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A aplicação da pena em nosso pais é determinada pelo direito Penal, por

meio nosso Código Penal, sendo este o direito a regular, enquanto ramo da
ciência jurídica, o comportamento social dos indivíduos, determinando se são
ou não nocivos a sociedade, aplicando a lei ante a verificação de condutas
reprováveis, previamente descritas em lei, aplicando lhe as sanções já
estabelecidas.
A partir deste entendimento, verifica se que, que ao praticar determinado
ato definido com infração, o descumprimento da lei, o indivíduo deverá sofrer à
cominação penal compatível, situação esta que, por tratar-se de imposição de
lei, é baseada em um grande numero de critérios de punibilidade a que deve
atender.
A individualização da pena, será o momento em que o Juiz irá aplicar a
lei ao caso concreto, sendo de entendimento majoritário, que apena não deve
se separar do livre convencimento do motivado do Juiz.
Ao balizar se ajusta aplicação da pena, devem se atentar os julgadores,
aos princípios a serem observados para sua fixação:
Principio da legalidade: impõe ao ordenamento jurídico a exigência da
observância de tipificação legal para o delito ou ilícito cometido, não podendo
existir a classificação de determinado fato ocorrido, como sendo crime, sem
que haja lei que o defina como tal, pois a partir da conduta, se fará necessária
a analise do pressupostos legais para que seja infligida punição. De forma
expressa, tal característica está na Constituição Federal de 1988, em seu art.
5°, XXXIX e no Código Penal, no art. 1°.
Principio da Anterioridade: para que seja válida a pena aplicada, Lei
que defina a tipicidade da infração penal deve estar vigente da data da pratica
da infração penal (CP, art. 1°, e CF, art. 5°, XXXIX).
Principio da Personalidade: a personalização da pena, tratada
diretamente no artigo 5°, XLV, concernente a pena não ultrapassar a pessoa do
condenado, e sua conduta não recairá sob sua família ou pessoa nenhuma
poderá responder em seu lugar por crime cometido.
. Principio da Individualidade: significa determinar a necessidade da
apreciação direta do delito, para que, a pena seja imposta ao criminoso de
acordo com o seu grau de culpabilidade, na observância de certos requisitos
legais a serem avaliados para aplicação da penalidade. Pode-se dizer que a
pena parte de valores genéricos, e para seu cumprimento será de acordo com
analise geral da situação fática, devidamente analisada. Tal princípio está
implícito na CF, art. 5°, inciso XLVI.
Principio da Inderrogabilidade: trata que a pena deverá ser aplicada
sempre que se configurar simetria perfeita entre o tipo penal e a conduta e
intenção do agente, podendo haver, situações excepcionais que excluem a
ilicitude, como o exercício regular de direito (art. 23, III do CP), por exemplo.
Cabe ressaltar que não pode haver extinção da pena por mera liberalidade.
Principio da Proporcionalidade: a pena deverá existir apenas em
função da perspectiva de punição ao crime cometido, de acordo com a situação
do delito, em caráter preexistente, contemporâneo e superveniente ao ato,
assim trata a CF, em seu art. 5°, incisos XLVI e XLVII.
Principio da Humanidade: refere-se as vedações expressas da lei,
proibindo as penas de caráter perpétuo, de banimento, cruéis de trabalhos
forçados e de morte, atendendo a disposições ratificadas em tratados e
convenções de direitos Humanos, devendo a pena ser aplicada com
humanidade e com fins de ressocialização, salvo em caso de guerra declarada,
diz a CF art. 5°,inciso XLVII.
A legislação penal - em perfeita simetria ao princípio da reserva legal -
confere aos magistrados mecanismos de atuação que baseiam-se unicamente
em sua percepção acerca dos fatos e condutas que orbitam a realização de um
delito, isso se visualiza no art. 59 do  CP, sendo pois, no plano fático, causas
idôneas na repercussão da sanção penal no espectro pessoal do apenado.
A lei penal pátria, concebeu, para aplicação das penas, princípios de
ordem legal, e proporcionou ao magistrado competente à aplicação da medida
punitiva, a capacidade de valoração de princípios subjetivos, inerentes a sua
pessoa.
Sendo que a pena é oriunda da realização de uma conduta ilícita,
antijurídica e culpável, destinada a todo aquele que desrespeitou a legislação
penal, faz se necessário a observância das correntes doutrinarias que buscam
definir ou alinhar o entendimento a cerca finalidade da aplicação da pena, pois,
ao aplicar e executar a pena a autoridade vislumbra os efeitos provocados por
tal punição.
Da finalidade da pena

A doutrina, para definir a finalidade da pena, utiliza três grandes grupos


de teorias, a teoria absoluta, a teoria relativa, e a teoria mista, sendo que cada
qual com seu grau de punição.

A pena é destinada a todo aquele que desrespeitou a legislação, sendo


assim, uma forma do Estado efetivamente aplicar a norma ao caso concreto,
sendo meio para eu este exerça a jurisdição, subsumindo uma conduta
abstrata a um caso real, aplicando o preceito secundário da norma à um ato
considerado ilícito, conforme leciona Luiz Regis Prado.

Teoria absoluta ou da retribuição: a pena possui a função una de


penalizar o agente do delito, estando assim, consolidada apenas como ato do
Estado-Juiz concernente a castigar o agente que delinqüe
forma superveniente ao delito.

Teoria relativa ou da prevenção: a aplicação da pena tem caráter


preventivo, visando compelir o indivíduo a não praticar o ato originariamente
(prevenção geral) em vista do receio da punição do Estado, e ainda,
associadamente, a partir do tolhimento da convivência social do delinqüente,
buscando ressocializá-lo por mecanismos verificados em meio a execução da
pena (prevenção especial).  Ainda que aparentemente mista, dado a existência
da prevenção especial, incidente nos casos onde já houve o cometimento do
crime, tal teoria enquadra-se em meio de atuação do Estado-Juiz de
forma anterior aos delitos, visando em vez de puni-los, não possibilitar sua
existência, em acordo com a expressão popular “cortar o mal pela raiz.”

Teoria mista ou conciliatória: Consubstancia-se na fusão da teoria da


retribuição com a teoria da prevenção, exprimindo a idéia da função da
aplicação duplamente funcional da pena, punindo o indivíduo que já praticou a
infração penal, bem como prevenindo por meio de uma atemorização social
baseada na segregação individual imposta a partir da condenação e execução
da pena.

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