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Internacional Comunista
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O nome de fundação do partido é "Partido Comunista do Brasil", mas seus militantes se referiam à
organização como Partido Comunista Brasileiro ou como Partido Comunista do Brasil, indistintamente,
conforme atesta a carta de Astrojildo Pereira à Internacional Comunista datada de 9 de agosto de 1922.
A reunião de fundação é considerada como o I Congresso do PCB, durante o qual foi escolhida a primeira
Comissão Central Executiva (CCE), composta de dez membros (cinco titulares e cinco suplentes), sendo
titulares: Abílio de Nequete (secretário-geral), Astrojildo Pereira (imprensa e propaganda), Antônio Canellas
(secretário internacional), Luís Peres (frações sindicais) e Cruz Júnior (tesoureiros); os suplentes eram:
Cristiano Cordeiro, Rodolfo Coutinho, Antônio de Carvalho, Joaquim Barbosa e Manuel Cendón.
Seguindo a tendência mundial entre os partidos comunistas, em 4 de abril do mesmo ano é publicado no
Diário Oficial da União o anúncio da sua fundação, porém com o nome de Partido Comunista – Seção
Brasileira da Internacional Comunista (PC-SBIC). Um estatuto também foi elaborado com a primeira
reunião.[14]
Partido Partido
Comunista do Popular
Cidadania
Brasil (PCB) Socialista
Partido Comunista 2019–presente
1922–1961 (PPS)
Brasileiro (PCB) 1992–2019
1961–1992
Partido Comunista
Brasileiro (PCB)
1993–presente
Liga Comunista
Internacionalista
(LCI)
Partido Operário
Leninista (POL)
Partido Socialista
Revolucionário
(PSR)
Partido
Partido Comunista do
Movimento Pátria Brasil
Revolucionário Oito Livre (PCdoB)
de Outubro (MR8) (PPL) 1962–presente
2009–2019
Primeiros Anos
Conquista a legalidade em janeiro de 1927, quando elege Azevedo Lima para a Câmara dos Deputados.
Em 12 de agosto do mesmo ano volta à ilegalidade por meio da Lei Celerada. Com o fim mandato de
Washington Luís e o fim da Lei Celerada o partido volta a legalidade.[14]
Após o 1o de maio de 1929, violentamente reprimido pela polícia, o CCE indica os delegados à 1a
Conferência Latino-americana dos Partidos Comunistas, que se realiza em junho, em Buenos Aires,
Argentina, com o objetivo de apreciar a situação dos PCs latino-americanos face às resoluções do VI
Congresso da IC. São indicados Paulo de Lacerda, Mário Grazini, Danton Jobim e Leôncio Basbaum.
Após chegar ao Brasil, um deles foi procurar Prestes para convidá-lo a participar das eleições presidenciais
de 1930, na tática da aliança de classes.[18] Mas Prestes não aceitou o convite.[14]
Minervino de Oliveira foi escolhido para ser o candidato do partido, que também apresentou candidatos ao
Senado Federal. Foram eles Duvitiliano Ramos, gráfico e romancista, e Domingos Brás, tecelão e ex-
anarquista, pelo estado do Rio, e Paulo Lacerda, advogado, e Mário Grazini, gráfico, pelo então Distrito
Federal.[14] Nenhum deles foi eleito.[14]
Em 3 de outubro de 1930, iniciou-se a Revolução de 1930, onde Washington Luís foi deposto por um
golpe militar. O PCB não apoiou esta Revolução. Em suas análises, este movimento beneficiaria ao
imperialismo inglês e, ao invés de introduzir mudanças na estrutura agrária do país, tentaria, ao contrário,
“evitar a revolução das massas”.[19]
Iniciada a reorganização partidária em todos os estados da Federação, diante da convocação das eleições
constituintes para maio de 1933, o PCB não obteve registro no Tribunal Eleitoral, sob a justificativa de que
era um partido internacionalista. O partido procurou lançar candidatos através da legenda já registrada da
União Operária e Camponesa, mas não conseguiu eleger nenhum representante à Assembleia.[14]
Em 1931 Luís Carlos Prestes é formalmente aceito como membro do PCB em 1º de agosto. Com Prestes o
PCB participa da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Após esta ser posta na ilegalidade, o partido inicia,
em seu nome, a revolta militar de novembro de 1935, conhecida como Levante Comunista ou Intentona
Comunista.[14] A insurreição foi derrotada, como resultado de um planejamento pobre e de uma visão
construída pela Comintern e muito distante da realidade nacional. Intensifica-se a repressão do governo
brasileiro à oposição, processo que culminou com a instauração da ditadura do Estado Novo, em 1937.[14]
Com a maioria de seus dirigentes presos (inclusive Prestes, desde 1936),
o PCB se desarticulou completamente, até que, em fins de 1941, grupos
isolados do Rio de Janeiro, de São Paulo e da Bahia iniciam a
reorganização do partido, no evento que ficou conhecida como
"Conferência da Mantiqueira",[14] uma reunião clandestina que tinha à
frente, entre outros, o médico baiano Milton Cayres de Brito.
Em 1945, Prestes e outros dirigentes são anistiados, o PCB retorna à legalidade e obtém seu registro
eleitoral. Nas eleições presidenciais de 2 de dezembro do mesmo ano, o PCB lança a candidatura de Iedo
Fiúza, ex-prefeito de Petrópolis, que não era oficialmente militante do partido. Ele obtém cerca de 10% do
total de votos, tanto para si mesmo como para a chapa. O PCB elegeu assim um senador, o próprio Prestes,
além de 17 deputados constituintes, dentre os quais o escritor Jorge Amado.[14]
Apesar da ilegalidade e a linha partidária avessa a participação eleitoral, o partido manteve alguns feudos
eleitorais, como na cidade de Rio Grande, onde o partido foi constantemente o terceiro maior partido do
município, com a média de 10% dos votos concorrendo por diversos partidos como o Partido Social
Progressista (1946) e Partido Republicano.[25]
Em 1956, sob o impacto do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), instauram-
se divergências internas profundas, que fazem o partido perder um número expressivo de militantes,
dirigentes e intelectuais. Lança a "Declaração de Março" de 1958, na qual o começa a discutir a questão
democrática.[26]
Em setembro de 1960 o PCB decide instituir uma campanha para a conquista da legalidade, o que o faz,
inclusive, adequar-se juridicamente, alterando sua denominação de Partido Comunista do Brasil para
Partido Comunista Brasileiro, mas mantendo a sigla PCB. Decidiu pelo abandono do IV programa e pela
aprovação imediata de outro.[14] A antiga nomenclatura seria depois aproveitada pelo dissidente PC do B.
O regime militar instituído em abril de 1964 impôs ao PCB mais um longo período de clandestinidade. A
repressão que se seguiu ao golpe, afetando o conjunto das forças democráticas, atingiu fortemente o PCB.
A recusa ao foquismo e às várias formas de intervenção armada propostas por diversos grupos de esquerda
desde 1961[27] custou ao PCB a cisão do partido e a perda de importantes dirigentes, entre eles, Carlos
Marighella, Mário Alves, Jover Telles e Apolônio de Carvalho.
A primeira dissidência do
PCB ocorrera em 1962, com
a criação do PC do B, que
posteriormente empreenderia
a guerrilha do Araguaia.
Após o golpe de 1964, uma
nova cisão interna do PCB
teria início em 1967, ainda
Túmulo de Manuel Fiel Filho,
em razão de divergências
operário e militante do PCB que,
quanto à participação do
assim como Vladimir Herzog, foi
O jornalista Vladimir Herzog,
partido na resistência armada
preso e torturado até a morte pela
importante militante do PCB, foi preso ao regime militar. Quando os
ditadura militar brasileira, em
e torturado até à morte pela ditadura militantes favoráveis à luta
1976.
militar brasileira, em 1975. armada foram vencidos, eles
formaram a chamada
Corrente Revolucionária de Minas Gerais (ou Corrente Brasil). A
partir de 1968, vários outros agrupamentos e organizações foram criados por egressos do PCB. Em
fevereiro de 1968, Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira criaram o Agrupamento Comunista de
São Paulo, que, seis meses depois, daria origem à ALN. No Rio Grande do Sul, o grupo Dissidência
Leninista seria a origem do Partido Operário Comunista (POC), que, posteriormente, juntar-se-ia à POLOP,
criada em 1961. Outros grupos, baseados no Rio de Janeiro e no Nordeste, formaram o Partido Comunista
Brasileiro Revolucionário (PCBR), liderado por Apolônio de Carvalho, Jacob Gorender e Mário Alves.
Universitários de Niterói constituiriam o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, cujo nome lembrava a
data da morte de Che Guevara.[28]
Os anos que se seguiram à promulgação do Ato Institucional Número Cinco, de 13 de dezembro de 1968,
foram de intensificação da repressão. Entre 1973 e 1975 o DOI-CODI deu início a Operação Radar, que
visava os dirigentes do PCB que integravam Comitê Central do Partido.[29][30][31][32] Um terço dos
membros do Comitê Central desapareceram ou foram assassinado nesse período e centenas de militantes
submetidos à tortura, alguns viriam a falecer.[29][30][31] Entre mortos e desaparecidos que integravam o
Comitê Central em 1974 do Comitê Central estavam os militantes David Capistrano da Costa, Luiz Ignácio
Maranhão Filho e João Massena Melo.[29][30][31] Em 1975 mais sete membros do Comitê Central
desapareceram ou foram assassinados, entre eles estavam Itair José Veloso, Nestor Veras, Hiran de Lima
Pereira.[29][30][31] O irmão do ex-vice-presidente Pedro Aleixo, o gráfico Alberto Aleixo, que trabalhava
para o jornal "Voz Operária", foi preso em janeiro de 1975 na ação que visava a gráfica do PCB.[31][33]
Alberto Aleixo ficou preso aproximadamente dois meses e veio a falecer em agosto de 1975 em
decorrência dos ferimentos das torturas sofridas na prisão.[29][30][31][33] José Montenegro, dirigente da
Juventude Comunista, também desapareceu nesse período.[30][31][34]Foram também vítimas fatais dessa
operações sobre o PCB o jornalista Vladimir Herzog e o operário Manoel Fiel Filho.[29][30][31][35] É nesse
período que o sindicalismo não comunista se organiza e obtém importantes conquistas na luta contra a
ditadura a partir da ação estruturada dos metalúrgicos do ABC e, posteriormente dos bancários de São
Paulo, dentre outras categorias. Esse movimento isolou paulatinamente os sindicatos e lideranças ligadas ao
PCB e constituiu-se no embrião do futuro Partido dos Trabalhadores, que agregaria vários movimentos
populares não polarizados pelo PCB.
A Volta à Legalidade
Com a anistia em setembro de 1979, retornam dirigentes e militantes que estavam no exterior, mas novas
divergências internas – que já estavam se expressando no exterior – culminam com a saída de Luís Carlos
Prestes em 1980 e dos militantes que lhe davam apoio (mais tarde organizados no que viria a ser o atual
Polo Comunista Luiz Carlos Prestes - PCLCP). Assume então como secretário-geral Giocondo Dias.
Em 1985, com o fim da ditadura militar e o início da Nova República, tanto o PCB como o PCdoB voltam
a funcionar como partidos políticos legais. O PCB, defendendo a bandeira da luta pela democracia através
da formação de uma "frente ampla" desde 1965, presta apoio à transição democrática e aos primeiros anos
do governo de José Sarney.
Segunda Cisão
Nova crise instaura-se a partir de 1989 na esteira dos acontecimentos do Leste Europeu e da crise de
representatividade que vinha vivendo o partido – perdendo espaço nas esquerdas e no movimento sindical
para o PT e deixando de contar com o aporte político da URSS que se esfacela após a queda do muro de
Berlim.
É nesse momento que o PCB se divide a grosso modo em dois grupos: o liderado pelo senador Roberto
Freire (do qual fazem parte os jornalistas Rodolfo Konder e Jarbas de Holanda e dirigentes sindicais como
Alemão, entre outros), que deseja romper com conceitos de revolução social, abraçar ideias da social-
democracia e da chamada "nova esquerda" e se afastar definitivamente da herança soviética após o desastre
da invasão do Afeganistão; e o grupo liderado pelo arquiteto Oscar
Niemeyer, cartunista Ziraldo, educador Horácio Macedo, livreiro
Raimundo Jinkings, artistas, intelectuais e trabalhadores que buscam
manter erguida a bandeira comunista e fazer uma análise marxista da
crise no Leste Europeu.
Congressos
Carteira de militante do PCB de
Carlos Marighella.
I Congresso – Niterói: Março de 1922
O primeiro Congresso do PCB, ocorreu nos dias 25, 26 e 27 de março de 1922, na cidade de Niterói - RJ.
Nesta reunião de fundação:
Foi debatida a linha política que orientou o congresso, levando-se em conta, na compreensão da formação
do Brasil, os seguintes elementos:
a dominação imperialista;
a economia agrária;
o problema da terra;
a revolução democrático - burguesa.[14]
É realizado a reorganização do Partido Comunista depois dos golpes sofridos pelo Estado
Novo de Vargas, surgida na Conferência da Mantiqueira, em 1943;
Estabeleceu um Programa Socialista para o Brasil;
Foi aprovado um novo estatuto do PC-SBIC.[14]
Em 1956, sob o impacto do XX Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), instauram-
se divergências internas profundas, que fazem o partido perder um número expressivo de militantes,
dirigentes e intelectuais. É lançada a "Declaração de Março" de 1958, na qual o começa a discutir a questão
democrática.[14]
Em setembro de 1960 o PCB decide instituir uma campanha para a conquista da legalidade, o que o faz,
inclusive, adequar-se juridicamente, alterando sua denominação de Partido Comunista do Brasil para
Partido Comunista Brasileiro, mas mantendo a sigla PCB. Decidiu pelo abandono do IV programa e pela
aprovação imediata de outro.
Nesse processo forma-se, no interior do Partido, um grupo de descontentes em relação à nova linha
adotada, advogando pela manutenção da ortodoxia stalinista, ligados ao maoismo. Em 1962, esse grupo é
expulso por formação de tendência, construindo então o PCdoB.[39]
Dirigentes
Secretários-Gerais
Abílio de Nequete: 1922[40]
Astrojildo Pereira: 1924-1930[41]
Heitor Ferreira Lima: 1931[42]
Fernando Paiva de Lacerda: 1931-1932[43]
José Vilar: 1932[44]
Duvitiliano Ramos: 1932[45]
Domingos Brás: 1932[46]
Lauro Reginaldo da Rocha (Bangu):[47]
Antônio Maciel Bonfim (Miranda): ?[48]
Luís Carlos Prestes: 1943-1980[49]
Giocondo Dias: 1980-1985[50]
Ivan Pinheiro: 2005-2016[51]
Edmilson Costa: 2016-atualmente[52]
Presidentes
Giocondo Dias - 1985-1987[53]
Salomão Malina - 1987-1991[53]
Roberto Freire - 1991-1992[53]
Eleições presidenciais
Candidato a
Candidato(a)
Ano Foto Vice- Coligação Votos % Posição Ref
a Presidente
Presidente
Gastão 720 ou
Minervino de [54][55][56]
1930 Valentim PCB, BOC 151 0,007 3º
Oliveira [nota 1]
Antunes
Sem
1945 Yedo Fiúza Nenhum[nota 2] coligação
569.818 9,71 3º [57]
Sem [58]
1989 Roberto Freire Sérgio Arouca 769.123 1,06 8º
coligação
Ver também
Lista de partidos políticos no Brasil
Política do Brasil
Marxismo-leninismo
Notas
1. As fontes são divergentes a este respeito
2. Em 1945, estava em disputa apenas o cargo de presidente. O vice-presidente seria eleito no
ano seguinte de forma indireta.
Bibliografia
CASSIN, Marcos. Partido Comunista do Brasil (PC do B): fundação e trajetória. Piracicaba,
SP: 1996, mimeo.
CHILCOTE, Ronald. O Partido Comunista Brasileiro: conflito e integração (1922-1972). Rio
de Janeiro: Graal, 1982.
DIÁRIO da guerrilha do Araguaia. São Paulo: Alfa-Ômega, 1979.
DÓRIA, P. et al. A guerrilha do Araguaia. São Paulo: Alfa-Ômega, 1978.
JOFFILY, Bernardo. O melhor aniversário para o PC do B. Questão de ordem, São Paulo, n.
114, 15 de março de 1999.
LIMA, Haroldo. Itinerário de lutas do Partido Comunista do Brasil (PC do B) de 1922 a 1984.
3. ed. Salvador: * Editora Maria Quitéria, 1984.
PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL. A linha política revolucionária do Partido Comunista
do Brasil. Lisboa: Maria da Fonte, 1974a.
GÁRCIA, Marco Aurélio. Notas para uma história dos trabalhadores: contribuição à história
da esquerda brasileira e outros escritos. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2019.
Ligações externas
«Acervo PCB» (http://www1.cedem.unesp.br/acervos/acervo_pcb.htm).
www1.cedem.unesp.br, no Centro de Documentação e Memória da UNESP
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