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Acre

Estado do Acre

Localização
- Região Norte
- Estados limítrofes Peru, Bolívia, Amazonas e Rondônia
- Mesorregiões 2
- Microrregiões 5
- Municípios 22

Capital
Rio Branco

Governo
- Governador(a) Tião Viana (PT)
- Vice-governador(a)Nazareth Lambert (PT)
- Deputados
8
federais
- Deputados
24
estaduais
Gladson Cameli (PP)
- Senadores
Jorge Viana (PT)
Sérgio Petecão (PSD)
Área
- Total 164 123,040 km² (16º) [2]

População 2016
- Estimativa 816 687 hab. (23º)[3]
- Densidade 4,98 hab./km² (23º)

Economia 2013[4]
- PIB R$ 11.440.000 bilhões (26º)
- PIB per capita R$ 14.733,50 (21º)

Indicadores 2010/2015[5][6]
- Esper. de
73,6 anos (15º)
vida (2015)
- Mort.
17,6‰ nasc. (8º)
infantil (2015)
-
84,8% (18º)
Alfabetização (2010)
- IDH (2010) 0,663 (21º) – médio [7]
Fuso horário UTC-5
Clima equatorial Af, Am

Cód. ISO 3166-2 BR-AC

Site http://www.ac.gov.br
governamental
Acre é uma das 27 unidades federativas do Brasil.[8] Localiza-se no sudoeste da Região Norte e faz divisa com duas unidades
federativas: Amazonas ao norte e Rondônia a leste; e faz fronteira com dois países: a Bolívia a sudeste e o Peru ao sul e a
oeste.[9] Sua área é de 164 123,040 km²,[2] que equivale aproximadamente ao Nepal.[10] Essa área responde inferiormente a 2% de
todo o país.[11] De acordo com os geógrafos, se trata de um dos estados com menor densidade demográfica do Brasil e foi o mais
recente que os brasileiros povoaram de maneira efetiva.[11] Nele localiza-se a extremidade ocidental do Brasil.[nota 1] A cidade onde
estão sediados os poderes executivo, legislativo e judiciário estaduais é a capital Rio Branco.[12] Outros municípios com população
superior a trinta mil habitantes são: Cruzeiro do Sul, Feijó, Sena Madureira e Tarauacá.[13]
Somente em 1877 teve início no Acre — que naquela época pertencia à Bolívia — a chegada da quase totalidade dos migrantes
que, oriundos do Nordeste do Brasil, mais precisamente do Ceará, colonizaram a região para buscar a borracha que se encontrava
na Floresta Amazônica.[nota 2] Nas últimas décadas do século XIX, moravam cinquenta mil brasileiros na região.[11] Os seringueiros,
lutaram com as tropas para realizar a ocupação da região e, em 1903, ao lado do último líder da Revolução Acriana,
o gaúcho Plácido de Castro, foram os autores da proclamação do Estado Independente do Acre.[14]Então, a região foi ocupada
militarmente pelo governo brasileiro e depois o Brasil estabeleceu diálogo diplomático com a Bolívia.[14] Em consequência, o Brasil
assumiria o controle do Acre.[14]
O governo brasileiro decidiu criar o Território Federal do Acre em 1904.[15] Por força da lei federal nº 4.070, o presidente do
Brasil João Goulart elevou o Território Federal do Acre à categoria de Estado em 1962.[16] Foi promovido pela borracha produzida
que o estado tinha sido ocupado e se desenvolveu. A produção de borracha declinou desde 1913.[17] Porém, ainda em tempos
atuais, o Acre é um dos estados brasileiros que mais produzem e exportam borracha (hévea-latex coagulado).[18]
A altitude média de 200 metros, sendo uma forma de relevo com definição de planalto é o relevo dominante da maioria do território
acriano.[19] Juruá, Tarauacá, Muru, Embirá e Xapuri são os rios de maior importância do estado.[19] As principais atividades
econômicas do estado são o trabalho de extrair borracha e castanha, a pecuária e a agricultura.[20] Com duas horas anteriores
ao fuso horário de Brasília (DF), nele está localizada a última localidade brasileira a ter visão do sol nascente, na serra da Moa,
na fronteira com a República do Peru. A intensidade do extrativismo vegetal, que tem atingido o ponto mais alto no século XX,
constituiu-se em atração para os brasileiros que, vindos de uma variedade de regiões, chegaram ao estado. Misturando tradições
vindas da Região Sul do Brasil, de São Paulo, da Região Nordeste do Brasil e dos grupos étnicos indígenas, deu-se o surgimento
de uma culinária com muitas diversidades, que põe junto a carne-de-sol com o pirarucu, peixe característico da região, pratos que
acompanham-se com tucupi, molho cujo ingrediente é a mandioca. O transporte fluvial, que se concentra nos rios Juruá e Moa,
no oeste do estado, e Tarauacá e Envira, no noroeste, é um dos mais importantes meios de transporte, junto à BR-364, ligando de
Rio Branco até Cruzeiro do Sul e que o governo brasileiro recentemente asfaltou e construiu as pontes onde antigamente era
preciso atravessar por meio de balsas.[21]

Etimologia
O topônimo Acre, que foi passado do rio para o território federal, em 1904, e para a unidade federativa, em 1962, é derivado,
talvez, da palavra tupi a'kir ü que significa "rio verde" ou de a'kir, do verbo ker que tem o significado de "dormir, sossegar", mas é
quase certeza de que essas raízes etimológicas são as que deformam a palavra Aquiri, que é a corruptela do vocábulo do dialeto
Ipurinã Umákürü, Uakiry, feita pelos exploradores que chegaram à região. Também existe a opinião da raiz etimológica de Aquiri a
partir das palavras Yasi'ri, Ysi'ri, que significam "água corrente, veloz".[22][23]
Na viagem feita por João Gabriel de Carvalho ao rio Purus, em 1878, foi escrita uma carta pelo colonizador que teve como
destinatário o comerciante paraense visconde de Santo Elias. Na carta que o colonizador nordestino escreveu, registra-se o pedido
de mercadorias que chegaram à "boca do rio Aquiri".[22] Devido à incapacidade de entendimento pela letra de João Gabriel na
observação do proprietário e das pessoas que trabalhavam no estabelecimento comercial sediado em Belém, ou por causa da
grafia errônea desse colonizador que escreveu às pressas como Acri ou Aqri, no lugar de Aquiri, o destino de chegada das
mercadorias e das faturas foi o Rio Acre.[22][23]
O Acre possui alguns apelidos: Extremo do Brasil, Estado das Seringueiras, Estado do Látex e Extremo Oeste.[24]
Os habitantes naturais do Acre são denominados acreanos pela lei estadual,[1] embora o acordo ortográfico defina a grafia
como acrianos.[25] Até a entrada em vigor do Acordo Ortográfico de 1990, a grafia correta era acreano no singular e
no plural acreanos.[25] Em 2009, com o novo acordo ortográfico, a mudança do gentílico gerou polêmica entre a Academia Acriana
de Letras e a Academia Brasileira de Letras, alegando que a mudança significaria a negação das raízes históricas e culturais do
estado, mudando a última letra do topônimo de "E" para "I".[26] A mudança gerou discussões sobre o assunto, e é notório que a
imensa maioria da população do estado não gostou e não adotou o "novo" gentílico, continuaram a se
autodenominarem acreanos,[24] e então foi oficializado localmente a grafia com "E" pelo governo do estado do Acre como
patrimônio histórico e cultural.[1]
História

Geoglifos em terras desmatadas na floresta amazônica do Acre, no Brasil


Na região do atual estado do Acre, foram encontrados inúmeros Geoglifos (estruturas feitas no solo) com idade variável em até 2
100 anos. Pela complexidade, remetem às civilizações pré-colombianas, demonstrando de elevado grau de conhecimento em
várias áreas e domínio de avançadas técnicas de movimentação de terra e água. As últimas escavações fizeram uma descoberta
importante em Xapuri: um buraco de esteio em boas condições foi localizado em um geoglifo de formato redondo, reforçando a
tese de que os índios daquela época poderiam ter usado fortificações paliçadas para habitação e segurança. [27]
Até o início do século XX, o Acre pertencia à Bolívia. Porém, desde o princípio do século XIX, grande parte de sua população era
de brasileiros que exploravam seringais e que, na prática, acabaram criando um território independente.
Em 1899, os bolivianos tentaram assegurar o controle da área, mas os brasileiros se revoltaram e houve confrontos fronteiriços,
gerando o episódio que ficou conhecido como a Revolução Acriana.
Em 17 de novembro de 1903, com a assinatura do Tratado de Petrópolis, o Brasil recebeu a posse definitiva da região. O Acre foi,
então, integrado ao Brasil como território, dividido em três departamentos. O território passou para o domínio brasileiro em troca do
pagamento de dois milhões de libras esterlinas, de terras de Mato Grosso e do acordo de construção da estrada de ferro Madeira-
Mamoré.

Tendo sido unificado em 1920, em 15 de junho de 1962 foi elevado à categoria de estado, sendo o primeiro a ser governado por
uma brasileira, a professora Iolanda Fleming.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os seringais da Malásia foram ocupados pelos japoneses. Na mesma época,
a Tailândia, um grande produtor de borracha, participou da guerra ao lado do Eixo. Assim, o Acre representou a principal fonte de
borracha dos Aliados durante a guerra. (Ver: Segundo ciclo da borracha). Em reconhecimento à contribuição produtiva do Acre em
prol da vitória aliada, dentre outras motivações, o Brasil conseguiu recursos norte-americanos para construir a Companhia
Siderúrgica Nacional, e assim alavancar a industrialização até então estagnada do Centro-sul, que não possuía ainda indústrias
pesadas de base (Ver: Acordos de Washington).
Em 4 de abril de 2008, o Acre venceu uma questão judicial com o Estado do Amazonas em relação ao litígio em torno da Linha
Cunha Gomes, que culminou na anexação de parte dos municípios de Envira, Guajará, Boca do Acre, Pauini, Eirunepé e Ipixuna.
A redefinição territorial consolidou a inclusão de 1,2 milhão de hectares do complexo florestal Liberdade, Gregório e Mogno ao
território do Acre, o que corresponde a 11 583,87 km².
Povoamento inicial
As secas nordestinas e o apelo econômico da borracha — produto que, no fim do século XIX, começava sua trajetória de preços
altos nos mercados internacionais — inscrevem-se entre as causas predominantes na movimentação de massas humanas em
busca do Eldorado acriano.[28] As penetrações portuguesas do período colonial já haviam atingido seus pontos máximos
no Brasil durante o século XVIII.[29] Conseqüência inevitável foi a dilatação do horizonte geográfico na direção oeste, atingindo
terras de posse espanhola, fato que se tornou matéria dos tratados de Madri (1750)[30] e de Santo Ildefonso (1777).[31] Ambos os
tratados, partindo das explorações feitas por Manuel Félix de Leme nas bacias do Guaporé e do Madeira, estabeleceram como
linha divisória das possessões respectivas, na área em questão, os leitos do Mamoré e do Guaporé até seu limite máximo
ocidental, na margem esquerda do Javari.[28][32][33]
O povoamento da zona, estimulado pela criação da nova capitania real de Mato Grosso (1751), deu-se na direção da fronteira,
surgindo alguns centros importantes: Vila Bela (1752),[34] às margens do Guaporé, Vila Maria (1778),[35] no rio Paraguai,
e Casalvasco (1783).[28] Até meados do século XIX não se pensou em povoamento sistemático da área.[28] Nessa época, o grande
manancial virgem de borracha que aí se encontra atraíra o interesse mundial, provocando sua colonização de modo inteiramente
espontâneo.[28]
A política econômica do império, orientada para a atividade agrário-exportadora com base no café,[36] não comportava o
aproveitamento e a incorporação dos territórios do extremo ocidental. Desse descaso, resultou que, no Atlas do Império do
Brasil (1868), de Cândido Mendes de Almeida, modelar em seu tempo, não figurassem o Rio Acre e seus principais tributários,
completamente desconhecidos dos geógrafos.[28][37]
Apesar de tal política, alguns sertanistas brasileiros exploravam aquela região agreste e despovoada, desconhecendo se
pertenciam ao Brasil, ao Peru ou à Bolívia.[28][38][39]Assim, ainda em meados do século XIX, no impulso que a procura da borracha
ocasionou, solicitada que era no mercado internacional, várias expedições esquadrinharam a área, buscando facilitar a instalação
dos colonos. Nessa época, João Rodrigues Cametá iniciou a conquista do rio Purus;[40] Manuel Urbano da Encarnação,
índio mura grande conhecedor da região, atingiu o Rio Acre, subindo-o até as proximidades do Xapuri;[40] e João da Cunha Correia
alcançou a bacia do alto Tarauacá.[41] Todo esse desbravamento se deu, na maior parte, em terras bolivianas.[28]
As atividades exploradoras, a importância industrial das reservas de borracha e a penetração de colonos brasileiros na região
suscitaram o interesse da Bolívia, que solicitou melhor fixação de limites.[28] Após várias negociações fracassadas,
em 1867 assinou-se o Tratado de Ayacucho, que reconhecia o uti possidetis colonial.[42] A divisória foi estabelecida pelo paralelo
da confluência dos rios Beni-Mamoré, em direção ao leste, até a nascente do Javari, embora ainda não fossem conhecidas as
cabeceiras desse rio.[28]
Ocupação nordestina
À proporção que subia no mercado o preço da borracha,[43] crescia a demanda e aumentava a corrida para a Amazônia.[nota
3] Os seringais multiplicavam-se, assim, pelos vales do Acre, do Purus e, mais a oeste, do Tarauacá: em um ano (1873-1874),

na bacia do Purus, a população subiu de cerca de mil para quatro mil habitantes. Por outro lado, o governo imperial, já sensível às
ofertas decorrentes da procura da borracha, considerou brasileiro todo o vale do Purus.[28]
Também na segunda metade do século XIX registraram-se perturbações no equilíbrio demográfico e geo-econômico do império,
com o surto cafeeiro no Sul canalizando os recursos financeiros e de mão-de-obra, em detrimento do Nordeste.[44] O
empobrecimento crescente dessa região impulsionou ondas migratórias em direção aos estados do Rio de Janeiro, Minas
Gerais e São Paulo.[44] O movimento de populações tornou-se particularmente ativo durante a seca prolongada no interior
nordestino, de 1877 a 1880, expulsando centenas de nordestinos, que rumaram para os seringais em busca de trabalho. [45]
O avanço da migração nordestina processou-se até as margens do Juruá[46] e acelerou a ocupação das terras que mais tarde
a Bolívia reclamaria.[28] Os grandes leitos fluviais e a rede de seus tributários eram então intensamente trafegados por flotilhas de
embarcações do mais variado porte, transportando colonos, mercadorias e material de abastecimento para os núcleos mais
afastados.[28] Os governos do Amazonas e do Pará logo instituíram as chamadas casas aviadoras, que financiavam vários tipos de
operações, garantiam créditos e promoviam o incentivo comercial nos seringais.[47]
Planta nativa, a seringueira escondia-se no emaranhado de outras árvores, igualmente nativas, obrigando o homem que saía no
encalço da borracha a construir um verdadeiro labirinto, com trilhas em ziguezague na selva.[48] Do seringal surgiu a figura humana
do seringueiro, associado à planta para explorá-la. Seringueiro-patrão, beneficiário do crédito da casa aviadora, e seringueiro-
extrator, aviado, por sua vez, do patrão.[49] Um morando no barracão, sempre localizado à beira do rio, com aparências de domínio
patriarcal, outro, na barraca, de construção tosca, no meio da selva.[49] (De 1920 em diante usa-se o neologismo seringalista para
designar o patrão.)[28][48]
Completara-se, assim, antes de findar o século XIX, a ocupação brasileira do espaço geográfico do Acre, onde mais de cinquenta
mil pessoas formavam, no recesso da mata dos três vales hidrográficos, uma sociedade original, cujo objetivo único era
produzir borracha.[50] Todo esse labor, porém, se operava no solo da Bolívia, país que, por fatalidade da geografia, não pudera
completar a integração social e econômica, e mesmo política e geográfica, dos extensos vales do Acre, do alto Purus e do
alto Juruá na comunidade nacional.[48]
Com efeito, o artigo 2º do Tratado de Ayacucho, concluído pelo Brasil e pela Bolívia em 1867, mandara que a linha
de fronteira fosse uma paralela tirada da foz do rio Beni com o Mamoré (10º20'), até encontrar a nascente do Javari.[51] Com um
adendo: se o Javari tivesse as nascentes ao norte dessa linha leste-oeste, a fronteira correria, desde a mesma latitude, por uma
reta a buscar a origem principal do Javari.[51]
No ano de 1877, no entanto, época dos primeiros estabelecimentos de brasileiros no Acre, ninguém sabia por onde passava o
limite previsto naquele tratado. Ignorava-se, por outra parte, a exata latitude da nascente do Javari. Eram problemas técnico-
geográficos difíceis de solver com presteza, devido à falta de recursos materiais. A direção dos rios da borracha foi a trilha natural
da conquista nordestina (sobretudo do cearense), da qual também participaram grupos de paraenses e amazonenses.[48]
Revolução Acriana
Gálvez, presidente do Acre
Em 1890, um oficial boliviano, José Manuel Pando, alertou seu governo para o fato de que na bacia hidrográfica do Juruá havia
mais de 300 seringais, com a ocupação dos brasileiros implantando-se cada vez mais rapidamente em solo da Bolívia.[48] A
penetração brasileira avançara em profundidade para oeste do meridiano de 64º até além do de 72º, numa extensão de mais de
mil quilômetros, muito embora já estivessem fixadas as fronteiras acima da confluência do Beni-Mamoré, segundo o tratado de
1867.[48][51]
Nomeou-se, em 1895, nova comissão para o ajuste da divisória.[52] O representante brasileiro, Gregório Taumaturgo de Azevedo,
demitiu-se após verificar que a ratificação do tratado de 1867 iria prejudicar os seringueiros ali estabelecidos. [53][54] Em 1899, os
bolivianos estabeleceram um posto administrativo em Puerto Alonso, cobrando impostos e lançando taxas aduaneiras sobre as
atividades dos brasileiros.[55] No ano seguinte, o Brasil aceitou a soberania da Bolívia na zona, quando reconheceu oficialmente os
antigos limites na confluência Beni-Mamoré.[48]
Os seringueiros, alheios às tramitações diplomáticas, julgaram lesados seus interesses e iniciaram movimentos de rebeldia. No
mesmo ano em que a Bolívia implantou administração em Puerto Alonso (1899),[55] registraram-se duas sérias contestações.[48]
Palácio Rio Branco, sede do governo, e obelisco em homenagem aos heróis da Revolução Acriana.
Em abril, um advogado cearense, José Carvalho, liderou uma ação armada, que culminou na expulsão das autoridades bolivianas.
Logo depois a Bolívia iniciou negociações com um truste anglo-americano, o Bolivian Syndicate, a fim de promover, com poderes
excepcionais (cobranças de impostos, força armada), a incorporação política e econômica do Acre a seu território. O governador
do Amazonas, José Cardoso Ramalho Júnior, informado do ajuste por um funcionário do consulado boliviano em Belém, o
espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias, enviou-o à frente de contingentes militares para ocupar Puerto Alonso.[48][52]
Gálvez proclamou ali a República do Acre, tornando-se seu presidente com o apoio dos seringalistas. O novo estado tinha o
objetivo de afastar o domínio boliviano para depois pedir anexação ao Brasil, a exemplo do que fizera o Texas, na América do
Norte. Ante os protestos da Bolívia, o presidente Campos Sales extinguiu a efêmera república (março de 1900, oito meses após
sua criação).[52] Luis Gálvez teve que capitular e retirou-se para a Europa.[48]
Reinstalaram-se, então, os bolivianos na região, onde sofreram, a seguir, ataque de uma outra expedição que se constituíra
em Manaus, com a ajuda do novo governador Silvério Néri, que também se opunha, nos bastidores, ao domínio da Bolívia sobre o
Acre, de onde provinham, em forma de impostos, grandes quantias para o tesouro estadual. Composta de moços intelectuais, da
boêmia de Manaus, a "Expedição dos Poetas" desbaratou-se após rápido combate em frente a Puerto Alonso (dezembro de
1900).[48][56]
Ação de Plácido de Castro e intervenção diplomática
Por fim, comerciantes e proprietários no Rio Acre resolveram entregar a chefia de nova insurreição a um ex-aluno da Escola Militar
de Porto Alegre, José Plácido de Castro, gaúcho de São Gabriel, que, à frente de um corpo improvisado de seringueiros, iniciou
operações na vila de Xapuri, no alto Acre, e aí prendeu as autoridades bolivianas (agosto de 1902).[48][57] Depois de combates
esparsos e bem-sucedidos, Plácido de Castro assediou Puerto Alonso, logrando a capitulação final das forças bolivianas (fevereiro
de 1903).[52][57]
Influíra no espírito de Plácido de Castro o fato de haver a Bolívia arrendado o território do Acre a um sindicato estrangeiro
(chartered company), semelhante aos que operavam na Ásia e na África.[58] O Bolivian Syndicate, constituído por
capitais ingleses e americanos, iria empossar-se na administração do Acre, dispondo de forças policiais e frota armada.
Representantes dessa companhia chegaram à vila de Antimari (Rio Acre), abaixo de Puerto Alonso, mas desistiram da missão
porque os revolucionários dominavam todo o rio, faltando pouco para o fim da resistência boliviana. [59]

Ministro Barão do Rio Branco.


Aclamado governador do Estado Independente do Acre, Plácido de Castro organizou um governo em Puerto Alonso. Daí por
diante a questão passou à esfera diplomática. O Barão do Rio Branco assumira o Ministério do Exterior e seu primeiro ato foi
afastar o Bolivian Syndicate. Os banqueiros responsáveis pelo negócio aceitaram em Nova York a proposta do Brasil: dez
mil libras esterlinas como preço da desistência do contrato (fevereiro de 1903).[57][59]
Subsequentemente, Rio Branco ajustou com a Bolívia um modus vivendi que previa a ocupação militar do território, até o paralelo
de 10º20', por destacamentos do Exército Brasileiro, na zona que se designou como Acre Setentrional. Do paralelo 10º20, para o
sul — o Acre Meridional — subsistiu a governança de Plácido de Castro, sediada em Xapuri.[57][59]
A 17 de novembro de 1903, Rio Branco e o plenipotenciário Assis Brasil assinaram com os representantes da Bolívia o Tratado
de Petrópolis, pelo qual o Brasil adquiriu o Acre por compra (dois milhões de libras esterlinas, ou 36.268 contos e 870 mil-réis em
moeda e câmbio da época), e por troca de territórios (pequenas áreas no Amazonas e no Mato Grosso).[57][59]
Em consequência, dissolveu-se o Estado Independente, passando o Acre Meridional e o Acre Setentrional a constituírem
o Território Brasileiro do Acre, organizado, segundo os termos da lei n° 1.181, de 25 de fevereiro de 1904, e do decreto 5.188, de 7
de abril de 1904, em três departamentos administrativos: o do Alto Acre, o do Alto Purus e o do Alto Juruá, chefiados
por prefeitos da livre escolha e nomeação do presidente da república.[57][59]
Solucionada a parte da Bolívia, um outro caso tinha de ser resolvido com o Peru. O governo de Lima, alegando validez de títulos
coloniais, reivindicava todo o território do Acre e mais uma extensa área do estado do Amazonas.[60] Delegações administrativas e
militares desse país tentaram estabelecer-se no Alto Purus (1900, 1901 e 1903) e no Alto Juruá (1898 e 1902).[60] Os brasileiros,
com seus próprios recursos, forçaram os peruanos a abandonar o Alto Purus (setembro de 1903).[61]
Rio Branco, para evitar novos conflitos, sugeriu um modus vivendi para a neutralização de áreas no Alto Purus e no Alto Juruá e o
estabelecimento de uma administração conjunta (julho de 1904). Isso não impediu um conflito armado entre peruanos e um
destacamento do exército brasileiro em serviço no recém-criado departamento do Alto Juruá. A luta findou com a retirada das
forças peruanas.[57][59]
À luz dos títulos brasileiros e dos estudos das comissões mistas que pesquisaram as zonas do Alto Purus e do Alto Juruá, Rio
Branco propôs ao governo do Peru o acerto de limites firmado a 8 de setembro de 1909.[62] Com esse ato completou-se a
integração político-jurídica do território na comunidade brasileira.[

Movimento Autonomista - De Território a Estado


Memorial dos Autonomistas, localizado na capital Rio Branco.
Entre 1904 e 1920 o Acre não teve uma única capital, com as capitais dos três departamentos se reportando diretamente ao
governo federal.[63]
A evolução do Acre aparece como fenômeno típico de penetração moderna na história do Brasil, acompanhada de importantes
contribuições na projeção econômica do país. Exercendo papel de destaque na exportação nacional até 1913, quando se iniciou
da borracha nos mercados europeu e norte-americano, o Acre conheceu um período de grande prosperidade: na passagem do
século, em menos de um década contava com mais de 50.000 habitantes.
Logo após a anexação do Acre ao Brasil, os acrianos esperavam pela sua elevação a Estado o mais rápido possível, uma vez que,
nessa época (Auge do Ciclo da Borracha), o Acre representava 1/3 do PIB brasileiro. Porém isso não aconteceu.
Atendendo às disposições jurídicas do Tratado de Petrópolis, o presidente Rodrigues Alves sancionou a lei que criava o Território
do Acre (1904) - o primeiro do país - dividindo o território em três departamentos: o do "Alto Acre", o do "Alto Purus" e o do "Alto
Juruá", este último desmembrado para formar o do "Alto Tarauacá" em 1912. A administração departamental exercia-se, até 1921,
por prefeitos designados pelo Presidente da República.
Essa subjugação causou intensas revoltas da população. Foi o caso da revolta de Cruzeiro do Sul, em 1910, que depôs o Prefeito
Departamental do Alto Juruá e proclamou criado o Estado do Acre (a chamada Revolta do Alto Juruá). Cem dias depois,
entretanto, as tropas federais atacaram os revoltosos e restabeleceram a "ordem" e a tutela. Em 1913, um movimento de revolta
ocorreria no Purus, em Sena Madureira, por motivos muito semelhantes ao do Alto Juruá. Em 1918, seria a vez da luta
autonomista chegar ao vale do Acre, em Rio Branco, que protestou intensamente contra a manutenção daquela situação de
subjugação ao governo federal. Porém ambas as revoltas foram igualmente sufocadas à força pelo governo brasileiro.
A partir do fracasso das revoltas, a luta pela autonomia não recorreu mais às armas. Depois disso, a reforma política de 1920 - que
unificou as quatro prefeituras departamentais em um único governo territorial - serviu para acalmar o vale do Acre, que foi
beneficiado pela reforma, já que, para capital do território, foi escolhida Rio Branco.
Com a queda do Ciclo da Borracha (1920), o movimento autonomista foi perdendo força, ressurgindo apenas uma década mais
tarde, quando a Revolução de 1930 alterou completamente os rumos da república brasileira. Nesse momento, os acrianos
acreditaram que poderiam, enfim, conquistar a tão sonhada autonomia. Mas foi em vão.
Com a constituição de 1934, o Acre só obteve o direito de eleger dois deputados federais para representá-lo na Câmara Federal,
sem alterar o regime de indicação dos governadores do território. Seguiu-se mais um longo período em que as discussões
autonomistas não passavam de conversas em intermináveis reuniões e de fundações de agremiações políticas e jornais que
tinham como bandeira maior o autonomismo. Multiplicaram-se os simulacros de partidos políticos: Legião Autonomista, Partido
Construtor, Partido Autonomista, Partido Republicano do Acre Federal, Comitê Pró-autonomia, etc. Assim como se multiplicavam
os títulos de jornais com apelo autonomista, como por exemplo: O Estado, O Autonomista, O Estado do Acre etc.
Impulso mesmo o movimento autonomista só voltaria a ter em meados da década de 50, quando o Partido Social Democrático, do
ex-governador José Guiomard dos Santos, resolveu assumir essa bandeira e elaborar um projeto de lei que transformava o Acre
em Estado. Esse projeto causou grande movimentação política em todo o Acre e chegou ao Congresso Nacional em 1957,
provocando uma intensa disputa política entre o PTB de Oscar Passos e o PSD de Guiomard Santos, tendo o primeiro se
posicionado contra a lei de transformação do Acre em Estado.
Depois de muitas disputas no Congresso Nacional, finalmente em 1962, durante a fase parlamentarista do governo João Goulart,
foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos. Por uma ironia política, o presidente João Goulart era
do Partido Trabalhista Brasileiro, o partido que, a nível nacional, se colocava contra o tal projeto. Ainda assim, o projeto foi
aprovado e passou a vigorar a partir do dia 15 de junho de 1962.
O PTB, todavia, não foi de todo derrotado. Nas primeiras eleições livres e diretas realizadas na história do Acre, o PTB foi o grande
vencedor, fazendo o primeiro governador constitucional do Acre, o Professor José Augusto de Araújo, além de todas as prefeituras
municipais acrianas.
Na década de 1960, iniciou-se o segundo ciclo de esforços para acelerar o progresso da área amazônica, com a criação da
Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM,1966). Procurou-se melhor entrosar os subsetores regionais dentro
do próprio Estado, concorrendo para isso os ramais da Transamazônica, que ligaram Rio Branco e Brasileia, no alto curso do Acre,
e Cruzeiro do Sul, às margens do Juruá, cortando os vales do Purus e do Tarauacá. Incrementou-se a política de planejamento,
destinada a corrigir as distorções demográficas, econômicas e políticas da integração nacional.
História recente
Em 2005, foi iniciada a construção da Estrada do Pacífico, que dá ao Brasil, pelo Acre, acesso a três portos peruanos no Oceano
Pacífico (Ilo, Maratani e San Juán) para facilitar as exportações para a Ásia.[64] A estrada foi concluída em 2011.[65]
Em 2007, a assembleia legislativa do estado aprovou uma regularização fundiária para legitimar a posse e a alienação de
propriedades públicas rurais, que beneficia 600 famílias em cerca de dez municípios acrianos, um feito inédito no país. [66] Em junho
de 2008, entrou em vigor a lei que alterou os fusos horários brasileiros e o Acre passou a ter uma hora a menos, e não duas, em
relação ao fuso de Brasília.[67] Apesar do referendo, o Acre mantém o antigo fuso horário.[67]
A partir de 2008, o Brasil reforçou o efetivo do Exército na fronteira do Acre com o departamento boliviano de Pando.[68] Essa
região da fronteira se tornara instável com o massacre de 30 camponeses bolivianos, feito por opositores ao referendo de
aprovação de uma nova Constituição,[69] mas os conflitos se dissiparam com a realização do referendo na Bolívia, em janeiro de
2009.[70]
Em outubro de 2014, Tião Viana (PT) foi reeleito governador, com 51,29% dos votos válidos contra o seu adversário, o
candidato Marcio Bittar (PSDB).[71]

Geografia
O estado do Acre ocupa uma área de 152.581 km², localizado no extremo oeste do Brasil, localiza-se a 70º00'00"
de longitude oeste do Meridiano de Greenwich e a 09º00'00" de latitude sul da Linha do Equador e com fuso horário -5 horas em
relação a hora mundial GMT. Dista 10º00'00" ao sul da Linha do Equador. No Brasil, o estado faz parte da região Norte, fazendo
divisa com os estados do Amazonas e Rondônia e fronteira com dois países: Peru e Bolívia.
Praticamente todo o relevo do estado do Acre se integra no baixo platô arenítico, ou terra firme, unidade morfológica que domina a
maior parte da Amazônia brasileira. Esses terrenos se inclinam, no Acre, de sudoeste para nordeste, com topografia, em geral,
tabular. No extremo oeste se encontra a Serra da Contamana ou do Divisor, ao longo da fronteira ocidental, com as
maiores altitudes do estado (609 m). Cerca de 63% da superfície estadual fica entre 200 e 300m de altitude; 16% entre 300 e 609;
e 21% entre 200 e 135.
O clima é quente e muito úmido, do tipo Am de Köppen, e as temperaturas médias mensais variam entre 24 °C e 27 °C, sendo a
menor média da Região Norte. As chuvas atingem o total anual de 2.100mm, com uma nítida estação seca nos meses de junho,
julho e agosto. A Floresta Amazônica recobre todo o território estadual. Muito rica em seringueiras da espécie mais valiosa (Hevea
brasiliensis) e Castanheiras (Bertholletia excelsa), a floresta garante ao Acre o lugar de maior produtor nacional
de borracha e castanha. Os principais rios do Acre, navegáveis principalmente nas cheias
(Juruá, Tarauacá, Envira, Purus, Iaco e Acre), atravessam o estado com cursos quase paralelos e que só vão confluir fora de seu
território.

Demografia
De acordo com o Censo brasileiro de 2010, o Acre era habitado por 733 559 habitantes, sendo que haviam 532 279 habitantes em
área urbana e 201 280 habitantes em área rural. Quanto à questão de gênero, haviam 368 324 homens e 365 235 Mulheres.
Foram identificados 221 108 domicílios, sendo que apenas 191 169 deles eram ocupados, gerando um déficit habitacional de
29 939 domicílios. A média de habitantes por domicílio era de 3,82 pessoas.[72] A capital, Rio Branco, é a maior e mais populosa
cidade do estado, com quase 350 mil habitantes, sendo a sexta maior cidade na Região Norte. [73]
De 1991 a 2010, o crescimento demográfico experimentado pelo Acre foi considerado muito alto, atingindo 3,3% ao ano, acima da
média nacional. Em 1991, foram contados 417.165 habitantes. 48% da população do estado vive na capital. No interior, a
população vive dispersa ao longo dos rios, ocupada na extração de borracha, castanha e madeiras.
As densidades demográficas, em 2006, mostravam-se bastante homogêneas. Na região mais povoada, a do baixo Acre, havia
17,2 hab./km² e, na menos povoada, a do alto Purus, 1,1 hab./km².

Municípios mais populosos do [[Acre]]


(estimativa 2016 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)[74]

Posi Localidade Mesorregião Pop. Posição Localidade Mesorregião Pop.


ção

1 Rio Branco Vale do Acre 377 057 11 Rodrigues Alves Vale do Juruá 17,464

Cruzeiro do
2 Vale do Juruá 82,075 12 Porto Acre Vale do Acre 17,111
Sul

Sena
3 Vale do Acre 42 451 13 Epitaciolândia Vale do Acre 17,038
Madureira

4 Tarauacá Vale do Juruá 39 427 14 Marechal Thaumaturgo Vale do Juruá 17,401

5 Feijó Vale do Juruá 32 372 15 Acrelândia Vale do Acre 14 120

6 Brasiléia Vale do Acre 24 311 16 Porto Walter Vale do Juruá 11 059

Senador
7 Vale do Acre 21 369 17 Capixaba Vale do Acre 10,820
Guiomard

Plácido de
8 Vale do Acre 18 336 18 Bujari Vale do Acre 9,503
Castro

9 Xapuri Vale do Acre 17 894 19 Manoel Urbano Vale do Acre 8,765

10 Mâncio Lima Vale do Juruá 17,545 20 Jordão Vale do Juruá 7,685


Na formação da população acriana entraram, além dos índios, os nordestinos - principalmente cearenses - que aí chegaram
maciçamente durante o período áureo da borracha (1880-1913) e os sulistas, que chegaram maciçamente durante a década de 70
em diante.
Houve também imigrações de árabes (principalmente sírios-libaneses) e italianos (sendo ambas as maiores na Região Norte),
além de japoneses, alemães e eslavos (esses em pequena escala).
Evolução demográfica
Evolução demográfica do estado do Acre.

Principais centros urbanos

 Rio Branco, capital e centro administrativo, econômico e cultural, e também o mais populoso município, com 370
550 habitantes, quase metade da população estadual.
 Cruzeiro do Sul é a segunda maior cidade acriana e um porto do rio Juruá, sendo também a mais desenvolvida da
mesorregião que recebe o mesmo nome.
Outros municípios mais populosos são (IBGE 2015): Sena Madureira, com 41 750 habitantes; Tarauacá, com 38 819
habitantes; Feijó com 32 385 habitantes e Brasileia, com 23 849 habitantes.

Desenvolvimento Humano
O IDH do Acre é de 0.751, posicionando-se na décima sétima posição no ranking brasileiro, sendo que 16 estados estão em
situação melhor, e 9 estados estão em situação pior ou igual: As cidades com melhor desempenho são: Rio Branco, Senador
Guiomard, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Acrelândia.

Posição no ranking brasileiro Município IDH

1767 Rio Branco 0,754

2980 Senador Guiomard 0,701

3244 Epitaciolândia 0,684


Posição no ranking brasileiro Município IDH

3266 Plácido de Castro 0,683

3291 Acrelândia 0,68

Etnias

Cor/Raça (IBGE 2006)[75] Porcentagem

Pardos 57,5%

Brancos 33,0%
Negros 7,8%

Amarelos ou indígenas 1,7%

Fonte: PNAD (dados obtidos por meio de pesquisa de autodeclaração).


Existem no Acre, 34 terras indígenas ocupadas por mais de 12.000 índios, que representam 2% da população total do Estado.
Esse contingente populacional pertence a 14 diferentes etnias, de línguas Pano, Aruak e Arawá:
(Yaminawa, Manchineri, Kaxinawá, Ashaninka, Shanenawa, Katukina, Arara, Nukini, Poyanawa, Nawa, Jaminawa-Arara e
Isolados). As etnias isoladas, sem contato com a sociedade, têm o seu território tradicional ao longo da fronteira internacional
Brasil-Peru.[76]

Política
Palácio Rio Branco, primeira sede do governo do Acre. Em 1962, o antigo Território do Acre se tornou estado.
O Acre é um estado da federação, sendo governado por três poderes, o executivo, o legislativo e o judiciário. Por meio
de referendos e plebiscitos, é permitida a participação popular nas decisões de governo.[77] A atual constituição do Acre foi
promulgada em 1989,[78]acrescida das alterações resultantes de posteriores Emendas Constitucionais. O poder executivo acriano
está centralizado no governador do estado, que é eleito em sufrágio universal e voto direto e secreto, pela população para
mandatos de até quatro anos de duração, e podem ser reeleitos para mais um mandato. Sua sede é o Palácio Rio Branco, que
desde 1930 é a sede do governo acriano. O poder legislativo do estado é unicameral, constituído pela Assembleia Legislativa do
Acre, localizado no centro de Rio Branco. Ela é constituída por 24 deputados, que são eleitos a cada 4 anos. No Congresso
Nacional, a representação acriana é de 3 senadores e 8 deputados federais. A maior corte do poder judiciário acriano é o Tribunal
de Justiça do Estado do Acre, localizado no centro de Rio Branco. Compõem o poder judiciário os desembargadores e os juízes de
direito.
Com 241 196 eleitores, Rio Branco é o município com o maior número de eleitores. É seguido por Cruzeiro do Sul, com 54,1 mil
eleitores, Sena Madureira (27,5 mil eleitores), Tarauacá (24,9 mil eleitores) e Feijó, Brasiléia e Senador Guiomard, com 19,7 mil,
16,2 mil e 13,5 mil eleitores, respectivamente. O município com menor número de eleitores é Santa Rosa do Purus, com 3,1 mil. [79]
Tratando-se sobre partidos políticos, todos os 35 partidos políticos brasileiros possuem representação no estado.[80] Conforme
informações divulgadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com base em dados de outubro de 2016, o partido político com
maior número de filiados no Acre é o Partido dos Trabalhadores (PT), com 10 297 membros, seguido do Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB), com 8 616 membros e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), com 8 047 filiados. Completando
a lista dos cinco maiores partidos políticos no estado, por número de membros, estão o Partido da Social Democracia
Brasileira (PSDB), com 5 954 membros; e o Partido Socialista Brasileiro (PSB), com 3 964 membros. Ainda de acordo com o
Tribunal Superior Eleitoral, o Partido Novo (NOVO) e o Partido da Causa Operária (PCO) são os partidos políticos com menor
representatividade na unidade federativa, com 4 e 25 filiados, respectivamente.[80]
Subdivisões
Ver também: Lista de mesorregiões do Acre, Lista de microrregiões do Acre e Lista de municípios do Acre
O estado do Acre é dividido em duas (2) mesorregiões, cinco (5) microrregiões e vinte e dois (22) municípios, segundo o IBGE.

O estado do Acre dividido em suas mesorregiões, microrregiões e municípios.

Economia

Passarela Joaquim Macedo, símbolo da capital acriana, Rio Branco, centro político e financeiro do estado.

Exportações do Acre - (2012)[81]


O modelo de desenvolvimento econômico baseia-se, primordialmente, no extrativismo, com destaque para extração de madeira
por meio de manejo florestal, o que, teoricamente, garante o uso econômico sustentável da floresta.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID - financia um projeto de US$ 106 milhões no Estado, visando dotá-lo de
infraestrutura física e institucional que viabilize o sucesso do projeto de desenvolvimento sustentável.
Controvérsias sobre o modelo de desenvolvimento escolhido passa por questões como a ausência de consenso quanto à
recuperação das áreas exploradas pelos planos de manejo e pela exclusão, na prática, de efetivos benefícios às populações locais
(apesar de previsão no projeto).
A economia acriana repousa na exploração de recursos naturais. Os mais importantes são a borracha e a castanha, produtos nos
quais se basearam o povoamento da região. A extração da borracha se faz ao longo dos rios, pois a seringueira é árvore de mata
de igapó. Os tipos produzidos são caucho, cernambi caucho, cernambi rama e cernambi seringa. A maior parte da produção
estadual cabe à bacia do rio Purus. Nessa região destaca-se o vale do Rio Acre, que, além de possuir o maior número
de seringueiras, é também região rica em castanheiras, fazendo do estado o maior produtor e exportador nacional de castanha.
A floresta acriana é também objeto de exploração madeireira, e a caça nela praticada parece contribuir de forma substancial para
a alimentação local.
A agricultura reduz-se a pequenas culturas de mandioca, feijão, cana-de-açúcar e arroz. A indústria de transformação compreende
pouco mais que algumas serrarias e pequenas fábricas de rapadura e de farinha de mandioca.
A pauta de exportação do Acre é composta, principalmente, por coco, castanha e caju (29,80%), madeira serrada (23,34%),
madeira perfilada (19,71%), madeira compensada (9,31%) e produtos farmacêuticos de origem animal (4,97%) [81].
Como os rios mantêm no estado cursos aproximadamente paralelos, as comunicações entre os diversos vales se fazem pelas
confluências, o que envolve longos percursos. Com a conclusão das estradas que integram a ligação Rio Branco-Porto Velho-
Cuiabá-Limeira, o Acre passou a contar com transporte rodoviário para o Sudeste do Brasil.

Agricultura

Extração de látex da seringueira.


Um dos principais produtores de borracha (Hevea brasiliensis) no país, o Acre apresentou em 2008 a produção de
845 t,[82]representando pouco mais de um quarto do total nacional. Na região de Abunã, um seringueiro chega a produzir 1,5 t
de borracha por safra. Os tipos produzidos são "caucho", "cernambi caucho", "cernambi rama" e "cernambi seringa".
A coagulação ainda é feita pelo processo da defumação. A produtividade média é de dois quilos de látex por hévea.

Imagens de Rio Branco, capital do Estado.


A coleta de Castanha-do-Brasil é também atividade importante, realizada, em geral, pelo seringueiro, como ocupação subsidiária,
na época das chuvas. Sua safra não é regular. A produção acriana em 2009 foi de 20 t, representando 20% de toda a produção
nacional, sendo a maior do Brasil.[83] A madeira tem também importância econômica na região, sendo
a produção de lenha em 2008 de 679.077 m³.[82] O método de extração é rudimentar, sendo usadas serras manuais e, assim
mesmo, só nos centros mais adiantados. A lavoura é, em geral, de subsistência, não tendo condições para se manter diante dos
altos rendimentos da atividade extrativa. Os principais produtos agrícolas do Acre, em 2008, apresentaram os seguintes
resultados: arroz (28.569 t),[84] cana-de-açúcar (52.609 t),[84] feijão (5.779 t),[84] mandioca (730.434 t)[84] e milho (61.088 t).[84]
Pecuária, pesca e mineração

A pecuária começou a ser desenvolvida só a partir da década de 1970. O solo utilizado nos plantios desgasta-se
pelas derrubadas e queimadas e passa a construir área de magra pastagem. Não há campos naturais e os que são abertos
na mata, se ainda não esgotados pela lavoura, são facilmente invadidos pela capoeira. Em 2008, contava o Acre com
155.861 suínos,[85] 2.425.687 bovinos,[85] 77.623 ovinos,[85] 7.201 muares,[85] 60.668 eqüinos[85] e 15.433 caprinos.[85]
A pesca é praticada em pequena escala, sendo na maioria dos casos de subsistência. Em 2005, foram produzidas 3.510 t
de pescado,[86] a antepenúltima produção do país. A mineração é escassa e caracterizada pela garimpagem mais primitiva — feita
através de bateias —, sendo desconhecidos dados estatísticos de sua produção.
Indústria
A indústria do estado, em 2009, ocupava 13 mil pessoas[87] em 1416 estabelecimentos e unidades,[88] que produziram bens no
valor de R$ 773 milhões. A indústria ainda é de pouca escala no estado, sendo em grande parte de produtos alimentícios, como
queijos, manteiga, refrigerantes e outros; e à transformação rudimentar de alguns produtos agrícolas, como a farinha de
mandioca e o açúcar bangüê. O estado também possui indústrias na produção de barcos, carrocerias de caminhões, laminados e
pisos de madeira,móveis, vidros temperados, preservativos (sendo a única do mundo a usar borracha natural proveniente de látex
nativo), dentre outros produtos. Nas colônias mais importantes do Alto Juruá e do Alto Purus, ou mesmo em locais que possam
atender em várias colônias, estão instalados "conjuntos mecânicos", pertencentes quase todos ao governo. Nos conjuntos
mecânicos encontram-se máquinas para debulhar o milho, descorticar o arroz, ralar, prensar e cozer a mandioca, além de
moendas e tochas para o fábrico de açúcar de cana. A potência instalada das usinas geradoras em 2004 é de 331 GWh, com
um consumo mínimo de 405 GWh.[89] Atualmente o estado possui 2 Distritos Indústriais: 1 na capital Rio Branco e outro no
município de Acrelândia.
No estado está sendo criada a chamada ZPE (Zona de Processamento para Exportação), um Distrito Industrial incentivado, onde
as empresas localizadas operam com redução/suspensão de impostos e contribuições federais e liberdade cambial (podem manter
no exterior 100% das divisas obtidas nas exportações), com a condição de destinarem pelo menos 80% de sua produção de bens
e serviços ao mercado externo, pretendendo levar os produtos fabricados no Acre para os mercados da Bolívia, Peru e os países
asiáticos, quando concluída a Estrada do Pacífico. A ZPE do Acre será localizada na BR-317, entre a capital Rio Branco e o
município de Senador Guiomard.[90]
Comércio
A quase totalidade do comércio do estado é feita por via fluvial e em pequena escala por via aérea. O Acre exporta quase tudo o
que produz e importa praticamente tudo que consome. A pauta de exportação resume-se na madeira compensada e perfilada
(49%),[91] madeira serrada ou em folha (27%),[91] frutas (21%)[91] e outros (3%),[91] convergindo na totalidade para os estados
do Amazonas e Pará, de preferência para Belém, origem também da maioria de suas compras. O comércio com o limita-se a
compra de gado em pé e gêneros alimentícios da Bolívia, frequentemente de caráter ilegal. Em março de 2010 o valor
da exportação por cabotagem foi de US$ 15.727.499[92] e a importação de US$ 15.059.156.[92]

Composição econômica[93]

Serviços 68,2%

Agropecuária 17,2%

indústria 14,7%

Produto Interno Bruto


Evolução do PIB do Estado do Acre[94]

Infraestrutura
Educação
Resultados no ENEM
Ano Português Redação
2006[95] 31,05 (25º) 47,97 (24º)
Média 36,90 52,08
O ensino fundamental contava em 2008 com 1.593 escolas, com o corpo docente de 2007[96] 43,60 (25º) 54,78 (17º)
7.476 professores e 164.043 alunos matriculados. Contava o ensino médio com 111 Média 51,52 55,99
escolas, 1.594 professores e 33.113 matrículas. O ensino infantil calculava 275 pré-
escolas, 1.052 professores e 22.104 alunos. O ensino superior era ministrado 2008[97] 35,15 (25º) 57,62 (17º)
em 2007, em 9 estabelecimentos, com 17.840 alunos matriculados. Média 41,69 59,35

Em 2008, a taxa de analfabetismo no estado é de 13%, uma das mais equilibradas


do Brasil. Da população, 36,2% dos acrianos são analfabetos funcionais.
As principais universidades do Acre são: Instituto Federal do Acre, Universidade Federal do Acre (públicas), União Educacional
do Norte e Instituição de Ensino Superior do Acre (particulares).

Saúde
Em 2005, havia no estado 337 estabelecimentos hospitalares, sendo 282 públicos e 55 particulares, com um total de
1.561 leitos. Dos 337 hospitais, 227 eram de finalidade geral e 221 eram especializados. Dos 7 municípios existentes em 1970,
apenas Rio Branco possuía abastecimento de água encanada, embora não possuía serviço de esgoto, o que impede o controle
de disenteria amebiana endêmica. Em 2005, o estado possuía 48% de acesso à água 44,3% de acesso à rede de esgoto.
Em 2006, a mortalidade infantil era de 20,7 por 1.000 nascidos vivos, sendo a malária a principal causa de morte. Povoações
distantes entre si por dia de caminhada na floresta, e que por vezes, no período das chuvas, ficam completamente isoladas,
dificultam a irradiação da saúde pública.
Uma pesquisa promovida pelo IBGE em 2008 revelou que 73,4% da população do estado avalia sua saúde como boa ou muito
boa; 61% da população realiza consulta médica periodicamente; 35,6% dos habitantes consultam o dentista regularmente e
5,8% da população esteve internado em leito hospitalar nos últimos doze meses. [98] Ainda conforme dados da pesquisa, 24,2%
dos habitantes declararam ter alguma doença crônica e apenas 12,6% possuíam plano de saúde. Menos da metade dos
domicílios particulares no estado são cadastrados no programa Unidade de Saúde da Família: 46,7%. [98]
Na questão da saúde feminina, 27% das mulheres com mais de 40 anos fizeram exame clínico das mamas nos últimos doze
meses; 30,4% das mulheres entre 50 e 69 anos fizeram exame de mamografia nos últimos dois anos; e 77,7% das mulheres
entre 25 e 59 anos fizeram exame preventivo para câncer do colo do útero nos últimos três anos.[98]
Segurança pública

Brasão da Polícia Militar do Estado do Acre.

Brasão do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre.


Segundo o Exército Brasileiro, o Acre integra o Comando Militar da Amazônia, que tem sede em Manaus, destacando
os pelotões de fronteira.De acordo com a Força Aérea Brasileira, o estado integra o VII Comando Aéreo Regional (VII
COMAR), também sediado em Manaus, se destacando o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Rio Branco (DTCEA-
RB) e o Destacamento de Controle de Espaço Aéreo de Cruzeiro do Sul (DTCEA-CZ), ambos pertencentes ao Centro
Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo IV (CINDACTA IV), o estado não possui uma Base Aérea. Não
existem, no estado, unidades da Marinha.
A Polícia Militar do Estado do Acre (PMAC) tem por função primordial o policiamento ostensivo e a preservação da ordem
pública no Estado do Acre. Para fins de organização é uma Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, assim como suas
co-irmãs e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa Social brasileiro e está subordinada ao Governo do Estado do
Acre. Seus integrantes são denominados militares estaduais (artigo 42 da CRFB), assim como os membros do Corpo de
Bombeiros Militar do Estado do Acre.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre (CBMAC) é uma Corporação cuja principal missão consiste na execução de
atividades de Defesa Civil, Prevenção e Combate a Incêndios, Buscas, Salvamentos e Socorros Públicos no âmbito
do estado do Acre. Ele é Força Auxiliar e Reserva do Exército Brasileiro, e integra o Sistema de Segurança Pública e Defesa
Social do Brasil. Seus integrantes são denominados Militares dos Estados pela Constituição Federal de 1988, assim como os
membros da Polícia Militar do Estado do Acre.
A Polícia Civil do Estado do Acre, é uma das polícias do estado do Acre, Brasil, órgão do sistema de segurança pública ao qual
compete, nos termos do artigo 144, § 4º, da Constituição Federal e ressalvada competência específica da União, as funções de
polícia judiciária e de apuração das infrações penais, exceto as de natureza militar.
A mais importante instituição penitenciária é a Colônia Penal e Agrícola Evaristo de Morais, em Rio Branco.
Transportes

Acesso a Senador Guiomard pela rodovia estadual AC-040.


As principais rodovias do Acre são:
 BR-364 - Juntamente com a BR-317 é a principal rodovia do Acre. A leste liga Rio Branco ao estado de Rondônia e ao
restante do país. A oeste corta todo o estado, ligando a capital do estado a Cruzeiro do Sul, segunda principal cidade do
estado, passando pelos municípios de Bujari, Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Rodrigues Alves.
 BR-317 - Tem extensão de 330 km, liga a capital ao sul do estado, passando pelos municípios de Senador
Guiomard, Capixaba, Brasileia na fronteira com a República da Bolívia, a partir de Brasileia a estrada continua por mais
110 km até chegar na cidade de Assis Brasil, já na fronteira com o Peru. A rodovia tornar-se-á um importante eixo de
exportação do Brasil, pois quando a estrada no lado peruano estiver concluída (estima-se que em 2011), o Brasil estará
totalmente ligado a Cuzco e aos dois principais portos do país vizinho.
 AC-040 - Possui extensão de 100 km, liga Rio Branco até a cidade de Plácido de Castro também fazendo fronteira com
a Bolívia.
 AC-401 - Também chamada de estrada do agricultor, com extensão de 50 km, liga a cidade de Plácido de Castro à cidade
de Acrelândia, já próxima da BR-364.
 AC-010 - Tem extensão de 55 km, Ligando Rio Branco até a cidade história de Porto Acre, já na divisa com o Amazonas.

Comunicações
Os principais jornais do estado são: O Estado, A Gazeta, O Rio Branco e A Tribuna. As principais estações e emissoras de
televisão do estado são: TV Aldeia, TV Acre, TV 5, TV Rio Branco, TV Gazeta Rio Branco, TV União Rio Branco, TV 40, TV
C, TV Cruzeiro do Sul, TV Ituxi e TV Integração. As principais estações de rádio do estado são: Rádio Aldeia FM, Rádio Gazeta
FM, Rádio União FM, Rádio Educativa FM, Rádio Acre FM e Rádio Boas Novas FM, Rádio Progresso AM, Rádio Líder AM,
Rádio Universitária FM e Rádio Aldeia FM, Juruá FM, Verdes Florestas, Integração FM, sendo que as três últimas estão
localizadas em Cruzeiro do Sul e as demais em Rio Branco.

Cultura
A cultura do Acre é muito parecida com a dos outros Estados da Região Norte, porém há um alto consumo de cultura
nordestina. A comida típica utiliza o pato e o pirarucu, que herdou dos índios, e o bobó de camarão, vatapá e carne de sol com
macaxeira, trazido do Nordeste brasileiro logo quando iniciou a extração do látex, já que muitos nordestinos migraram para o
Acre tentando uma melhor qualidade de vida.

Usina de arte João Donato, importante polo de produção e difusão cultural.


No artesanato os artigos confeccionados com materiais extraídos da floresta amazônica. Do seringal surgiu a figura do
seringueiro, que colaborou em momentos importantes da história brasileira para o desenvolvimento do país, trabalhando duro
na extração do látex na floresta amazônica. Da floresta também surgiu Chico Mendes, que hoje é considerado referência
internacional na luta em defesa da Amazônia; Chico Mendes foi assassinado em 22 de dezembro de 1988 e ganhou um prêmio
único da ONU, o Prêmio Global 500 Anos, por defender e proteger a floresta amazônica.

Em Rio Branco encontra-se uma comunidade religiosa chamada Alto Santo (Centro de Iluminação Cristã Universal) que pratica
o Ritual do Santo Daime, típico do Acre, de origem indígena, que usa o Daime, um chá natural feito com folhas e cipó, usado
pelos índios como forma de aproximação a Deus. Todos tomam o chá, inclusive as crianças e os idosos. Os integrantes usam
fardas e cantam o hinário.
O Acre já foi retratado como cenário histórico no cinema e na televisão, interpretado por um numeroso elenco
de atores consagrados na minissérie Amazônia, de Galvez a Chico Mendes (2007), da mesma autora
das telenovelas América (2005) e Caminho das Índias (2009), a acriana Glória Perez.

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