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Isso não quer dizer que o nosso sistema de registros seja um sistema
simplesmente de registro de títulos ou um sistema declaratório. Existem
sistemas de registros declaratórios, onde o registro de imóveis apenas
recepciona os títulos para o efeito da publicidade; e sistemas de
registros constitutivos, onde só existe o direito depois de registrado o
título. O nosso sistema de registro imobiliário é considerado um sistema
de registros misto, ora constitutivo, ora declaratório.
Mas não basta existir o título para que possa ser efetuado o registro. O
título tem que ser válido. O agente, o objeto e a forma são
elementos essenciais do ato jurídico, sem os quais a sua existência fica
comprometida. O exame da validade alcança tanto o título que reflita
um negócio jurídico, por exemplo, uma compra e venda, uma hipoteca,
uma servidão, etc..., quanto um título que apenas porta um direito, ou
um fato, já adquirido ou acontecido anteriormente, como por exemplo
uma certidão de um ato judicial, penhora, arresto, etc... ou um título
que contenha um ato administrativo, por exemplo, alvará de habite-se,
CND do IAPAS, um decreto do Prefeito Municipal, etc...
"Art. 172 - No Registro de Imóveis serão feitos, nos termos desta Lei, o
registro e a averbação dos títulos ou atos constitutivos, declaratórios,
translativos e extintivos de direitos reais sobre imóveis reconhecidos em
lei, "inter vivos" ou "mortis causa" quer para sua constituição,
transferência e extinção, quer para sua validade em relação a terceiros,
quer para a sua disponibilidade."
(Lei 6.015, de 31.12.73)
Títulos Particulares
Por ser a regra geral, a escritura pública como essencial para a validade
dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência,
modificação ou renúncia de direitos reais, conforme prevê o C. Civil, no
art. 108, a exceção a essa regra fica para os títulos particulares, todos
previstos nas respectivas leis que criam os novos institutos levados ao
registro, ora para constituição dos direitos, ora para publicidade do ato.
Outro problema
Em casos de incorporação:
Íntegra:
ACÓRDÃO - Vistos, relatados e discutidos estes autos de APELAÇÃO
CÍVEL Nº 77.128-0/2, da Comarca da CAPITAL, em que é apelante
SERBER ADMINISTRADORA DE BENS PRÓPRIOS LTDA. e apelado o 13º
OFICIAL DE REGISTRO DE IMÓVEIS da mesma Comarca. ACORDAM os
Desembargadores do Conselho Superior da Magistratura, por votação
unânime, em negar provimento ao recurso, de conformidade com o
voto do relator que fica fazendo parte integrante do presente julgado.
Participaram do julgamento, com votos vencedores, os
Desembargadores MÁRCIO MARTINS BONILHA, Presidente do Tribunal
de Justiça, e ÁLVARO LAZZARINI, Vice-Presidente do Tribunal de
Justiça. São Paulo, 28 de junho de 2001. (a) LUÍS DE MACEDO,
Corregedor Geral da Justiça e Relator.
VOTO - REGISTRO DE IMÓVEIS - Apresentação ao Registro de cópia
autenticada de instrumento particular de alteração de contrato social e
aumento de capital, com conferência de bens móveis e imóveis.
Inaplicabilidade do art. 64 da lei nº 8.934/94, em sendo a adquirente
uma sociedade civil. Dúvida procedente. Recurso a que se nega
provimento. Cuida-se de recurso interposto por Serber Administradora
e Bens Próprios S/C Ltda. contra decisão prolatada pelo MM. Juiz
Corregedor Permanente do 15º Oficial de Registro de Imóveis da
Comarca da Capital, que julgou procedente dúvida suscitada e manteve
recusa ao registro de cópia autenticada de instrumento particular de
alteração do contrato social e aumento de capital, com conferência de
bens móveis e imóveis, referente aos imóveis matriculados sob os
números 48.048, 67.986 a 67.995, junto ao ofício predial acima
referido. A decisão atacada (f. 281/283) fundou-se na necessidade de
ser instrumentalizada em instrumento público a alienação do domínio
sobre bens imóveis pretendida, configurada a inaplicabilidade do art. 64
da lei nº 8.934/94 ao caso concreto, em sendo a adquirente uma
sociedade civil. A apelante (f. 216/219) argumenta que tendo inscrito
sem contrato social e posteriores alterações junto ao 1º Oficial de
Registro Civil de Pessoa Jurídica da Comarca da Capital, é uma
sociedade civil sob forma comercial e na qualidade de sociedade por
quotas de responsabilidade limitada lhe é aplicável dispositivo legal já
mencionado. Pede reforma do "decisum", ordenado o retro postulado.
O Ministério Público opinou, em ambas instâncias, pelo improvimento
do apelo (f. 291/292 e 297/299). É o relatório. O título causal
apresentado pela apelante é inábil. Constam às f. 11/186 dos autos
nove cópias autenticadas do título causal que deveria ter sido
apresentado à qualificação e que se pretende ampare o registro
perseguido, o que não se justifica. Persiste a inarredável necessidade
de exibição imediata do original e esta deriva, aqui, da efetivação de
um exame do direito obtido com a prenotação do título. A cópia
autenticada constitui mero documento, e não instrumento formal
previsto como idôneo a ter acesso ao registro. Tendo em vista uma
reavaliação qualificativa do título, vedado o saneamento intercorrente
das deficiências da documentação apresentada, é imprescindível a
exibição de certidão ou traslado do ato notarial, ou seja, do
instrumento público. Neste sentido, é pacífica a jurisprudência deste
Conselho Superior da Magistratura (Ap. Cív. nºs 288.403, 442-0,
1.338-0, 2.177-0, 4.318-0, 6.034-0, 12.865-0, 14.110-0 e 15.070-0),
não restando outra solução, constatada deficiência formal, senão
inadmitir o acesso do documento apresentado ao Registro. Assim,
anotada a pertinência dos argumentos expendidos na decisão
atacada, eis que, em se tratando de sociedade civil, inaplicável o
disposto no art. 64 da lei nº 8.934/94, não há como julgar
viável o ato perseguido. Ante o exposto, nego provimento ao
recurso. (a) LUÍS DE MACEDO, Relator e Corregedor Geral da Justiça.
- O Distrato -
Certidões negativas
Penhora
E mais:
"O protesto não dá nem tira direitos. Quando muito, em alguns casos,
servirá para conservá-los. Apresentando-se despidos de todo e qualquer
aspecto de litígio, o seu processo consiste exclusivamente no pedido e
na diligência para dele dar-se conhecimento a quem de direito."
(in Avelino de Bona, p. 120)