FACULDADE DE DIREITO (FaD) DISCIPLINA: DIREITO AMBIENTAL PROF. DR. LUCIANA COSTA DA FONSECA
2º Avaliação Turma 2021.4 – T102018
Luís Eduardo Corrêa Assunção – n° de matrícula 201706140118
Belém-PA Fevereiro 2022 1) – Analise o caso do Naufrágio do Navio Haidar e explique a responsabilidade civil (3,5 pontos), penal (3,5 pontos) e administrativa (3,0 pontos) dos agentes envolvidos. A resposta deve incluir: a) a natureza jurídica, b) hipótese de excludentes de responsabilidade, agravantes e atenuantes e d) deve estar fundamentado na legislação. VALOR: 10 (PONTOS
De acordo com o informado no caso, é possível a observação de diversas
condutas que foram expressamente criminosas e por isso trago aqui também a sua tipificação. Antes de mais nada, o prejuízo ocorrido é mais do que um dano ambiental, é um dano socioambiental em massa, posto que quando ele ocorre, além do dano ao meio ambiente, não se sabe ou não tem como saber de forma precisa quantos foram as pessoas atingidas; para além disso, é difícil o ato da responsabilização em razão da falta de dados condizentes com a realidade do dano para se chegar à uma sanção justa e compatível com o ocorrido. Tal dificuldade ocorre principalmente, observando-se o caso em questão, quando há uma demora excessiva do estudo de impactos para a constatação da extensão da contaminação dos rios por manchas de óleo ou do solo devido a outras substâncias, não havendo um reconhecimento de muitas prováveis vítimas. Levando-se em conta a existência da tríplice responsabilidade que o direito apresenta - ou seja, uma mesma conduta podendo ser geradora de três tipos de responsabilidade: Civil, Administrativa e Penal (art. 225, §3° da CF) – é possível a análise dos agentes envolvidos a partir de suas condutas e posterior tipificação individual. No Direito Ambiental tem-se adotado e é pacífico em todos os tribunais a teoria do risco integral. Essa teoria nos traz o entendimento da exigência de que se atribua ao empreendedor o risco integral do empreendimento, portanto, não são levadas em consideração as causas excludentes de responsabilidade (caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima). Mesmo sendo a causadora direta do dano a empresa armadora “tamara shipping” não será a única responsabilizada posto que os outros envolvidos (proprietário da embarcação - Sleiman CO & Sons”; responsável pelo porto - Companhia Docas do Pará S/A (CDP); proprietária da carga viva – Minerva S/A) vinculam-se solidariamente sendo qualificados como poluidores indiretos, posto que não são os causadores diretos do dano mas estão trabalhando juntos no processo produtivo, ligando-os na cadeia de solidariedade. Posto isso, é pertinente o entendimento da natureza jurídica das responsabilidades. A responsabilidade civil no Código Civil é em regra de natureza subjetiva (art. 186, CC), ou seja, deve-se observar a existência de dolo ou culpa – negligência, imprudência ou imperícia; a responsabilidade civil também pode ser excepcionalmente objetiva (art. 927, parágrafo único, CC e art. 14, §1º da Lei 6938/1981 - PNMA) sendo independente de culpa, se investigando apenas o nexo de causalidade entre a ação/omissão e o evento danoso, que é exatamente do que trata o caso em questão por se tratar de dano ambiental. A responsabilidade administrativa no Direito Ambiental figura-se no art. 70 da Lei de Crimes Ambientais (Lei 9605/1998), sendo expressamente objetiva, bastando o descumprimento de qualquer norma para o ato ser considerado uma infração administrativa. Por fim, a responsabilidade penal possui natureza subjetiva no Direito Ambiental, devendo-se investigar a culpabilidade dos envolvidos, estando prevista no art. 2º da Lei de Crimes Ambientais. Analisando a situação de cada um dos envolvidos atrelada à tríplice responsabilidade, é possível chegar a seguinte conclusão: a começar pela empresa armadora “tamara shipping”, a priori, é possível coloca-la como um agente poluidor mesmo sendo uma pessoa jurídica em razão do disposto no art. 3º, IV, da Lei 6938/81 – valendo o mesmo para as outras empresas envolvidas – atuou ativamente para o ocorrido, bastando o nexo de causalidade entre a ação/omissão e o evento ocorrido para a sua culpabilidade em âmbito do Direito Civil (art. 14, §1 da Lei 6938/81 e art. 927, parágrafo único do Código Civil). Partindo para a responsabilização administrativa, para além do que dispõe o art. 70 da Lei de Crimes Ambientais, há uma diversidade de formas de se aplicar as punições para as infrações administrativas, podendo ser aplicadas as citadas no art. 72, III, IV, VII, IX, XI; as penas restritivas de direito que seriam cabíveis nesse caso em razão da gravidade do ocorrido constam no art. 8°, II, III, IV; é possível a observância de alguns agravantes como os presentes no art. 15, II, a, c, f; como circunstância atenuante poderia citar o disposto no art. 14, IV; por fim, em se tratando dessas infrações administrativas, há o que se chama de dupla imputação, significando dizer que a responsabilidade da empresa “tamara shipping” não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras, ou partícipes do mesmo fato. Por último, na responsabilidade penal, as penas para pessoa jurídica aplicáveis a esse caso estão no art. 21, I, II; as penas restritivas de direito cabíveis estão presentes no art. 22, I, II, III; ademais, o crime que não apenas essa empresa cometeu mas todas as outras também cometeram, é o crime de poluição presente no art. 54 da Lei de Crimes Ambientais, com pena de um a quatro anos, e multa. Analisando a atuação do proprietário da embarcação, a empresa “Sleiman CO & Sons”, sob a atuação da responsabilidade civil no Código Civil, por se tratar de dano ambiental a responsabilidade da empresa é objetiva, se observando apenas o liame entre ação/omissão e o evento ocorrido para a sua posterior culpabilidade (art. 14, §1 da Lei 6938/81 e art. 927, parágrafo único do Código Civil). Sob a ótica da responsabilidade administrativa, a referida empresa possui responsabilidade objetiva, e há diversas formas de se aplicar as punições para as infrações administrativas, podendo ser as presentes no art. 72, III, IV, VII, IX, XI da Lei de Crimes Ambientais; as penas restritivas de direito que seriam cabíveis nesse caso em razão da gravidade do ocorrido são art. 8°, II, III, IV; é possível a observância de alguns agravantes como os presentes no art. 15, II, a, c, f; como circunstância atenuante poderia citar o disposto no art. 14, IV; por fim, em se tratando dessas infrações administrativas, há o que se chama de dupla imputação, significando dizer que a responsabilidade da empresa “Sleiman CO & Sons” não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras, ou partícipes do mesmo fato. Por último, em se tratando da responsabilidade penal, as penas para pessoa jurídica aplicáveis a esse caso estão no art. 21, I, II; as penas restritivas de direito cabíveis estão presentes no art. 22, I, II, III; recaindo também no crime de poluição (art. 54 da Lei de Crimes Ambientais). Em se tratando da empresa responsável pelo porto - Companhia Docas do Pará S/A (CDP) – por ser uma sociedade de economia mista tendo como acionista majoritário o Governo Federal do Brasil e ainda atuado de forma omissiva uma vez que não foi ela o poluidor direto (art. 3º, IV, da Lei 6938/81), a responsabilidade civil recai de maneira diversa, posto que a observância do ilícito não deixa de ser objetiva mas a sua execução deve ser feita de forma subsidiária, ou seja, o Estado só arca com o curso dessa responsabilidade se o poluidor principal/direto não puder fazê-lo, é a chamada responsabilidade objetiva de execução subsidiária (Súmula 652 – STJ). Sob a ótica da responsabilidade administrativa, a referida empresa possui responsabilidade objetiva, e há diversas formas de se aplicar as punições para as infrações administrativas, podendo ser as que constam no art. 72, III, IV, VII, IX, XI da Lei de Crimes Ambientais; a pena restritiva de direito que seria cabível nesse caso em razão da gravidade do ocorrido é a do art. 8°, IV; é possível a observância de alguns agravantes como os presentes no art. 15, II, a, c, f; como circunstância atenuante poderia citar o disposto no art. 14, IV. Por fim, em se tratando da responsabilidade penal, as penas para pessoa jurídica aplicáveis a esse caso estão no art. 21, I, II; as penas restritivas de direito cabíveis estão presentes no art. 22, I, II, III; recaindo também no crime de poluição (art. 54 da Lei de Crimes Ambientais). Por último, temos a empresa proprietária da carga viva – “Minerva S/A”. Sob a atuação da responsabilidade civil no Código Civil, por se tratar de dano ambiental, a responsabilidade da empresa é objetiva, se observando apenas o liame entre ação/omissão e o evento ocorrido para a sua posterior culpabilidade (art. 14, §1 da Lei 6938/81 e art. 927, parágrafo único do Código Civil). Sob a ótica da responsabilidade administrativa, a referida empresa possui responsabilidade objetiva, e há diversas formas de se aplicar as punições para as infrações administrativas, podendo ser as presentes no art. 72, III, IV, VII, IX, XI da Lei de Crimes Ambientais; as penas restritivas de direito que seriam cabíveis nesse caso em razão da gravidade do ocorrido são art. 8°, II, III, IV; é possível a observância de alguns agravantes como os presentes no art. 15, II, a, c, f; como circunstância atenuante poderia citar o disposto no art. 14, IV; por fim, em se tratando dessas infrações administrativas, há o que se chama de dupla imputação, significando dizer que a responsabilidade da empresa “Minerva S/A” não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras, ou partícipes do mesmo fato. Por último, em se tratando da responsabilidade penal, as penas para pessoa jurídica aplicáveis a esse caso estão no art. 21, I, II; as penas restritivas de direito cabíveis estão presentes no art. 22, I, II, III; recaindo também no crime de poluição (art. 54 da Lei de Crimes Ambientais).
Responsabilidade Tributária dos Sócios e Administradores de Empresas: Artigos 134 e 135 do CTN: Limitações da Responsabilidade das Pessoas Físicas por Dívidas Tributárias das Pessoas Jurídicas