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ELEMENTOS ACIDENTAIS- NEGÓCIO JURÍDICO

TERMO, CONTRATO E CONDIÇÃO

Existem basicamente três elementos dos negócios jurídicos:

• Elementos essenciais do negócio jurídico: São os elementos sem os quais


haveria invalidade ou inexistência do negócio jurídico;

• Elementos naturais do negócio jurídico: São aqueles que decorrem da


natureza do negócio jurídico.
Por serem naturais, esses elementos nem precisam de detalhamento expresso
no negócio jurídico.
Como exemplo temos a transferência em um negócio de compra e venda,
pois é da natureza do negócio que o vendedor transfere a coisa para o
comprador, a transferência é um elemento natural do negócio;

• Elementos acidentais do negócio jurídico: O adjetivo acidental é muito


utilizado no direito civil para descrever algo que não é essencial, algo que
não precisa estar no negócio jurídico.
Assim, esses elementos são marcados por uma certa facultatividade. É
necessário destacar que os elementos acidentais, quando presentes no
negócio, influem na eficácia do negócio jurídico.

Lembre-se de que os negócios jurídicos possuem três planos:


• Eficácia;
• Validade;
• Existência.

Os elementos acidentais do negócio jurídico influem no plano da eficácia do


negócio jurídico.

A eficácia diz respeito à produção de efeitos jurídicos.


Elementos acidentais do negócio jurídico:
• Termo;
• Condição;
• Encargo, Ônus ou Modo.

O Código Civil trata dos elementos acidentais na parte geral, nos artigos 121
ao artigo 137 do Código.

Perceba que, se um negócio jurídico estiver sujeito a um termo, uma condição


ou a um encargo, então esse negócio pode ter alguma modulação, efeito ou
repercussão no plano da eficácia.

Imagine o seguinte exemplo: O flamengo possui um contrato com a Nike.


Nesse contrato está estabelecido que a Nike pagará R$ 100.000,00 se o
flamengo for campeão mundial.
Perceba que a quantia de R$ 100.000,00 está submetida a um evento futuro.

Essa obrigação ainda não é eficaz e só terá eficácia plena se o flamengo for
campeão mundial.
Essa obrigação está, portanto, sujeita a um evento futuro.

Termo

O termo é referido como sendo o evento futuro e certo, quanto a sua


existência, que exerce influência na eficácia do negócio jurídico.

O termo, quanto ao momento da ocorrência, pode ser classificado em:


• Certo, quando o momento da ocorrência é certo;
• Incerto, quando o momento da ocorrência não é certo.

O termo também pode ser classificado em:

• Suspensivo, inicial ou a quo: É aquele que impede o início da eficácia de um


negócio jurídico.
Um Exemplo é uma doação que será realizada a partir de uma data. Como a
data é um evento futuro e certo, logo trata-se de um termo. Mas perceba que
antes da data a doação não foi realizada ainda, portanto o contrato de
doação ainda não é eficaz, pois a transferência de dação só será realizada
na data estipulada;

• Resolutivo, final ou ad quem: É aquele que faz cessar a eficácia de um


negócio jurídico. Um exemplo é a doação de um apartamento até uma data
estipulada.

A partir daquele momento a doação já é realizada e será encerrada na data


estipulada. Perceba que, quando temos um direito sujeito a termo suspensivo,
o evento ocorrerá de qualquer maneira.

Para não deixar dúvidas, o Código Civil dispõe, em seu art. 131, que o termo
suspensivo não impede a aquisição do direito, mas apenas o seu exercício.
Assim, já há a aquisição do direito pelo beneficiário no momento em que é
feito o contrato a termo suspensivo.

Mas lembre-se de que o exercício do direito fica suspenso, logo, o beneficiário


do direito não pode exercer o direito enquanto não ocorrer o termo
suspensivo.

Uma das utilidades práticas em já possuir o direito, mas não poder usufruir
do direito é para efeitos de imposto.

ELEMENTOS ACIDENTAIS II

São elementos acidentais do negócio jurídico:


• Termo;
• Condição;
• Encargo.

Condição

Condição É o elemento futuro e incerto que influi na eficácia de um negócio


jurídico.
Imagine a seguinte situação: Daniel doará um apartamento a Artur se o
flamengo for campeão mundial. Perceba que essa é uma situação futura e
incerta.

É muito comum, também, obrigações em contratos de patrocínio sob certas


condições.

A condição pode ser:

• Suspensiva, inicial ou a quo: Impede o início da eficácia do negócio jurídico;

• Resolutiva, final ou ad quem: É aquela que faz cessar a eficácia do negócio


jurídico.

Um exemplo de condição suspensiva é a doação com cláusula de reversão ou


de retorno estabelecida no art. 547 do Código Civil. Imagine a seguinte
situação: Helena, mãe de Artur, faz um contrato de doação de um
apartamento para seu filho, casado com Jéssica. Com receio de que o
apartamento possa parar nas mãos de Jéssica, Helena estabelece uma
cláusula no contrato dispondo que o apartamento voltará para ela caso seu
filho venha a falecer em primeiro lugar.

Perceba que, na situação acima, a partir do momento em que o contrato é


firmado, Artur já possui o direito real de propriedade, mas, caso o evento
futuro e incerto ocorra, o direito é revertido para sua mãe.

O direito sob condição suspensiva é diferente do termo. O direito sob


condição suspensiva não implica aquisição nem o exercício em relação ao
objeto do direito. A condição suspensiva impede tanto a aquisição quanto o
exercício do objeto do direito, de acordo com o art. 125 do Código Civil.

ATENÇÃO

O titular do direito eventual, ou seja, do direito sob condição suspensiva ou


resolutiva pode praticar atos para proteger ou para conservar o objeto do
seu direito.
Essa disposição se encontra no art. 130 do Código Civil. Quanto a sua
juridicidade, a condição pode ser:

• Lícitas;

• Defesas, dispostas no art. 122 até o art. 124 do CC:

- Ilícitas são aquelas que envolvem a prática de um ato ilícito ou são


proibidas por lei;

- Puramente potestativas são aquelas que dependem puramente da vontade


de uma das partes;

- Impossíveis, desde que sejam suspensivas. Essas são aquelas condições


que nunca vão ser implementadas.

Como essa condição nunca poderá ocorrer, o Código Civil dispõe, no art. 124,
que ela é uma condição inexistente.

Encargo, Modo ou Ônus É um dever imposto a uma liberalidade que pode


influir na eficácia do negócio jurídico. O encargo não impede a aquisição
nem o exercício do direito, mas, no momento da aquisição do bem, você
passa a ser o dono, mas deverá realizar algo como encargo.

Em caso de descumprimento do encargo, será necessário verificar o que a lei


estabelece, mas, como regra, o descumprimento permite a resolução do
direito, ou seja, o fim do direito.

ATENÇÃO O encargo pode ser estipulado como condição suspensiva.

Como exemplo temos uma doação que só será feita após a realização de
algo. Nesse caso o encargo suspende a aquisição e o exercício do direito. O
art. 137 do CC dispõe que o negócio jurídico será ilícito se o encargo de fazer
algo ilícito ou impossível for o motivo determinante do negócio jurídico.

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