeto,
e dizer que o objeto está no documento complementar.
Contudo,
Quando NÃO SE PUDER APOR NENHUMA IMPRESSÃO DIGITAL, deve
mencionar-se a causa de impossibilidade.
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Exemplo:
Como é que uma pessoa sem mão assina?
Outros dois que sejam testemunhas instrumentárias confirmam a identidade da
pessoa em questão.
2º Definir o objeto
Existem dois tipos de documentos obrigatórios: documentos arquivados e
documentos exibidos (vistos por notário).
Como objeto, podemos encontrar:
➔ a) Certidão do Registo Predial
Através desta certidão conseguimos identificar o prédio e as suas
inscrições em vigor.
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É um tipo de documento que é apenas exibido, e possui um código de
acesso válido por 6 meses com possibilidade de renovação.
É emitida pela Certidão do Registo Predial.
➔ b) Caderneta Predial
A caderneta predial poderá ser referente a imoveis urbanos (de
construção), rustico (campo) ou misto.
É um documento que poderá ser consultado através do Portal das
Finanças, e é valido pelo prazo de um ano, sem qualquer tipo de custos
associados.
É, também, um tipo de documento que é apenas exibido, mas que pode
ser substituído por:
Exemplo:
Chego à escritura e digo ao notário que me esqueci de trazer alguns
documentos.
Dias antes tinha feito uma escritura naquele notário desse mesmo
prédio.
Os documentos ou atos existentes no cartório podem ser utilizados
enquanto não tiver expirado o prazo de validade e não tiverem
modificado o documento.
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Esta ficha não possui qualquer prazo de validade, uma vez que é um
documento que transita (existe transmissão de vendedor/comprador). Em
caso de perda, terá que requerer a emissão de um novo documento.
É um tipo de documento apenas exibido ao notário, e é entregue ao
comprador (terá que existir uma menção expressa de tal).
➔ e) Certificado energético
Este certificado possui as características, capacidades e desempenho
energético do prédio. Tem um prazo geral de 10 anos mas que é
variável, e é um documento que poderá ser substituído. É entregue ao
comprador do imóvel, sendo um documento apenas exibido.
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Tanto no tradicional como no simplex temos de identificar como se chamava a
freguesia antes de 2012.
4º Impostos
São documentos que são para arquivar, uma vez que é necessário que exista
um documento comprovativo do pagamento.
Aqui, iremos verificar dois tipos de impostos:
• Imposto Municipal sobre transmissões (IMT);
• Imposto do selo
Relativamente ao IMT, este é calculado pelo valor declarado do negócio ou pelo
valor patrimonial tributário.
➔ A juntar, é pago por taxas que variam em função do tipo e fim do prédio
(por ex: se for um prédio de serviços pagará uma taxa única).
Posteriormente, irá ocorrer a liquidação do imposto que deverá ocorrer ou
durante ou depois da elaboração do contrato, ou seja, depois de ler o
documento e antes de o assinar.
Liquidado o imposto, o advogado, o solicitador ou o notariado terão que
promover o registo de quem comprou.
Contudo, esta responsabilidade pode ser afastada se no contrato ficar expresso
que quem promove o registo é o interessado.
O registo predial deverá seguir os tramites impostos pelos artigos 54º a 64º do
CN.
Nos instrumentos que digam respeito a factos que estão sujeitos a registo o
documento lavrado deverá conter a descrição do respetivo prédio nas
respetivas conservatórias a que pertençam, ou, no caso de não estarem
descritos, deverá fazer-se menção de tal (artigo 54º, nº1 do CN).
Relativamente à partilha ou transmissão de direitos sobre prédios, ou ainda
quanto à contração de encargos sobre os mesmos, o documento que os lavra
deverá conter a referência da inscrição dos direitos em nome do autor da
herança/de quem os aliena/de quem o onera (artigo 54º, nº2 do CN).
NOTA:
O nº3 do artigo supracitado contém as exceções relativas ao que se
encontra estipulado no nº2.
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Apesar de o nº2 fazer a exigência de prova do registo do prédio, o artigo 55º do
CN prevê os casos em que é possível a dispensa da prova de registo do
prédio, sendo eles:
➔ “Nos atos de partilha de herança e, tratando-se de prédios não
descritos ou sem inscrição de aquisição, nos de transmissão de
prédios que dela façam parte, se os partilhantes ou transmitentes se
encontrarem habilitados como únicos herdeiros, ou for feita,
simultaneamente, a respetiva habilitação”;
➔ “Nos instrumentos relativos a prédios situados em concelho onde
não tenha vigorado o registo obrigatório, que titulem o primeiro ato
de transmissão ocorrido após 1 de outubro de 1984, se for exibido
documento comprovativo ou feita justificação simultânea do direito
da pessoa de quem se adquire”.
Assim sendo,
Nos instrumentos em que se encontram descritos prédios urbanos, rústicos ou
mistos deverá ficar indicado o número da respetiva inscrição nas finanças.
Contudo, caso este número se encontrar OMISSO, deve ser requerida a
declaração de que foi apresentada na repartição de finanças quanto à
participação na inscrição.
A prova é feita pelo interessado através da entrega da caderneta predial
atualizada ou da certidão de teor da inscrição matricial, passada com
antecedência não superior a um ano.
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➔ Cabeça de casal
Alternativa às 3 pessoas.
• Instrumentos Avulsos
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Ainda o artigo 36º no seu nº3 diz-nos que “são exarados em instrumentos fora
das notas os atos que devam constar de documento autentico, mas para
os quais a lei não exija, ou as partes não pretendam, a redução a escritura
publica”.
Este nº3 VEM CONTRADIZER o que se estipula no nº1, uma vez que os
testamentos públicos e os atos para os quais a lei exija escritura publica/os
interessados pretendem celebrar dessa forma são lavrados nos livros de notas.
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Tendo por base o modo de convocação da Assembleia, estas deliberações dos
sócios assumem uma forma de deliberação unanime por escrito, sendo
tomadas em escritura publica de forma a aproveitar a presença de todos os
sócios, o que evita as formalidades de convocação e feitura de ata.
Contudo, as atas de deliberações dos sócios podem ser lavradas pelo notário
em instrumento avulso SE, no inicio da reunião, a Assembleia assim o
delibere ou se algum socio assim o requerer.
Deverá, assim, ser entregue o pedido escrito na sede social com 5 dias úteis de
antecedência em relação à data da assembleia geral.
Aqui, o notário apenas redige o instrumento da ata de reunião com base
na declaração de quem a dirigir.
Se se tratar de uma sociedade em nome coletivo ou sociedade por quotas o
instrumento vai ser assinado pelos sócios presentes e pelo notário;
Quanto aos demais tipos de sociedade, o instrumento deve ser assinado pelos
membros da mesa e pelo notário.
➔ Estes instrumentos ficam arquivados no cartório no maço a que se refere
o art.º 28.º, n.º 2, alínea g) (art.º 104.º).
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b) A declaração do cumprimento das formalidades previstas nos artigos
65.º e 66.º. Esta nulidade é sanável se as partes declararem, por forma
autêntica, em instrumento público avulso, que foram cumpridas as formalidades
em falta referentes à intervenção dos outorgantes que não compreendiam a
língua portuguesa ou eram surdos ou mudos (alínea b) do n.º 2 do art.º 70.º).
c) A observância do disposto na primeira parte do n.º 2 do artigo 41.º. Esta
nulidade é sanável quando as partes declararem, por forma autêntica, que as
palavras inutilizadas, quaisquer que elas fossem, não podiam alterar os
elementos essenciais ou o conteúdo substancial do ato (alínea b) do n.º 3 do
art.º 71.º);
d) A assinatura de qualquer intérprete, perito, leitor, abonador ou
testemunha. Esta nulidade é sanada se os intervenientes acidentais, cujas
assinaturas faltam, se encontrarem devidamente identificados no ato e
declararem, por forma autentica, ter assistido à sua leitura, explicação e outorga
e que não se recusaram a assiná-lo (alínea c) do n.º 2 do art.º 70.º);
e) A assinatura de qualquer dos outorgantes que saiba e possa assinar.
Esta nulidade é sanável se os outorgantes cujas assinaturas faltam,
declararem, por forma autêntica, que estiveram presentes à leitura e explicação
do ato, que este representa a sua vontade e que não se recusaram a assiná-lo
(alínea d) do n.º 2 do art.º 70.º);
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➔ A incapacidade ou a inabilidade dos intervenientes acidentais (art.º
71.º, n.º 2). Esta nulidade é sanável quando o vício se referir apenas a
um dos abonadores ou a uma testemunha e possa considerar-se suprido
pela idoneidade do outro interveniente (art.º 71.º, n.º 3, alínea c).
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• O que é propriedade horizontal?
Transforma um prédio que está em propriedade plena em várias frações
(propriedade horizontal)
➔ Para isso tem de cumprir todos os requisitos (Artigo 1415ºCC)
Saída comum do prédio, frações autónomas e independentes entre
si.
Não é obrigatório ser um prédio, podem ser vários prédios (moradias em banda).
ATENÇÃO!: Não precisam de ser moradias geminadas, podem apenas ser
isoladas entre si.
Exemplo:
Tenho um terreno e nesse terreno vou construir várias moradias. Vão ser
várias moradias no mesmo prédio.
Não têm autonomia na conservatória nem nas Finanças.
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Quais são os registos passiveis de serem feitos por um Solicitador?
1. Fotocopias certificadas- Reprodução de um documento que o
interessado necessita. Estas fotocopias registadas podem ser de
documentos externos ou de documentos arquivados;
2. Reconhecimento de assinaturas- Poderá reconhecer assinaturas
simples (efetuadas para pessoas singulares, SEMPRE de forma
presencial), com menções especiais (feito por semelhança- situações em
que não é obrigatório a presença do interveniente) ou presenciais com
menções especiais (exemplo do contrato promessa de compra e venda-
aqui, é obrigatório que o reconhecimento seja presencial e carece de
menções especiais).
3. Termos de autenticação- Deverá existir sempre que haja a intervenção
de um Solicitador.
4. Traduções- Necessitam de ser registadas, tanto as que são feitas pelo
solicitador como as que lhe são apresentadas por terceiros.
5. Autos de constatação- São da exclusiva competência do solicitador.
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• JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL
É a obtenção de um título para fazer prova de que alguém é proprietário de
determinado bem, mas que não tem esse título.
O objetivo principal é levar para o registo predial porque se quer registar um
prédio em seu nome e para que o consiga fazer tem de se ter um título, porque
é uma das regras fundamentais do registo predial.
Não há forma de fazer um registo predial, salvo raras exceções, sem a
existência de um título.
Há uma justificação notarial, que é o que vai dar origem ao título para eu poder
registar o prédio em meu nome.
Aquele que não dispõe de um documento de prova para fazer valer o seu direito
quando quer registar um prédio pela 1ª vez em seu nome, pode fazer através
de uma JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL.
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Exemplo:
Eu atualmente sou o proprietário.
Vou vender, mas se eventualmente não estiver lá o meu nome eu não vou
conseguir vender a outra pessoa.
Tenho de fazer o registo em meu nome para conseguir vender.
Exemplo:
Em 1960 numa conversa de café encontrei X na Lourinhã e X tinha um prédio
muito bom que eu gostei.
E eu disse “X, vendias-me aquele prédio?” e X disse “vendo”.
Então dei a X 500 contos e o prédio agora é meu e X diz “o prédio agora é teu”.
Este negócio concretizou-se?
Não há dúvidas que o prédio é meu, porque eu no dia a seguir fui logo às
finanças dar conhecimento de que tinha comprado aquele prédio.
O contrato aconteceu, está é ferido de forma. Para existir compra e venda
temos de observar a forma (naquela data – EP).
Não se observou a forma, mas aconteceram duas coisas muito importante: a
entrega do bem contra o pagamento do preço.
Só não se observou a forma.
Podemos ultrapassar esta questão, através da justificação.
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Há uma série de requisitos que têm de ser cumpridos, nomeadamente depois
de ser feita a justificação:
➔ O NOTÁRIO VAI TER DE MANDAR PUBLICAR AQUELA ESCRITURA
para ver se alguém se opõe àquela justificação porque na realidade
aquilo pode ser um negócio simulado e vai decorrer um determinado
prazo.
Só depois de decorridos todos os prazos de oposição é que o interessado
tem capacidade de registar aquele prédio em seu nome.
Assim,
Ao negócio feito em 1960 já lhe é concebido o título que faltava para ter o prédio
em seu nome.
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As pessoas recebem uma notificação a dizer “o seu prédio foi penhorado”, mas
depois vai-se a ver que não é aquele prédio, porque há pessoas com o mesmo
nome e na dúvida eles penhoram.
Hoje em dia já não acontece com tanta frequência.
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Para agora conseguirmos registar em nome do senhor que extraviou o papel,
vamos ter de fazer uma justificação em que se consiga obter o título válido para
efeitos do registo.
E o que é? Alguém que vai fazer prova de que aquele senhor obteve aquele
prédio através de compra em hasta publica em 1935 junto das finanças.
Vamos às finanças e pedimos uma certidão positiva de que o prédio se
encontra inscrito em nome daquele senhor desde que ele comprou em
hasta publica.
A certidão que vamos trazer das finanças vai comprovar que está inscrito em
nome dele e que o resultado terá sido a compra em hasta publica.
Com estes dois documentos vamos ter de fazer esta justificação.
Se for em cartório, conseguimos sempre ir à torre do congo à procura. Para
isso temos de saber o cartório onde foi feito.
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EM SUMA,
• Intervenientes
Nas escrituras de justificação intervêm o justificante (aquele que tem interesse
na obtenção do título) e três declarantes para confirmar o que por aquele foi
dito.
➔ Os declarantes têm de reunir os requisitos de idoneidade das
testemunhas instrumentárias e não podem ser parentes sucessíveis do
justificante nem cônjuge de algum deles.
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Não obstante isso, esta forma de titular direitos, baseada em declarações dos
próprios interessados, confirmadas por três declarantes, torna-a permeável à
execução de fraudes, com prejuízo de terceiros.
Às vezes, os três que parecem não se conhecer, conhecem-se.
Daí, que o art.º 97.º determine que os outorgantes (justificante e declarantes)
sejam advertidos de que incorrem nas penas aplicáveis ao crime de falsas
declarações, se, dolosamente e em prejuízo de outrem, prestarem ou
confirmarem declarações falsas, devendo a advertência constar da
escritura. (Fica sempre esta advertência na escritura. Serve de prova e é
reencaminhada para o ministério publico).
➔ O artº 97º também se aplica ao cabeça de casal quando preste as
declarações no âmbito da habilitação de herdeiros e ao que ele também
é advertido quando ele diz “são estes os herdeiros e não há mais ninguém
que com eles concorra”.
Também acontece isso com os declarantes. São advertidos de que aquilo
que eles estão a dizer é verdade. Se disserem algo que não é verdade,
são acusados com um crime de falsas declarações.
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• Restrições à admissibilidade da justificação
O n.º 1 do art.º 92.º preceitua que a justificação de direitos que devam constar
da matriz só é admissível em relação aos direitos nela inscritos.
Quer dizer que o senhor que comprou o prédio em hasta publica em 1935, foi
logo inscrever o prédio nas finanças assim que o comprou.
Só se pode fazer uma justificação notarial se o prédio estiver inscrito em
meu nome nas finanças.
Este n.º 2 do art.º 92.º, na primitiva redação, conferia legitimidade para intervir
na escritura apenas ao pretenso titular do direito, mas exigia que o direito
justificando estivesse inscrito na matriz em seu nome ou que o titular da inscrição
matricial fosse alguém de quem ele tivesse adquirido, por sucessão ou por ato
entre vivos, o direito a que a justificação respeitava.
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• Documentos instrutórios
→ Para arquivar:
a) certidão que comprove a omissão dos prédios no registo predial ou, estando
descritos, certidão de teor da descrição e de todas as inscrições em vigor;
CERTIDÃO POSITIVA OU NEGATIVA
b) certidão de teor da inscrição matricial; (Substitui a caderneta predial)
Se o prédio estiver omisso na conservatória, o documento que tenho de
entregar no notário é a declaração do modelo I IMI.
Se ele está omisso, não tenho a caderneta.
Foi a primeira vez que fui às finanças dizer que tenho um prédio novo e eles
dizem que o prédio foi inscrito em 1986.
Vou à camara municipal e obtenho uma certidão a dizer que o prédio foi
construído em … e peço que na certidão que a câmara vai fazer seja certificado
que a data da sua construção ocorreu antes de 7 de agosto de 1951.
Isto vai fazer com que eu consiga provar que o prédio é sempre anterior a esta
data.
Isto é importante? Sim, a partir desta data é obrigatório a licença de
utilização.
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E se eu tiver esta certidão posso ir às finanças e pedir para eles averbarem isto.
Posso ficar isento de apresentar a licença de utilização, porque não tem.
Licença de construção → Autorização que a camara municipal dá ao construtor
para construir aquele prédio durante um determinado tempo. Não pode deixar
caducar. Quando terminar a obra, a camara vai fazer vistoria e se estiver de
acordo com o projeto vai dar um determinado prazo para pagar a licença de
utilização.
→ A exibir:
a) se a escritura for de justificação para reatamento do trato sucessivo e tiver por
objeto prédios urbanos, a autorização/alvará ou a licença de utilização; e
b) tratando-se de justificação para reatamento ou estabelecimento de novo trato
sucessivo, é ainda necessário apresentar os documentos comprovativos das
transmissões anteriores e subsequentes ao facto justificado, relativamente às
quais se não afirme a impossibilidade de os obter.
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NOTIFICAÇÃO→ visa dar conhecimento ao titular inscrito do ato que se
pretende realizar, com o fim de se lhe poder opor;
Havendo título através do qual o titular inscrito tenha transmitido o seu direito, já
não tem de ser notificado.
Ou seja,
É uma chamada àquele procedimento para que ele venha dizer “vocês não
fazem isso, porque isso já aconteceu” ou então é “nos vamos fazer isso, se tiver
alguma coisa a dizer venha-se opor.” Se ele nada disser, o procedimento
continua normalmente.
Pode suceder ainda que não seja possível localizar o título, através do qual o
titular inscrito transmitiu o seu direito, mas esse titular se prontifique a, como
declarante, vir à escritura confirmar a transmissão;
➔ É evidente que, em tal hipótese, não é necessária a sua notificação
prévia. “sim, é verdade, eu fiz essa transmissão”, por isso dispensa-se a
situação anterior, porque a própria pessoa vai estar presente e confirmar
todos os atos necessários.
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A NOTIFICAÇÃO NÃO ADMITE OPOSIÇÃO, MAS DO DESPACHO QUE A
INDEFERIR CABE IMPUGNAÇÃO, processada do mesmo modo que a
impugnação da recusa em lavrar qualquer ato que ao notário seja solicitado.
São dados tantos conhecimentos quanto os possíveis nos locais mais visíveis
para que ninguém possa invocar que não teve conhecimento do ato que ia
ser publicado.
Os lugares mais visíveis são sempre nas juntas freguesias, nas últimas
residências conhecidas e pessoalmente, quando possível.
• Publicações
A escritura, uma vez realizada, é publicada por meio de extrato do seu
conteúdo, a passar no prazo de 5 dias a contar da sua celebração.
Não é a escritura na sua totalidade, é apenas um resumo da escritura (conteúdo
básico).
A publicação – diz o art.º 100.º - é feita num dos jornais mais lidos do concelho
da situação do prédio ou, se aí não houver jornal, num dos jornais mais lidos da
região.
Não importa que, havendo jornal do concelho, a sua periodicidade máxima seja
ou não semanal, embora se reconheça que uma periodicidade longa possa
brigar com legítimos interesses na celeridade do ato.
➔ Destinando-se a publicação a dar a conhecer os elementos essenciais da
justificação, para que os interessados a possam impugnar, é no jornal do
concelho que os titulares de interesses sobre prédios nele situados vão
procurar as publicações e, por isso, é nele que as publicações deverão
ser feitas – entendimento expresso no parecer proferido no processo n.º
R.P. 28/2001 DSJ-CT, publicado no II caderno do BRN n.º 10/2001.
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Os averbamentos poderão ser redigidos da seguinte forma:
➔ Averbamento n.º 1: Esta escritura foi publicada por extrato no dia ... a fls.
… do n.º … do jornal ..., que arquivo.
... (data e rubrica do notário)
➔ Averbamento n.º 2: Por ofício do tribunal judicial desta comarca, que
arquivo, foi comunicada a pendência de acção de impugnação
relativamente ao facto justificado por esta escritura.
... (data e rubrica do notário)
➔ Averbamento n.º 3: A ação de impugnação a que se refere o
averbamento n.º 2 foi julgada procedente (ou improcedente), conforme
ofício n.º …, que arquivo, do tribunal judicial desta comarca.
... (data e rubrica do notário)
• PROCURAÇÃO
O conceito de procuração é nos dado pelo art.º 262.º do Código Civil.
“Diz-se procuração o ato pelo qual alguém atribui a outrem,
voluntariamente, poderes representativos”
Hoje em dia as procurações podem ser celebradas de duas formas:
➔ através de um documento autêntico
➔ através de um DPA
PORQUÊ?
Porque por força do decreto lei 76º-A/2006 conjugado com o decreto lei
116/2008, permitiu aos advogados e solicitadores que pratiquem
determinados atos que até então lhes eram negados, ou não lhe eram
permitidos.
Agora as procurações podem ser feitas não apenas através de
documentos autênticos, mas também através de DPA.
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Ou seja, X emite uma procuração a favor de Y para um determinado ato e vai
perante mim (solicitador) para que eu autentique aquela procuração e eu posso
fazer a autenticação daquela procuração.
➔ Para isso tenho de fazer um TERMO DE AUTENTICAÇÃO daquele ato
É comum fazer-se através de documento autêntico, porque normalmente a
procuração deve revestir a forma do ato para que aquele serve.
Decreto lei 116/2008 artº 22º veio permitir que a compra e venda de bens
imóveis se possa fazer através de DPA.
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O procurador não necessita de ter capacidade de exercício de direitos, sendo
suficiente que tenha, para celebrar o ato, a capacidade de entender e querer
exigida pela natureza do negócio que haja de efetuar. Cfr. art.º 263.º do
Código Civil.
➔ Apenas aquilo que está previsto no código civil para que ele seja capaz
de vir a celebrar o ato para o qual tenha capacidade para celebrar o
negócio a que lhe estão a ser passadas as capacidades de procurador.
Porque AQUELE QUE NÃO TIVER CONDIÇÕES para ser procurador não lhe
é permitido ser procurador.
• Substabelecimento
O procurador pode fazer-se substituir por outrem, SUBSTABELECENDO OS
PODERES LHE FORAM CONFERIDOS, se o representado o consentir ou se
esta faculdade resultar do conteúdo da procuração ou da relação jurídica que a
determina. Cfr. art.º 264.º do Código Civil.
O que é um substabelecimento?
Exemplo:
Se está um processo em tribunal e por qualquer razão o advogado não pode
comparecer naquele julgamento, pode através do substabelecimento ir outro
advogado. (substabelecer noutra pessoa os poderes que lhe foram conferidos
pela procuração).
DOIS TIPOS:
➔ Substabelecimento com reserva – aquele que apenas permite fazer o
ato único, ou seja, “vais lá e fazes apenas este ato”, ou seja, não vou dizer
ao procurador que deixa de ser ele o procurador
➔ Substabelecimento sem reserva – “a partir de agora a procuração é tua”
(envolve a exclusão do primitivo procurador, deixa de ser procurador).
Não invalida que quem foi substabelecido possa vir a substabelecer no 1º
que era procurador.
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É quando eu faço o registo que devo indicar se o substabelecimento é feito com
ou sem reserva. → É OBRIGATÓRIO
Para ele evitar isto, ele vai registar aquela procuração e depois só vai
fornecer o código de acesso a tantos cartórios quantas as vendas onde
forem feitas aquelas escrituras.
➔ É FACULTATIVO.
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• O que são procurações irrevogáveis?
Normalmente as procurações que são irrevogáveis são aquelas que dão poderes
INCLUSIVAMENTE ATÉ DEPOIS DA MORTE. Não terminam com a morte.
O registo destas procurações é feito com base num registo online e que
mediante o pagamento da taxa é disponibilizado um CÓDIGO DE ACESSO
que fica disponível normalmente ou no próprio dia ou no dia útil imediatamente
a seguir após a verificação dos serviços da AMA.
➔ Só quem tem certificado digital é que consegue fazer o registo da
procuração.
Só os que sejam profissionais (notários, advogados, solicitadores).
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31 de março de 2009 → Data em que foi publicada a lei que obrigou a que estas
procurações fossem registadas obrigatoriamente nesta plataforma.
Podem-se registar todas as procurações.
• Conservação da procuração
A procuração é conservada desde que se faça pelo menos um pedido de
renovação de 5 em 5 anos.
Se não se fizer nada, deixa de estar válido.
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• Como posso ter acesso a uma certidão permanente de registo de
procuração?
Através do CÓDIGO DE ACESSO.
Este pedido que eu faço de registo, concede-me a possibilidade de eu ter
acesso, através de um código por 3 períodos de tempo (tem custos
diferenciados para cada período):
➔ 1 ano – quando se tem a intenção de praticar poucos atos
➔ 3 anos
➔ 5 anos
Todos os prazos SÃO RENOVÁVEIS.
Não posso renovar por mais do que 5 anos.
Quando está quase a terminar o prazo da certidão eu recebo um alerta por parte
do IRN.
➔ Ao renovar temos de renovar aquele código, senão vamos ter de pedir um
novo código
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Temos de depositar tudo tal e qual como se fosse uma escritura (o contrato e
todos os documentos instrutórios do contrato, incluindo as liquidações dos
impostos, os DUC’s dos impostos e os comprovativos de pagamento).
Não pode faltar um documento porque depois de ser feito o depósito com base
nesses elementos vai dar origem a um código e com base nesse código vamos
fazer a promoção do registo predial.
Exemplo:
X vendeu a Y. como é que todos nós ficamos a saber que X vendeu a Y o
prédio? Pelo registo.
Para nós sabermos, vai ter de se entregar ao IRN toda a documentação que
eu produzi no meu escritório que X e Y me entregaram para eu fazer o contrato
de compra e venda (todos os documentos instrutórios – todos aqueles
documentos que servem para instruir um contrato de compra e venda)
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➔ Ou seja, o solicitador/advogado, quando realiza a autenticação desse
documento, tem até às 23:59h desse dia para efetuar o depósito
eletrónico do DPA.
Se em virtude de dificuldades de carácter técnico respeitantes ao
funcionamento da plataforma eletrónica referida no artigo 5.º não for
possível realizar o depósito, este facto deve ser expressamente mencionado
em documento instrutório a submeter, indicando:
➔ o motivo da impossibilidade, a data e a hora do facto
➔ e a identificação da entidade autenticadora, devendo o depósito ser
efetuado nas quarenta e oito horas seguintes. → nº2
Quando fazemos o registo no ROAS de um DPA, aquilo vai criar uma pasta de
arquivo no meu escritório e eu sou responsável por todos os documentos que
me são entregues e os documentos instrutórios daquele ato.
Tal e qual como se fosse no cartório, todos os documentos que vão instruir uma
escritura também no meu escritório eu sou obrigado a guardar todos os
documentos originais que eu vou depositar nesta plataforma, para que se um dia
qualquer a ordem dos solicitadores precisar de fazer uma inspeção, eu possa
mostrar que os tenho na minha posse.
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As câmaras de comércio e indústria, a Câmara dos Solicitadores, a Ordem dos
Advogados e a Ordem dos Notários podem criar sistemas de arquivo
centralizados, mantidos por estas ou por entidades terceiras contratadas para o
efeito, para os quais podem ser transferidos os originais dos documentos
depositados, informando o IRN, I. P., por meios eletrónicos da relação das
câmaras de comércio e indústria, advogados, notários e solicitadores que
utilizam esses sistemas. → nº2
Ou seja, se acontecer os solicitadores poderão transferir os seus documentos
para um arquivo físico que a ordem vier a indicar.
• Torre do tombo
Escrituras realizadas em lisboa anteriores a 1974 não são possíveis obter na
torre do tombo em lisboa porque apenas existem registos físicos possíveis de
certificar a partir de 1975.
A única coisa que é possível certificar são os extratos das escrituras.
Ou seja, é um extrato simples a dizer quem vendeu, quem comprou, onde foi
feito, o valor e o objeto – mais do que isso não é possível conseguir ver-se.
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• Comprovativo de depósito → artigo 12º
Por cada depósito de documento particular autenticado é disponibilizado um
comprovativo com menções de identificação da entidade autenticadora, da data
e da hora da submissão, dos documentos depositados e do código de
identificação atribuído ao documento, o qual é enviado por correio eletrónico à
entidade que procedeu ao depósito, após confirmação do pagamento da quantia
devida.
EXCECIONA-SE DO DISPOSTO NO NÚMERO ANTERIOR: → nº2
a) Todos os documentos que devam ficar associados a outros previamente
arquivados, os quais são identificados pelo mesmo código;
b) Os documentos depositados nos termos do n.º 2 do artigo 4.º cujo código de
identificação é exclusivamente enviado por correio eletrónico à entidade que
autorizou o cancelamento da hipoteca.
Exemplo:
Contrato de compra e venda de um imóvel. X não quer gastar dinheiro numa
certidão daquele prédio, mas quer ver e também quer ver a liquidação do IMT.
O que ele pode fazer?
Ainda não se tem a certidão, mas há uma certidão antiga. As certidões são
validas por 6 meses (com o COVID são validas até março de 2021).
O código é o mesmo. Ainda que não tenha o registo, com o código da certidão
eu consigo ver se o registo está feito.
OU SEJA, é através do código de acesso que me é fornecido quando eu fiz
o depósito e eu consigo ir à plataforma e ver o que lá está.
É mais fácil ver os documentos assim do que nos cartórios, porque nos cartórios
nos não temos de pagar nada e tenho de pedir uma certidão porque os notários
não dão fotocopias.
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• Gratuitidade → artigo 17º
O depósito e a consulta de documentos, por via eletrónica, são gratuitos.
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