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Metodologias Ativas

UNIDADE I - DO REGISTRO DOS IMÓVEIS


UNIDADE I - DO REGISTRO DOS IMÓVEIS

CAPÍTULO 1 - Registro da propriedade imóvel no Brasil


Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Serviço notarial e registral


Objetivo - dotar os atos jurídicos de:

Publicidade: pressupõe-se que os atos são de domínio público, portanto, a


princípio, não é possível alegar o seu desconhecimento na tentativa de fazer
prevalecer algum outro ato jurídico posterior perante aquele que fora levado
a registro anteriormente.

Autenticidade: gera a presunção de regularidade do ato registrado.

Segurança: produz a estabilidade dos direitos.

Eficácia: faz irradiar os seus efeitos perante terceiros.


Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Tipos de sistema registral no mundo:

 Francês, de cadastro, que confere eficácia plena, real, às transações


imobiliárias;
 Norte-americano, record system, ou de arquivo das informações, marcado
pela ocorrência de contradição entre títulos e pela presença de companhias
seguradoras para compensar esse risco;
 Alemão, da eficácia definitiva a partir do momento do registro, gerando a
presunção absoluta e inquestionável do teor do ato efetivado;
 Brasileiro, da eficácia definitiva a partir do momento do registro,
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Tipos de sistema registral no mundo:

Os sistemas ou formas de organizar os dados notariais ou registrais, variam


de acordo com as origens históricas, políticas e culturais de cada país.

Elemento comum, no contexto do direito imobiliário: todos visam a garantir


que os direitos relativos a imóveis, em especial a propriedade e a posse,
possam produzir efeitos perante terceiros por meio do registro.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro:

 Assunto de vulto constitucional:

Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado,


por delegação do Poder Público. (Regulamento)

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a responsabilidade civil e criminal


dos notários, dos oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a
fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário.

A Lei Federal nº 8.935 de 18 de novembro de 1994, também conhecida


como a “Lei dos cartórios”, destina-se a regular os serviços notariais e de
registro
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Sistema Registral - Histórico:

A prática surgiu em Roma, onde as terras eram de domínio do Estado, mas


conferia-se a um particular a possibilidade de explorá-la, transmitindo-se lhe,
portanto, a posse, mas a propriedade permanecia com o Estado.

 No Brasil, o ato de posse e o surgimento das discussões referente a


propriedade de uma determinada área remonta à expansão europeia e o
descobrimento das Américas.

Quem primeiro ocupava um solo que ainda não era ocupado por outro
europeu, tomava posse da mesma. E consequentemente adquiria o direito de
ocupar e explorar da forma que lhe aprouvesse ou interessasse.
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

Após a fase do descobrimento, a história da propriedade no Brasil se estendeu


desde as conhecidas capitanias hereditárias e sesmarias. Por esse sistema de
administração territorial, repartiu-se o solo brasileiro, por meio de doações,
entre membros da burocracia estatal e da pequena nobreza de Portugal.

Sesmarias: espécie de enfiteuse, pela qual a Coroa, permanecia proprietária,


mas cedia o domínio útil das terras, a sesmeiros.

Aqui se vislumbra o antecedente remoto dos registros de imóveis no Brasil


no ato de documentação, lavrada pelos funcionários portugueses, que
vinculavam terras brasileiras a posseiros e à Coroa.
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

Em 1532 o Rei delimitou 15 divisões administrativas dentro do


território brasileiro, as quais foram denominadas de Capitanias
Hereditárias e concedidas aos respectivos beneficiários.

Objetivo - estimular a produção agrícola e econômica.

Essa prática de distribuição de terras em troca de produção agrícola


dentro de um período pré-estabelecido, é conhecida como sistema de
Sesmarias.
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

Fonte: http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=316&evento=5
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

 O Sistema das sesmarias foi substituído pelo regime das posses (caos
dominial), até que a Constituição do Império do Brasil de 1824 veio a
abolir o confisco e, simultaneamente, consagrou o direito de propriedade.

 1850 Lei de Terras foi editada, Lei nº 601/1850 e revalidou as Sesmarias


bem como outras concessões do Governo-Geral ou Provincial.

 “Registro geral de hypothecas”, instituído pela Lei 317, de 1843-


verdadeiro antecedente dos registros de imóveis .
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

 Decreto nº 482, de 1846 criação de um Registro em cada uma das


Comarcas do Império, a cargo de um dos Tabeliães do local com
inscrição obrigatória das hipotecas, inclusive aquelas constituídas
anteriormente à edição do Decreto.
 Decreto nº 1.318, de 1854, determinou a obrigatoriedade do registro das
posses dos imóveis, pelos possuidores de terras sob pena de multas,
perante os Vigários; devendo os exemplares ser conservados no Arquivo
das Paróquias, e os livros de registro remetidos ao Delegado do Diretor-
Geral das Terras Públicas da Província respectiva.
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

 O “registro do vigário” tinha grande semelhança com o futuro registro de


imóveis brasileiro. Pode-se considerá-lo, “não como antepassado do RI, mas
como contribuição digna de nota no aspecto formal do registro” (Jacopetti,
2020, p. 57)

 Contudo, o registro paroquial ou do vigário possuía efeitos meramente


declaratórios – cadastrais, sem qualquer valor como título de domínio, eram
apenas as declarações de posse

 Grande contribuição ao discriminar o público do particular


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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

 Importa apontar a linha do tempo da criação do Registro Geral no ano de 1864,


com a Lei no 1.237, que trouxe avanços significativos e marcantes até os dias atuais,
haja vista ter sido o norte para as transformações futuras.

Em 1916, com a criação do Código Civil da época, o nome Registro Geral passou a
denominar Registro de Imóveis, e também foram preenchidas algumas lacunas, com
destaque para:
A inclusão indireta do registro das transmissões referentes a partilhas e
heranças.
A inclusão do registro dos atos judiciais.
A adoção de alguns princípios básicos para o sistema registral, tais como os de
prioridade, legalidade, especialidade, publicidade e presunção.
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

 Lei nº 6.015/73 - racionalização do sistema registral – sistema


matricial.

 informações de cada imóvel passam a ser organizadas a partir de


uma única matrícula, “na qual se concentra a especialização do bem, a
cadeia contínua de atos que envolvam o imóvel e a qualificação de
todos os sujeitos que fazem parte de sua cadeia dominial” (Oliveira,
2019, p. 87).
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

 Lei nº 6.015/73 - lei é responsável por regular os registros públicos e,


em especial, no seu título V trata da temática imobiliária, sendo a
norma vigente reguladora de todos os registros públicos atuais.

O sistema de registro criado no Brasil garante a propriedade não só de


imóveis particulares, mas também de imóveis públicos.
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Sistema Registral Brasileiro- Histórico:

 Registro de imóvel público, o estado o registra com caráter


declaratório, para declarar que o referido imóvel é de seu domínio.

Registro de imóvel privado, diferentemente, visa garantir o direito e a


segurança jurídica de propriedade privada a um determinado cidadão ou
pessoa jurídica de direito privado. Porém, independentemente de o bem
ser público ou privado, ambos são levados ao sistema registral brasileiro.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro - Histórico:

Conceito:

Matrícula -“ato de inserir em uma folha, pela primeira vez, dados


relativos a um único imóvel, (...),destinada ao registro de todas as
mudanças jurídicas experimentadas diretamente pelo imóvel ou que
lhe influenciem”;

 Tábua registral - “folha em que determinado imóvel foi matriculado,


contendo suas sucessivas modificações jurídicas e seu estado atual”
(Jacopetti).
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Histórico:


Registro dos imóveis rurais

 Lei nº 10.267/2001 introduziu grande avanço no sistema.

Passou a exigir sua descrição por coordenadas dos vértices


definidores dos seus limites a partir do georreferenciamento junto ao
Sistema Geodésico Brasileiro.

A precisão posicional da poligonal objeto do memorial descritivo


deverá ser certificada pelo INCRA.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Histórico:


Registro dos imóveis rurais
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Histórico:


Registro dos imóveis rurais

 Lei nº 10.267/2001 introduziu grande avanço no sistema.

Passou a exigir sua descrição por coordenadas dos vértices definidores


dos seus limites a partir do georreferenciamento junto ao Sistema
Geodésico Brasileiro.

A precisão posicional da poligonal objeto do memorial descritivo


deverá ser certificada pelo INCRA.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

 CF/88 art. 5º garante o direito à propriedade em sintonia com a


evolução e aprimoramento dos sistemas registrais brasileiro.

 Já na Declaração dos Direitos dos Homens de 1867, a propriedade é


tratada como um direito inviolável e sagrado.

 Código Civil de 1916 atribuiu à propriedade um caráter individualista,


absoluto, inatingível, e o proprietário era considerado senhor da coisa,
podendo dela usufruir como bem entendesse.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

As pressões sociais por uma justa distribuição de riquezas levaram o Estado a
intervir no exercício do direito de propriedade.

A CF/88 consagrou a Função Social da Propriedade.

Ônus do exercício em consonância com finalidades econômicas e sociais definidas


em lei, impondo ao proprietário o seu adequado aproveitamento (Oliveira, 2020).

 O Código de 2002 trouxe requisitos voltados à atender um caráter de


sociabilidade e solidariedade.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

CF/88:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no
País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XXII- é garantido o direito de propriedade;

XXIII - a propriedade atenderá a sua função social.


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Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

Atributos do direito de propriedade:

De acordo com PINTO (2013), tem-se que:

Usar: consiste na faculdade de “utilizar-se da coisa no seu próprio


interesse, ou seja, extrair da coisa todos os benefícios ou vantagens que
ela puder prestar, sem alterar-lhe a substância”.
Gozar: corresponde à faculdade de o proprietário retirar da coisa as
suas utilidades econômicas, como, os frutos naturais, industriais e civis,
além dos produtos.
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Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

Dispor: é a faculdade de alienar a coisa, seja de forma onerosa (por meio da compra
e venda, por exemplo) ou gratuitamente (por meio da doação, por exemplo).

 Reivindicar: corresponde a “um direito subjetivo por meio do qual se concede ao


proprietário o direito de recuperar a coisa que lhe foi injustamente retirada, para
restaurar o seu patrimônio”. Há alguns princípios que regem o direito de propriedade,
são eles:

 Oponibilidade erga omnes (contra todos): por meio desse princípio, tem-se que o
direito de propriedade pode ser oposto (contestado ou reivindicado) contra qualquer
pessoa que o viole; isso denota também o seu caráter absoluto.
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Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

 Publicidade: a partir do momento em que a propriedade se torna pública


pelo registro, ela se torna, ao mesmo tempo, oponível erga omnes.

 Perpetuidade: o direito de propriedade é, em regra, perpétuo, somente


desaparecendo por vontade do proprietário ou por determinação legal
(exceção no caso de propriedade resolúvel).

 Exclusividade: em regra, o direito de propriedade se exerce exclusivamente


por um titular; no entanto, admite-se o seu exercício em conjunto, como
ocorre no caso de propriedade condominial (em condomínio).
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Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

 Elasticidade: “a propriedade pode se distender ao máximo ou


comprimir ao máximo à vontade do proprietário” (Pinto, 2013), variando
de plena a restrita (limitada), como se especificará a seguir.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

Quanto à fruição conforme Gomes (2007), as principais modalidades são:

 Propriedade Plena: ocorre quando todos os direitos ementares dessa referida


propriedade se concentram ou se reúnem na pessoa do proprietário, o qual pode
usá-la, gozá-la e dela fruir (colher os frutos naturais e civis) por completo e pelo
tempo que quiser nos termos da lei

 Propriedade Restrita: quando ao menos um dos poderes é retirado do


proprietário, como ocorre no caso de instituição do direito real de superfície, do
usufruto ou da hipoteca. O nu proprietário não poderá dispor plenamente de seu
direito, o usufrutuário usar, gozar e colher os frutos correspondentes enquanto durar
a limitação (usufruto).
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Direito de Propriedade:

Quanto à fruição conforme Gomes (2007), as principais modalidades são:

 Propriedade Perpétua: quando não condiciona a duração dessa propriedade por


qualquer período de tempo, ou seja, a propriedade se perpetua enquanto for da
vontade de seu titular

 Propriedade Resolúvel: ocorre quando em seu próprio título está contido um


dispositivo ou cláusula resolutiva ou revogável. Compreendida a noção de
propriedade, importa tratar de outro tema afim: a posse.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Direito de Posse:

Corresponde à exteriorização da propriedade;

Teoria Objetiva de Ihering adotada pelo Direito Civil Brasileiro;

A posse se configura com a presença de um único elemento: o corpus - elemento


objetivo que consiste na detenção física da coisa ;

 Posse se exterioriza a partir do exercício do uso, gozo, disposição ou poder de


reaver a coisa.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro- Direito de Posse:

 Frente ao exercício do direito à propriedade percebeu-se a


necessidade de oferecer ao cidadão uma garantia, uma segurança
jurídica em relação a um referido imóvel, seja ele urbano ou rural.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral Brasileiro - conceito:

 Atos de registro: se referem, basicamente, a direitos reais ou


obrigações com eficácia real, isto é, com necessidade de produzirem
efeitos perante terceiros.

 Atos de averbação: normalmente se referem à modificação,


retificação (correção) ou cancelamento de um ato de registro anterior.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral – Registro:

possível retificar ou cancelar um registro, como autorizado na Lei de Registros


Públicos, nos artigos a seguir Lei 6015/73:
Art. 213. O oficial retificará o registro ou a averbação: I - de ofício ou a requerimento
do interessado nos casos de: a) omissão ou erro cometido na transposição de
qualquer elemento do título; b) indicação ou atualização de confrontação; c)
alteração de denominação de logradouro público, comprovada por documento
oficial; d) retificação que vise a indicação de rumos, ângulos de deflexão ou inserção
de coordenadas georreferenciadas, em que não haja alteração das medidas
perimetrais; e) alteração ou inserção que resulte de mero cálculo matemático feito a
partir das medidas perimetrais constantes do registro; f) reprodução de descrição de
linha divisória de imóvel confrontante que já tenha sido objeto de retificação;
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral – Registro:


possível retificar ou cancelar um registro, como autorizado na Lei de Registros
Públicos, nos artigos a seguir Lei 6015/73:

Art. 213. g) inserção ou modificação dos dados de qualificação pessoal das partes,
comprovada por documentos oficiais, ou mediante despacho judicial quando
houver necessidade de produção de outras provas;
II - a requerimento do interessado, no caso de inserção ou alteração de medida
perimetral de que resulte, ou não, alteração de área, instruído com planta e
memorial descritivo assinado por profissional legalmente habilitado, com prova
de anotação de responsabilidade técnica no competente Conselho Regional de
Engenharia e Arquitetura - CREA, bem assim pelos confrontantes [...].
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral – Registro:

possível retificar ou cancelar um registro, como autorizado na Lei de Registros


Públicos, nos artigos a seguir Lei 6015/73:

Art. 250 - Far-se-á o cancelamento: I - em cumprimento de decisão judicial transitada


em julgado; II - a requerimento unânime das partes que tenham participado do ato
registrado, se capazes, com as firmas reconhecidas por tabelião; III - A requerimento
do interessado, instruído com documento hábil. IV - a requerimento da Fazenda
Pública, instruído com certidão de conclusão de processo administrativo que
declarou, na forma da lei, a rescisão do título de domínio ou de concessão de direito
real de uso de imóvel rural, expedido para fins de regularização fundiária, e a
reversão do imóvel ao patrimônio público.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral – Registro distinção rural-urbano:


Classificação de um imóvel em urbano ou rural:

Há várias definições para imóvel rural e urbano a partir de diferentes


critérios estipulados por diferentes normas.

 INCRA: diferencia um imóvel do outro a partir da sua localização. Considera


imóvel rural aquele que não esteja situado na área do município onde é
qualificado como urbano (para qualificar área como urbana, é necessário que
esta se enquadre em pelo menos dois de vários quesitos pré-estabelecidos,
como exemplo podem-se citar: proximidade à escola pública, hospital;
presença de sistema de esgoto, pavimentação, entre outros.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral – Registro distinção rural-urbano:

Classificação de um imóvel em urbano ou rural.

EXCEÇÃO: alguns imóveis mesmo situados em zona urbana, devido à sua


destinação rural, ou seja, exploração extrativista, pecuária, agricultura em
geral, deixam de pagar IPTU para pagar Imposto Territorial Rural – ITR.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Sistema Registral – CONCLUSÃO:

a importância dos registros públicos no Brasil em dotar os atos jurídicos de


publicidade, autenticidade, segurança e eficácia é evidenciada pela sua
previsão na própria Constituição Federal (art. 236).

No contexto do registro de imóveis, destaca-se a o seu papel na garantia


dos direitos inerentes à propriedade e à posse, bem como as limitações
quanto ao seu exercício, tanto em relação a imóveis particulares, quanto
públicos.

O próximo passo é analisar a legislação pertinente ao registro público no


contexto brasileiro: objetivo do próximo capítulo.
UNIDADE I - DO REGISTRO DOS IMÓVEIS

CAPÍTULO 2 - Legislações referentes ao Registro Público


Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

Lei nº 10.267
 Confere uma maior segurança quanto ao controle e informação de
seus limites e confrontações
 Instituiu a obrigatoriedade do Georreferenciamento de imóveis
rurais a todos os proprietários rurais,
 Objetiva informar o Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (Incra) o exato posicionamento, característica e extensão do
imóvel rural, além de seus confrontantes.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

GEORREFENCIAMENTO: consiste em marcar um par de coordenadas


em um ponto exato em cada vértice da propriedade a partir da
localização pelo sistema GNSS – Sistema Global de Navegação por
Satélite, atribuindo e fixando marcos nos vértices da propriedade para
definir seus limites e sua exata dimensão, tendo em conta o sistema de
referência de coordenadas adotado oficialmente
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

Decreto 4.449 de 2002 regulamenta e Lei nº 10.267 e passa a exigir:

 Apresentação do Certificado de Cadastro de Imóvel Rural - CCIR,e

 Prova de quitação do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural -


ITR, correspondente aos últimos cinco exercícios, ressalvados os
casos de inexigibilidade e dispensa de sua comprovação, previstos
no art. 20 da Lei no 9.393, de 19 de dezembro de 1996, bem como
os casos de imunidades, extinção e exclusão do crédito tributário
[...].
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

Decreto 4.449 de 2002 regulamenta e Lei nº 10.267 e passa a exigir:

Art. 4º Os serviços de registros de imóveis ficam obrigados a


comunicar mensalmente ao INCRA as modificações ocorridas nas
matrículas, decorrentes de mudanças de titularidade, parcelamento,
desmembramento, loteamento, unificação de imóveis, retificação de
área, reserva legal e particular do patrimônio natural, bem como
outras limitações e restrições de caráter dominial e ambiental, para fins
de atualização cadastral.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

Decreto 4.449 de 2002 modificado pelo Decreto 5.570 de 2005


regulamenta e Lei 10.267 obriga o georreferenciamento para:

 Desmembramento.
 Parcelamento.
 Remembramento.
 E em qualquer situação de transferência.

A Lei 6.015, Lei de registros públicos repete essa exigência em seu


art. 176.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

PARCELAMENTO
A Lei 6.766/79 conceitua:

 1) Loteamento, que corresponde à subdivisão de gleba em lotes destinados


a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros
públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes
(art. 2º, § 1º);
 2) Desmembramento, que corresponde à “subdivisão de gleba em lotes
destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente,
desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos,
nem no prolongamento, modificação ou ampliação dos já existentes” (art.
2º, §2º).
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

PARCELAMENTO
A Lei 6.766/79 conceitua:

 3) Remembramento corresponde à fusão (unificação) de dois ou mais


terrenos para formar um novo lote, reagrupamento de lotes contíguos, e a
consequente constituição de um terreno maior considerado juridicamente
um novo imóvel, com nova matrícula, limites e confrontações próprias e
distintas das anteriores, o que justifica a exigência do georreferenciamento
na nova área.
 O remembramento, diferentemente do loteamento e do desmembramento,
tem regulamentação própria a cargo de cada Município, não sendo,
portanto, detalhado na Lei 6.766/1979.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

Legislações referentes ao Registro Público

O Decreto 4.449 atualizado pelo Decreto 5.570 determina PRAZOS para identificação
do imóvel rural, conforme se vê:

 Noventa dias para os imóveis com área superior a cinco mil hectares.
 Um ano para os imóveis com área de mil até menos que cinco mil hectares.
 Cinco anos para os imóveis com área de quinhentos até menos que mil hectares.
 Dez anos para os imóveis com área de duzentos e cinquenta até menos que
quinhentos hectares.
 Quinze anos para os imóveis com área de cem amenos que duzentos e cinquenta
hectares.
 Vinte anos para os imóveis de vinte e cinco a menos de cem hectares.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

O não cumprimento dessas exigências poderá acarretar:

 Impossibilidade de vender seu imóvel.

 Impossibilidade de doar seu imóvel.

 Impossibilidade de constituir penhor rural, agrícola e agropecuário.

 Impossibilidade de desmembrar.

 Impossibilidade de lotear.

 Em alguns casos, Impossibilidade de adquirir crédito bancário.


Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

Há vários critérios para se definir se um imóvel é urbano ou rural.

1 - Quanto à localização: será urbano aquele situado em zona urbana,


conforme definido em norma municipal. Por exclusão, será rural aquele
localizado fora da área urbana.

2 - Quanto à finalidade: Lei nº 8.245 de 1991, considera se imóvel


urbano aquele que se destina para fins de ocupação residencial e/ou
comercial; se considera rural o imóvel utilizado para fins agrícolas, para
exploração pecuária, extrativista vegetal, florestal ou agroindustrial.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

3- Quanto à Tributação: Para diferenciar imóvel rural e urbano, a


legislação Tributária considera que o imóvel é urbano se possui, no
mínimo, duas características dentre um conjunto composto de alguns
serviços básicos tais como asfalto, saneamento, escolas, hospitais, etc., e
sobre este incidirá o IPTU. Caso a localização do imóvel não atenda com
pelo menos duas características desse conjunto de serviços, este imóvel
será considerado rural, e sobre este incidirá o ITR.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

 ITR é um imposto federal, de competência exclusiva da União, nos


termos do inciso VI do artigo 153 da Constituição Federal.

 Possui como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de


imóvel rural, isto é, aquele imóvel cuja área contínua é constituída de
uma ou mais parcelas de terras localizada fora da zona urbana do
município.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

Importante alteração no ITR - EC 42 de 19 de dezembro de 2003, que


deu nova redação ao §4o do artigo 153, da CF
 instituir a progressividade de suas alíquotas fixadas de modo a
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;

 isentar a sua incidência sobre pequenas glebas rurais, quando o


proprietário que as explore não possua outro imóvel;

 possibilitar a sua cobrança e fiscalização pelos Municípios que assim


optarem, desde que isso não implicasse em redução do imposto ou
qualquer forma de renúncia fiscal.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

Em resumo - EC 42/03:

 I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a


desestimular a manutenção de propriedades improdutivas;

 II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei,


quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel;

 III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem,


na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou
qualquer outra forma de renúncia fiscal.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

 A EC 42/03 foi regulamentada pela Lei nº 11.250, de 27 de


dezembro de 2005 a qual possibilitou à União, por intermédio da
Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB, celebrar convênios com
o Distrito Federal e os Municípios, que assim optarem, destinados à
delegação das atribuições de fiscalização, de lançamento dos
créditos tributários, e de cobrança do ITR.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

 O Decreto nº 6.433, de 15 de abril de 2008, instituiu o Comitê Gestor


do ITR - CGITR, voltado a dispor sobre a opção dessa cobrança e
fiscalização do imposto pelo DF e pelos Municípios, determinando
ainda a criação do portal do ITR, onde devem ser disponibilizados: a
relação dos optantes, as informações e os aplicativos relacionados ao
imposto, bem como os os modelos dos documentos utilizados nas
atividades de fiscalização e cobrança do imposto.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

 A Base de cálculo do ITR é o valor da terra nua (excluí o valor das


benfeitorias, melhoramentos, edificações, culturas temporárias, etc).

 Difere do preço de venda (valor de mercado);


Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

 Muitos municípios, principalmente aqueles que celebraram


convênio com a União para administrar o ITR, já estabeleceram um
valor médio, por hectare, para as terras rurais, balizando o Valor da
Terra Nua para fins de apuração do Imposto, a exemplo do que é
feito na administração do Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU.

 O critério adotado pelo INCRA para a caracterização de um imóvel


como sendo rural é o da sua localização: considera-se rural aquele
imóvel que não está localizado em área urbana. Portanto, coincide
com o critério adotado pela legislação Tributária.
Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

 Todo o imóvel rural, deve estar cadastrado no INCRA.

 O Cadastro de Contribuinte de Imóvel Rural possui grande valia de


viabilizar o regime jurídico próprio e diferenciado ao proprietário
rural, independentemente de ser grande ou pequeno proprietário.

 Esse regime jurídico diferenciado justifica-se inicialmente pela forma


de proteção a partir do registro do titulo aquisitivo, que comprova a
aquisição.
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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO
pode ser representado por:

 Uma ordem judicial.

 Escritura pública.

 Sucessão hereditária, entre outros.


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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO
Registro Torrens

 Registro no cartório por meio do sistema Torrens- Lei 6.015/73


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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Registro Torrens
 Já em 1890, o proprietário passou a ter uma proteção especial no que
tange ao seu direito de propriedade.

 Essa proteção decorreu da instituição desse sistema de registro Torrens na


legislação Brasileira.

 Inicialmente, era utilizado para registrar tanto imóveis urbanos, quanto


rurais. Porém, atualmente destina-se exclusivamente para o registro de
imóveis rurais.
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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO
Registro Torrens – exige preliminarmente:

 1. Documentos comprobatórios de domínio.

 2. Prova de atos que modifiquem ou limitem sua propriedade.

 3. Do memorial descritivo.

 4. E planta do imóvel em escala de 1:500 ou 1:5.000.

 5. documentos complementares elucidativos.


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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO
Registro Torrens

 O registrador, além de providenciar toda a documentação exigida, ainda


deve lançar edital, possibilitando a impugnação do pedido de registro
Posteriormente, esse pedido ainda deve ser levado à homologação pelo
Judiciário.

 A grande vantagem é que esse sistema de registro é o único que traz como
benefício a presunção absoluta quanto à qualidade de proprietário.

 A partir dessa presunção, não se admite prova em contrário.


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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Registro Torrens

 As principais regras acerca do procedimento do registro Torrens


estão previstas na Lei dos Registros Públicos, a Lei nº6.015/73, nos
seguintes artigos: 277 a 288.
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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Registro Torrens - desvantagens

 menos acessível – possibilidade de insucesso devido a complexidade


das exigências.

 Custo elevado para confecção de documentos.


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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Aquisição de terras brasileiras por estrangeiro:

 quanto aos imóveis rurais existem algumas limitações e condicionantes


para a sua aquisição previstas na própria Constituição Federal (art. 190).
 reguladas pela Lei n° 5.709, de 07 de outubro de 1971, que regula a
aquisição de imóvel rural por estrangeiro residente no País, ou pessoa
jurídica estrangeira autorizada a funcionar no Brasil.
 Decreto nº 74.965, de 26 de novembro de 1974, regulamenta a referida lei.
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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Quando a aquisição se der por pessoa natural (física) estrangeira:


 A quantidade máxima de três módulos fiscais (ou Módulos de Exploração
Indefinida – MEI) independentemente de autorização.
 Quando houver interesse em comprar uma quantidade acima de três módulos
(MEI), o estrangeiro terá que obter uma autorização especial perante o INCRA.
 Acima de cinquenta módulos fiscais (MEI), apenas com a autorização do
Congresso Nacional (art. 23, §2º, da Lei no 8.629/1993), por meio de processo
administrativo formalizado junto ao Incra, na Superintendência Regional de
localização do imóvel rural.
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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Quando a aquisição de imóvel rural por pessoa jurídica estrangeira:

 autorização do Incra para qualquer extensão de área, além da


apresentação de projeto de exploração vinculado aos seus objetivos
estatutários ou sociais;

 a autorização do Congresso Nacional caso o somatório de áreas do


requerente exceder 100 módulos (MEI), em área contínua ou descontínua,
no território nacional
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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Quando a aquisição de imóvel rural por estrangeiro em faixa de


fronteira:

 assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional (art.2º, V


da Lei 6.634/79)
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IDENTIFICAÇÃO DO IMÓVEL RURAL:

TÍTULO AQUISITIVO

Quando a aquisição de imóvel rural por estrangeiro em faixa de fronteira:

 assentimento prévio do Conselho de Segurança Nacional (art.2º, V da


Lei 6.634/79).
UNIDADE I - DO REGISTRO DOS IMÓVEIS

CAPÍTULO 3 - A Grilagem de terra e a questão Cartorial


Legislação aplicada ao Georreferenciamento de Imóveis Rurais

A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS

Conceito:
 É a venda de terras pertencentes ao poder público ou de propriedade
particular mediante falsificação de documentos de propriedade da área.
 Agente que realiza essa atividade ilegal é conhecido por grileiro.
 A grilagem corresponde à ocupação qualificada pela intenção deliberada de
se tornar dono de terreno público, como se este fosse particular.
 Esse problema remonta suas origens às terras devolutas, isto é, terras não
habitadas, apossadas, aproveitadas e, portanto,incultas
(Lei da Terra de 1850, art. 5º, §§ 1º, 8º e 15).
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS

 A origem da expressão grilagem vem da antiga prática de envelhecer


documentos novos para dar-lhes aparência de envelhecida.

 Isso, por vezes, vem aliado com a conivência de serventuários de Cartórios


de Registro Imobiliário que, por vezes, registram áreas sobrepostas umas às
outras - ou seja, que só existem no papel, ou conivência direta e indireta de
órgãos governamentais, que admitem a titulação de terras devolutas
estaduais ou federais a correligionários do poder, a pessoas fictícias
“laranjas” ou “fantasmas”, para levar a fraude a cabo nos cartórios
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS

Fragilidades facilitadoras
 Repetição do procedimento no Instituto de Terras do Estado, no Cadastro do
INCRA e na Receita Federal dão à fraude uma aparência de legalidade.
 Algumas brechas institucionais facilitam a fraude. Exemplo: a inexistência de um
cadastro único.
 Os órgãos fundiários, nos três níveis (federal, estadual e municipal), não são
articulados entre si.
 No Brasil não existem registros especiais específicos para grandes áreas.
 Dados dos cadastros federais e estaduais não estão cruzados.
 O cadastro federal, pela atual legislação, é declaratório.
 A correição (fiscalização) sobre os cartórios deixa a desejar
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS

Áreas com cadastros cancelados no INCRA:

 Imóveis 3.065

 Área(ha) : 93.520,587
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS

Áreas com cadastros cancelados no INCRA


Exemplos de casos concretos:

 Reversão por meio judicial (ação de discriminação judicial)


 Decisões de primeiro grau favoráveis aos grileiros
 Áreas indefinidas envolvendo terras devolutas (algumas em faixa de
fronteira)
 Áreas de grande vulto (200 mil, 400mil, 600 mil há)
 Registro de áreas maiores que as reais
 Ações de usucapião mal instruídas (indícios de conluio)
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS

Proposta de mudanças legais para o combate ao latifúndio:


Conceito – estatuto da terra (Lei )
 Latifúndio: Trata-se de um imóvel rural que, com área igual ou
superior ao módulo rural, é inexplorado ou explorado inadequada
ou insuficientemente (latifúndio por exploração), ou ainda porque
tem grande dimensão a ponto de ser incompatível com a justa
distribuição da terra (latifúndio por extensão).
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS
Proposta de mudanças legais para o combate ao latifúndio:
Serão necessárias ações legislativas nas três esferas federativas para:
 estabelecer limitações ao tamanho da área a ser concedida ou alienada;
 prever destinação de terras ao programa de reforma, preferencialmente a famílias
de pequenos agricultores familiares;
 exigir exploração satisfatória de modo a evitar a concessão ou alienação de terras
inexploradas;
 Exigir que a venda se baseie em projeto sustentável de exploração dos recursos
naturais;
 exigir respeito ao prévio zoneamento socioeconômico-ambiental, com destinação
de percentual de terras à preservação e conservação ambiental.
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

GRILAGEM TERRAS
Proposta de mudanças legais para o combate ao latifúndio:
Ações legislativas já incorporadas na Lei 6.015/73
 modificação no processo de escrituração, matrícula e registro e registros e
averbações de imóveis rurais, distinguindo-se dos urbanos (art. 176, §10, 3, a e
b);
 exigência de base cartográfica e georreferenciamento dos imóveis (art. 176, §§ 3º
a 6º);
 imposição de sanções administrativas e penais mais rigorosas aos serventuários
dos Cartórios de Registro de Imóveis, que agirem por culpa ou dolo, ou a
quaisquer outras pessoas físicas ou jurídicas que de algum modo concorrer para
o cometimento de delitos relativos a registros públicos (art. 213, §14).
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

CONCLUSÃO

 A grilagem de terras é um problema que remonta a edição da Lei de


Terras de 1850 relacionado às terras devolutas (não habitadas,
apossadas, aproveitadas, consideradas, portanto, incultas)
 A ausência de um sistema unificado de controle de terras, fator
facilitador da falsificação de títulos.
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A Grilagem de terra e a questão Cartorial

CONCLUSÃO
Mesmo assim, há que se apontar avanços trazidos pela Lei 10.267, de 2001, que
modificou a Lei de Registros Públicos, e veio a conferir maior segurança a partir da:
a. modificação no processo de escrituração, matrícula e registro e registros e
averbações de imóveis rurais, distinguindo-se dos urbanos (art. 176, §10, 3, a e
b);
b. exigência de base cartográfica e georreferenciamento dos imóveis (art. 176, §§
3º a 6º);
c. imposição de sanções administrativas e penais mais rigorosas aos serventuários
dos Cartórios de RI, que agirem por culpa ou dolo, ou a quaisquer outras pf ou pj
que de algum modo concorrer para o cometimento de delitos relativos a registros
públicos (art. 213, §14).

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