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A ordem social consiste em um conjunto de normas,

instituições e costumes que regulam a vida dos indivíduos


e seus relacionamentos. Na prática, torna-se reificado
quando os atores sociais agem de forma ordenada e
organizada de acordo com estruturas pré-concebidas e
aceitas, atendendo a expectativas mútuas.

Sua presença no texto da CF/88 decorre do modelo


constitucional social adotado, no qual o texto constitucional
exige que o Estado atue, impondo-lhe a obrigação de
prestar benefícios positivos.

Espera-se que isso leve à igualdade material e à realização


dos direitos sociais. Para tanto, o título de ordem social
inclui um conjunto de normas relacionadas ao bem-estar da
população.

Notadamente, aprofundou e normatizou alguns dos direitos


sociais ditados pelo art. 6 Carta Magna. Por exemplo: art. 6
Declarar que todos têm direito à saúde. Indo um passo
além, na seção dedicada à ordem social, descreve como o
Estado se organizará para garantir esse direito.

Segundo o art. 193 da CF/88, a ordem social tem como


base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-
estar e a justiça sociais. Essas previsões são harmônicas
com outros trechos constitucionais. A valorização do
trabalho é citada no art. 170, que trata da ordem
econômica.

Já o bem-estar e a justiça sociais estão consonantes


com objetivos fundamentais da República, tais como
erradicação da pobreza e da marginalização, redução das
desigualdades sociais e regionais, e promoção do bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.

Seguridade Social
De acordo com art. § 194 da CF/88, Previdência Social
compreende o conjunto de ações do poder público e da
sociedade para garantir os direitos relativos à saúde, à
previdência e à assistência social.
Portanto, a primeira coisa a destacar é que os três pilares
da previdência são um todo e não podem ser pensados
isoladamente. Os poderes públicos são responsáveis por
organizar a seguridade social de acordo com determinados
princípios, embora a iniciativa de ação seja do poder
público e da sociedade.
Ordem Econômica
A ordem econômica pode ser entendida como uma
parcela da ordem jurídica que institui um conjunto
de princípios e regras delineadores do comportamento
dos sujeitos econômicos. Refere-se também a uma
determinada forma de organização e funcionamento da
estrutura econômica do Estado.
Sistema Econômico
Um sistema econômico refere-se a como sociedades e
governos organizam e distribuem recursos, serviços e bens
disponíveis em áreas geográficas específicas (neste caso,
territórios nacionais).
Assim, as instituições econômicas regulam os fatores de
produção como terra, capital, trabalho e recursos físicos.
Como tal, envolve várias instituições, agências, entidades,
processos de decisão, aprovações ou autorizações e
padrões de consumo. Todos esses aspectos caracterizam
a estrutura econômica de uma dada sociedade.
Existem vários tipos de economias no mundo e elas
refletem as características de cada comunidade. Todas
elas se baseiam em um conjunto de condições e
características que podem ser divididas em quatro tipos,
conforme descrito a seguir.
Sistema Tradicional
Esse é o tipo mais antigo e mais simples, em que há pouca
divisão e especialização do trabalho.
Sistema de mando (de comando)
Nesse caso, há uma autoridade dominante, centralizadora,
que é, usualmente, o Estado, responsável pelo controle de
boa parte da estrutura econômica.
Sistema de mercado
As economias de mercado baseiam-se nos conceitos
de livre mercado; isso implica pouquíssima interferência
governamental. O governo exerce pouco controle sobre os
recursos e não interfere em setores estratégicos. Em seu
lugar, é o próprio privado e as relações entre oferta e
demanda que atuam como força regulatória.
Sistema Híbrido
Sistemas híbridos combinam as características dos
sistemas de mando e de mercado. Muitas vezes, esse é o
termo utilizado para designar economias de mercado sob
estrito controle regulatório.
Nesse caso, o sistema industrial é predominantemente
privado, enquanto os serviços públicos são controlados
pelo governo.
Fundamentos da ordem econômica
O caput do art. 170 da CF/88 propõe os fundamentos da
ordem econômica nacional: valorização do trabalho
humano e livre iniciativa.
A valorização do trabalho humano está vinculada aos
direitos sociais (CF/88 art. 6º) e à justiça social, que é um
dos objetivos fundamentais da República (CF/88 art. 3º).
Esse fundamento busca posicionar os trabalhadores como
figuras centrais nos sistemas de produção sem os quais
haveria uma assimetria de poder entre o homem-
trabalhador e as grandes corporações e outros agentes
econômicos.
Por fim, a valorização do trabalho abrange também a
proteção em face da automação, citada explicitamente no
art. 7º, XXVII.
O segundo fundamento, a livre iniciativa, é o fundamento
do sistema capitalista e refere-se à possibilidade de criar e
explorar atividade econômica em caráter privado, sem
quaisquer restrições estatais, exceto a lei. Também se
manifesta nas seguintes áreas: liberdade de comércio e
indústria, liberdade de concorrência e liberdade de
contrato.

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