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PROPRIEDADE IMÓVEL
2020
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho visa dar uma noção, ainda que superficial, sobre
aspectos práticos e teóricos acerca do registro de imóveis, em especial a segurança
jurídica nas relações imobiliárias.
Trata-se de um estudo bibliográfico o qual constitui o procedimento básico
para os estudos monográficos, pelos quais se busca o domínio do estado da arte
sobre determinado tema. A metodologia abordada fara uma reflexão sobre o tema
abordado e mostrara os resultados através da pesquisa num todo.
O Serviço Registral é um instituto bastante complexo e de suma importância
principalmente nos dias atuais, porém apesar da existência de farta e qualificada
doutrina sobre o assunto muitos estudantes e profissionais da área jurídica possuem
pouco conhecimento acerca deste instituto.
Apresentam-se algumas considerações acerca de função tão importante
para o direito brasileiro, principalmente sua natureza jurídica e fundamentais, sem,
contudo, perder de vista alguns aspectos práticos.
O objetivo do presente trabalho é discorrer sobre a questão da segurança
jurídica em relação à propriedade imobiliária no Brasil. Para alcançar o objetivo
geral, são estabelecidos três objetivos específicos: traçar aspectos iniciais sobre a
propriedade imóvel no sistema jurídico brasileiro, com foco na aquisição da
propriedade imobiliária; abordar o contexto do sistema de registro de imóveis no
Brasil; analisar questões práticas envolvendo a segurança jurídica no registro de
imóveis.
Foram, ainda, levantados questionamentos acerca de como teria nascido a
atividade registral como meio de garantir a segurança jurídica nas relações, a
atividade registral nos dias atuais, a observância aos princípios constitucionais e
específicos da atividade registral imobiliária, bem como pontos ainda deficientes no
que tange a segurança jurídica na atividade registral e de que forma poderiam ser
melhorados.
Por isso, este estudo apresenta as formas de aquisição de um imóvel, bem
como a proteção jurídica dada aos adquirentes, pois em algumas situações o
adquirente possui dificuldades em regularizar a sua aquisição.
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Difícil discorrer sobre propriedade sem antes fazer, por mais breve que seja,
uma retrospectiva de sua evolução no transcorrer da história. É sabido, como melhor
demonstra-se adiante, que o homem ao abandonar o seu estado de nômade passou
a ver na terra uma forma de assegurar o seu próprio sustento e de sua família,
impedindo a qualquer custo a invasão de seus territórios.
Como mecanismo de proteção e de segurança jurídica o ordenamento
jurídico brasileiro disciplina diversas formas de aquisição e, por consequência, de
transmissão da propriedade imóvel, como a usucapião, a acessão e a decorrente do
Direito de Família.
Geralmente os registros públicos presumem que os atos realmente foram
praticados com veracidade, ou seja, são analisados verdadeiramente. Contudo essa
suposição não é absoluta, mas relativa, ou seja, caso seja confirmada irregularidade,
o registro pode ser mudado ou retificado (MARQUES,2016).
As evoluções que a propriedade particular tem passado no transcurso do
tempo são tamanhas que levam os juristas a defender numerosas concepções, a fim
de esclarecer sua natureza. Dentre estas, a propriedade não é um direito subjetivo
do proprietário, mas a função do detentor da riqueza; logo, tem este a incumbência
de gerir a coisa em prol do interesse coletivo (GONÇALVES, 2011).
A finalidade precípua na gênese do registro de imóveis foi garantir a
publicidade das hipotecas, de forma a permitir um sistema de garantias estável e
seguro. Daí a necessidade de dar publicidade às hipotecas, de forma que os
credores tivessem certeza da existência, validade e eficácia de seus direitos reais de
garantia (LOUREIRO, 2014).
A Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, trouxe profundas mudanças nos
sistemas de registros públicos. Revogou a Lei nº 4.827/1924 e o Decreto nº
4.857/1939. A Lei nº 6.015/73, apelidada de Lei dos Registros Públicos, disciplinou:
o registro civil das pessoas naturais, o registro civil de pessoas jurídicas, o registro
de títulos e documentos e o registro de imóveis (BRASIL,1973).
Discorrer sobre a forma de transmissão da propriedade imobiliária requer,
por si só, um aprofundamento sobre um tema que tem gerado enormes conflitos,
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não sendo de fácil apreensão, pois remonta aos primórdios da humanidade. Todavia
a nossa proposta terá como marco o Brasil atual, de maneira que, acredita-se que
torna a tarefa menos árdua.
De acordo com Brasil (2002) Código Civil art. 1.245 transfere-se entre vivos
a propriedade mediante o registro do título translativo no Registro de Imóveis.
De acordo com Serra e Serra (2013) o ser humano precisa de uma devida
segurança, por isso o Estado impôs ao Poder Público meios para que isto se
assegurasse, garantindo a estabilidade das relações jurídicas e constituindo o
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Define-se também como “tradição solene, que gera direito real para o
adquirente, transferindo-lhe o domínio” (GONÇALVES, 2009).
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Art. 114 do Código Civil, que determina que os negócios jurídicos benéficos e a renúncia devem ser
interpretados estritamente.
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Artigo 123 - Código Civil / 2002: Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados:
I - As condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas;
II - As condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita;
III - As condições incompreensíveis ou contraditórias.
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todo o pessoal com acesso aos dados de caráter pessoal automatizados, seja pelo
pessoal próprio da serventia, seja por aqueles que lhes prestam serviços
esporadicamente (KONNO,2007).
Doneda (2006) ainda aconselha que o sistema de informação e tratamento
de dados dos registradores e dos serviços centrais devem ser submetidos, ao
menos a cada dois anos, a uma verificação de segurança, mediante auditoria ou
análise de risco, para se estabelecer o nível de comprimento das políticas,
procedimentos, instruções e medidas de segurança adotadas e definidas
previamente.
Os arquivistas devem comunicar ao responsável de segurança qualquer
mudança que se haja realizado nos dados inseridos no sistema, as mudanças
realizadas nos programas ou dispositivos da base de dados ou aplicações de
acesso aos arquivos, que possa causar uma no nível de segurança exigido
(DONEDA,2006).
Um registro correto, seguro e, por consequência, óbvia eficaz, não é
exclusivamente interessante ao proprietário do imóvel, ou àquele que está utilizando
o serviço, resta caracterizado nesse serviço também o interesse público, uma vez
que o mesmo amplia a dimensão de garantia social (CARMO,2008).
Ainda para Carmo (2008) pode-se dizer com certeza que o registro é um dos
instrumentos eficazes à inserção social e econômica dos indivíduos que dele se
utilizam na sociedade, e no mercado econômico, através da garantia efetiva de seus
direitos e a consequente expansão destes direitos.
Ainda para Carmo (2008) tem-se que o Registro de Imóveis tem por
finalidade a confirmação, ou a obtenção da aquisição da propriedade, uma vez que
apenas o contrato, seja ele oneroso ou gratuito, produzirá apenas efeitos pessoais
ou obrigacionais, sendo necessário o registro para que sejam reconhecidos os
direitos reais.
Até que se efetive o registro, o vendedor, alienante, ou doador, continua a
ser o proprietário do imóvel, e consequentemente continua a responder pelas
obrigações decorrentes desta propriedade (CARMO,2008).
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Freitas (2016) ainda afirma que, não se pode exigir do corretor de imóveis,
por exemplo, que ele analise o passivo tributário do vendedor de um imóvel (seja
pessoa física ou jurídica) e diga se o negócio é seguro ou não, até porque, nos autos
do processo pode haver um pedido de penhora do imóvel que ainda não foi
registrado na matrícula e, desta forma, “passaria batido” em uma avaliação normal,
mas seria certamente constatado em um processo de due diligence.
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4 A MATRÍCULA
Art. 225. Os tabeliães, escrivães e juízes farão com que, nas escrituras e
nos autos judiciais, as partes indiquem, com precisão, os característicos, as
confrontações e as localizações dos imóveis, mencionando os nomes dos
confrontantes e, ainda, quando se tratar seu de terreno, se esse fica do lado
par ou do lado ímpar do logradouro, em que quadra e a que distancia
métrica da edificação ou da esquina mais próxima, exigindo dos
interessados certidão do registro imobiliário (BRASIL, 1973, LEI Nº. 6.015,
art.225).
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6 O REGISTRO DE IMÓVEIS
Para saber se o título está apto para o registro é seguido uma ordem de
qualificação, analisando se o título se enquadra no rol do artigo 167, da Lei 6.015/73,
se a qualificação das partes seguiu o estabelecido no artigo 176, da mesma lei, e se
preencheu os requisitos referente à documentação necessária de cada tipo de título.
Preenchido os requisitos do título segue-se para a análise da matrícula ou
transcrição do imóvel, que será regida pelos princípios basilares do sistema registral.
Os princípios fundamentais que regem o Registro Imobiliário são os da
publicidade, fé pública, legalidade, territorialidade, continuidade, prioridade,
especialidade e instância. Com esses princípios, busca-se atingir a segurança
jurídica.
Ressalta- se que com relação ao imóvel, este deve estar descrito no título
perfeitamente igual como está descrito na matrícula, com a indicação de suas
características, confrontações, localização, área, denominação, se rural, ou
logradouro e número, se urbano, e sua designação cadastral, se houver.
1. Princípio da Publicidade
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
KONNO, Alyne Yumi. Registro de Imóveis: Teoria e Prática. Editora, São Paulo:
Memória Jurídica, 2007.
LOPES, Miguel Maria de Serpa. Tratado dos Registros Públicos. Imprenta:
Brasília, Brasília Jurídica, 1997.
LOUREIRO, Luís Guilherme. Registros Públicos: teoria e prática. 5ª ed. revista e
ampliada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2014.
PEREIRA, Caio Mario Pereira da Silva. Direitos Reais. Volume IV. Ed. Forense.
2000.
RIBEIRO, Andréia: O que significa erga omnes? (2016) Disponível em
https://advogadaandreiaribeiro.jusbrasil.com.br/artigos/396398504/o-que-significa-
erga-omnes acessado em out.2020
SALLES, Carlos Alberto de (org.). Processo Civil e Interesse Público. SP: Ed.
Revista dos Tribunais, 2007.
SERRA, Márcio Guerra & SERRA, Monete Hipólito: Registro de Imóveis I - Parte
Geral - São Paulo: Saraiva, 2013.
SERRA, Márcio Guerra & SERRA, Monete Hipólito: Registro de Imóveis II - Parte
Geral - São Paulo: Saraiva, 2013.
SOUZA, Eduardo Pacheco Ribeiro de. Noções Fundamentais de Direito Registral
e Notarial. São Paulo, Saraiva, 2011.
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VENOSA, Silvio de Salvo. Direitos Reais. 10º Edição - São Paulo: Ed. Atlas – 2010.