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06/03/2020 Os Juízes e a Maçonaria - Freemason.

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Os Juízes e a Maçonaria
18/09/2009 juízes

No último fim-de-semana de Outubro de 2008, decorreu o VIII Congresso dos Juízes Portugueses, no
decurso do qual foi discutido o “Compromisso ético dos juízes portugueses”.

Contrariamente ao que a direcção da ASJP pretendia e


do que chegou a ser noticiado, tal compromisso não foi
aprovado pelo congresso. Foi sim considerado “uma
referência válida e importante para o debate no seio
dos juízes portugueses”, uma vez que houve vários
juízes que se opuseram à sua aprovação naquelas
circunstâncias e sem o aprofundamento da discussão.

Como se afirma na introdução desse documento,


proposto pela Direcção da ASJP, o mesmo “… não se
confunde com as normas deontológicas previstas no
estatuto nem tem vocação disciplinar ou sancionatória,
acolhe os princípios de ética judicial reconhecidos
pelos juízes …”.

Tal documento consagra os princípios da


independência, da imparcialidade, da integridade, do Justiça

humanismo, da diligência, da reserva e do associativismo judicial. É justamente o comentário 3º ao princípio


da imparcialidade[1] que provoca esta minha intervenção.

Aí se diz: “O juiz não integra organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade
ou que, pelo seu secretismo, não asseguram a plena transparência sobre a participação dos associados.”.

Imediatamente, esta foi considerada uma referência à Maçonaria e ao Opus Dei (cf. Correio da Manhã de
23/11/2008, que titula “Maçonaria sem Juízes”) e temos que concordar que essa é uma interpretação
absolutamente legítima.

Tanto assim é que o Sr. Desembargador Dr. Rui Rangel, que creio não ser Maçon, pondo em causa o
conteúdo daquele documento, escreveu no mesmo jornal: “E o que dizer da ofensa que lhe está subjacente,
feita a muitos juízes associados que agora ficaram a saber que não têm ética porque pertenceram ou
pertencem Maçonaria ou ao Opus Dei ou porque exerceram ou exercem funções em comissões de confiança
política.”.

Uma tal posição, no que à Maçonaria diz respeito, só pode ser consequência de preconceitos que muito mal
ficam a juízes (o compromisso foi elaborado por juízes), até porque são consequência, desde logo, da
ignorância, que poderia ser facilmente suprida com um pouco de trabalho: bastava consultar os sítios da
UGLE[2] e da GLLP na internet, para se concluir que a Maçonaria regular não oferece qualquer perigo de

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tornar os juízes menos imparciais, pelo contrário, impõe-lhes uma conduta de acordo com a lei e os
princípios da mais alta ética profissional.

Assim, “Nas Doze Regras Da Maçonaria”, publicadas no sítio da GLLP, além do mais, diz-se:

“…

6. A Maçonaria impõe a todos os seus membros o respeito das opiniões e crenças de cada um. Ela proíbe-lhes
no seu seio toda a discussão ou controvérsia, política ou religiosa. É um centro permanente de união fraterna,
onde reina a tolerante e frutuosa harmonia entre os homens, que sem ela seriam estranhos uns aos outros.
10. Os Maçons cultivam nas suas Lojas o amor da Pátria, a submissão às leis e o respeito pela Autoridade
constituída. Consideram o trabalho como o dever primordial do ser humano e honram-no sob todas as formas.

…”.

Ora, eu não vejo donde se possa retirar destes princípios ou doutros que a pertença à Maçonaria possa pôr em
causa a imparcialidade de um magistrado.

E eu acrescento: quantas organizações podem dizer, como nós podemos, que nos seus rituais se jura a
obediência à magistratura civil, conforme todos os II. um dia terão oportunidade de presenciar?

Há uns anos, no Reino Unido foi discutido no Parlamento se os juízes e polícias deviam ser obrigados a
revelar a sua filiação na Maçonaria e o Terceiro Relatório da Comissão de Assuntos Internos do Parlamento
decidiu, em Março de 1997, recomendar que fosse elaborado um registo dos Membros das magistraturas que
fossem Maçons. Em 17/02/1998, o Ministro do Interior anunciou que o Governo tinha aceitado a
recomendação da Comissão. De acordo com essa decisão, o”Lord Chancellor” (Procurador Geral) decidiu
que todos os novos nomeados para as magistraturas sob a sua responsabilidade devem declarar se são
Maçons[3].

A este propósito, afirmava José Augusto Seabra, em 23/03/1998, num artigo no “Público”: “O retorno
recorrente de alguns fantasmas que continuam ainda a povoar certas mentes arcaicas, entre nós, é bem
sintomático de como, sob o véu hipócrita de uma falsa “transparência”, nelas se escondem velhos e obscuros
demónios, sempre prontos a irromper à superfície quando as circunstâncias se lhes antolham propícias. Quem
diria, na verdade, que a obsessão fóbica quanto ao secretismo maçónico serviria de pretexto, em pleno
regime democrático, para se tentar pôr em causa liberdades e direitos fundamentais e sagrados, em termos
que fazem lembrar, curiosamente, com uma forte conotação “retro”, os idos da institucionalização da
ditadura, após a queda da República democrática?”.

Por outro lado, em editorial do “Expresso”, escrevi, em 17/03/1998, Henrique Monteiro: “… Numa
sociedade aberta e democrática, como hoje são praticamente todas as sociedades ocidentais, haverá razão
para a existência de associações cujos membros não se dão a conhecer? O facto de esses elementos,
sobretudo aqueles com responsabilidades elevadas no Estado, como os magistrados, poderem ter obediências
não conhecidas, não acaba por lhes conferir vantagens ou possibilidades superiores (ou, pelo menos,
desiguais) às dos seus colegas que não contam com as mesmas fidelidades?”. E continua: “É, além disso,
uma sociedade na qual os valores, sejam eles os da Liberdade e Fraternidade maçónica, ou os do catolicismo
de organizações como o «Opus Dei», não estão nem podem estar ameaçados, precisamente porque é uma
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sociedade aberta, onde se respeitam as convicções individuais que não prejudiquem o conjunto.”. Mas
reconhece que esta questão é mais complexa do que isto e que existem outras fidelidades, construídas em
universidades, clubes desportivos, sindicatos e outros, que são mais ou menos incontroláveis, e que os
próprios Estados não prescindem de organizações secretas. Termina dizendo que a proposta de Blair (tal
proposta foi dele) faz sentido no plano teórico, mas é totalmente ingénua no plano prático.

Este tipo de atitudes e preconceitos, no passado, levou à perseguição da Maçonaria. Para disso ter uma ideia,
basta ver o excelente artigo de Ferrer-Benimeli, Jesuíta espanhol e um dos maiores especialistas na
Maçonaria, no qual se explica que todas as ditaduras do século XX, de direita e de esquerda (com excepção
de Cuba) proibiram a Maçonaria e perseguiram os Maçons[4].

Por exemplo, Salazar fez aprovar na Assembleia Nacional a Lei n.º 1.901, de 21/05/1935, que, apesar de
nunca falar da Maçonaria, a ela se dirigia directamente (até porque não consta que durante o seu governo a
Opus Dei tivesse sido proibida ou perseguida). Na verdade, essa lei estabelecia restrições às sociedades
secretas, que eram definidas, e proibia qualquer funcionário público, civil ou militar, de a elas pertencer,
estabelecendo as respectivas penalidades.

Em face do projecto dessa lei, subscrito elo Sr. José Cabral, em polémica pública, Fernando Pessoa, dizendo
não ser Maçon nem anti-Maçon, escreveu no Diário de Lisboa, a partir de 04/02/1935, que o mesmo, pela sua
natureza e pelo seu conteúdo, se integrava nas melhores tradições dos Inquisidores. Nesse escrito afirmava
que, dada a imprecisão do conceito de sociedades secretas (as que exerçam a sua actividade, no todo ou em
parte, por modo clandestino ou secreto), o próprio José Cabral devia ser denunciado como membro de uma
sociedade secreta: o Conselho de Ministros. Afirmava também que tudo o que se faz de sério e importante no
mundo, faz-se em segredo, uma vez que os conselhos de ministros não se reúnem em público, como não o
fazem os directórios dos partidos políticos, nem os conselhos de administração das sociedades comerciais,
nem mesmo as direcções dos clubes desportivos. Afirma depois, que não mencionando o projecto a
Maçonaria, esta era praticamente o seu único objectivo. Mas a Maçonaria, afirma, não é uma simples
associação secreta, mas uma ordem iniciática, sendo o segredo comum a todas as ordens iniciáticas, a todos
os “Mistérios” e a todas as iniciações transmitidas de mestre a discípulo.

Também a este propósito, escreveu Norton de Matos, então Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa, ao
Presidente da Assembleia Nacional, Prof. Alberto dos Reis, uma carta, opondo-se ao conteúdo de tal
projecto, onde, para além do mais, afirmava: “Associação secreta deve ser para efeitos penais: aquela cujos
fins sejam imorais e inconfessáveis. São de todos conhecidos os fins da Maçonaria e os princípios morais que
guiam a sua conduta; nunca se procurou ocultar a eleição dos seus Grãos-mestres e a nomeação dos seus
corpos dirigentes; realizam os Maçons muitas sessões e solenidades públicas, onde ostentam as suas insígnias
e onde tomam os seus lugares habituais, na sala das suas reuniões, não temendo portanto, ser conhecidos
pelos muitos concidadãos não Maçons que a essas sessões assistem.”.

E mais adiante afirma:”Mais uma vez, na longa carreira através dos séculos, a Maçonaria se encontra sob
uma onda de perseguições. De um extremo os bolchevistas procuram evitá-la na Rússia; de outro extremo as
forças reaccionárias promovem a sua expulsão da Itália e da Alemanha.”.

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Mas vejamos porque são os rituais Maçónicos só praticados entre Iniciados e porque não revelam estes a
identidade de outros Iniciados, salvo com autorização dos próprios.

A resposta à primeira questão é óbvia: porque isso é inerente a qualquer rito iniciático, como muito bem
explica Fernando Pessoa no referido artigo.

Por outro lado, quanto à não revelação dos seus membros há que ter em conta que, embora vivamos em
sociedades abertas e democráticas, a liberdade e a democracia nestas não é necessariamente uma dado
imutável e a história está repleta, sobretudo no século XX, de exemplos de reversão de democracias para
ditaduras, em que, como refere Ferrer-Benimeli, quase invariavelmente, os Maçons foram perseguidos.

Além disso, como afirma Rui Bandeira, em texto publicado no blogue “Partir Pedra, em 08/01/2008, “A
Fraternidade implica o reconhecimento da dignidade do outro em todas as circunstâncias. Implica o respeito
pelo outro, pela sua inteligência, pelas suas escolhas. Se um maçon divulgasse que outrem tem essa
qualidade, sem que o visado tivesse previamente assumido a mesma publicamente, estaria, sobretudo a
desrespeitá-lo, a desrespeitar essa sua escolha. Se o visado não se tinha assumido publicamente como maçon,
isso resultava de uma análise do mesmo, de uma escolha sua. Análise e escolha que era seu direito fazer e
que só a ele competia fazer. Divulgar que esse que se não assumiu como maçon é maçon corresponde a
substituir, a desvalorizar, a desconsiderar, o juízo por ele feito, em favor do juízo (ou da falta de juízo…) do
próprio.”.

Se nenhum cidadão pode ser perguntado pela sua religião (art.º41º/3 da CRP[5]) e, por isso, também não
pode ser perguntado sobre se pertence a alguma igreja; se os partidos políticos não têm que revelar os seus
membros[6], mas tão só os titulares; se todos os cidadãos têm liberdade de associação sem interferência das
autoridades públicas (art.º 46º/2 da CRP[7]); se os magistrados podem fazer parte de partidos políticos, sem
ter que o revelar, só estando proibidos de exercer actividades político-partidárias públicas[8]; se a DUDH
consagra a liberdade de pensamento, em público e em privado com os respectivos ritos (art.º 18º[9]), porque
haveria a Maçonaria de ter que revelar os seus membros?

E porque teriam os magistrados que dizer que são Maçons, se não têm que dizer se pertencem a um partido
político, a um clube desportivo, a uma associação religiosa, se são sócios de uma sociedade comercial ou se
são colaboradores dos serviços de informações?

Por outro lado, para além da devassa da intimidade de cada um ou da intenção de descriminar um magistrado
por ser Maçon, não vejo qual o interesse prático da revelação da qualidade de Maçons pelos magistrados.

Na verdade, se o magistrado se revela como Maçon, mas nem as partes nem as testemunhas de um processo
têm que o fazer, sempre se fica sem saber se o magistrado favoreceu uma das partes ou deu especial crédito a
uma testemunha por serem Maçons.

Por outro lado, se, como afirma Henrique Monteiro, essa revelação se destina a evitar que os magistrados
Maçons beneficiem de vantagens ou possibilidades superiores às dos seus colegas que não contam com as
mesmas fidelidades, então forçoso é concluir que se essa revelação for feita, os Maçons, para não serem
beneficiados, serão prejudicados, já que, com sabemos a Maçonaria suscita sentimentos exacerbados.

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Mas, para além disso, todas as outras fidelidades teriam que ser reveladas e registadas, para evitar que os
magistrados fossem por via delas beneficiados. Ou será que ser beneficiado porque se pertence ao mesmo
partido político, ao mesmo sindicato ou linha sindical, ao mesmo clube desportivo ou porque se foi colega de
escola ou de faculdade de determinadas pessoas põe menos em causa o independência do magistrado, o
estado de direito e é mais aceitável?

Creio que além de preconceituoso este tipo de atitude revela a dificuldade que vai campeando em lidar com
espíritos verdadeiramente livres, que se não deixam dominar por quaisquer tipos de interesses que não os
mais elevados. Esta dificuldade foi o caldo de cultura de todas as ditaduras. Eis, pois, porque é perigosíssima
e porque é absolutamente necessário combatê-la.

Eu quero dizer-vos que sou Maçon com muito orgulho e muito proveito, do ponto de vista do meu
crescimento interior e da minha humanidade, que considero que sou um juiz imparcial, tanto quanto um
homem o pode ser, e que não vejo qualquer incompatibilidade entre essas duas qualidades. Quero também
dizer-vos que não deixarei de ser Maçon por cedência a preconceitos mesquinhos e ignorantes como estes, tal
como afirmei na cerimónia da minha iniciação[10].

Assim o GADU mê dê força e me ilumine para merecer ser Maçon.

Lisboa, Setembro de 2009

Prancha de Autor Desconhecido

Notas:
[1] ENUNCIADO: A IMPARCIALIDADE É O ATRIBUTO FUNDAMENTAL DOS JUÍZES E DA
FUNÇÃO JUDICIAL, QUE VISA GARANTIR O DIREITO DE TODOS OS cidadãos ao julgamento justo e
equitativo. Princípios: 1. No exercício da função judicial, os juízes são imparciais, accionando os
mecanismos de escusa nas situações que possam gerar dúvidas sobre a sua imparcialidade, observando as
regras do processo que garantem a igualdade e o contraditório e repudiando todas as formas de
discriminação. 2. Os juízes rejeitam a participação em actividades extrajudiciais que ponham em causa a sua
imparcialidade e que contendam ou possam vir a contender com o exercício da função ou que condicionem a
confiança do cidadão na sua independência e na imparcialidade da sua decisão

[2] Na verdade, como se afirma no sítio da UGLE:

“Public Affairs

The basic principles and the statement of Freemasonry’s aims show that the rule that forbids Masonic
discussion of politics is designed to prevent regular Freemasonry becoming involved in any way in affairs of
State, whether they are domestic or external. Great care must be taken to ensure that nothing is done that
might allow it even to seem to be so involved. Grand Lodges which ignore these principles are not
conducting themselves regularly and cannot expect to be or to remain recognised.”.

E mais: “Secrecy

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Freemasonry is not a secret society.

Like many other societies, it regards some of its internal affairs as private matters for its members.

• There is no secret about its aims and principles. Copies of the constitutions and rules can be obtained from
Freemasons’ Hall by interested members of the public.

• The ‘secrets’ of Freemasonry are concerned with its traditional modes of recognition. Its ceremonies are
private.

• In ordinary conversation there is very little about Freemasonry that may not be discussed.

On enquiry for acceptable reasons, Freemasons are free and will be proud to acknowledge their own
membership.

E em perguntas e respostas: Q Why are you a secret society? «A We are not, but lodge meetings, like those
of many other groups, are private and open only to members. The rules and aims of Freemasonry are
available to the public. Meeting places are known and in many areas are used by the local community for
activities other than Freemasonry. Members are encouraged to speak openly about Freemasonry. Q What are
the secrets of Freemasonry? A The secrets in Freemasonry are the traditional modes of recognition which
are not used indiscriminately, but solely as a test of membership, e.g. when visiting a Lodge where you are
not known. Q What happens at a lodge meeting? A The meeting is in two parts. As in any association there
is a certain amount of administrative procedure – minutes of last meeting, proposing and balloting for new
members, discussing and voting on financial matters, election of officers, news and correspondence. Then
there are the ceremonies for admitting new Masons and the annual installation of the Master and appointment
of officers. The three ceremonies for admitting a new Mason are in two parts – a slight dramatic instruction
in the principles and lessons taught in the Craft followed by a lecture in which the candidate’s various duties
are spelled out. Q Why do Freemasons take oaths? A New members make solemn promises concerning
their conduct in Lodge and in society. Each member also promises to keep confidential the traditional
methods of proving that he is a Freemason which he would use when visiting a lodge where he is not known.
Freemasons do not swear allegiances to each other or to Freemasonry. Freemasons promise to support others
in times of need, but only if that support does not conflict with their duties to God, the law, their family or
with their responsibilities as a Citizen. Q Why do your ‘obligations’ contain hideous penalties? A They no
longer do. When Masonic ritual was developing in the late 1600s and 1700s it was quite common for legal
and civil oaths to include physical penalties and Freemasonry simply followed the practice of the times. In
Freemasonry, however, the physical penalties were always symbolic and were never carried out. After long
discussion, they were removed from the promises in 1986.

[3] Cf. www.publications.parliament.uk:

Lord Burnham asked Her Majesty’s Government:

Why the application form for lay membership of employment tribunals contains the question ”Are you a
Freemason?” when no other voluntary associations are singled out for declaration, and

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Whether the question ”Are you a Freemason?” contained in application forms for lay membership of
employment tribunals is in breach of human rights legislation and the European Convention on Human
Rights; and whether this represents unfair discrimination.[HL4086]

Lord Sainsbury of Turville: First, I would like to reassure the noble Lord that the answer to the ”Are you a
Freemason?” question has no impact on this selection process. The decision on appointment as a lay member
to an employment tribunal will be based on how far applicants meet the published criteria. Whether or not
candidates are freemasons has no bearing on their suitability for these posts.

13 May 2002 : Column WA10

The Home Affairs Select Committee’s third report Freemasonry in the Police and the Judiciary, published in
March 1997, recommended that a register should be established in order to promote greater openness about
membership of the freemasons in the criminal justice system. Although the Select Committee’s report had
found no clear evidence of freemasonry exerting any improper influence within the criminal justice system, it
concluded that suspicions about the influence of freemasonry were damaging to the credibility of the
criminal justice system, and that the greatest cause of the suspicions was the secrecy surrounding freemasons.
On 17 February 1998 the Home Secretary announced that the Government accepted the committee’s
proposal.

Consistent with the Government’s response, the Lord Chancellor decided that new appointees to judicial
office for which he was responsible in both the civil and criminal justice system should be required to declare
whether or not they are freemasons. Employment tribunal lay members act in a judicial capacity and it is the
policy of my department to adopt the same approach to these appointments. Equally we are committed to
transparency in public appointments.

The Government believe that the requirement to disclose membership of the freemasons as a condition of
appointment of the application form for these appointments is not incompatible with the European
Convention on Human Rights and does not represent unfair discrimination.

[4] La Franc-Maçonnerie face aux dictatures”, La Revue do GRA, in www.freemasons-freemasonery.com.

[5] Constituição da República Portuguesa. Art.º 41º/3: “Ninguém pode ser perguntado por qualquer
autoridade acerca das suas convicções ou prática religiosa, salvo para recolha de dados estatísticos não
individualmente identificáveis, nem ser prejudicado por se recusar a responder.”.

[6] Art.º 6º da Lei dos Partidos Políticos: “Princípio da transparência

1. Os partidos políticos prosseguem publicamente os seus fins.


2. A divulgação pública das actividades dos partidos políticos abrange obrigatoriamente:
1. Os estatutos;
2. A identidade dos titulares dos órgãos;
3. As declarações de princípios e os programas;
4. As actividades gerais a nível nacional e internacional.
3. Cada partido político comunica ao Tribunal Constitucional, para efeito de anotação, a identidade dos titulares
dos seus órgãos nacionais após a respectiva eleição, assim como os estatutos, as declarações de princípios e o
programa, uma vez aprovados ou após cada modificação.”.

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[7] “As associações prosseguem livremente os seus fins sem interferência das autoridades públicas e não
podem ser dissolvidas pelo Estado ou suspensas as suas actividades senão nos casos previstos na lei e
mediante decisão judicial.”.

[8] Art.º 21º da Lei dos Partidos Políticos, LOrg 2/2003, de 22/08:

1. Não podem requerer a inscrição nem estar filiados em partidos políticos:


1. Os militares ou agentes militarizados dos quadros permanentes em serviço efectivo;
2. Os agentes dos serviços ou das forças de segurança em serviço efectivo.
2. É vedada a prática de actividades político-partidárias de carácter público aos:
1. Magistrados judiciais na efectividade;
2. Magistrados do Ministério Público na efectividade;
3. Diplomatas de carreira na efectividade.
3. Não podem exercer actividade dirigente em órgão de direcção política de natureza executiva dos partidos:
1. Os directores-gerais da Administração Pública;
2. Os presidentes dos órgãos executivos dos institutos públicos;
3. Os membros das entidades administrativas independentes

[9] “Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a
liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou
convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e
pelos ritos.”.

[10] “Declarais solenemente, por vossa honra, que … não fostes movido por solicitação imprópria de amigos,
contra a vossa própria inclinação e que não fostes influenciado por motivos mercenários ou outros menos
dignos e que é livre e espontaneamente que vos apresentais como candidato aos mistérios e privilágios da
Maçonaria?”

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