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PESSOAS NATURAIS
E O REGISTRO
EMPRESARIAL
Introdução
Os registros estão presentes na vida cotidiana de toda sociedade com-
plexa. Diariamente são realizados registros de nascimento, falecimento,
compra e venda de imóveis e muitos outros. Há diversas legislações que
fundamentam e disciplinam os registros e atos notariais, realizados por
cartórios e tabeliães no Brasil.
Neste capítulo, você vai ler sobre a finalidade dos registros, sendo de-
monstrada a sua importância e relevância para a sociedade. Em seguida,
você verá os princípios e as características comuns aos atos registrais,
tanto os princípios constitucionais gerais como seus derivados. Por fim,
você verá as competências dos notários e oficiais de registro e as regras
que estabelecem as suas respectivas jurisdições de atuação.
1 Finalidade do registro
O Direito Notarial e o Direito Registral são disciplinados pela Lei nº. 8.935
(BRASIL, 1994), de 18 de novembro de 1994, que traz um conjunto de normas
e princípios.
O Direito Notarial é definido por Loureiro (2017, p. 48) “[...] como o con-
junto de normas e princípios que regulam a função do notário, a organização
2 Histórico, fundamentos e princípios dos atos registrais
a estabilidade dos atos, isto é, uma vez praticados, não podem ser
arbitrária ou unilateralmente alterados;
a previsibilidade dos atos jurídicos e seus efeitos jurídicos, ou seja, a
segurança jurídica garante uma lógica dos atos jurídicos; a partir de
um ato, é possível conhecer ou ter a previsibilidade de seus efeitos.
Controle de legalidade
As funções notariais e de registro devem prezar pelo cumprimento das so-
lenidades e formalidades para a validade dos documentos e registros, isto é,
para que um documento seja reputado como instrumento público, o notário
ou registrador deve determinar os meios jurídicos adequados para execução
dos fins dos interessados.
Assessoramento e mediação
Os notários e registradores possuem independência no exercício de suas fun-
ções, conforme previsto no art. 28 da Lei nº. 8.935/1994 (BRASIL, 1994), o
que visa garantir a imparcialidade e neutralidade de suas atuações. Com isso,
objetiva-se dar a eles eficiência em suas atribuições e permitir o assessoramento
e a mediação nos atos e negócios jurídicos dos interessados.
Imparcialidade
A independência da atuação dos registradores e notários, estabelecida no art.
28 da Lei nº. 8.935/1994 (BRASIL, 1994), exige também que as suas atuações
sejam imparciais, ou seja, devem agir e atuar de maneira equânime entre as
partes, sem privilegiar o interesse de qualquer envolvido. A imparcialidade
visa proteger tanto a(s) parte(s) diretamente envolvida(s) no negócio jurídico
quanto os terceiros interessados, tendo em vista que o equilíbrio e a proteção
ao negócio ocorram tanto em relação aos envolvidos diretamente quanto em
relação a terceiros.
8 Histórico, fundamentos e princípios dos atos registrais
Independência
A independência dos notários e oficiais de registro, além de ser um direito,
é um dever. A independência exige que o profissional atue de maneira inde-
pendente, não podendo privilegiar, de modo parcial e arbitrário, nenhuma
das partes. Por ser uma atividade delegada pelo Poder Público, deve também
observar os princípios gerais da Administração Pública, consagrados no art.
37 da Constituição Federal (BRASIL, 1988).
Imediação
A imediação é necessidade da presença pessoal e efetiva do notário ou do
oficial de registro nas realizações de seus atos, tendo em vista que a delegação
é exclusiva e pessoal. Assim, apenas os notários e registradores devem realizar
seus atos, ainda que materialmente lavrados por seus prepostos.
tabeliães de notas;
tabeliães e oficiais de registro de contratos marítimos;
tabeliães de protesto de títulos;
oficiais de registro de imóveis;
oficiais de registro de títulos e documentos e civis das pessoas jurídicas;
oficiais de registro civis das pessoas naturais e de interdições e tutelas;
oficiais de registro de distribuição.
Art. 6º [...]
I — formalizar juridicamente a vontade das partes;
II — intervir nos atos e negócios jurídicos a que as partes devam ou quei-
ram dar forma legal ou autenticidade, autorizando a redação ou redigindo
os instrumentos adequados, conservando os originais e expedindo cópias
fidedignas de seu conteúdo;
III — autenticar fatos.
As competências dos tabeliães de notas são bastante amplas, uma vez que,
entre suas atribuições, estão:
Ao contrário dos serviços notariais, os serviços registrais têm, em regra, uma base
territorial definida, por isso, no exemplo hipotético dado, o contrato de compra e
venda lavrado em Curitiba (Paraná) de um imóvel situado em Salvador (Bahia), entre
residentes de São Paulo (capital), deveria necessariamente ser registrado em Salvador e
ainda no cartório competente pela região do município onde o imóvel está localizado.
Leitura recomendada
MELLO, C. A. B. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
16 Histórico, fundamentos e princípios dos atos registrais
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