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Lei de Registros Públicos (Lei 6.

015/73):
averbação e registro; pagamento das despesas

Neste material, vamos conhecer a Lei de Registros Públicos e a sua relação


com a atuação profissional do corretor de imóveis.

A Lei 6.015/73 dispõem todos os registros públicos em nosso país. Trata-


se de uma lei de alcance nacional que assegura a autenticidade, a segurança e a
eficácia dos atos jurídicos relativos às questões dos registros públicos, quais
sejam: registro civil de pessoas naturais, registro civil de pessoas jurídicas,
registro de títulos e documentos, registro de imóveis e registro de propriedade
literária, científica e artística.
Figura 1 – Lei de Registros Públicos – Lei 6.015/73

(#tela2)
Por que a Lei 6.015/73 é tão importante para a vida
profissional dos corretores de imóveis?
Como diz o ditado popular: “quem não registra não é dono!”

Esse dito pode até ser clichê, mas carrega uma grande verdade. Uma
pessoa só poderá ser apontada como verdadeiramente proprietária de
determinado imóvel se tiver o registro dele em seu nome. Todos os atos
pertinentes aos registros imobiliários no Brasil estão disciplinados pela Lei
6.015/73.

Assim, o corretor de imóveis deverá ter conhecimento desta importante


legislação, uma vez que isso trará imensa segurança jurídica à negociação. Uma
venda que, aparentemente, parece concretizada, poderá ser desfeita trazendo
grandes prejuízos se o imóvel não for registrado da forma correta – como
disciplinado pela Lei 6.015/73.

(#tela1) (#tela3)
Um pouco de história...
Se nos voltarmos à origem dos registros públicos,
verificaremos que ela remontará aos primórdios de nossa
civilização. Os primeiros relatos são datados da época do
Código de Hamurabi (2067-2025 a.C.), época em que existia a
figura de um funcionário do rei, chamado de escriba, que
detinha a tarefa real de redigir todos os atos jurídicos para o
rei e demais membros da corte.

Muitos outros registros nos comprovam a realização de


tais atos jurídicos. Encontramos passagens da Bíblia, do ano de
1850 a.C., em que está descrito um trecho em que Abraão
adquire de Efron um terreno com o objetivo de nele sepultar
sua mulher (Gênesis 23, 8-18). Ainda no que tange aos atos
jurídicos de aquisição de bens, a Bíblia nos traz uma passagem
que relata a compra de um campo realizada por Jacó, onde ele
deseja erguer um altar (Gênesis 23, 19-20).

(#tela2) (#tela4)
Surgimento dos registros públicos no Brasil
Nossas notas históricas demonstram que, em nosso período colonial, a
Igreja era a detentora e a responsável por todos os registros públicos realizados
em nosso país, em especial os registros referentes a batismos, casamentos,
óbitos e os registros pertinentes aos imóveis. É importante sabermos que,
naquela época histórica, a Igreja tinha uma importância vital para o bom
funcionamento do então Brasil Colônia. Conforme nossos relatos históricos, foi
somente com o marco da proclamação da República, no ano de 1889, que se
deu a separação efetiva da Igreja e do Estado. Até este momento histórico, sabe-
se que todos os registros civis (registros feitos nas paróquias ou paroquiais)
eram realizados pelos vigários. Somente após o ano de 1889, tem-se a
informação de que o Estado criou os registros públicos, exclusivamente para a
prática dos atos civis, que até então eram realizados pela Igreja.

No Brasil, como em muitos outros lugares do mundo, o desejo por terra foi
o que alavancou este movimento. Tem-se que o marco dos registros públicos
surgiu da necessidade de se estabelecer registros para os imóveis, uma vez que
existia a necessidade de realizar a fixação das delimitações da extensão de
cada gleba particular, tendo em vista a existência de uma ocupação de terra
desordenada, feita sem planejamento – pelo povoamento e pela colonização.

(#tela3) (#tela5)

Registro de imóvel
O direito de propriedade constante do artigo 5º, XXII, de nossa Constituição
Federal de 1988 garante a todos os brasileiros e estrangeiros residentes no
Brasil o direito de propriedade. Este direito dá ao proprietário do bem a
faculdade de usá-lo e de tirar dele todo o proveito que ele possa oferecer,
empregando-o em seu próprio proveito ou de terceiros (pelo proprietário
autorizado), podendo para tanto aliená-lo por renda ou doação e, até mesmo,
gravá-lo de ônus, como acontece quando se oferece o bem como forma de
garantia de uma dívida.
Assim, temos que o sistema registral brasileiro será de natureza mista, ou
seja, ele poderá ser:

Constitutivo: (de natureza constitutiva) irá criar um direito, gerando


conhecimento para o Brasil e para o mundo. Será constitutivo em
relação aos atos de oneração e às transmissões inter vivos.

Declarativo: (de natureza declarativa) se limitará a declarar a


existência de um direito preexistente. Será um ato declaratório
operado nas aquisições originárias e causa mortis, bem como nos
títulos de divisão, judiciais ou extrajudiciais.

Diante disso, podemos afirmar que os sistemas de registros servem para


criar, modificar, declarar e extinguir direitos no plano da normalidade da vida em
sociedade.

(#tela4) (#tela6)

Cartório de registro de imóveis


Podemos definir cartório, serventia ou serviço público de registro de
imóveis como um local público que presta um serviço público, no qual as
pessoas fazem o registro de seus bens imóveis (terrenos, casas, apartamentos,
vagas de garagens, lojas etc.) e no qual conseguem informações seguras sobre
a verdadeira situação jurídica desses bens imóveis.

Este cartório judicial será administrado por um oficial de registro de


imóveis, que, conforme o artigo 236 da CF de 1988, não é um funcionário
público, apesar de ter ingressado nesta atividade mediante concurso público. O
oficial de registro de imóveis é considerado, à luz da lei, como titular de uma
função pública delegada pelo Estado, ou seja: particular em colaboração com a
Administração – trata-se de serviços público não privativo.

O registro de imóveis, por se tratar de uma serventia registral pública,


tratará todas as informações registrais referentes aos imóveis, dentro do
território brasileiro, como públicas. Assim, todas estas informações estarão ao
alcance de qualquer um do povo – mediante pagamento de taxa e emolumentos
pertinentes.

Será por meio destas serventias registrais (registro de imóveis) que os


direitos reais sobre os imóveis irão se constituir, se alterar ou se extinguir. O
registro de imóveis será o repositório/depósito de todas as informações da
propriedade dos imóveis que fazem parte de sua zona de atuação, com caráter
de autenticidade e eficácia. Dependendo do tamanho das cidades, poderão
existir um ou mais serviços de registros de imóveis. Geralmente, em cidades
maiores, como capitais de estados, observamos a existência de mais de um
serviço de registro de imóvel. As leis de organização judiciária dividem o
território em circunscrições, como ocorre na Capital de São Paulo, onde existem
18 registros, cada qual com sua circunscrição territorial bem delimitada. Toda
serventia de registro de imóveis terá um limite territorial determinado pela lei de
organização judiciária e o registro imobiliário será feito sempre no cartório do
lugar em que o imóvel está localizado, sob pena de nulidade.

(#tela5) (#tela7)

Funcionamento do registro de imóveis


A justificativa para a existência do registro de imóveis é a segurança da
aquisição de propriedade imobiliária por atos oriundos de acordos de vontade
das partes. Um imóvel pertencerá a uma determinada zona registral e isso será
permanente. Assim, não será possível “mudar” ou “escolher” um registro de
imóvel para a realização dos atos registrais.

Quando o objeto é um bem móvel, a propriedade se


adquire simplesmente com a entrega deste bem ao seu
adquirente – o que se chama de tradição. Todavia, se
estamos tratando de um bem imóvel, ele somente poderá
ser adquirido através de registro de contrato pertinente no
competente registro de imóveis.

Por exemplo, se estivemos tratando de compra e venda de imóvel,


considerando que o contrato ainda não está registrado, o adquirente ainda não é
o proprietário do imóvel. Este título deverá ser encaminhado para registro no
registro de imóveis competente. O registrador então iniciará o ato de
“qualificação do título”. Ao desempenhar essa função, o registrador irá constituir,
modificar ou extinguir direitos reais sobre os imóveis. É função do oficial
registrador, ainda, examinar os títulos e os documentos que são apresentados a
ele, verificando sua registrabilidade, evidenciando se são válidos e se estão de
acordo com as disposições legais.

O oficial registrador verificará pontualmente a legalidade e a validade


do título, procedendo ou não ao seu registro. Para estes atos, a competência
do oficial registrador é ampla.

Após a realização do exame do título, o oficial registrador emitirá um


julgamento: ou admite o título como perfeito e apto a gerar o direito real
pretendido, determinando o registro, ou devolve o título ao apresentante
para que o complemente, com as exigências que apontará.
Este ato de devolução do título para o apresentante chama-se de nota
de impugnação, ou nota de exigência, ou nota devolutiva, ou nota
explicativa de exigência etc. O oficial registrador será soberano e
independente sobre o registro do título (aceitação dele naquelas
condições) ou sua denegação e posterior impugnação.

(#tela6) (#tela8)

O que acontece quando o oficial registrador entende


que o título não poderá ser registrado?
No caso de não entender que o título poderá ser registrado, o oficial do
registro tem o dever de indicar, por escrito e de modo fundamentado, as razões
para não proceder ao registro. Ele irá se basear em sólidos fundamentos legais
para a recusa do registro de qualquer documento, para tanto, irá redigir e emitir a
nota devolutiva, que deverá enunciar de maneira clara e objetiva quais foram as
razões que o levaram a não realizar o registro. As notas de exigências deverão
ser sanadas pela parte apresentante. Este ato de saná-las, por vezes, é simples.
Não é incomum que o corretor de imóveis se envolva na resolução da
impugnação gerada em algum ato de compra e venda por ele realizado.

Exemplo de nota de exigência de uma compra e venda de imóvel:


(objetos/fig1.jpg)

Você sabia...

Que a nota de impugnação só pode ser dada uma


única vez?

As notas de impugnações ou exigências deverão


ser apontadas pelo oficial de registro de imóveis de
uma vez só! Todavia, existem situações em que o
cumprimento de uma nota de impugnação, ou seja,
o atendimento ou a tentativa de resolução dela por
parte do apresentante, fará com que novas
exigências precisem ser cumpridas para a
perfectibilização de todas as impugnações
apontadas no título apresentado.

(#tela7) (#tela9)

A segurança jurídica de uma negociação é dever do corretor de imóveis.


Será tarefa do corretor de imóveis, durante a tramitação da negociação, apoiar
os compradores, para dar-lhes segurança jurídica, buscando para tanto todos os
elementos pertinentes para isso, como, por exemplo, informações pertinentes ao
imóvel escolhido, as certidões de ônus reais, de ações reais reipersecutórias,
certidão de inteiro teor da matrícula, certidão vintenária, dentre outros
documentos pertinentes ao imóvel emitidos pela prefeitura. E, no tocante aos
vendedores, é necessário realizar verificações junto à Justiça Federal, à Justiça
Estadual e à Justiça do Trabalho, dentre outros órgãos públicos, para assegurar
assim, antes de concretizar a negociação, a legitimidade destes vendedores e do
imóvel, objeto da presente negociação.

Veja este exemplo de falta de interesse ao registrar


um título de compra e venda (escritura pública) de imóvel:
João vendeu um imóvel residencial a Manoel. Manoel pagou
o imóvel à vista, mas nunca procedeu ao ato de registro
desta escritura pública de compra e venda junto ao cartório
de registro de imóvel competente.

Veja quais os riscos que Manoel está correndo. Conforme o


§1º do artigo 1.245 do Código Civil, enquanto não se
registrar o título, o alienante (vendedor João) continuará a
ser considerado como dono do imóvel. Assim, se não
houver o registro em nome do adquirente (Manoel), a
propriedade fica em nome do vendedor (João) no registro
imobiliário, inclusive este imóvel responde por dívidas desta
pessoa (João), podendo ainda o imóvel ser penhorado e até
arrematado judicialmente sem que o comprador (Manoel)
fique sabendo. Além disso, e usando de má-fé, o vendedor
(João) poderá, sabendo que o adquirente (Manoel) não
registrou o imóvel em seu nome, fraudulentamente, vender
novamente o imóvel para uma terceira pessoa – terceiro de
boa-fé. E, ainda, se este terceiro, com boa-fé, registrar o seu
título referente à compra e venda primeiro que Manoel, ele
(terceiro de boa-fé) será legalmente considerado
proprietário, restando ao adquirente Manoel reclamar do
transmitente trapaceiro (João) tão somente o direito de
reaver perdas e danos.
(#tela8) (#tela10)

Tipos de documentos que o registro de imóveis


poderá registrar
Quando falamos em registrar um título no registro de imóveis, estamos
falando de realizar uma anotação/um lançamento/uma nova informação de
cunho legal e pertinente, que será realizada na matrícula de um determinado
imóvel, pertencente àquela serventia registral.

Assim, de acordo com a Lei de Registros Públicos 6.015/73 e suas


alterações, somente poderão ser admitidos registros de documentos, em sua
maioria públicos, taxativos e estabelecidos no artigo 221 da Lei 6.015/73,
conforme:

Art. 221. Somente são admitidos registro: (Renumerado com nova


redação pela Lei nº 6.216, de 1975).

I – escrituras públicas, inclusive as lavradas em consulados brasileiros.


II – escritos particulares autorizados em lei, assinados pelas partes e
testemunhas, com as firmas reconhecidas, dispensado o reconhecimento
quando se tratar de atos praticados por entidades vinculadas ao Sistema
Financeiro da Habitação.
III – atos autênticos de países estrangeiros, com força de instrumento
público, legalizados e traduzidos na forma da lei, e registrados no cartório
do Registro de Títulos e Documentos, assim como sentenças proferidas
por tribunais estrangeiros após homologação pelo Supremo Tribunal
Federal.
IV – cartas de sentença, formais de partilha, certidões e mandados
extraídos de autos de processo.
V – contratos ou termos administrativos, assinados com a União, Estados,
Municípios ou o Distrito Federal, no âmbito de programas de regularização
fundiária e de programas habitacionais de interesse social, dispensado o
reconhecimento de firma.

(#tela9) (#tela11)

Conforme nos ensina o jurista Miguel Maria Serpa Lopes, os títulos acima
mencionados, quanto à sua forma, podem ser públicos ou privados. Serão
títulos públicos quando passados perante um oficial registral ou quando forem
resultantes de atos judiciais, como, por exemplo, os incisos I, IV, III. Já no
segundo caso, serão títulos privados quando feitos exclusivamente com a
intervenção das partes interessadas de acordo com os requisitos do artigo 135
do Código Civil, que regra as condições resolutivas e suspensivas dos negócios
jurídicos em nosso ordenamento, como, por exemplo, os incisos II, IV, V.

Existem ainda outras três hipóteses em que a propriedade de um imóvel se


adquire independentemente do registro. São elas:
Acessão: ou seja, modo originário de adquirir, em virtude do qual fica
pertencendo ao proprietário tudo quanto se une ou se incorpora ao seu
bem. Exemplo: formação de ilhas.

Usucapião: ou seja, direito que um cidadão adquire em relação à posse


de um bem móvel ou imóvel em decorrência do se uso por um
determinado tempo.

Imóveis que se adquirem pelo direito hereditário: ou seja, quando


ocorre o falecimento de uma pessoa. Neste caso, os herdeiros
receberão a propriedade dos bens, automaticamente, em razão da
morte do autor da herança.

Em todos estes casos, o registro será necessário apenas para


disponibilizar e especificar tal transmissão, mantendo, assim, a continuidade da
cadeia dominial em nomes dos titulares, nos registros do cartório de registro de
imóveis competentes.

Diante disso, com exceção destas três hipóteses, o processo de aquisição


de um bem imóvel só se dará pelo registro do contrato no registro de imóveis
competente.

(#tela10) (#tela12)
Dos atos praticados no registro de imóvel

Nos cartórios de registros de imóveis são praticados dois grandes atos:


registros e averbações, além da matrícula que é o substrato, ou seja, o veículo ou
o elemento físico e formal que serve de base para a realização dos referidos
atos públicos e formais de registros e averbações.

Você sabe o que é uma matrícula?

A matrícula é um documento físico, público, que consiste em uma ficha de


individualização ou especialização, que contém a descrição perfeita de um
imóvel. É a base física dos assentamentos registrais, com a descrição do imóvel
e a enunciação de sua titularidade. É na matrícula do imóvel que são
lançados/registrados/adicionados/escritos os registros e as averbações,
demostrando a real situação jurídica do imóvel, sendo, então, a base física dos
assentamentos registrais. Cada matrícula terá um número de ordem para pronta
identificação e este número será exclusivo daquela matrícula. É pela matrícula
que identificamos toda a cadeia de proprietários que o imóvel já tem. Assim, os
atos de averbação e registros serão lançados na matrícula do imóvel.

Clique ou toque para ampliar a imagem.

(objetos/fig2.jpg)

(#tela11) (#tela13)
Curiosidade

A matrícula mãe é aquela que engloba um


empreendimento em seu todo (matrícula
originária do terreno antes de
incorporações de condomínio e
loteamentos). Ela é chamada assim
porque traz a situação do todo do imóvel,
ou seja, antes da abertura das matrículas
das frações ideais destinadas às unidades
futuras ou aos respectivos lotes.
Passaremos agora a analisar as averbações e os registros que são
operados nas serventias imobiliárias.
Registros

O registro tem por finalidade escriturar os atos translativos ou


declaratórios. Trata-se de um ato cartorial que declara quem é o proprietário
formal e legal do imóvel e ainda informa se a propriedade deste bem está
sendo transmitida de uma pessoa para a outra. Os registros serão
realizados nas matrículas dos imóveis.

Conforme artigo 167, I, da Lei 6.015/73, poderão ser feitos os


seguintes registros das matrículas dos imóveis:
Instituição de bem de família

Hipotecas legais, judiciais e convencionais

Contratos de locação de prédios, nos quais tenha sido consignada


cláusula de vigência, no caso de alienação da coisa locada

Penhor de máquinas e de aparelhos utilizados na indústria,


instalados e em funcionamento, com os respectivos pertences ou
sem eles

Penhoras, arrestos e sequestros de imóveis

Servidões em geral

Usufruto e uso sobre imóveis e sobre habitação, quando não


resultarem do direito de família

Rendas constituídas sobre imóveis ou a eles vinculadas por


disposição de última vontade

Contratos de compromisso de compra e venda de cessão deste e


de promessa de cessão, com ou sem cláusula de arrependimento,
que tenham por objeto imóveis não loteados e cujo preço tenha
sido pago no ato de sua celebração, ou deva sê-lo a prazo, de uma
só vez ou em prestações

Enfiteuse

Anticrese

Convenções antenupciais

Cédulas de crédito rural

Cédulas de crédito, industrial

Contratos de penhor rural


Empréstimos por obrigações ao portador ou debêntures, inclusive
as conversíveis em ações

Incorporações, instituições e convenções de condomínio

Contratos de promessa de venda, cessão ou promessa de cessão


de unidades autônomas condominiais a que alude a Lei nº 4.591,
de 16 de dezembro de 1964, quando a incorporação ou a
instituição de condomínio se formalizar na vigência desta Lei

Loteamentos urbanos e rurais

Contratos de promessa de compra e venda de terrenos loteados


em conformidade com o Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de
1937, e respectiva cessão e promessa de cessão, quando o
loteamento se formalizar na vigência desta Lei

Citações de ações reais ou pessoais reipersecutórias, relativas a


imóveis

Sentenças de desquite e de nulidade ou anulação de casamento,


quando, nas respectivas partilhas, existirem imóveis ou direitos
reais sujeitos a registro

Julgados e atos jurídicos entre vivos que dividirem imóveis ou os


demarcarem, inclusive nos casos de incorporação que resultarem
em constituição de condomínio e atribuírem uma ou mais unidades
aos incorporadores

Sentenças que em inventários, arrolamentos e partilhas,


adjudicarem bens de raiz em pagamento das dívidas da herança

Atos de entrega de legados de imóveis, dos formais de partilha e


das sentenças de adjudicação em inventário ou arrolamento
quando não houver partilha

Arrematação e da adjudicação em hasta pública

Dote
Sentenças declaratórias de usucapião

Compra e venda pura e da condicional

Permuta

Dação em pagamento

Transferência, de imóvel a sociedade, quando integrar quota social

Doação entre vivos

Desapropriação amigável e das sentenças que, em processo de


desapropriação, fixarem o valor da indenização

Exemplo: se você leva a um cartório


de registro de imóveis, por exemplo, uma
escritura de compra e venda de um
imóvel, o registro na matrícula será
realizado pela serventia registral, ou seja,
os dados dessa compra e venda feita por
você serão anotados na matrícula do
imóvel.

Você sabia...

Prenotação é a anotação prévia e


provisória no protocolo, feita por oficial
de registro público, de um título
apresentado para registro. Temos então
que todo título protocolado está
automaticamente prenotado, passando a
gozar de prioridade no registro em
relação àquele protocolado
posteriormente (art. 186 da Lei nº 6.015).
A prenotação tem validade de 30 dias. No
entanto, algumas prenotações são
prorrogadas em virtude de previsão legal,
é o caso, por exemplo, da suscitação de
dúvida, da indisponibilidade de bens,
entre outros.
Averbação

A averbação é o ato que escritura/anota as alterações, os acréscimos


e as extinções do ato de registro, referentes ao imóvel ou às pessoas que
constam da matrícula do imóvel. O ato de averbar ocorre da necessidade de
se fazer constar em matrícula do imóvel ou em registro a ocorrência de
todos os atos que modifiquem o imóvel.

Estas inclusões acabarão por alterar o registro e a própria matrícula. A


averbação ainda será feita em casos como: inclusão de habite-se,
mudanças/ajustes de nome, modificações de estado civil decorrentes de
casamento ou divórcio, alterações viárias etc. As averbações também
informarão situações formais sobre os eventuais cancelamentos de
hipoteca, penhoras, arresto, entre outros, e elas serão realizadas nas
matrículas dos imóveis.

Como requerer?

Para requerer uma averbação no registro de imóveis é necessário


apenas apresentar um requerimento simples, pelo próprio interessado.
Abaixo, alguns outros exemplos de averbações, conforme o artigo 167, II, da
Lei 6.015/73.
Convenção antenupcial e regime de bens diversos, bem como o
direito real de qualquer um dos cônjuges, inclusive os bens
adquiridos após o matrimônio

Convenção de condomínio

Caução e cessão fiduciária relativos ao imóvel

A averbação tem o objetivo de garantir a publicidade da alteração


do registro, garantindo eficácia e a segurança jurídica

Mudança de nome da rua, numeração de casa/prédio, edificação,


reconstrução, demolição, desmembramento do loteamento do
imóvel

Cláusula de inalienabilidade, impenhorabilidade e


incomunicabilidade imposta ao imóvel

Cédulas hipotecárias e rural

Sentença de divórcio ou separação

Cancelamento ou extinção de ônus reais e/ou direito real

Contrato de promessa de compra e venda, cessões e promessas


de cessões

Restabelecimento de sociedade conjugal

Decisões e recursos, bem como seus efeitos

Alteração do nome por casamento, separação ou divórcio, ou por


outras circunstâncias que, de qualquer modo, tenham influência no
registro

Partilha de bens

Contrato de locação
Notificação de parcelamento

Usucapião

Extinção da concessão de uso especial do imóvel para fins de


moradia

Cessão de crédito imobiliário

Após as averbações concluídas, as futuras certidões de matrículas


expedidas referentes àquele imóvel já serão emitidas com as devidas
inclusões consolidadas e atualizadas.

Dica

Leia os artigos 246 a 259 da Lei


6.015/73 sobre averbações.

(#tela12) (#tela14)

Pagamento das despesas


As taxas cobradas pela prática dos atos de registro e de averbação, assim
como pela expedição de certidões, são fixadas por lei estadual, que será
diferente em cada estado do nosso país. Cada estado do Brasil terá seu colégio
registral, que é o órgão público responsável por emitir, ano a ano, a tabela
completa de emolumentos relativos aos registros de imóveis, na qual você
encontrará discriminado o valor de cada ato.
Abaixo, há um exemplo de tabela de emolumentos relativa à operação dos
registros de imóveis do Estado do Rio Grande do Sul, exercício de 2017.

Figura 4 – Tabela de emolumentos relativa à operação dos Registros de Imóveis do Estado do Rio Grande do Sul,

exercício de 2017.

Dominar estes atos dos cartórios registrais é fundamentalmente


importante para obter sucesso na carreira de corretor de imóveis. Quando um
título é registrado, em especial nos casos de compra e venda, de forma geral o
corretor de imóveis concluiu sua jornada. Assim, o ato de receber uma matrícula
com o registro dos títulos pertinentes e as averbações devidas, já em nome do
cliente comprador, são para o corretor de imóveis momentos plenos de
realização profissional.
Dica de leitura

Leia na íntegra a Lei 6.015/73, disponível


em: Portal da Legislação, acessar
legislação Federal.

(#tela13)

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