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Venâncio Aires
2019
Síntese da História da Maçonaria:
No império romano do ocidente surgiram as primeiras associações de
construtores, os Collegia Fabrorum, que acompanhavam as legiões romanas para
reconstruir o que fosse destruído pela guerra. Já apresentavam caráter religioso.
Na idade média, através da igreja, surgiu a hoje chamada maçonaria operativa
(maçonaria de ofício), com intuito de preservar a Arte Real entre os mestres
construtores. A partir do século VI as Associações monásticas, dominavam o segredo da
arte de construir, ficando restrita aos conventos. Posteriormente os frades construtores
começaram a ensinar leigos devido a necessidade de expansão.
Surgiram no século X as Confrarias Leigas que apesar de formadas por leigos
ainda tinha influência do clero. Dessa época é a primeira reunião de construtores: a
Convenção de York, com intuito de repara os prejuízos que as associações tiveram nas
guerras e foi aprovado um estatuto, a Carta de York.
No século XII surgiram as Guildas, que pela primeira vez usaram o termo Loja
para uma corporação ou local de trabalho e paralelamente surgiram os Steinmetzen
(canteiros) na Alemanha. Ainda nesse século surgiram os Oficios Francos
(Francomaçonaria) formada por trabalhadores livres.
A Santa Arte e associação dos pedreiros, fundada no século XIII, é considerada
por muitos o início da maçonaria moderna. Na mesma época ocorreu a Convenção de
Estrasburgo, para discutir os andamentos das obras.
No início do século XVI as corporações começaram seu declínio, devido em
grande parte pela perseguição do clero. Os privilégios concedidos aos francomaçons
foram revogados, o foram proibidas as assembleias. Tudo isso juntamente com ascensão
do renascentismo e queda do estilo gótico, definiram a decadência das corporações que
passaram a existir apenas como sociedades de auxilio mútuo, permitindo a partir dai
entrada de não construtores, chamados de Maçons aceitos.
Na época não existiam lojas maçônicas então os maçons se reuniam em tabernas
ou nos pátios das igrejas. Em 1717 se reuniram na taberna “The Apple Tree” quatro lojas
metropolitanas The Goose and Gridion, The Crown, Rummer and Grappes e The Apple
Tree. No dia 24 de junho desse mesmo ano essas quarto lojas criaram The Premier Grand
Lodge (A primeira Grande Loja).
Os primórdios da Maçonaria no Brasil
A primeira loja maçônica brasileira surgiu em uma fragata francesa em aguas
territoriais da Bahia. Já a primeira loja regular foi a Reunião, fundada em 1808.
Em 1804, dois anos após a publicação de um manifesto do irmão José Bonifácio,
o Grande Oriente Lusitano nomeou três delegados para criar Lojas regulares no Rio de
Janeiro filiadas àquele Gr.: Or.: : Constância e Filantropia, que juntamente com a
Reunião, serviram de centro comum para todos os maçons existentes no Rio de Janeiro.
Porém antes desse acontecimento já se organizavam Lojas no Brasil.
Em Pernambuco foi fundado o Areópago de Itambé (1796), que não se tratava
de uma verdadeira loja pois não era composta inteiramente por Maçons.
Loja Cavaleiros da Luz, fundada na Bahia em 1797.
Loja União, fundada em Niterói em 1800.
Instalação da Loja Reunião, sucessora da União em 1801.
Criação da loja Virtude e Razão, em 1802 na Bahia.
Fundação das Lojas Constância e Filantropia, no Rio de Janeiro em 1804.
Fechamento das Lojas Constância e Filantropia, no Rio de Janeiro em 1806 pelo
Conde dos Arcos.
Criação da Loja Virtude e Razão Restaurada, sucedendo a Virtude e Razão em
1807.
Fundação da loja Regeneração em 1809 em Pernambuco.
Fundação, em 1812, da loja Distintiva em Niterói.
Instalação, na Bahia, da Loja União em 1813
Também em 1813 fundação de uma Obediência efêmera e sem suporte legal,
constituída por três Lojas da Bahia e uma do Rio de Janeiro.
Fundação da Loja Comércio e Artes em 1815 no Rio de Janeiro.
Expedição do alvará de 30 de março de 1818, proibindo os trabalhos maçônicos.
Em 1821 reinstalação da Loja Comércio e Artes, no rio de janeiro.
17 de junho de 1822: fundação do GRANDE ORIENTE.
Algumas definições Importantes
Aprendiz Maçom: aquele que aprende a Arte Real, que trabalha a pedra butra afim de
que se torne cúbica (simbólico).
Avental: peça de couro para proteção do corpo e roupas. Símbolo do trabalho. O de
aprendiz é branco e de couro com a aba levantada, remetendo o avental dos antigos
canteiros que cobria o peito
Cadastro: número de registro de cada Maçom, na sua respectiva Obediência. Serve
como doc. de identificação para visitas a outras lojas.
Capitação: Uma das contribuições pecuniárias devidas pelos membros de uma loja.
Cinzel: instrumento cortante usado por escultores e canteiros. Instrumento de trabalho
do Apr.: M.:, usado para desbaste da pedra bruta.
Geometria: uma das Sete Ciências ou Artes Liberais da Antiguidade. Base da Arte de
Construir. Principal ciência da Maçonaria.
Grão-Mestre: chefe do poder executivo maçônico. Supremo mandatário de uma
Obediência, eleito pelo povo maçônico.
Gutural: relativo a garganta. Sinal Gutural – feito com a mão sobre a garganta.
Interstício: tempo mínimo que o obreiro deve permanecer em seu grau.
Irmão: membro de uma confraria, correligionário, homem que em relação a outro
apresenta o mesmo pai ou a mesma mãe.
Liturgia: ordem e forma de realização do cerimonial.
Loja: corporação maçônica e o local onde a mesma realiza reuniões.
Maço: instrumento de madeira rija, semelhante a um martelo. É o outro instrumento do
Apr.: M.:
Maçom: É o iniciado na Maçonaria. Maçom = pedreiro. Simbólico – agente da
construção social.
Maçonaria de Oficio ou Operativa: rótulo hoje dado as organizações de construtores, as
quais floresceram na idade média e foram precursoras da atual forma de organização
maçônica.
Maçonaria dos Aceitos ou Especulativa: Atual forma de organização maçônica. Iniciados
não são necessariamente ligados a arte de construir.
Obediência: dependência, subordinação. Se aplica à associação de um grupo de lojas,
sob a direção de um Grão-Mestrado.
Obreiro ou Operário: cada membro de uma Loja Maçonica.
Palavra de passe: palavra que permite a passagem. Permite que o Obreiro possa ser
admitido ao Templo.
Palavra Sagrada: um dos meios de reconhecimento de cada Grau. No REAA exite a
passagem da palavra no início e fim dos trabalhos.
Palavra Semestral: envida pelo Grão mestre a cada 6 meses. Penhor de de regularidade
e frequência.
Pedra Bruta: é a pedra não trabalhada, informe.
Pedreiro-Livre: é como é chamado o Maçom. Referência ao fato de que apenas homens
livre podem ingressar.
Poderes Maçonicos: apresentam estrutura semelhante ao estado. Poderes executivo,
legislativo e judiciário.
Régua: instrumento para traçar linhas retas. Utilizado para marcação da pedra bruta a
ser esquadrejada.
Rito: é o cerimonial próprio de um culto. Existem diversos ritos que diferem entre si,
demonstrando a riqueza moral e intelectual da ciência maçônica.
Ritual: tudo que é relativo ao Rito, ou que contem Ritos. É o cerimonial do Rito.
Simbolismo: é a expressão e interpretação através de símbolos. Na maçonaria
praticamente todos os símbolos estão relacionados a arte de construir.
Sinal: meio de transmitir uma ideia ou ordem. No Grau de Apr.: são os de ordem e
saudação. Deve se fazê-los apensa em pé e parado.
Templo: é o edifício consagrado ao culto/sessão. Primeiro templo maçônico foi
construído em 1776 em Londres.
Toque: é Sinal de reconhecimento maçônico, feito ao cumprimentar com as mãos.
Os Ritos Maçônicos
Ritos praticado no Brasil:
Rito Escocês Antigo e Aceito: origem na França. Relacionado a Família de
monarcas escoceses Stuart. Possui 33 graus
Rito de York: origem na Loja de York, em contraponto a Grande Loja de Londres.
Não possui altos graus, apenas os 3 graus simbólicos e um “quarto grau” chamado de
Real Arco.
Rito Moderno: origem na França. Apresenta 7 graus. Não é obrigatório crença
em Deus e na imortalidade da Alma, pois prega a liberdade religiosa e de consciência,
pois essas concepções são de cunho íntimo do indivíduo, portanto não podem ser
impostas.
Rito Adonhiramita: inicialmente 12 graus. Acabou desaparecendo, porém no
Brasil ( onde foi o primeiro rito praticado), ele persistiu e hoje o país é o centro do rito.
Teve acréscimo de Graus e hoje são 33, assim como no REAA.
Rito Brasileiro: origem em Pernambuco. Segundo Rito mais praticado. 33 Graus,
assim como REAA.
Rito Schröder: Origem alemã. Rito simples, apenas 3 Graus. Bastante praticado
por Maçons de Origem Alemã.
Os Cargos em Loja e suas Atribuições
Venerável-Mestre: compete-lhe dirigir a loja. Líder espiritual de seus irmãos.
1° Vigilante: Coordena sua coluna, transmitindo ordens do Ven.: aos OObr.: e 2° Vig.:.
Substitui o Vem.: na sua impossibilidade.
2° Vigilante: Coordena sua coluna, transmitindo ordens do 1°Vig aos OObr.:. Substitui o
Vem.: na impossibilidade deste e do 1° Vig.: concomitantemente.
Orador: zela pelo fiel cumprimento da Constituição e das Leis. Representante do
Ministério Público Maçônico.
Secretário: Redige atas, faz a sua leitura. Recebimento e expedição de correspondências.
Tesoureiro: arrecada receita das lojas, paga todas as despesas.
Chanceler: depositário do timbre e selo da Loja, mantém livro de registro. Mantem
registro de presenças dos OObr.:
Mestre de Cerimônias: encarregado do cerimonial, acompanha todos os deslocamentos
em loja, os quais não advém do ofício.
Expertos: nas iniciações desempenha o ritual. Subst. Os VVig.:.
Hospitaleiro: circular o tronco. Propõe auxílios.
Cobridores (Int e Ext): segurança da loja, certificando-se de todos os maçons que se
apresentem à porta do Templo. Evitar que OObr.: abandonem o templo sem permissão.
Diáconos: mantém a comunicação entre as 3 luzes.
Arquiteto: trata da ornamentação do templo.
Porta-Bandeira: conduzir o pavilhão nacional.
Porta-Estandarte: conduzir estandarte da loja.
Mestre de harmonia: responsável pela trilha musical.
Mestre de Banquetes: responsável pelo ágape.
Comissões: nomeados pelo Vem.: M.:. As permanentes são a Central (parecer
sobre propostas, requerimentos, indicações e outros assuntos a ela submetidos),
Finanças ( funciona como Conselho Fiscal, examinando contas e livros relacinados ao
tesouro) e Beneficência (virificar os balanços do Hospit.:, deve também saber sobre a
situação dos OObr.:)
As sessões em loja e sua Dinâmica
1 – Magnas
Símbolos Maçônicos
Compasso: representa a justiça. Representação do conhecimento humano. Junto com
o Esquadro e Livro da Lei representam as 3 grandes luzes da maçonaria.
Esquadro: Equidade, justiça, retidão de caráter. Representa o corpo físico. Joia símbolo
do Vem.: M.:, pois esse deve ser inflexível no cumprimento do seu dever e ter sempre
em mente o sentido de equidade – igualdade entre todos os irmãos.
Cinzel (Escopro): afiado em uma das extremidades, usado para esculpir. Símbolo do
Grau de Apr.:. Razão e inteligência.
Maço: instrumento de madeira de formato retangular. Martelo. Atua sobre Cinzel.
Caráter a serviço da Razão e da Inteligência. Também símbolo específico do Grau de
Apr.:.
Régua: marca os limites do esquadrejamento. Lei, Ordem e Inteligência que devem
comandas as ações de um Maçon. Também símbolo do Apr.:
Nível: averiguar a perfeita horizontalidade das superfícies. Igualdade entre Ir.:. É a joia
do 1°Vig.:. Presente na saudação do Grau.
Prumo: averiguar perfeita verticalidade. Profundidade do conhecimento, retidão e
justiça. Joia do 2° Vig.:. equilíbrio e estabilidade. Também presenta na saudação do
Grau.
Pedra Bruta: Objeto de trabalho do Apr.: M.:. deve ser desbastada e esquadrejada.
Simboliza ao Apr.: e seu esforço para se aperfeiçoar.
Delta Radiante: símbolo da tríade divina. Tem em seu interior as letras do nome hebraico
de Deus. Olho onividente. Sabedoria divina e presença de Deus. Máximo Símbolo
presente em um Templo Maçonico.
Livro da Lei: Principal das três Grandes Luzes.lei divina.
Sol: luz – conhecimento, esclarecimento. Obra do Sol – transmutação, ou seja, renascer.
Lua: simboliza a a oposição a luz. Escalada do Obr.: das trevas a luz.
Pavimento de Mosaico: simboliza os oposto na vida de um homem.
Espada: proteger o templo.
Corda de Oitenta e Um Nós: justiça, prudência. Abertura na parte ocidental significa q a
Maçonaria está aberta a inovações.
Círculo Entre Paralelas Verticais e Tangenciais: simboliza o sol que não ultrapassam os
trópicos. Significa a consciência religiosa inviolável do homem.
Escada de Jacob: 7 degraus. Na representação maçônica ela repousa sobre o Livro da
Lei.
Painel: simbólico de Apr.: mostra o pórtico e as colunas vestibulares; a pedra bruta, a
pedra cúbica e a prancha de traçar; o compasso e o esquadro entrecruzados, nível e
prumo; maço e cinzel; corda de nós e uma orla Denteada
Colunas Gregas: dórica, jônica e coríntia – assimiladas ao Vem.:M.: e aos VVig.:
O Alfabeto Maçônico
Utilizado para resguardar textos dos profanos. Hábito que tem sido abandonado.
Baseado na Cruz Quadrupla e Cruz de Santo André.
Protocolo de recepção
Autoridades maçônicas: Nas faixa mais baixas a recepção é feita pelo M.: de
CCer.:, com uma comissão de 3 membros (MM.:), armados de espadas que formarão a
abobada de aço simples. Nas faixas superiores vai se aumentando as comissões, porém
sempre em número ímpar, os quase ficam postados em 2 fileiras com a fileira do norte
sempre possuindo uma membro a mais que a do sul.
Pavilhão Nacional: Oculto a bandeira é um costume da Maçonaria universal
Como maior autoridade (tanto maçônica como profana), presente a uma sessão Magna,
recebe honras especial, caso a mesma não esteja hasteada no OR.:.
O protocolo de recepção a bandeira é o seguinte: M.: de Cer.: forma a Guada de Honra,
composta de 3 membros e também designe 13 oobr.:, que deverão acompanhar a
entrada . O Pavilhão deverá ser conduzido pelo Porta Bandeira, a guarda manterá as
espadas à ordem. Ao entrar o Pavilhão ficará entre colunas enquanto executa-se o Hino
Nacional. Após a execução, o Porta-Bandeira conduzira a mesma, passando pelos
membros da comissão e os mesmos baixarão suas espadas, então o Pavilhão é
conduzido até o Or.: até seu lugar atrás do Porta Bandeira. Após a cerimônia o Ven.:
desfaz a Guarda de Honra e comissão (13 OObr.:).
Ao final, a Bandeira é a primeira a sair, mas para isso deve se fazer a saudação primeiro,
com as palavras contidas no Ritual de Obediência. São reconstituídas a Guarda e
Comissão. A Guarda acompanha o Porta-Bandeira, enquanto a Comissão aguarda entre
as colunas N e S. O Porta-Bandeira a carrega até a frente do Altar e virando para o Oc.:
a apresenta a todos. Todos formam um semi-circulo em torno da bandeira, pois
ninguém deve ficar superior a ela, então é executado o hino a bandeira. Após saída do
Pavilhãoe retorno do Porta-Bandeira e membros da comissão e guarda, essas são
desfeitas para então retirada de profanos e autoridades, prosseguindo o encerramento
da sessão.
Calendários Maçonicos
Os mais usados são os que iniciam em março, acrescentando ao ano do
calendário gregoriano o número 4000, que resulta no ano maçônico, denominado de A.:
da Verd.: L.:.
O Gr.: Or.: do Brasil, fundado em 1822, adotava na época um calendário no qual iniciava
o ano no dia 21 de março, por ocasião do equinício da primavera no hemisfério norte
(outono no sul) e muito espelhado no calendário hebraico
Abreviaturas maçônicas
Na intenção de que Rituais não sejam compreendidos por Profanos, faz-se o uso
de abreviaturas. Porém as mesmas não são usadas indiscriminadamente pois corre-se o
risco de tornar o documento impossível de se ler.
Para que se formem as abreviaturas deve-se cortar a palavra entre uma
consoante e uma vogal (obreiro = Obr.:) e o plural é feito através da repetição da letra
inicial (obreiros = OObr.:).
O capitulo também traz uma lista de abreviaturas maçônicas, as quais não trarei
para o resumo pois seria apenas cópia ipsis litteris.
Obras do autor
O capitulo traz uma lista de livros de autoria de José Castellani, a qual não trarei
para o resumo pois seria apenas cópia ipsis litteris.