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Introdução 2
Tema 1 4
Do Código Civil de 1916 à Lei de
Registros Públicos de 1973: a
consolidação legal do registro de
imóveis no Brasil
Tema 2 7
Princípios do Direito Registral de
Imóveis
Tema 3 11
Atribuições do registrador
imobiliário e regras gerais de
escrituração de livros
Encerramento 18
Referências 20
Introdução
Caro(a) estudante, é com prazer que lhe apresentamos este material! Este conteúdo é
fundamental para que você possa compreender e desenvolver seus estudos durante
toda a disciplina de Registro de Imóveis. Isso porque aqui iremos lhe apresentar os
conceitos-chave dessa atividade registral, que irão lhe proporcionar entendimento
de como o registro imobiliário funciona, qual sua finalidade, objetivo, quais princípios
e leis o norteiam e quais atribuições são essenciais. Você perceberá que o registro
de imóveis é uma atividade que tem como fonte principal as leis que regulamentam
o Direito Registral brasileiro, de modo que se trata de uma atividade que recorre
às fontes jurídicas com bastante frequência. Exatamente por isso, preparamos um
panorama histórico de como atingimos a regulamentação que se encontra atualmente
vigente, bem como listamos os princípios que norteiam as atividades e as atribuições
legais.
Esperamos que você se dedique aos estudos deste material, que é a base para seu
aprendizado futuro. Um abraço e boa leitura!
Objetivos
Conteúdo programático
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Desse modo, observa-se que o advento do registro de imóveis
conferiu segurança e estabilidade ao direito de propriedade. Neste
sentido, Serra e Serra (2020) ensinam que a finalidade do registro
público será sempre a de conferir segurança jurídica ao setor a que
se refere, sendo que, no caso do registro de imóveis, “a segurança
que se busca é a estática, ou seja, a do titular dos direitos
referentes a determinado imóvel, sendo atribuição do tabelião
a tutela da segurança jurídica dinâmica (do adquirente)” (SERRA;
SERRA, 2020).
Com base nisso, Serra e Serra (2020) trazem o conceito de registro imobiliário que
será utilizado como base nesta disciplina, como sendo “a instituição competente
para a formação e conservação do assento dos dados relacionados aos direitos reais
previstos na legislação pátria, bem como das demais informações cuja inscrição a lei
determinar para efeitos de publicidade” (SERRA; SERRA, 2020).
Em 2002, foi sancionado o novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002),
que sedimentou o registro de imóveis, vejamos:
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos
entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos
referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
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Saiba mais
Ao redor do mundo foram criados e estabelecidos diferentes
sistemas notariais e registrais. Como vimos, o sistema brasileiro
guarda intrínseca relação com sua história, que, desde o
descobrimento, viveu conflitos de posse e propriedade,
demonstrando a necessidade da instituição de mecanismos que
conferissem legitimidade e, sobretudo, segurança jurídica nos
negócios imobiliários. Mas será que o mesmo acontece em nações
com histórias e culturas diferentes?
Para saber mais, acesse: https://www.irib.org.br/files/
obra/20150602_LAMANA_SISTEMAS_REGISTRAIS_REDOR_
MUNDO_1.pdf
Fonte: Elaborado pelo autor.
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Tema 2
Princípios do Direito Registral de Imóveis
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Vamos, então, passar aos princípios normativos do Direito Registral Imobiliário,
propriamente:
b) princípio da legalidade: trata-se da ideia de que todos os atos que serão praticados
pelos registradores imobiliários devem estar vinculados ao previsto em lei. Assim,
cabe a eles analisar e garantir que toda a documentação apresentada para o registro
do imóvel esteja dentro dos parâmetros legais;
Para refletir
Você sabia que, em diversas situações, é necessário distinguir
o imóvel urbano do imóvel rural? Tanto para fins de registro,
quanto para, por exemplo, recolhimento dos tributos corretos.
A legislação se encarregou de formalizar os parâmetros básicos
para essa distinção por meio do Estatuto da Terra (Lei nº
4.504/1964) e da Lei nº 8.629/1993, mas, na prática, isso pode ser
mais complexo.
Isso porque há a possibilidade de enquadramento pela
localização em zona rural, somente; mas também há a
possibilidade de caracterização pela sua comprovada destinação
econômica (exploração agrícola, pecuária, extração vegetal etc.),
independentemente da localização.
Como será que os oficiais de registro de imóveis podem e devem
atuar nos casos de registro de imóveis rurais?
Fonte: Ridalvo Machado de Arruda (2011).
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d) princípios da fé pública e da presunção: os atos de registro público somente podem
ser praticados por aqueles que detêm fé pública. Mas quem são esses atores? São
aqueles que são nomeados, pelo Poder Público, para exercer a atividade de serviço de
registro público, que chamamos de registradores. Os registros e certidões efetuados
pelos registradores gozam de autenticidade, sendo que os atos de registro de um
imóvel somente terão validade e eficácia se praticados por quem detém a fé pública.
Por decorrência, presumem-se válidos e eficazes os atos jurídicos inscritos no registro
de imóveis, desde que praticados por quem detém fé pública.
Vale dizer que, como nos ensina Lucas Fernando de Castro (2020),
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Leitura
Nome do livro: Registro de imóveis e gestão patrimonial
Autor: Fernanda Ribeiro Souto, Anna Carolina Gomes dos Reis,
Cinthia Louzada Ferreira Giacomelli, Filipe Martins da Silva, Vini-
cius Mauat da Silva
Editora: SAGAH
Capítulo: Princípios do registro imobiliário — no qual encontra-
mos, de forma ainda mais detalhada, os princípios balizadores
do registro de imóveis, assim como informações interessantes a
respeito da contextualização histórica de cada um deles e suas
repercussões.
Ano: 2020
ISBN: 9786556901596
Comentário: O livro em comentário traz conteúdo bastante
completo e, ao mesmo tempo, objetivo a respeito do registro de
imóveis no Brasil. Com uma linguagem acessível, seus capítulos
perpassam o contexto histórico, os principais temas doutrinários,
as legislações mais relevantes e, também, aspectos procedimen-
tais, peculiaridades e polêmicas em torno do tema.
Disponível em Minha Biblioteca.
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Tema 3
Atribuições do registrador imobiliário e regras
gerais de escrituração de livros
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Nesse sentido, é importante destacar que estão sujeitos a registro os bens de família
e os usufrutos de direito, e direito sobre bens imóveis que não resultem de direito
de família; as hipotecas legais, judiciais e convencionais; os contratos de locação de
prédios, no caso de alienação da coisa; o penhor de maquinário utilizado em indústrias
que estejam instalados e em funcionamento; os arrestos e sequestros de imóveis; as
servidões; os contratos de penhor rural.
Igualmente, caberá registro das rendas que são constituídas sobre imóveis por
disposição de última vontade; da enfiteuse, que se refere à permissão dada pelo
proprietário do bem imóvel de entregar a um terceiro o seu domínio útil, mediante
pagamento de pensão ou foro ao senhorio; da anticrese, que significa a transferência
da posse de imóvel do devedor ao credor, para que perceba e receba seus frutos
na qualidade de pagamento da dívida; das convenções antenupciais; dos contratos
de empréstimo por obrigações ao portador ou debêntures; das cédulas de crédito
industriais; e dos contratos de serviços ambientais.
No que diz respeito a loteamentos, importante destacar que estão sujeitos ao registro
imobiliário os loteamentos rurais e urbanos e os contratos de promessa de compra e
venda de terrenos loteados, nos termos do Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de
1937.
Já quanto a imóveis não loteados, deverá ser realizado o registro nos seguintes
moldes:
Também devem ser registradas, junto à matrícula do bem imóvel, diversas questões
oriundas de demandas judiciais, merecendo destaque as citações de ações reais
ou reipersecutórias que se relacionem a imóveis; as decisões e atos jurídicos que
dividirem ou demarcarem imóveis; as sentenças de inventários, arrolamentos e
partilhas que concederem bens de raiz como pagamento de dívida em herança; as
sentenças declaratórias de usucapião; as sentenças de desapropriação com fixação
de indenização (vejam que as desapropriações amigáveis também deverão ser
registradas!); e as sentenças que declarem a concessão de uso especial para fins de
moradia.
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Especificamente quanto aos imóveis públicos, importante destacar a necessidade de
registro da imissão provisória na posse concedida aos entes federados (União Federal,
Estados e municípios) e suas entidades delegadas, dos contratos de concessão de seu
direito real de uso e do ato de tombamento definitivo sem conteúdo financeiro.
• dos atos de entrega de legados de imóveis, dos formais de partilha e das sentenças
de adjudicação em inventário ou arrolamento;
• da arrematação e da adjudicação em hasta pública;
• do dote, da doação entre vivos e da dação em pagamento;
• da compra e venda pura e da condicional;
• o registro da permuta e da promessa de permuta;
• da alienação fiduciária em garantia de coisa imóvel;
• da legitimação de posse e da conversão da legitimação de posse em propriedade;
• da Certidão de Regularização Fundiária (CRF) e da da legitimação fundiária;
• do patrimônio rural em afetação à garantia. (BRASIL, 1973, on-line)
Por sua vez, a averbação é um ato acessório ao registro, já que lança as alterações
e extinções de situações jurídicas constantes na matrícula do imóvel, tais como a
modificação do estado civil de uma das partes ou do regime de bens do matrimônio, o
falecimento e sucessão etc.
Desse modo, também ficou estabelecido, em Lei, o rol de títulos que devem ser
averbados na matrícula do imóvel.
Vejam, portanto, que a atividade registral está altamente submetida à legislação, sem
margens para decisões e concessões baseadas na discricionariedade do registrador e
nos casos concretos que chegam ao cartório.
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Derivadas do instituto civil do casamento e seus desdobramentos, devem ser
averbadas à matrícula dos imóveis ou direitos reais de qualquer dos cônjuges as
convenções antenupciais e que estabeleçam regime de bens diversos do legal (que é
o de comunhão parcial de bens), inclusive no que se refere às aquisições posteriores
ao matrimônio; a alteração no nome de um dos cônjuges, seja pelo casamento ou
desquite (antiga denominação dada ao que atualmente chamamos de divórcio); do
restabelecimento da sociedade conjugal; e das sentenças que declarem o divórcio, a
separação judicial, a nulidade ou anulação do casamento, inclusive com as informações
a respeito da partilha dos bens imóveis e direitos reais envolvidos.
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Quando o condomínio ou loteamento tiver sido formalizado antes da vigência da LPR
(31 de dezembro de 1973), deverão ser averbados os contrato de promessa de compra
e venda, cessões e respectivas promessas, assim como os atos referentes a unidades
condominiais autônomas.
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Indicação de filme
Nome: Divórcio
Ano: 2017
Comentário: O filme Divórcio, uma produção brasileira, aborda
de forma real e bem humorada as situações que envolvem o
processo de separação e divórcio de um casal com muitos bens,
inclusive imóveis. Assim, é possível observar, numa análise mais
apurada, como ocorrem, na prática, alguns dos procedimentos
de que tratamos neste material, especialmente a averbação no
registro de imóvel.
A Lei de Registros Públicos estabelece, no artigo 173, os livros que irão compor a
escrituração do registro de imóveis, sendo cinco, quais sejam:
livro nº 1 – Protocolo:
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livro nº 3 – Registro Auxiliar:
Vídeo
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Encerramento
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Resumo da unidade
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Referências
ARRUDA, R. M. de. Conceito de imóvel rural para fins de
georreferenciamento. São Paulo: Instituto de Registro Imobiliário do Brasil,
2011. Disponível em: http://iribcultural.org.br/boletim/2011/outubro/
downloads/4108-integra.pdf Acesso em: 18 abr. 2023.