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Esta doutrina procurou substituir o conceito de direito subjectivo pelo de situação jurídica que
compreende: as situações subjectivas são as que resultam das manifestações da vontade dos
indivíduos de harmonia com a lei, tem um conteúdo individual ou particular, e as situações
objectivas, consistem em simples poderes leis que a lei atribui às pessoas em virtude da
ocorrência de certos factos. As primeiras são livremente determinadas pelos indivíduos e as
segundas são imperativamente fixadas pela lei. Assim, às situações jurídicas subjectivistas
vindas do passado dever-se-á aplicar a lei antiga e às objectivas, a lei nova.
Esta doutrina foi criticada porque nem sempre as situações jurídicas resultam apenas da vontade
dos interessados e não seria razoável aplicar-se a lei antiga a estas situações jurídicas subjectivas
e que há situações objectivas (que não dependem da vontade de ninguém) a que seria injusto
aplicar a lei nova.
Introduzida por Galvão Telles, constitui uma nova versão dos factos passados, defende que nas
situações jurídicas de execução duradoura, que podem durar anos e até séculos, é necessário
separar o passado e o futuro; aquele pertence ao domínio da lei antiga, este ao da lei nova, ou
seja, os factos passados pertencem a lei antiga e os futuros a lei nova.[5]
O decurso de um prazo pode ter o valor de facto constitutivo ou extintivo de um direito e pode
suceder que uma lei nova altere, aumentando ou diminuindo, um prazo que, estando em curso,
ainda não permitiu que o direito se constituísse ou extinguisse. Por isso é necessário saber qual
das leis a aplicar, se é a lei antiga ou a nova. A solução para este problema encontra-se plasmada
no artigo 297 do Código Civil, assim:
1. Se a lei nova estabelecer um prazo mais curto em relação a lei antiga, aplicar-se-á também aos
prazos ainda em curso, mas o tempo só se conta a partir da data da sua entrada em vigor. Todavia
se faltar menos tempo para o prazo se completar segundo a lei antiga, aplicar-se-á esta.
2. Se a lei nova fixar um prazo mais longo, aplicar-se-á igualmente aos prazos em curso, mas
computar-se-á o tempo decorrido antes.[6]
Depois de já termos falado da aplicação da lei no tempo, vamos agora falar da aplicação dessa lei
no espaço. É de salientar que da mesma forma que as leis são criadas para vigorar num
determinado tempo, elas também são criadas para vigorar num determinado espaço. A aplicação
da lei no espaço procura responder às várias questões que se podem suscitar a propósito das
formas de compatibilidade entre vários ordenamentos jurídicos.
2. 4. Conclusão
Após um estudo sintetizado em relação a aplicação da lei no tempo e no espaço, podemos
concluir que as leis são feitas para regular a convivência humana na sociedade e uma vez que a
sociedade está em constante evolução, as leis acompanham essa evolução sucedendo-se assim no
tempo e no espaço para melhor eficácia do próprio direito.
O princípio geral da aplicação da lei no tempo é o da não retroactividade, segundo o qual, as leis
apenas regulam factos novos, ou seja, factos que emergirem a partir da data de entrada em vigor
dessa lei, salvaguardando assim, os efeitos já produzidos pelas leis anteriores. O princípio da não
retroactividade, apresenta excepções, podendo assim a lei retroagir em certas circunstâncias,
sendo, quando definidas por própria lei e ou quando beneficie os visados.
A aplicação da lei no espaço tem como princípio geral, o da territorialidade, no qual a lei se
aplica em todo território de um Estado. Este princípio exceptua-se dando origem ao princípio da
extraterritorialidade, pois os Estados encontram-se vinculados por vários sistemas normativos
que concretizam a boa relação entre Estados e cidadãos.
3. 5. Bibliografia
Legislação:
Constituição da República de Moçambique
Código Civil