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(Lassalistas), de Porto
Revista da Conferência Alegre, RS . Aqui está a interpretação feita
do~ Religiosos
, do
. Brasil .- pelo Autor sobre a sua .arte: "As três faixas
represeniam os três: votos que os reli-
Diret9r-Responsãv,,-l: . .. giosos professam. As faixas formam,
Ir. Claudino Falquetto, FMS visualmente, as mãos em oração, orien-
Redator-Responsável: tadas para cima, num sentido positivo,
Padre Marco.s de Lima , SOB para-0 bem, para Deus. Ao mesmo tempo,
(Reg. 12.679/78) uma faixa branca invade as mãos e as en-
Equipe de Programarf,ío: volve: é o invislvel mas presente SER que é
Pe . Atico Fassini, MS Deus. A entrega, a oferenda do religioso e
Pe . Cleto Caliman, SOS a aceitação e envolvimento de Deus estão
Ir. Oelir Brunelli, PIOP expressos no conjunto do desenho. As
Ir. Maria Carmelita de Freitas, FI mãos se encontram como os seres hu-
manos se encontram em Deus. E ~ com
Oireç50, Reda,Ção, Administração: suas mâos que os religiosos'ajudam a trans-
Rua Alcindo Guanabara, 24 - 4? andar iformarja :realídade num,"mundo de justiça
2003 1 RIO DE JANEIRO - RJ e fraternidade. servindo os homens, seus
irmãos. Sugerimos a cor azul por lembrar o
infinito de Deus e a eternidade do homem
Assinaturas para 1986 em Deus" . Convergência vai publicar. a ar-
te do Irmão Anali no Zorzi, FSC, em bran-
Brasil, taxa única, terrestre ou aérea: co, vazado na cor, que varia em cada mês.
Até 30.04.1986 ............. CzS 170,00
Exterior: marítima :. ...... .. .. USS 38,00
aérea......... ........ USS 48,00.
Número avulso ................ CrS 17,00 Registro na Divisão de Censura e Oiver:.
sões Públicas do O.P .F. sob o n? 1.714-
P.209/73.
Os artigos assinados são da responsa-
bi lidade pessoal de seus autores e não
refletem necessariamente o pensamento
-
SUMARIO
da CRB como tal.
. .
EDITORIAL
.
. De 21 a 26 de julho de 1986, o pe de Reflexão Teológica e das
LiceU Coração de Jesus, dos. Assessorias' Nacionais da ' CRB,
Revm9s Peso Salesianos, em SÃO às Prioridades da CRB para o
PAULO, acolheu a XIV Assem- triênio 1986-1989.
bléia Geral Ordinária da CONFE-
CONVERGeNCIA quer partici-
ReNCIA DOS RELIGIOSOS DO
par a seus leitores os momentos
BRASIL. Com a participação de mais fortes da caminhada vivida
cerca de 600 pessoas, entre Su- pela Assembléia, enfatizando as
periores MaioTes residentes no contribuições de conteúdo mais
Brasil, Convidados, Observado- denso e alguns expedientes sig-
res e Assessores, a Assembléia nificativos. .
reflejiu sobre o tema "A dimen-
são ·profética da Vida Religiosa . Na sessão de abertura, além
no Brasil hoje", discernindo os do Presidente Nacional da CRB,
rumos da CRB para .o próximo fez uso . da palavra o Cardeal
triênio. O encontro foi marcado HAMER, OP, manifestando sua
pela oração, pelo estudo, pela alegria de poder, com sua pre-
participação intensa e interessa~ sença, "reforçar os laços de co-
da, pela presença significativa mlmhão" entre a Sé Apostólica
do Cardeal Jean Jérôme HAMER, e a Vida Religiosa no Brasil. No
OP, Prefeito da Congregação pa- final de sua alocução, entregou
ra os Religiosos e Institutos Se- a Mensagem do Papa à Assem-
culares, e particularmente pela bléia, lida e acolhida pelos prt;l-
Carta queo Papa JOAOPAULO
sentes em pé, com aplausos e
11 solicitamente enviou aos Supe-
cantos. O tema da Cárta centra-
riores e Superioras Maiores reu-
nidos na XIV AGO. liza . orientações claras para a
formação à Vida Religiosa, e pa-
. A Assembléia, preparada pelos ra a desafiadora missão das Re-
quadros da CRB Nacional e pe- ligiosas e Religiosos junto ao
las 17 Secções Regionais da povo brasileiro. "Anima-vos aqui-
CRB que recolheram as reflexões lo que é o sentido Insito à vida
de Provlncias e Comunidades so- consagrada: crescer no conhe-
bre o profetismo da Vida Religio- cimento e no amor, para serdes
sa, desenrolou-se em miniplená- testemunhas e profetas de Cristo
rios e plenários para avaliar si- no mundo de hoje, em. fidelidade
nais e desafios vividos hoje pé- dinâmica à vocação religiosa e
los Religiosos no Brasil, e em ao carisma deis vossos Fundado-
pairiéis sobre áreas de atuação TEis. Tendes diante dos olhós,
e interesse da Vida Religiosa, até como um livro aberto, a grande
se chegar, com a ajuda da Equi- população do Brasil, com toda
513
•
a sua realidade histórica, social a) missão encarnada em con-
e religiosa; e a vossa mente se . texto sócio-eclesial, criticamente
abre também para todos os pOc . · discernida;
vos do mundo, que vos interpe-
l;'Im. e. representam um desafio à . b) ., cÇlragem para assumir . a
opçãO' pelos . pobres . segundcl ' o
qriativioade eàcapacidade evan, . . . . . '
proprlo carisma congregaClonal;
g.elizadora 'd e toda a Igreja,. mas . . .. -.. ,- " .. . . ..
particularmente dos Religlosbs e · . c)experiência .de Deus . pre-'
das Religiosas, suscitados por sénte na história ..dos homens. :
Deusp-ara serem ' pioneiros 'nos '. A Assembléia ' propôs também
camiriho~:i"
,. , .
da riiissãoenas
. .. .. . .
sen~ ' Linhas ' de Ação na ' direção da
das doEspírito" (n9 19). Vida Religiosa inserida em meios
: -A seguir, deixaram sua mensa- populares, na dei Formação à Vi" '
gem D;' PAULO EVARISTO ARNS, da Religiosa, na da Vida Religio-
OFM, Cardeal-Arcebispo de SÃO sa a serviço :da Saúde e Educa~
PAULO, o . Núncio Apostólico D. ção" nada Vida Religiosa faGe '
ao Envio AD AGENTES.. e face
QARLQ ..FURNO, D. . IVO LORSc
aos Meios de Comunicação So-
CH.E.lTER, . Presidente da CNBB, cial. · . . . '.
O.• .LU.CIANOMENQES DE .AL-. . .
MEIDA, . . SJ,.8ecretário .Geral .. da. · A XIV Assembléia Geral Ordi-
' .
51:4;
. JOÃÓ ·PAULO
.. ...
,U' . ~ .
.
. .
. . ..
", . .
..
... ..
• '0 ··· . ..
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AOS:..SUPERIORES
.
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"sUPERiORAS
...
. • .. ,
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:, . ...... .....'
_. .
MAIORES DO BRASil ·
.
.
·' ..
,
, .
-. '. . . ...
..
- ...
Ámados
. . ..
.irmãos e.· irmãs:
.. . . - ,
. . . '
...
'. . .' de .vosrlirigir esta . mensagem, para
: 1. . ~'Graça .e paz vos sejam dadas que a nossa alegria . seja completa
da parte. de:p~us, nosso Pai, ,e da (cf... 1 10 1,4). : .
do Senhor Jesus Cristo!" (1 . Cor , . .
.
.
1,3); ... .. Quereria exprimi!", em primeiro
... .
lugar, a minha. estima para com to·
l'incontrais-vos . reunidos . nesta dos os Religiosos e Religiosas do
XIV Asserilbléià Geral da Confe- Brasil ti .o meu apreço pelo testemu-
rência . dos · Religiosos- do Brasil Ílhoadmirável çle oração e de. em-
(CRB) como·· os ' Apóstolos no Ce-- penho apostólico que continúam à
náculó, em comunhão entre vós, com dar, sem olhar a sacrifícios, guiados
os vossos Bispos e o vosso povo; .e, ,pelo amor e animados pela esperan-
ao mesmo · tempó; com · o · Papa e ça. Os números . falam por si: mais
com toda··a Igreja. E "a nossa co- de 38.220. Religiosas, 7.716 Reli-
munhão é com· o Pai ti com o seu giosos sacerdotes" 2.547 escolástic
Filho, J,esus Cristo." (1 Jo 1,3). .Ani~ cos que se 'prepar!!m para o Sacer-
iII1a-vosaquilo que é o sentido ínsito .
dócio, .2.391 ÍlJll.ãos leigos, 2.783
. -
1l0VIÇOS e nOVIças, t:staoao serVIço .
à: vida consagrada: .crescer no. cO-
do reino .de Deus na 19rejaque está
nhecimento e nO amor, para serdes no Biasil(Departamento Estatístico
testemunha.s e profetas de Cristo. no do CERIS, 1984). ~ também sigpi-
mundo · de hoje, em fidelidade . dinâ~ fiCativo o fato de quase a metade
miCa à vocação religiosa· e ao caris- dos· Bispos, exatamente 168, serem
ma dos vossos ·· Fundadores. . . Religiosos, e de um grande número
. . Tendes de .consagrados brasileiros estarem
. .' diante
. dos olhos,
. como
ao serviço da Igreja universal, em
um livro aberto, a grande popula-
. , .
países de missão. E também a vida
ção do Brasil,' com to.da a sua rea"; contemplativa se apresenta flores-
lidade histórica, social e religiosa,; Cente, com 107 mosteiros femininos
e a vossa -mente,se abre t~mbém para e 19 mosteiros inasculinos.
todos os pOvos . do mundo, que· vos •
interpelam e representam um desa- . Faço ·minhas as' palàvras do meu
fio : à : criatlvidadee à capacidade Predecessor Paulo VI: · .. verda-
evangelizadora ' de'tocla a. Igreja, ·mas deiramente a Igreja deve--lhes mui-
particw!!IJD.eilte :dos Religiosos e da» to" . (Exort. ApQst,: Ev,tngelii Nun-
Religios~s, suscitã~os por Deu~ pa- tianfli, '· 69). · Confortado pelo teste-
ta se~em '·i>ioneitos nos cilDiiulios ·da munho dadopelQS BispOs brasileiros
misSão , e nás sendas do Espírito. acerca ·da 'vida religiosa, · no decor-
. ."
515
rer das recentes visitas "ad li mina toridade não ' é delegada, como no
Apostolorum", acrescento: a Igreja ', Antigo Testamento, porque Ele é o
agradece-vos e conta convosco. , Filho Unigênito. Ele, anuncia a sal-
vação e ao mesmo tempo a realiza;
2. Querendo partiCipar nos vos- transmite ao povo a Palavra do Pai;
sos trabalhos, não só ,com ,a oração, Ele mesmo é a Palavra encarnada,
mas também com esta Mensagem que não veio para condenar, mas
que confio ao Senhor Cardeal Dom para irradiar universalmente o amor
Jean Jérôme Hamer, Prefeito da que regenera; leva o homem a pôr-
Congregação para os Religiosos e se bem frente 'a .Deus, para que pos-
os, Ii:lsti.tu'tos SeCulareS, desejo cha· sa, descobrir a SJl!l presença" retor-
iíIaI a vossa atenção ,para alguns nar ' a Ele, acolhê-IQ como Pai, 'p ar-
pontos fundamimlais a , respeito ' da tilhar 'com ,Ele o seu desígnio e, co-
formação, na linha do ' Concílio Vati- mo filho, tomar-se em Cristo conse
cano II e dO ,'recente SÚlodo Ex- trutor de 11m mundo novo. ',' ,
traordinário ,çlos Bispos. , '
516,.,"
f~ de, cada' Comunidade religiosa e do ainor (cf. Jo J3;LG ,9; GS 38),
de cada, utn , dos seus membros um constituímos a família de, -Deus, cha'-
sinal de vida evangélica e um tes- mada a ser fermento e alma da hu-
temunho , vivo e interpelante que manidade (cf. Const. past. Gaud;um
'atrai o povo de Deus para o cami- 6t Spes, 40).
MO da santidade e da doação pes-
soal ao serviço dos irmãos. 4. O fato ' de estarmos cônscios
dos apelos da hora atual e da his-
A mensagem que a vida religiq- tória, bem como <Ias nossas respon~
sa proclama não ' é sua; mas é-lhe sabilidades, impõem-nos assegurar
confiada por Cristo e pela Igreja. aos jovens, Religiosos e Religiosas,
E,mais ainda, a consagração reli- uma formação adequada, o mais
giosa, vivida como aliança esponsal completa possível, em fidelidade di-
e comunhão' de amor com Deus, es- nâmica a Cristo e à Igreja, ao ca-
tá na origem de uma genialidade risma do Fundador e aos homens do
apostólica que suscita s6 por si a nosso tempo.
admiração (cf. Exort. Apest. Evan-
gelii Nuntiandi, 69). O seu testemu- No encontro de Porto Alegre com
nho, para mnitos jovens e adultos, os vocacionados e seus formadores,
toma-se mediação segura para a durante a minha visita pastoral ao
descoberta da , pr6pria vocação e Brasil, a 5 de Julho de 1980, f~
~ma pergunta aos responsáveis da
convite "jubiloso para seguir a , Cris-
to com o coração indiviso. formação que desejo apresentar
mais , uma vez, no contexto dos vos~
Abrem-se novas e oIDaravilhosas sos trabalhos: "Na hora atual, de-
perspectivas, para a formação das cisiva para o próprio destino e para
novas gerações e para o próprio pe- o do mundo, terá o Brasil Seminá~
vo de Deus se renovar, quando se rios, ' Casas ' religiosas de formação
aprofunda a vocação religiosa em ou outras instituições eclesiásticas,
todas as suas dimensões, à luz da
vida da Igreja e dQ ensino do Con- terá sobretudo os reitores e mestres
cílio Vaticano 11. capazes , de prepararem Sacerdotes e
Religiosos à altura dos problemas
Exorto-vos, meus amados Irmãos postos por uma população em con-
, • • A. •
si1
, ' Seja"me, pi;lrmitido ' agpra pr9porà -às:,$u:as,' exigências ',de ~empre ,cres~
,voSsa ': lltenção :,mai,salguns ' pontos, ,cente J ,nterioridade, "de· experiência
~!lsp!iitallteS , à fo,n nação ' 4as novas ,de ' Deus 'e de' :fraternidade e de ini-
:gerações, .que me , estij;o , pªrticular7 ciaçãq , à ' missãô.ForrÍlador/ls , que
mente a peito, não per,d endonunca saibam , educar plll:a o ,discernimen-
"
de vista a . ,Igreja
" ~ . .
'"
universal
. .
e tendo to, --a docilidade e obediência,. a ,lei-
'bel)l' presentes ' as voss'as responsa- tura dos ,sinaisd9§tempo§e dasne-
bilidádes, ' quanto ao ' presente e ce,ssidade~ do povo, e' para respon-
quanto ào fufuro. " ,' , , ,, , 'der a esses' sihais; com solicitude e
audácia; ,mas em ,plena ' coniillihão
,Não,' obstàilte as ,grandes necessi~ eclesial. "
diides apostólicas e as sitUações pre, , .' .. .
quê 'deveser respeitado; é uma ex- mação para a vida i eligiosa,,' " ,"
. ", . ,; . . ."
pectativa ,que não pode ser desilu- , Estas iniciatiyas intercongrega-
diÇla, a fim de a vida religiosa; iri~~ cionais ajudarão, ao 'meSmo' tempo,
ridaplenamente na Igreja, sl.lr sem- a valorizar os ' carismas eSpecíficos,
pre ,alimentada ccima própria ver~ desenvolvendo 'a : comuIlhão :,e a
dàdeqriea Igreja propõe , para os consCiênCia ' da ' c'o'nipleinentaridade
séiisfi,lhos, para ' qil.e ,nao sejam dis~ e
tia ' fraterriidade: 'a brindo 'os hori-
cípulos senãl;> 'do ÚÍlÍcoMestre que zontes 'da Ciiridllde " para , a Igreja,
é Cristo;
. . .' .
.'
" , " ,: . . '" , , , ,
. . ". ' .
universal' e paríl' toda Igreja local; a
e~ -'ordem: a uma açãoevllngeÍÍza-
, .Osjovêns' e ' as jqvens têm' neces'~ dota e pastoral mais unitária e e(i-
sidªde scibretu!io de mestres que se- (jaz;
jam., para, ' eles: 'pessoas : totahJleIJ,.te .
. '
. sob
.. . àcirientação
,"
. . . . dos
. Bispos. ' ..
.... . .••.. .... o .'
de Deus; : conh~edorasrespeitosas ,: ~ . :
;rl,ldo ,jsto requer, evidente-
90 cOração: hum!lnO ' eAos camInhos ment,e, ', além de ,um",' presença ativa
do EspírjJo, capazes de ;responder " ,
e:discreta ,dos: form<l;dOl:ese :deV9s-
l;18
. .. .
.:sa ...parte, : : coino.:. Superigres, - um · do : ila~ noxma ;· das . '"norinas:
". . da .:yida
_acurado . e .tempestivo. discernimento ..r~ligiosa, .~qual· . é ..·.0 · :ses.l1imento , 4e
. vocacional. As . necessidadeS -e :w- ·Cr!sto; . e ,no: carisma: 4o , FundadÔr.
:gências . apostólicas nunca .justifica- · Exige . para .. to,dos,: más cem ..:parti- .
ora0: um :. discernimento apressado ;e · cuIar pata .os.Religiosos : cham.ados
·uma inadequada pr!?paração para o ··ao ·:.Sacerdócio,.. 11m a"·.. sólida.' f Olma-
-noviciado.' Para . o próprio amadu- · ção .teológica; bíblica e .l,itúrgica, co-
-recillll<)nto, ·.a pessoa lem necessida- · mo .s e: encontra.:.indicado nas. nor-
·de . ele .percorrer um . itineráiio. de fé · mas .da Igreja uníversal .eloc.a l .e
.e. de empenho :no seniço, gradual e · de .c ada Instituto. . . ... ... . '. ".
-PersonaliZado .. ' A iniciação à vida . . . . .
.religiosa· maIograr~se~á se vier a fal- . São ' necessátios,- por fim; oS 10-
.tar uma verdadeira conversão .e urna · cais de forinação süsceptíveis .de 'as-
\ilÍtêiiticaópçãó . por cristo, na li- segurar, efetiv'allllente; -a consecuçíio
J~er?l!de e na expeJ::iência do seu · dos ' objetivos
. .. . lir6priosde
. . . ..cada fase ,..
_arçlOr, porque "o chamado para o · da fo'rTlmm. ação. Será ,b om, .. portanto,
· caminho · dos . conselhos evangélicos que os. jovens, dill-anteo.. período..
.de
:nasce do encontro- interior com o formação,: residam . elI! comunidades
..amor: de . Cristo; que é. amor redeil- ·foxmativas, onde. não .há de .. faltar
tor" . (Exort. Apost: Redemptionis · nenhuma c;Ias .·condiçóe.s requeridas
: ~onl1m, 3); . . _ para uma .formação ..completa: · es-
. ,.
Toda a foronação religios'a se de- piritual; : intelectual; cultural,. litúir-
.s enrola .em tomo do eixo da seqüe- . gica; comunitária e pastoral; ·· con-
:la de Cristo, . pela '.'participação in- · diçõe.s. estas, 'que, raramente, 'se' pei- o • • • ". '. •
\51-9
, ,6. A Igreja que eStá no Brasilre- do em que ' vivfllllos, hoje ' mais do
quer uma. pastoral' de muito empe- :que nunca, tem nec,essidade de ver
,nhamento; é, sem dúvida, uma Igre- ' em vós homens e mulheres que
ga viva e dinâmica; mas os traba- acreditaram na Palavra do Senhor
lhadores ' sao poucos, É fácil; por- :e apostaram no amor. No intuito ,d e
"tanto; correr-se o risco de cair no que vossa vida; florescendo e fruti-
, ativisiÍi.o; qiIepoderia levar a um ficando no amor indiviso pelo Se-
esvaziamento espiritual e a um can- nhor, seja cada vez mais vivifican-
saço precOce. Daí resulta a urgên- te para toda a Igreja e para o mun-
cia de uma formaçao constante, pa- do, procurei encorajar-vos a "tra-'
ra revitalizar as forças espirituais zer para o hoje da vida e da Inis-
' daqueles que , se dedicam ao, servi- ' são de cada Instituto aquele arrojo
ço da evengelização, em qualquer
o
,520
. . .. .. .. .
•
. '
• DA CRB . •
521
3 Sentimos também que sem- sência nos remete ao Espírito e aos
Pre mais se e""atlder, ~.t' .g § "'\
a éo'itshiênciã
.~
' of ' -, •. , . "," ,.-,." 't. ,, ". '\,' .'':-,-:F:; r
,;' "'Funtla:Aóres' "i, . '. '
fraterna da con1Plementariêdàde Ül/~'" ",. ",.. '. "" ,":"\""" , , .
tercongregacional e o espírito ,-.de "22,, llm~ ,análise da reahda~e <l;a
cooperação entre os religiososIj,Nic,,! YI!:!iyRehg!O~a ,:omo resp~~ta as dl-
de-oo este fato consolador pela cres- ferentes medlaçoes apostohcas;
cente participação no,~" p'Urs<?~, semi" . . .....:?).~nT'a . , e)~Roração de respostas
n:rrios, encont,ros de f<i~nia~ão' em . : çci4êl1é~is, A~ ;'áção, dentro da atual
diferentes ll:ível~, nas assessonas' t~n~ "'córijüíiiiiài, confrontadas com as
to das ~egI~nll1s, quant~ ~a Naclo- propostas de renovação suscitadas
nal"lja "'lII,Ulto,, mals ,r,ehglosos . par- p'elo'" Con"c'ilio' V'a'tl"cano II ,.; .. ' .
t"""'''·''d '' ..h··oe
,\OlpIl1l0 ..j "', ,d'aV1
: "d, a.. .,"d'
.a ... CRB'
,, ' ",' """, ". ' ,'. '.- "" ' , ,, ' ,' " ,'"
, . ,0 ' ..
522
•
·548: n~iigrêgações ' oti·· Ói:dêiis" mui~ 'tto.'··:CdIilr&í'cimos." o "mcintivo . 'e ;:o
~".,. , L _ ._.
.. . . , ........ .......
". . . ...
.Máis,·qti: 20.000 i:~glo~ps e Iel!gio~
.~as \ se · eD;lperibam': ilii Ipririação ..qaS .i. ' 12.;:Sãudamos agtadeéemos.·es• '-e
D,ovaã,.gerllções .de~t~p~s: ji>venieiil pecialmente ao Sr. Núncio. Apostó-
.e];cqllÍs; urii.versidiides. e çeIittos .to~ ,ljco, Dom >ÇadQ FurI)o, ,pela )lQn-
,nÚi'1i(áriçs e lUtam pel<i d.e fesil4a .r,()s.a pr.eseriçil. .:É a"" ;2~ .: vez " ql\e
vida, sêja ' ém. ins(itiíiçóes .hospit!(la'.- ,V.Exçi!\'•.'.Se .t:âz . presente .:em, .ii.o~sa
res, seja na saúde preventiva' e' co'- ,Assembteia Nilcionel •.. 'Cp.!iici repre:
munitária: -Outros muitos religiosos 'seritani~. ::p*e)níIPeb,t(dci ' Santo Pa-
idoam ' ia ' 'própria Vida em regiões dre·· e'in-nossa ' pátria TenMmos-lhe
- _ " . '- . ' . " •. ' ,,- L ' • , o ,
. .
llamerLDesde já agradecemos seu . . 14.'
.-
. Destacamos . a· . fraternidade
..
carinho para ' conosco e receba nos· dos padres salesianos que 'nos abric
~á' efusiva homenagem. . .
ram ..as portas
.. .deste Liceu .. Coração
..... .
•
.
' . .'
deJesus~ · Homenageamos esses be-
. .1 F. 'MUito.
. .
nos honra tambéJJtJ 'a Iieméritos baIideirantes dà Igreja dO
presença
.. , '-'.
. de' Dom ·Paulo· Evaristo
~. . .
Bt;asil, " ·desbravadores: . evangélicos
Arns, OFM; em: cuja círcúnscrlçãO das: florestas' .amazônicas'· e 'incansá-
eclesiástica . teafi:ial11bs .nosSo enéon~' 'veis ·· c-ondu[ores :. da ' juventude · bra"
523
sileira. , Nos~os ,. a~ad~ÍI!lentos, ~ a valiosa ajilqa aos programas para
, Comunidades dalrulpetoJ;ia e do Li- as Conte:mplativas. '
,
,ceu.DeI!S lhes .pag!le pelo seIVÍÇ9
Pelos ,organismos íntemacio-
que ',nos prestal11; naisde apoio aos objetivos e às ati-
. 1'5. Saudamos' com resp,eito e gra- vidades da CRB declaramos nossa
tidão os representantes de organis- gratidão ao Adveniat, à Misereor e
- • o. o' . •
mos ,naClon,alS e mternaclon1Us, ' aqUI à Ação Quaresmal. Embora não te-
presentes: nham enviado representantes, mani-
festaram-se presentes; por carta. A
-'- Pelo Centro de Estatística Re- esses organismos a CRB é devedo-
ligiosa e Investigações Sociais, rece- ra, 'em grande ' parte, de sua sobre-
bemos cordialmente D. Afonso Feli- vivência financeira.
pe Gregory, Bispo Auxiliar do Rio
de Janeiro e mui digno presidente 16. Saudamos e acolhemos com
do CERIS a quem agraoocemos to- alegria os eméritos presidentes da
da a ·colaboração. Coníerência dos Religiosos do Bra-
'sil que tanto fizeram para a im-
- Pela Associação de Educação plantação e a consolidação da CRB:
Católica do Brasil (AEC) acolhe- Pe.MarceIlo de Carvalho Azevedo,
'mos fraternalmente a Secretária SI e Pe. Décio Batista Teixeira,
Executiva, Irmã IDA POSSAP.
, '
'.
SOB. Sua presença nos dá segnran-
.
ça e mcenllvo.
. ' .
524..
,
20. Referimo-nos às qualificadas tante e a colaboração preciosa de
e diferentes Assessorias que permi- nossos funcionários, tanto da Sede
tiram iluminação e acompanhamento ' Nacional, alguns deles aqui presen-
. de todo .0 processo de renovação, tes, como também os das Regio-
•
através de propostas e de ativida- n!!Js.
des condizentes . com as exigências .
atuais. Lembro: . 23. Apresentamos à Assembléia e
desde já agradecemos a presença e
- A Equipe de Reflexão Teoló- a colaboração do PoC. José Maríns e
gica, no seu 14'? ano de colabora- da Irmã Carolee Chanona, equipe
ção. experiente e dedicada à Igreja, que
se dispôs a nos assessorar nesta As-
- O Grupo de Reflexão sobre sembléia.
Educação - GRE.
. 24. Ao abrirmos os trabalhos des-
- O Grupo de 'Reflexão sobre
ta XIV Assembléia Geral Ordiná-
Saúde - GRS.
ria da CRB Nacional saudamos os
O Grupo de Reflexão sobre Superiores Maiores, os vogais, os
Inserção nos meios populares convidados, os observadores e au-
GRI. xiliares, dando-lhes as boas vindas,
- O Grupo de Reflexão para a invocando a luz e a força do Espí-
Formação GRF. rito Santo, a fim de que Ele nos
alcance o dom do discernimento e
- A Equipe de Coordenação do da fidelidade: discernimento dos si-
Programa Formadoras Contempla- nais e da vontade de Deus para o
tivas PRO-FOCO. próximo triênio; fidelidade ao Se-
- A Equipe de Coordenação das nhor Jesus, que no Seu seguimen-
Superioras Gerais Brasileiras to nos interpela através da reali-
SGB; '. dade, da Igreja e de nossa Consa-
gração específica. IIivocamos igual-
Sua colaboração foi inestim ável e
mente a presença materna de Ma-
lhes somos gratos! ria, primeira cristã e fiel discípula.
21. Referimo-nos às Diretorias Que Ela nos encontre disponíveis e
das 17 Regionais, aqui representa- dóceis, fraternos e corresponsáveis,
das por seus Presidentes, e referi- certos de que em nossas mãos ' re-
mo-nos igualmente agradecidos aos !pousam ' os destinos da CRB, no
Executivos nas Regionais sempre triênio que hoje alvorece.
muito eficientes na colaboração e
abertos na unidade. . . Declaro aberta a XIV Assembléia
Geral da CRB Nacional!
22. ReferimocIios;;·destacamos o
afeto, a amizade. a dedicação cons- São Paulo, 21 de julho .de 1986.
,
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525
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.: :]'ARAREF:ORÇAg ~ ;'
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A COMUNHÃO : --
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. . . . ..
Carde·a l . Jean. Jérôme Hamer, oP. '.
'refeito . da .Sagrada Congregação para os Religiosos
.' .e.. Institutos: Seculares, à XIV AGO da CRB .
. . .. ' ~
• - -" . _.
. ,'. ..
Estou muito felii ·por encontrar- Romanas, No decurso de um belo
me aqui, hoje, nomeio de vós. Vós díáIogo; conCreto; vivo e sereno, foi
me . convidastes a vir, desejastes a feito um balanço dessa Visita, após
minha presença .para reforçar a co- o qual JOÃO PAULO li enviou
munhão com a Sé Apostólica. Não aos Bispos. d.o .Brasil, reunidos em:
pá .objetivo que melhor possa res- ITAlCI, uma Carta que abre· am-
ponder à.s .minhas . próprias inten- plas .. ... prospectivas.
. ., .. ... . . . ..
çõ~. . ' . .
. , Estes foram então, dois: atosca-
" Reforçar 'a comunhão eclesial de- raterísticos .dessa comunhão ecle-
ve ser' nossa constante preocupação. ~iill, ' desse làço que une entre si os
:e o vosso· objetivo. :e o de toda a membros da ' Igreja:; o Corpo Mís~
Igreja ,:que vive do Espírito .. ' , tico de Cristó. · Realidàde ao mes-
mo telllPo e, inseparavehp.ente espi-
: Em menos de um ano parti~ipei rituaL e .visível; a ,comunhão é cons-
de dois' grandes eventOfõ que tinham tituída da santidade interior: .. -da
pór finalidade reforçar a Comu- Igreja e de todos os .. instrumentos
ilhão: " , . ' ,
" externos dessa santidade. Esta Une
,,:. " o Sínodo dos Bispos, ,nospas- o amor de Deus e ' os "grandes mi-
sados, meses. de novembro ,e dezem- pistériosda . Igreja, a, palavra . e os
'~, ' o qu<tl .· .assl'"l1iiu .. como , ~arefa sacralllentos, q1,le .estão !l, serviço
celebrar, verificar e . promover o en- de,s.se ,mesnw a!llo~. Associa em per~
s,iname_nto do Vaticano li, em vista feita upião a imeI).s,a "variedade das
de maior ,assimilação, :c!essa mensa~ pessoas e das f1lDçõ~s .na Igreja, e
gem; faz de. . c!ld,a Um de nós, parte de
"
_. . . .. um todo línico, .
- a Vi.s itaAd Limina do Epis-
copado brasileiro e sua conclusão Sinto-me feliz, por estar no meio
num ' encontro ' de trabalho de três de vós, como "operário" Ou como
dias ' COlii '0 Sánto Padre que reu- "agente'" dessa mesma comunhão.
nira, com essa finalidade, de 13 a Colaborador do Santo Padre, que
15 de março, 21 Bispos-'braS:ilêitéls " ê"'ô 'ceIitro"e o princípio visível da
- dentre os quais seis Cardeais comunhão, sou seu porta-voz en-
~ .. dez :,P.refeitos. <le Çongr,egações~ , quantol11inhl!, lÍnica aml:>ição éa de
. . '. ..
. .. .
526'
trazer-vos fielinente SUA palavra: A comunhão de que vivemos,
uma palavra que ilumina, ensina, também queremos com.unicá-Ia; de-
que conduz, que governa, ' sustçií'l;sejaríamosarrastar o mundo intei-
consola, protege ... ; breve, ljma 'pa- 'ro num movimento de comnnhão. A
lavra que suscita a ,c omunhão e faz Igreja não é, em Cristo, como , que
progredir. ' ', ' mil sacramento da unidade de todo
o gênero humano (LG I)?
Nós, religiosos e religiosas, esta-
mos particularmente empenhados ' Falandocvos com fervor da co-
neste mistério da comunhão. Primei- ' ' munhão porém; ' 'não me entrego à
ramente, porque assumimos um es- euforia. A comunhão, qualquer que
pecial empenho pela Igreja e por seja" passa através do sofrimento.
's ua santidade, com a profissão dos 'Suscitar , á ' comunhão ' no mundo,
'conselhos evangélicos. Depois, por- suscitá-la aqui, , no BrasU, significa
que 'queremos , viver á nossa vida de trabalhar pela libertação dos ho-
comunidade ' como forma privilegia- mens para fazê-los 'chegar ' ao amor.
'da e tangível do amor que anima a Trabalho assim não é fácil. n uma
comunhão de toda a Igreja. VIA CRUCIS que é preciso per-
correr, ,um caminho que leva ao
Certamente nosso lugar na comu- Calvano. Nós . porém, ' nenhum te-
:Iihao univetsalda Igreja é o do dis- mor carregilmospois que sabemos
'c ípulo que segue o Cristo sob a que li Cruz do :Cristo é vitoriosa.
'guia daqueles a quem o Senhor con-
fiou a guarda de seu rebánho. Isso ' Reforçar acomunhão, eis p<ll1an-
implicá docilidade ,' e obediência, en- to, o , motivo ' de minha ,presença en-
tão, uma' aceitação generosa da tra- fre vós. 'Não é a prillJeira vez que
dição espiritual que o Papa e os venho ao Brasil,eaquitenhomui-
,Bispos ,têm por missão transmitir. tos amigos . . ' A , minha , estadia me
No entanto, ~o~o~ "a~iv~s" napélmitirá ' ampliar grandementeó
:Comunhão. Antes e acima de tudo, circuitada amizade,. , mas também
. . , ' " - ' 'li" ' ·aprofundâ.-Ia ao,'·. :IIlelhor ,perceber
'e m nossa consagraçao re .O"' mosa, em :qüe tár,:,·ainizade ,tem. , suas raÍZes no
~ossa ' oblação , total ao Senhor, a mistério ' dá Igreja, pois' que a ami-
'qual, 'por si mesma e· antes, de qual- zade que nos reúne, provém da co-
quer ação exterior, tem uma secre- munhão do amor e , da verdade que
ta fecUÍldidade apostólica. Mas nós :urie Jesus Cristo, a seu Pai e a to-
,o somos também pela ação visível dosas seus testemunhas (Jo 1,3-7).
que :exercemosna ' Igreja eno mun,
'do,' realizando o apostolado que nos
foi confiado pela missão da Igreja. ,- Muito obrigado por. , vossa aten-
ça(). ' , 'O
,
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527
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- NA ABERTURA.. .. . ., . . . '
-
DA XIV AGO DA CRB
Cardeal Paulo Evaristo Arns
Arcebispo Metropolitano de São Paulo, SP
529
. -
- . Segunda tendência: A comu- dos .Ministros nã~ordenados está
nida~k fraterna; que numa "dimen- de tal forma interligada com .a dos
são de fé adotou o estilo de vida lteligiosos, .' que . toda a admiração e
mais simples e acolhedor; com diá- Iam bém quase todas as falhas po-
logo e participação". Aí estão os dem e devem sei: atribuídas a am-
Religiosos, a preparar-se para fala- bos. Temos a graça extraordinária,
rem e agirem entre os ' homens aos verdadeiro dom do Espírito Santo,
que se exprime pela união de nós
..quais são enviados pelos Pastores, .,
com quem querem comungar na prá- todos, sobretudo na' pastoral que a
tica pastoral. hierarquia deseja pôr em prática.
Terceira tendência: A opção No início, ' afirolei que pedi as
preferencial pelos pobres, "traba- 'orações e os sacruícios. de todas as
comunidades contemplativas de nos-
lhando em zonas marginais e düí-
sa ArquidioceSe. Eu as visito re-
ceis", sem excluir nada e ninguém, gularmente durante a Quaresma, não
para a vinda do Reino de Deus. para fazer penitência, mas para re-
. . Quarta tendência: Inserção na ceber Q estÍIDuloem favor da Fra-
-Vida da Igreja Particular, ou seja, terpidade. Sobre elas diremos o que
"redescob()rta e vivência do misté- também a Assembléia de Puebla ex-
rio desta 'Igreja". Aí estánovamen- primiu nesses -termos: "As comlmi-
te o profeta, comunicando ao povo dades contemplativM - acrescenta~
o que· de Deus ouviu. mos os dons ct:mtemplativos de to.
. . dos os que aceitam a missão .pro-
Eniinência, ~eus irmãos: Os meus ~ética - são como o coração da
vinte anos de Bispo em São Paulo Vida Religiosa". ' . .
. .
foram: sU$tentados, inspirados ·e . rea- .
niJInados.. pela amizade e ação dos _Que Deus inspire essa Assembléia
Religiosos junto ao Povo e pela res- e nos faça crescei: ria fé, na espe~
posta generosa do.. mesmo Povo à rança .e nQ ainor,com as bênçãos
ação profética de nossos Religiosos. do nosso Pai comum ' e a assistência
• . ' _ . . . ' • 0.0
530'
.
•
•
NA -ABERTURA ..
-. DA XIVAGO DACRB
Dom Carlo Furno
• •
Núncio Apostólico no Brasil •
· -
531
Em conseqüência, os Profetas são por um anjo do Senhor (1 Rs
os Grandes Amigos de Deus, aos 19,3-8), na missão de Moisés, guia
quais o Senhor revela seus elevados do Povo no deserto (Nm 11,10-
desígnios; lemos em Amós: "O Se- 23). •. O Senhor não prometia vi-
nhor Javé não faz coisa alguma sf'Jlll tórias aos seus Profetas, mas lhes
revelar o seu segredo aos seus ser- assegurava que a sua vida e os seus
vos, os Profetas" (3,7). Pergunta Je- esforços nao seriam estéreis, pois
remias: "Quem esteve presente no tinbam eficácia escatológica; eles
conselho de Javé, para ver e ouvir preparavam a vinda do Messias (cf.
a sua palavra? Quem prestou aten- 1 Pd 1,10-12).
ção à sua palavra e, a ouviu?" (Ir Estes traços característicos dos
23,18). Notável entre outros é oca- Profetas nos dão a ver que eram
so de Abraão, a ' quem Javé mani- dons do Senhor à sua comunidade.
festa a próxIma ruína de Sodoma e O Povo não os podia instituir co-
Gomorra e permite, interceda em fa- mo instituía reis para si (cf. Dt
vor das ' cidades prevaricadoras; 17,14 ss). A falta desse dom fez-se
(cf.Gn 18, 17-19; 20,7). Intimamen- sentir especiaimente após , o eXílio
te unidos a Deus, os ' Profetas usam babilônico (cf. 1 Me 9,27; SI 73,9).
de parrhesía ou liberdade para di- A restauração do profetismo seria,
zer ao Senhor tudo o que lhes vai para Israel, sinal do sorriso de Deus
no coração; (cf.Jr 12,1 ss; Hab a ,seu Povo e 'testemunho da vinda
1,1-3). Tornam-se assim os interces- do Messias (cf. 1 Mc 4,46; 14,41).
sores qualificados em favor dos ho-
mens feridos pelo pecado: assim Je- Pois bem" meus caros Religiosos,
remias (Jr 17,16), (Is 37,4), o Ser- os Profetas Blblicos assim identifi-
vidor de Jávé (is 53, 5.11 ss) ... cados interpelam a Vida Religiosa,
como bem dizeis. Vejamos em que
. Observamos, outrossim, que os sentido o fazem.
Profetas Bíblíeos transmitiam ' orá-
culos não somente através de suas 2. ... Interpelam a
palavras, mas também mediante ' o Vida Religiosa
seu teor de vida.
Podemos dizer que o carisma dos
Mais: Os Profetas experimenta~
P!rofetas ' Bíblicos se prolonga, de
ram fases difíceis, em que o ' peso terto modo, no da Vida Religiosa.
de sua missão parecia sobrepujar as E isto, a vários títulos:
. .
sammo, procuraram na oraçao a-
suas forças. Mas, tentados pelo de-
, Antes do mais, notemos que a
força necessária para superar as an- Vida Religiosa ' supoea gratuidade
gústias. Descobrimo-Ios a braços de uma vocação a mais íntima união
com as crises que podem afetar to- com Deus; os Religiosos são chama-
dos os 'heróis, perseverantes, porém, dos a ser, por excelência, os amigos
na oração: 'é o que vemos muito de Deus... amigos que acreditam
vivo nas "Confissões" do 'profeta Je- no cbamado do Senhor, como
remias , (Jr 11;18-12,6; 15,10-21; Abraão acreditou, tornando-se, por
17,4-18; 18,18-23; 20,7-18), na his- isto, amigo do Senhor (cf. Rm 4,3;
tória de Elias, que foi tecoDfortado Tg2,23).
532
Esta intimidade deve redundar trata de "apelo . a íntima conversão
numa intuição mais profunda do do coração e à participação na vida
mistério de Deus e dos desígnios de do Deus Uno e Trino". Acrescenta
sua Providência. O Religioso e a ·que o cultivo da santidade e dos ele-
Religiosa hão . de ser pessoas dota- .mentos que a favorecem (oração, pe-
das de sólida vida de oração alimen- nitência, prática da caridade e da
tada pela freqüência aos Sacramen- justiça . .. . ) há de ser uma resposta
tos, particularmente da penitência e ao vazio interior e à crise espiri-
da Eucaristia. A . oração assídua e tual .que muitas pessoas sentem hoje
fielmente cultivada deve levá-los à em dia. :B interessante notar que
coerência de vdda moral ijue en- nesta passagem os padres sinodais
carne, por todo o seu ser e o seu quiseram apontar, de preferência a
. agir, a palavra de Deus; esta, pro- outros recUrsos, os meios de santi-
clamada pelos lábios, deve ser a ex- ficação cristãos como fatores que
.
pressão do coração ou de íntima ex- podem preencher o vazio dos n05-
periência de Deus; "não aconteça, sos ·contemporaneos e a sua cnse . m-,
diz São Paulo, que, tendo procla- tima. A linguagem é corajosa e
mado a mensagem aos outros, ve- digna das premissas da nossa fé. .
nha eu mesmo a ser reprovado" (1
Cor 9,27). O texto continua fazendo referên-
cia à enorme colaboração que OS
Os Religiosos que assim vivem, Santos em todos os tempos presta-
podem realmente ser considerados 'rall! à Igreja: " Na!\ circunstâncias
Profetas. São, por sua existência mais difíceis para toda a história da
mesma, uma mensagem subsistente, Igreja, os Santos e Santas sempre
que edifica o Povo de Deus. Este foram fontes e orígem de renova-
estima os irmãos e as irmãs consa- ção". Com efeito, à guisa de exem-
grados porque os tem na conta de . plo, podemos lembrar o século XVI,
portadores do Eterno e dos valo- fortemente conturbado dentro e fora
res · transcendentais para o mundo da Igreja; certamente a. seiva nova
imerso no material e no imanente. com que a Igreja contou para atra-
Os homens querem ver nos seus Re- vessar a borrasca, jorrou, em gran-
ligiosos o que é específico a estes de parte~ da obra dos Santos Reli-
e justifica a sua existência, ou seja, giosos que reformaram suas fallDí-
o testemunho de uma mensagem que lias claustrais ou fundaram Congre-
-
nem a Sociologia, nem a· Economia, gaçoes ...
ne"" a Psicologia, nem outra ciência
pode dar adequadamente a quem Continua o texto sinodal: "Hoje
tem sede do infinito. temos grande necessidade de santos,
graça esta que devemos continua-
Aliás, a função dos Religiosos no mente implorar aDeus". Mas, além
mundo de hoje pode ser ilustrada de implorar, diz ainda o documen-
pelo Documento Final do Sínodo to, devemos procurar viver o ideal
Extraordinário dos Bispos realizado da santidade a fim de contribuirmos
em 1985. Em sua Parte nQ 4, o tex- para a renovação da Igreja e a sal-
to fala da "vocação universal· à san- vação do mundo. E, entre os que
tidade". Lembra-nos então que se são assim interpelados, os padres si-
533
'nodais mencionam' em primeiro lu- Vida Religiosa: ProcUrai ser santos ;
·gar os Religiosos: "Os Institutos de esforçai-vos com renovado zelo.por
vida consagrada mediante a profis- praticar a .conversão do coração, que
.são dos conselhos evangélicos :de- ,possibilita á .participação na vida do
·vem estar conscientes de sua espe- Deus Uno e Trino. O . desempenho
cial missão na Igreja de hoje, e nós ·fiel e tenaz desta tarefa é a vossa
<levemos encorajá-los nestasna mis- eloqüente mensagem: ao mundo de
·são" . 'hoje, que precisa de santos em .seu
. . meio e os pede a Deus.
'. Meus caros irmãos e irmãs, é este
apelo dos Bispos do mundo sob a Para tanto, contai com a bênção
presidência do Santo Padre que de- generosa do Santo Padre, que vos
sejo .deixar vivo aos vossos ouvi- dedica férvido afeto e iinplora de
'dos no illomento presente. Podemos Deus as melhores graças para a vos-
dizer que tal é a voz da profecia e 'sa Assembléia
. . ' e as vossas futuras
dos profetas que interpelam hoje a tarefas. O
534
. . . .' .~ : " , ' . "
.. ", '~", . t ·"
•
XIV ' AGO DA CRB '
, \ - , , -
VISÃO DE CONJUNTO
•
53.5,
,
tnewo.
• . seqüências do terremoto econômico-
financeiro que ,abalou por inteiro
12. Toda essa dinâmica foi obje- sua estrutura.
to de consideração por parte do En-
contro Anual da Diretoria e Exe- 15. Justificava-se pois, a aborda-
gem do tema, em Assembléia. Era
cutivo Nacionais com os Presiden- preciso reencontrar o vigor do Espí-
tes e Executivos regionais da CRB rito, a seiva da existência. A CRB
realizado em BRASILIA, em no- o fez, debruçando-se sobre a Vida
vembro de 1985.
Religiosa sob o enfoque de sua mis-
são profética. Pe. MARCELLO DE
1.2. Razões da escolha CARVALHO AZEVEDO, sr, Pre-
sidente Nacional da CRB então, re-
13. Uma pergunta, no entanto, conhecia, , na alocução de abertura
:peninaneceno cabide: Quais as da X AGO: "~ um tema de fundo,
razões para a escolha do tema desta de cunho interior, que visa primor-
Assembléia, "A dimensão profética dialmente a linha do SER do reli-
da Vida Religiosa no Brasil hoje?" gioso". E se perguntava: "Nossa
O tema "profetismo" .parece ter so- presença na Igreja e no mundo COl::-
frido certo desgaste nos últimos responde efetivamente à vocação a
anos, por diferentes motivos. A ní- que fomos chamados?.. Questio-
vel de CRB corremos também o ris- nar-se com lealdade sobre isto é
co da repetitividade, sobretudo se tanto mais urgente quanto sabe11lllos
considerannos que o . tema foi ob- que, mais do que em outros tempos,
jeto de estudo na X AGO, em 1974, a Vida Religiosa deve ser exigente,
'sob o enfoque: "A Missão profética coerente, transparente, sobretudo na
do Religioso Hoje". sua contextura interior".
14. A época da X AGO foi extre- A temática central daquela As-
,rnamente prob1emática: sembléia foi desdobrada nas seguin-
tes reflexões, conduzidas por emi-
- Do ponto de vista s6cio-polí- nentes palestristas:
tico chegara-se ao auge da ditadura
que oprimia o povo brasileiro e exi- a) A experiência de Deus na Vi-
gia inaudito esforço profético da da Religiosa.
Igreja. b) Os limites na atual estrutura
- Por sua vez, a Vida Religiosa da Vida Religiosa
como um todo, sofria de convulsões c) Consciência crítica do Reli-
características das crises profundas, •
glOSO •
.geradas por fatores externos 'e inter-
nos, embora na escura noite da Vida d) As novas fonuas de Vida ' Re-
Consagrada da época, vagassem pe- ligiosa.
.,537
" ':Édifíciiavaliar; -a curta distância GR!, ' ORE;' GRS), a CRB procura
no tempo, as conseqüências de todo -estar atenta aos apelos da realidade
esse trabalho. Mas sem dúvida, fo- -brasileira,às expectativas da Igre-
',iam -elas muitas e boas. ' -" ja no Brasil de hoje, para ajudar ,OS
Religiosos- a assumir a !Ill'ssão pro-
'_ 16; A época da XIV AGO tem fética que o Senhor lhes confia e o
'conotações distintas: - momento presente reclama.
O Estado, encerrada a fase 17. Justifica-se então, o tema cen-
'ditatorial, apresenta-se com: fisiono- ' trai da XIV AGO?
mia maquiada; mais démocrática:; a " '
-538
-"". tem . especiaL \locação para ser . 20. , Deve,.se resSaltar porém, que
. consc~ência;meniória e· vivência. dos ,os : passos'.. :;Indados ' não :eliminaram
.valores ,do Reino; ,', "., :, ' certas ansiedades ,e : esp.eéulaçoés,
vangua,niis>mo e , regressão. A par
-:- forte~ente relacionada. 'com a ' ~asereilidade ' interior, conquistada
vida e sailtidadedá. Igreja (LO 44), por Religiosos em 'profética e incon-
é privilegiada ' mediação ecIesialda 'dicional . entrega 'aos desígnios do
ordem do carisma e não do princí- Senhor ' para o ' momento ' atual, veri:"
pio hierárquico; ' - fjcam-se . desaoert.os.: internos em re-
, evangeIiza enquanto serve à ,I!lçãp ,As " opçiies : d!j. .Igreja , no Bra-
missao da Igreja; ,si!, e distanciamentos eqilívocos em
relação ao povo a quem Religiosas
é· chamada a assumir, em ·e Religiosos são enviados. Desafios
_ ... • • "".. ' • ó
'consclencla
, ' ,
cntlca, o seJ)vlço mcon- à Vida Religiosa geram . ainda, per-
,dicional , ao pobre, no testemuIiho 'plexidade e insegurança, em vez de
da ·fraternidade e justiça; suscitarem coragem evarigélica e
tem compromisso libertador, firmeza profética . . Conflitos e ten-
na .esperança' de um mundo novo a sões, propiciados pelà vertiginosa
vifl.lda . histórica pós-conciliar, não
ser construído segundo o .p rojeto e
foram ,ainda suficientemente assimi-
a' benignidade de Jesus Cristo.
" lados a nível de espiritualidade con-
19. O tema se justifica ainda pelo gregacionaI. Soluções escapistas sur-
caminho percorrido, nos últimos ,gem, articulando-se em visões
anos, pela Vida Religiosa como um ideológicas condicionadoras da es-
.todo, no Brasil, e em particular pela .piritualidade, do exercício da auto-
CRB. Os textos de: ridade, da vida comunitária, ' da
formação, eda ,ação na missão. A
- ' Irmã MARIA CARMELITA
experiência do apelo do Senhor para
DE FREITAS, FI, "Os Religiosos a audácia do novo evangélico con-
no Brasil nos últimos vinte anos (I fronta-se, às vezes até dentro da
e lI)", em CONVERG:f!.NCIA de mesma comunidade, com a tenta-
jp1:ho/ago~to e de setembro de
ção conservadora da busca de segu-
1986;
rança anacrônica num passado su-
Irmã ' DELIR BRUNELLI, postamente ideal.
CF, "Profetas do Reino"; Publica-
ções CRB/1986; 21. O tema finalmente se justifi-
ca dada a coexistência exótica de
Pe. MARCELLO CARVA- opções, engajamentos e modelos di-
LHO DE AZEVEDO, SJ, "Os Re- vergentes de Vida Religiosa. Dom
ligiosos, Vocação e Missão: um en- ALOISIO LORSCHEIDER, OFM,
foque. exigente e atual", 4~ ed. ,Pu- 'e m "Ao dimensão profética· da Vida
blicações CRBj1986 dão contadas Religiosa "no Brasil", in CONVER-
transformações e do dinamismo vi- G:f!.NCIA n9 191, abri! de 1986, p,
vidos neste · período por Religiosas ,166s, . caracteriza três l)iodelos ele
e , Religiosos,
. Comunidades ' e Pro- Vida ' Religiosa ' coexistentes. e con-
vmC13S.
. ..' flitantes hoje no Brasil: . "
539
•
- Vida Religiosa como fuga do zamento e ·entrelaçam~nto de certas
mundo, que busca no passado seu questões em nível macrorregional,
ideal integrador. e seu conveniente ·tratamento. O re-
sultado das reflexões em miniplená-
Vida Religiosa Inserida no rios refluirá para o plenário que lhe
mundo, que tira seu fuudamento do dará encaminhamento oportuno .
. VATICANO 11 e por ele justifica
as transfomnações ocorridas. Por sua vez, as diferentes áreas
em que a Vida Religiosa tem parti-
Vida Religiosa Inserida no cular interesse e ação - Formação
submundo, . com raízes foI1les no à Vida Religiosa, Inserção em
pós-Concilio, sobretudo em ME- Meios Populares, serviço à Educa-
DELLfN e PUEBLA; fundada na ção e prOIILoção da Saúde -serão
opção pelos pobres, leva ao conví- tratadas em PAImIS específicos, à
vio solidário com eles, num com- .luz do tema central da Assembléia.
promisso de libertação na fraterni-
dade e justiça. 23. A XIV AGO está estruturada
de forma a possibilitar maior parti-
Por qual dos três modelos passa
cipação dos presentes. Responde-se
hoje a força da profecia evangéli-
assim, ao desejo expresso na ava-
ca? Qual deles melhor responde às
liação final da XIll AGO, e aos an-
expectativas da Igreja e às reais ne-
seios dos quadros das Regionais da
·cessidades do povo empobrecido a
CRB, · convocadas para efetiva par-
quem a Vida Religiosa é hoje envia-
ticipação tanto na preparação quan-
da, no Brasil? Qual deles melhor
to na realização da Assembléia.
veicula o clamor do povo ao PAI,
e anuncia mais vigorosamente ao P AlN~IS e sobretudo MINIPLE-
NARIOS foram o percurso escolhi-
povo o Projeto do PAI em JESUS
CRISTO? A feliz conjunção desses do para que isso ocorra. A ausência
dois pólos determina, parece, a de conferências teológicas não sig-
qualidade da profecia da Vida Re- nifica desconfiança ou inutilidade.
ligiosa. Na verdade, o trabalho dos Teólo-
gos da CRB é subjacente ao pro-
A esta Assembléia compete pois, cesso todo, discreto mas qualifica-
fazer essa avaliação, à luz da di- do. A presença deles em painéis e
mensão profética da Vida Reli- miniplenários assegura a indispensá-
•
glosa. vel assessoria teológica à XIV AGO.
540
pelo Cardeal Dom ALOISIO LOR- 2.7. Eleições
SCHEIDER, OFM, que bondosa-
n..ente vem de Goiânia, onde acom- 29. A presente Asseinbléia é de
panha o 6Q Encontro Inter-eclesial caráter eletivo. Os participantes car-
de CEB's, ·para nos dar sua mensa- regam sobre si a responsabilidade
•
gem e apolO. da escolha das pessoas que vão com-
por os diferentes estratos da Dire-
2.3. Prioridades ção Nacional da CRB no próximo
triênio. Amplo espaço desta XIV
25. A CRB aguarda desta Assem- AGO está reservado para tão im-
bléia a definição das prioridades portante decisão.
que a orientarão em suas atividades
no próximo triênio. Uma Comissão 2.8. Palestra: "Por uma
de Redação estará atenta aos resul- nova ordem constitucional"
tados dos PAINflIS, MINlPLENÁ-
RIOS e PLENARIO, para garim- 30. Nossa Pátria vive uma fase
par os elementos necessários à ela- histórica de imensa responsabilida-
boração do Projeto de Prioridades a de para o futuro de seu povo e ins-
ser submetido à Assembléia. tituições. Emersa de um passado re-
cente de obscurantismo opressor e
2.4. Relatórios Trienal e discricionário, a Nação quer cons-
Financeiro
truir um Brasil novo e não apenas
uma "nova república". Às vésperas
das eleições para a Constituinte, e
26. A XIV AGO tomará coube- · em consonância com as orientações
cimento das atividades da 'CRB no do Episcopado brasileiro em sua úl-
último triênio, através da apresen-
tima Assembléia Geral, a
tação dos Relatórios Trienal e Fi- rece aos membros da XIV AGO aCRB ofe-
nanceiro a serem apreciados por oportunidade de uma reflexão sobre
Comissões ad hoc que levarão seu () assunto: Pe. FERNANDO BAS:-
Parecer ao voto do Plenário. TOS DE ÁVILA, SJ, Assessor da
CNBB e Membro da Comissão Pró-
2.5. Estatutos Constituinte, dirigirá sua palavra
autorizada a esse propósito.
27. Momento de particular aten-
.;ao será dedicado à revisão exigi- 2.9. Equipe Marins
da por especiais circunstâncias.
31. Pe. JOSÉ MARINS, Irmã
2.6. Assembléia da TEOLIDE MARIA TREVISAN,
ELO-Cooperação e ICM e Irmã CAROLEE CHANO-
Integração NA, RSMaqui estão para, bondo-
samente, nos ajudar. Vieram de
28. ELO-Cooperação e Integra- longe !porque nos querem bem.
ção terá, sua Assembléia dentro da Aqui estão para <iiDamizar as ativi-
XIV ·AGO, para avaliação das pró- .dades da XIV AGO. Por isso lhes
prias atividades e existência. somos imensamente gratos.
541
. . . '. . .
32. Esse, irmãs e , irmãos, é o nos, ajude ii realizar o desígrno que
campo de jogo que lhes é pro- nos , reservou para 'esses dias. Esta
posto para o bom certame da pre- Assembléia tem uma missão " pro"
sente Assenibléiada CRB. Que fética ' a cwnprir. Bom trabalho a
o PAI, pelo Cristo e no Espírito, todos! O
Doutrina velha como o Evangelho ' e, como ele, nova:, a chamada uni-
versal de todos, os leigos incluídos, à santidade e ao apostolado. A Igreja,
vivendo hoje seus vinte anos de Concílio Vaticano 11" ressalta a atualidade
do tema da vocação e da missão do leigo e da necessidade de aprofundá-lo.
, ' ,
542
•
•
•
•
HOMILIA
543
Religiosa no Brasil, e para o futuro ceto na da Virgem Maria. O teste-
da Igreja. Esses valores vos ajuda- munho, então, jamais poderá subs-
rão a superar todas as dificuldades tituir a Palavra de Deus. Em ver-
que deveis enfrentar. dade, é nesta que as testemunhas do
Oristo conhecem sua norma e seu
O diálogo que iniciei aqui é, para ideal; .
.mim, motivo de esperança e de co-
ragem. Uma vez de retorno a Roma, Por isso, o testemunho de uma
sentir-me-ei feliz em dizê-lo ao San- vida autenticamente entregue a Deus
to Padre que muito se interessa por e doada ao próximo numa genero-
vosso país. sidade sem limites sempre foi um
meio privilegiado de evangelização,
5. Agora não gostaria de nada inseparável da mensagem. O teste-
acrescentar à mensagem do Santo
Padre, mas · apenas desenvolver um munho é um caminho, uma pedago-
ponto que me parece especialmente gia, que conduz a uma mensagem
importante. .Falar-vos-ei então da que o supera.
testemunha. 2. Quando consideramos o nosso
contributo específico à· obra da
Vida Religiosa e Evangelização Evangelização do homem de hoje,
é aqui .que descobrimos o nosso lu-
1. E preciso crer no anúncio do gar. DeixlÚ que com simplicidade
Evangelho mediante sinais palpá- vos relembre ·uma passagem daque-
veis de testemunhas de vida, salva- le grande documento magisterial
dores e libertadores, válidos para os sobre a evangelização, que é a
homens de nosso tempo. A essa Exortação Apostólica EVANGE-
exigência, nós, Religiosos e Religio- LU NUNTIANDI, de PAULO VI,
sas, devemos estar particulalmente publicada em 1975, um ano depois
atentos. do Sínodo dos Bispos consagrado
Certamente, s6 a Palavra de Deus ao mesmo assunto e à mesma soli-
pode anunciar a salvação oferecida citaçao dos Padres Sino dais.
a cada pessoa humana, como dom Entre os "operários" da evange-
da graça e da n:iisericórdia, em J e- lização, o Santo Padre dá um lugar
sus Cristo, IlIIOrto e ressuscitado,
especial aos Religiosos (EN 69).
salvação que responde às esperan-
Esses "encontram em sua vidacon-
ças temporais, mas que ultrapassa
todos os limites; salvação que se sagrada um meio privilegiado para
realiza .na comunhão com o único lima evangelização eficaz. Com a
Absoluto, o de Deus; salvação . mesma íntima natúreza de seu ·ser,
transOendénte que tem seu início colocam-se dentro do dinamismo da
nesta vida, mas que se completará Igreja, sedenta do Absoluto de
na eternidade(EN 27). Deus, chamada à santidade. Desta
santidade esses são testemunhas.
Esta Palavra· de Deus que a Igre- Encarnam a Igreja enquanto desejo-
Ja proclama, não tem confronto ade- sa de entregar-se ao radicalismo das
quado na vida dos homens, nem Bem-aventuranças. Com sua vida
mesmo na· dos maiores santos, ex- são sinal da · total disponibilidade
para Deus, para a Igreja, para os retamente ao apostolado, o Santo
irnn·ãos" . Padre é muito explícito.
. . - Cito por
extenso esse texto unportante que
Depois dessa primeira afiImação, . nos diz diretamente respeito: a ação
o Santo Padre continua: "O silencio- . missionária .desses .religiosos "de-
so testemunho de pobreza e desape- pende evidentemente da hierarquia
go, de pureza e de transparência, e deve estar coordenada com a pas-
de abandono na obediência pode toral que esta quer operacionalizar.
tornar-se além de uma provocação
Mas quem não considera o contri-
ao mundo e ' à própria Igreja, tam- buto imenso que esses têm dado e
bém uma pregação eloqüente, ca- continuam a dar à evangelização?
paz de impressionar também os não- Graças à sua consagração religiosa,
cristãos de boa vontade, sensíveis a
esses são, por excelência, voluntá-
certos valores".
rios e livres para tudo deixar e para
Isso não precisa ' de comentários. ir anunciar o Evangelho até os con-
Uma vida, doada inteiramente a fins do mundo. Esses são empreen-
Deus e aos homens, com os votos de dedores, e seu apostolado é muitas
castidade, pobreza e obediência, tem vezes assinalado por uma originali-
um valor de protesto profético - dade, uma genialidade que levam à
pacífico mas incontestiÍ!vel con~ admiração. São generosos: eles se
tra uma sociedade impregnada de encontram muitas vezes nos postos
erotismo, de afirmação exagerada avançados da missão, e assumem os
de si mesmo, e de espírito de gozo: maiores riscos para sua saúde e pa-
O valor . universal de semelhante ra sua própria vida. Sim, verdadei-
testemunho é bem ilustrado pelo ramente a Igreja muito deve a eles."
prestígio de um São Francisco. O
4. Seguindo o Santo Padre, nota-
dom de si, realmente vivido, é uma mos primeiramente -que o estado re-
exigência de transcendência.
ligioso não nos constitui em força
3. PAULO VI fala a seguir de apostólica autônoma. Ao contrário,
cada . uma das duas grandes famí- a formação que recebemos em nos-
lias da vida religiosa: a constituída sas ordens e congregações, em ple-
pelos institutos dedicados totalmen- na fidelidade ao pensamento de
te à contemplação e a que reúne os nossos fundadores e ao caráter pró-
institutos votados às atividades da priode . nossos institutos, prepara-
vida apostólica. Da primeira, re- nos, qualifica-nos e tios torna dispo-
lembra o papel evangelizador. Sabe- níveis . para um apostolado eclesial
se que o Vaticano II também subli- a ser exercido sob a guia dos ' suces-
nhou a secreta fecundidade apostó- sores dos Apóstolos a quem o Se-
lica dos mosteiros, cujos membros nhor confiou a missão de fazer de
"se entregam unicamente às coisas todos os povos discípulos seus, de
de Deus na solidão e no silêncio, em assim propagar a Igreja e de assu-
contínua oração e intensa penitên- mir seu ministério pastoral (Cfr. Mt
cia"(pC 7). 28,16-20; LG 19).
Quanto à segunda família, aque- 5. O texto da EVANGELII NUN-
la cujos :membros se consagram di- TIANDI que há pouco citamos,
545
ilumina também de modo muito realizar dia 'após dia. Para um reli-
simpático, .0 caráter empreendedor, gioso, uma evangelização dissocia-
a originalidade, a imaginação, a ge- da da vida seria ,uma forma de in-
nerosidade e a coragem da obra consciência, um esquecimento da
apostólica realizada no mundo pelos própria identidade, seja como for,
religiosos. Isso, de fato, correspon- um contratestemunho, para não di-
de à realidade. Vede as missoes nos zer outra coisa.
diferentes continentes. Neste início
da celebração do quinto centenário 6. JOÃO PAULO 11 volta fre-
da evangelização da América Latina ,qüentemente a esse assunto, sob
é preciso relembrar a parte determi- uma forma simples, tornada fami-
nante que tiveram os religiosos? E, liar, mas que é 'extremamente p'ro-
hoje ainda, quantos deles pagaram funda: aquilo que importa acima de
com a própria vida a fidelidade ao tudo não é o que fazemos mas o
Cristo na pessoa de seus irmãos. que somos, em virtude de nossa
consagração ao Senhor. É assim que
Mas o Papa não se satisfaz em
fazer um quadro da situação, de o ' nosso . primeiro'campo de aposto-
dar uma espécie de fenomenologia lado é a nossa vida pessoal. É assim
da ' santa audácia dos apóstolos re" que a mensagem deve ser acima ,de
ligiosos, ele aduz o motivo e o fun~ tudo pregada e vivida (Cfr. Discur-
damento para tanto: "Graças à sua so em Maynooth, a 1Q de outubro
consagração, esses são por excelên- de 1979). É na medida em que o
Cia voluntários e livres para deixar religioso acolhe em si mesmo o
tudo ... " Eis o ponto decisivo. B a Evangelho que pode, por sua vez,
existência vivida de conformidade evangelizar os outros.
com a consagração religiosa que ex-
7. O desafio da secularização é
plica o extraordiI1ário dinamismo
particularmente vivo hoje. Nós o
apostólico ' manifestado pelos reli-
giosos ao longo dos séculos. Pois afrontaremos reconhecendo" certa-
que seu apostolado não é um acrés- mente, a legítima autonomia das
cimo à sua consagração, mas dela realidades temporais (cfr. GS 36),
- -
emana, e sua expressa0 concreta, mas também combatendo toda in-
como diz de outra fOJJIDa, o Concí- filtração de secularismo na socieda-
lio: "A ação apostólica ( ... ) faz de cristã e também na vida religio-
' parte da própria natureza da vida sa. Fá-Io-emos vivendo ' a nossa con-
religiosa, enquanto constitui um sagração de modo autêntico, gene-
ministério sagrado" (PC 8). Aposto- roso, com :lmmildade; 'mas também
lado e consagração são, pois, duas sem esconder-nos. Seguimos o Cris-
realidades correlatas, inseparáveis. to abertamente, como os apóstolos
que O acompanhavam pelas estra-
Sempre que falamos de evangeli- das da Palestina, e não como Nico-
zação e de vida religiosa somos le- demos que ia vê-Lo à noite;
vados à' existência concreta que vi-
vemos, à generosidade de uma pro- Vós sois testemunhas. Isso requer
fissão religiosa ' que fizemos uma uma grande determinação, sem
vez por todas, m'as que devemos nieias medidas, fundada sobre a
546
convicção indestrutível de que o países, "em qualquer ocasião" ("op-
Cristo é a única resposta válida pa- portune et importune") (1 Tiro 4,
ra os problemas do homem de nos- 2), com a certeza da força do Espí-
so tempo. ' rito e o vigor de' vossa fé. Sobretu-
do, compete a v6s vivê-la.
A vós, pessoas consagradas, com- '
pete dizer e redizer essa mensagem Que a Virgem Maria vos acompa-
aos homens e mulheres de vossos nhe nessa grande missão! O
Não se deve ter ilusões. Mas afirmo: sim. Pode haver, todavia, muita
superficialidade nesta teoria. Esta convicção pode carecer de rl/ízes capazes
de acolher à novidade do Espírito. E esta superficialidade gera ceticismo,
desinteresse, acomodação, aburguesamento. Superficialidade, a mola da
álienáção. Não se passa à prática. Tenta-se anular a realidade com a versão.
Fabrica-se mais retórica do que coerência. Em suas' atividades e em seus
empreendimentos, o Religi.oso, por vezes, se transforma num gerente, quan-
do devia ser Um missionário. Comportamento inadequado! ,
E; então, o que concluir?
547
MANHÃ DE ESPIRITUAlIDADE
NA XIV AGO DA CRB
548'
A evangelização é oroaior benefí- dade, verdadeiros ciganos jogados
cio ,que alguém pode prestar à hu- de um lado para o outro, mal vistos
manidade; é a grande missão do por onde aparecem:. Pessoas que não
profeta ' ir pelo mundo pregando são "grandes". Existem como se não
'o Evangelho a toda a criatura (Mc, existissem. Pessoas sem haver, sem
16,15). poder, sem prazer, sem lazer. Pes-
soas totalmente dependentes.
Tendo em vista a nossa situação
histórica, evangelizar o quê? O Este rosário de situações já não
Evangelho da pobreza, da fraterni- causa medo? Nem gostamos de ou-
dade e da liberdade em Jesus Cristo. vi-las enumeradas.
E quantas são? Mais de dois ter-
3. O Evangelho da Pobreza ços dos nossos conacionais?
Parece-me que no referente à po- Por que chegamos a tal situação?
breza duas questões se nos colocam: Quantos deles merecem a nossa
a questão da propriedade e a ques- ' atenção? Antes, ao ' serviço de quem
tão da ótica dos empobrecidos. nos encontramos? A serviço deles ou
Questão da propriedade como dos outros que são minoria? Por
nós religiosos a ' encaramos? O que que será?
ela significa em nossa vida? Pode- A Igreja pede que "vivamos nu-
mos afirmar que vivemos, realmen- ' ma contínua autocrítica, à luz do
te, 'despojados? Ou também não Evangelho, em nível pessoal, grupal,
a,contece que o nosso lugar mais comunitário, para nos despojarmos
'sensível é o nosso bolso? O que sig- de qualquer atitude que não seja
nifica para a nossa vida o ter e, evangélica e desfigure a fisionomia
mais ainda, o não ter? de Cristo" (puebla, 972}. Como co-
locar a nossa vida religiosa dentro
Questão da ótica do empobreci- da ótica do empobrecido?
do até que ponto está acontecen-
do em nós a mudança do lugar so- Jesus, embora sendo Deus e bem
cial? A nossa opção profética, pre- sabendo que o seu ser igual a Deus
ferencial, solidária pelos pobres o não era roubo, esvaziou-se a si
que está significando em nossa vida mesmo, assumiu a condição de ser-
diária? Ficamos agastados em só vo, tornou-se solidário conosco. Je-
ouvir falar desta opção ou deste sus tomou a fOrIDa dos pobres, a
amor? forma dos sem poder, dos sem terra,
Temos que ser o sinal (a profe- dos sem casa: "As raposas têm toca,
cia) de um Cristo Pobre no meio de as aves do céu, ninhos, mas o Filho
um povo de pobres. do Homem. não tem onde reclinar a
cabeça" (Mt 8,20). É a opção que
E que pobres?!. .. Pessoas sem Jesus fez no desempenho de sua
poder nem influência. Pessoas à , missão. O seu nascimento, dentro
margem da vida. Pessoas sem terra, do nosso contexto, é mnito típico:
sem casa, sem voz nem vez. Pes- não havia lugar para eles na hospe-
soas migrantes, em eterna mobili- daria (Lc 2,7). É um estilo de vida
, .
549
. completamente novo' que ·Jesus veio . . O. verdadeiro· profetll: é um pobre
instaurar. A Sua Encarnação não é e. uni sem poder; um 'sem terra, um
. apenas 'revestir-,s e de nossa carne sem casa; sem emprego; ,um sem
mortal" mas é assumir-nos .em t9da nada .. ~um ' livre e despojado. ~
a, nossa pobreza e miséria fazendo- , alguém qUe põe ao serviço dos ou-
se pt;cado e maldição por n6s (cf. 2 tros a força de sua energia.. moral,
Cor 5,21; Gál 3,13), A deséida à do seu tempo e, . até, de sua vida.
mansão dos mortos, . que recorda- É alguém que entra na renúncia de
mos no "Credo", indica a medida JesUs: . esquecimento de si mesmo
total desta Encarnação: "obediente - s6 preocupado com o Pai e com
até a morte e morte de cruz" (Filip os que o Pai lhe confiou total-
2,8). Obediente totalmente à es- mente despojado numa doação total
cuta da Palavra do Pai ,os ouvi- da vida ' obediente até a morte
dos sempre atentos à voz do Senhor da cruz s6 voltado para a . sua
até a morte da cruz! "O Senhor lah- missão celibato. ~ o grão de · tri,-
weh me deu uma língua de discípu- go que morre para produzir · fruto
lo, para que eu sçubesse trazer ao (Jo 12,24). Talvezdevêssemo's me-
cansado uma palavra de conforto. ditar mais em nossa vida sobre o
De manhã em manhã ele me desper- sentido da impotência da cruz como
ta, sim, desperta o meu ouvido para força de vida nova em nosso mun-
que eu ouça como os discípulos. O do tão arruinado. A Igreja realiza
Senhor lahwt:h me abriu os ouvidos sua missão na kénosis da impotên-
e eu não fui rebelde, não .recuei" cia huniana significada na impotên-
(Isaías 50,4-5). cia da cruz. Toda nossa força pro-
. O estilo velho de vida mata pre- fética está no seguimento da kéno-
matw'amente as pessoas. ~ o siste· sis de Jesus Cristo, s'e m jamais cair
ma conoentrador do haver, poder, na tentação do domínio temporal,
prazer, laZer. Profundamente eiva- do poder, da propriedade, do amar
do de ódio: o outro é sempre um a sua vida (cf. Galilea S., Espiritua-
adversário, um competidor, um ini- lidade da Libertação, Petr6polis
migo. Ele deve ser eliminado antes 1975-45-51).
que me elimiDJe. O outro s6 é supor- O Evangelho ' da pobreza vai,
tado existir enquanto serve à minha pois, na linba do que é fraco aos
existência. Caso contrário, perde a olhos dos ·homens é forte aos olhos
sua razão de ser. de Deus (ICor 1,26-31).
Jesus, ao contrário, é o caminho,
a verdade, a vida. A vida ... ! O 4. O Evangelho da Fraternidade
Evangelho é. vida! ~ amor! É res- . .
peito! É ser irmão e menor, irmão Também aqui um .questionamen-
dos menores, manso e bumilde de to: como está dentro de n6s a rea-
coração. É a ruína do edifício lega- lidade patrão-.o perário, senhor-ser-
lista farisaico da Torá; é a ruína do vo, .empregador-empregado, . supe-
imperialismo romano endellsando o .rior-súdito? Tudo visto na luz do
César. É uma força nova de pres- Evangelho . de Nosso Senhor Jesus
são, ,decisiva na marcha da hist6ria. Cristo.
550
Jesus Cristo é . o Verbo Eterno, o Esta imersão em Jesus, !evadaa
Filho .deDeus, Deus como o Pai e . sério' até o seu extremo, .caracteriza
o Espírito Santo. Ele é enviado pelo a vida religiosa. A vida religiosa é
Pai ao mundo para salvar o mundo a expressão mais plena do santo ba-
e não para condená-lo: "Tanto Deus . 'tism~(Perfectae Caritatis, 5). O ba-
. amou o mundo que lhe deu o seu tismo · é a nossa imersão, inserção,
· Filho único . para que todo o que incorporação, D<t Pessoa de . Jesus
nele crer . não pereça, mas tenha . a Cristo Encarnado, . Morto e Ressus-
vida eterna" (Jo 3,16). Quem nele citado. l:t por isso mesmo comunhão
crer nao será condenado; está salvo e participação nas suas ações histó-
(cf. Jo 3,17-18). Ele é oNovíssimo ricas salvíficas (Rom 6,1 ss,; Col
jo mundo, 'é o Eschaton, nEle tudo 2,11.15-3,5) Inserção naencarna-
substiste, nele aprouve a Deus fazer çao e na morte = compromisso de
· habitar · ·a plenitude (COI 1,15-19; . morrer à carne e ao mundo, enquan-
Hebr 1,3). Ele éo ponto referencial . to corpo de pecado; inserção na res-
ubrigatório, l:t na' visao do Verbo surreição= produzindo nova vida.
que se · fez. carne e colocou a sua Matando 'a . velha criatura em nossa
tenda entre nós, . que tudo deve ser . carne·. e vivendo a nova criatura em
visto. O imanente, o intramundano nosso espírito vivificado pelo Espí-
só recebe o seu· pleno sentido, o seu rito do Senhor Jesus, Espírito que
sentido total, no · Verbo que se fez o ressuscitou dos mortos. l:t préciso
carne. Crer é ler tudo a partir desta . ter a convicção que pelo batismo
Presença Divina, deste eixo cristo- 'fomos introduzidos na comunidade
lógico, no meio dos homens. l:t o de Jesus Cristo Morto e Glorifica-
Tabernáculo de Deus no mundo; é do: estamos em Cristo Jesus! (con-
Deus armando a sua Tenda no meio forme a felíz expressão de São Pau-
dos homens. l:t a Tenda do Conse- lo). Não é mais possível viV1er alheio
lho todos que tínham algum pro- a esta comunidade. l:t a comunidade
blema a resolver iam à Tenda do nova dos que nasceram não do san-
Prófeta que era Moisés. Agora é gue nem da vontade da carne nem
o Profeta no qual todos os profetas da vontade do homem, mas de
verdadeiros, autênticos se encon- Deus (Jo 1,13). l:t ela que determina
tram: "Nenhum outro nome foi da- a nossa fraternidade: "Vivo já não
do aos homens no qual devam ser eu, mas vive Cristo em mim" (Gál
salvos a não ser o nome de Jesus" 2m20). ·"Minha vida presente na
(Atos 4,12). l:t neste Nome .(nesta carne, eu a vivo pela fé no Filho
· Pessoa) que ,se dobra todo Joe~ho de Deus, que me amou e se entre-
que ha no ceu, ~a terra e embalXo gou a si mesmo por mim" (Gal 2,
, da terra,. Tod~ Imgua confessa 9~e 20), "Que todos sejam um para
· Jesus Casto. e ~~or para glona que o mundo .creia que tu me envias-
de Deus Pai (Fillp 2,10-11). Por te e que os amaste como amaste a
isso, seja cad~ um batizado no nome mim" (Jo 17,21-23) .
.de Jesus, seja banhado, mergulha-
do, imerso na Pessoa de Jesus. Imer- Tocamos aqui a mensagem cen-
sos nEle, estaremos · todos imersos . trai dó Evangelho de Jesus, amen-
no Pai. . sagem da fra~emidade; l:t o grande
55'1
. .
mandamento. É o · ~u mandamento. · 10,30). A comunhão intratrinitária
É o mandamento da vida, da vida é o modelo acabado da fraternidade
eterna. cristã.
. Fraternidade é pobreza, é parti- Na prática da fraternidade é bom
lha, é humildade, é ser tudo para pensai como Deus nos ama, nos
todos. É também na luz da frater- ama gratuitamente, e nos ama co-
nidade que deve ser visto o proble- mo somos. Deus aceita-nos e nos
ma da propriedade: "Se queres ser ama como somos. E até nos ama
perfeito, vai, vende tudo o que tens, muito mais do que somos capazes de
dá-o aos pobres, depois vem, toma amar a n6s mesmos. Ama-nos com
· a 'tua cruz e segue-1Ile" (Mt 19,21; amor infinito. Será que o acredita-
Lc 9,23). mos?
. Também o problema Superior- Logicamente, n6s também deve-
· Súdito, que talvez no passado tenha mos amar-nos gratuitamente, acei-
· estado por demais marcado. pela tando-nos como somos, Está aí o
· analogia patrão-servidor, recebeho- caminho da superação de inúmeras
je um. deslocamento de acento, um tensões e de muitos conflitos que
outro enfoque. Acentua-se mais a enchem a nossa vida fraterna.
co-responsabilidade dentro da co- Temos Deus PAI, Deus FILHO
munidade. Co-responsabilidade que e Deus ESP1RITO SANTO. Não
traz consigo o esforço, a busca, à sei se já nos perguntamos alguma
luz da fé, para discernir os sinais vez: por que PAI? Por que F1LHO?
da presença atuante de Deus na vi- Por que ESP1RITO SANTO? Será
da das pessoas e da história na qual que este ser PAI, este ser FILHO,
estamos ·envolvidos. É o "ob-audi- · este ser ESPIRIfO SANTO tem
re", o colocar-se à escuta, em comu- algum alcance e significado especial
nidade, que nos dá o alcanoe mais para a nossa eXlstencla,. .'" . para a nos-
profundo e vital da obediência reli- sa vida?
giosa. É pela fraternidade na comu-
nidade que descobrimos o caminhar "Não tendes muitos pais; um só
de Deus em nossa história. Haverá é o vosso Pai, o celeste" (cf. Mt
sempre alguém que terá a última · 23,9). Esta paternidade caracteriza
· palavra. É aquele que está à frente a nossa fraternidade Somos uma
da comunidade. É ele o intérprete · só Fam ília. O PAI, que gera eter-
mais autorizado da ·voz da comuni- namente o FILHO, escolhe-nos nes-
dade. te FILHO, o seu Bem-Amado, o
Filho do seu amor (Cf. 1,6; Col 1,
. Na vivência da fraternidade cris- 13), antes que o mimdo fosse. So-
tã encontra-se, hoje, o sinal proféti- mos escolhidos no FILHO pelo PAI
co que cria credibilidade e transfor- antes que o mundo fosse, para ser-
mação. A fraternidade considerada iIIlOs santos como Ele é santo (Lev
na luz do um só em Cristo JiIlSUS, 19,2; 1 Pd 1,15), no amor (Ef 1,4).
um s6 que, por sua vez, se ilumina Para sermos, à semelhança do Filho
no "Eu e o Pai somos um s6" (10 do seu amor, filhos no amor.
.552
É profunda a indicação de Jesus: Filho de D<:us por obra e ação do
"Permanecei no meu amor como eu Esprito Santo.
permaneço no amor do . Pai" (Jo
Na realidade, não estamos na or-
15,7-10). Só assim a nossa alegria,
fandade, não somos órfãos. Temos
o nosso gozo será total (Jo 15,11).
. 11m Pai, que é sempre fiel e que com
Por que? Só em Jesus, amor do tanto amor nos diz: "tudo o que é
Pai, encontra-se a ' plenitude. meu é teu" (Le 15,31). Aliás, nada
temos nem somos que não nos te-
Por isso também é "esta a vida
nha vindo do Alto,do Pai das IU2les
eterna: que eles te conheçam a ti, . (= das constelações), junto de quem
o ' único Deus verdadeiro, e aquele não há mudança nem sombra de
que enviaste, Jesus Cristo" (10 17, mudança (Tg 1,17). A paternidade
3). "O único Deus· v.erdadeiro" de Deus envolve o Universo: "Do-
nada de deuses falsos, nada de ído- bro os meus joelhos em presença
los em nossa vida. Eles só trazem do Pai, do qual toda gentJe no céu
a morte! "Eu vim para que te- e na terra recebe nome" CEf 3,14-
nham a vida e a tenham em abun- 15). É esta presença do Pai pelo
dância" . (Jo 10,10). "Ninguém co- Filho no dinamismo do Espírito
nhece o Filho senão o Pai, e nin- Santo que dá consistência à nossa
guém conj1ece ' o Pai senão o Filho fraternidade. A nossa fraternidade
e a quem o Filho o quiser revelar" (comunidade) é uma palavra profé-
(Mt 11 ,27). E foi de fato "o Filho 'fica anunciada ao mundo para ' que
Unigênito, que está no seio do Pai, eLe creia que o Filho do amor do
quem no-lo revelou" (10 1,18). Pai veio e que o Pai nos amou como
E quem faz o enlace de toda esta amou o Filho (Jo 17,21-23). É, por
vida maravilhosa em Deus e em isso, o Amor Incriado sempre ativo
nós? Nenhum outro a não ser o Es- em nossa comunidade (fraternida~
pírito Santo, o Amor do Pai e do de). Ele é a Alma da Igreja! Ele é
Filho, amor de Deus derramado em o Animador por excelência do nos-
uossos corações pelo Espírito Santo so amor fraterno. É ele que, com a
que nos foi dado (Rom 5,5) (João nossa colaboração, faz . novas todas
Paulo 11, Encíclica "Dominum ' et as coisas, transformando os nossos
vivificantem", 18-5-1986, n. 67). É corações de pedra em corações de
no coração do homem que "se en- carne CEz 11,19).
contra o lugar recôndito do encon- A fraternidade cristã é, assim,
tro com o Espírito Santo, o Deus es- por sua própria natureza, profecia
condido, tomando-se aí o Espírito e fermento dinâmico daquilo que
Santo 'nasoertte de água que jorra todos são chamados a ser. Em nos-
para a vida eterna'" (10 4,14 so ambiente o mais total respeito a
João Paulo II, ibidem, n. 67). É a todo e qualquer ser humano por
constante presença e atuação do mais desprezh.,el ou insignificante
Dom Incriado, do Amor, da Santi- que ele nos apareça: "O que tiver-
dade, da Verdade, no coração do des feito ao menor dos meus irmãos,
dom criado, o homem, feito à ima- a mim o tereis feito" (Mt 25,40),
gem e semelhança de Deus, filho no não importa, como bem mostra a
553
parábola do bom saanaritano, nem . A nossa . identificação . em tudo
o seu credo nem a sna ideologia (Le com Jesus Cristo. deve ser levada ao
lQ, .30 ss.). ponto . máximo · incluindo a nossa
morte corporal. Ela · deve tomar-se
. . É preciso cdar. condições para
como o foi para Jesus a dÇlação su-
que cada qual possa ser gente, sen- prema do nosso amor a Deus e aos
tindo-se irmão um do outro. A re- irmãos. Não há em nossa vida mo-
flexão sóbre. a igUaldade humana e . mento inais decisivo e relevante do
cristã fundamental entre todos é in- que o da nossa morte. Tantos mor-
dispensável para não se esvaziar a D~m prematuramente, vítimas da in-
fraternidade. Palavras bíblicas como justiça de 11m sistema voraz que está
"não julgueis para não serdes julga- levando a hllmanidade à própria
dos; não condeneis para não serdes destruição: "... com todo o pro-
condenados, sede · misericordiosos gresso vertiginoso da civilização
como vosso Pai é misericordioso, técnico-científica e não obstante as
•
com a . medida com que medirdes reais conquistas e as metas alcança-
ser-vos-á medido outra vez" (cf. Le das, o homem está .ameaçado, a hu-
6,36-38), tomam-se orientação obri- manidade está ameaçada" (João
gatória na vivência da dimensão paulo 11, Encíélica "Dominum et
profética de nossa vida consagrada vÍvificantem", n. 65). É a autodes-
ao Deus sumamente amado. Perdão truição de que o Papa já falou na
- Reconciliação - Compreensão "Redemptor Hominis", na "Dives
---, Misericórdia serão presença cons- in Misericordia" e na "Laborem
tante em nosso ser ·fratemo. Penso Exercens". A nossa atitude deve ser
que as conhecidas passagens dos a de Jesus: a oblação voluntária:
Atos sobre a comunidade cristã em numa obediência, mima escuta e
Jerusalém não perderam a SUi!- atua- adesão à Palavra de Deus até a mor-
lidàde.
.
Lá como, numa síntese, en- te e morte de cruz. Deve ser aceita
. .
contramos, de modo cOlicreto, o qoo livremente, nllma participação nos-
significa 'para o mundo de hoje, co- sa muito conscientt>, para livrar os
mo profecia, à vivência fraterna nossos irmãos desta iniqüidade a
(Atos 2,42-47; 4,32-37). Da mes- que estão sujeitos e quebrar o sis-
ma fomia ' as parábolas (alegoria) tema pecaminoso instalado em nos-
do Bom Pastor (Jo 10; Le 15; Mt so mundo. Deste grãozinho de trigo
18), do Pai Misericordioso (Lc 15), a mais que morre, vai brotar nova
do Bom Samaritano (Le 10) e do vida. A morte faz parte da profecia
Fariseu e Publicano eLe .18), indi- (k nossa vida. A Cruz é o instru-
caIll a ' medida do nosso ser proféti- mento que mais alto grita: quando
co num mundo tão órfão, tão ne- eu for exaltado, atrairei tudo a mim.
cessitado de carinho, ternura, amor Isto ele dizia significando de que
fraternos: "Tudo o q\lie é meu .é morte morreria (Jo 12,34). Afinal,
teu"; "Se gastares algo a mais, na ninguém tem maior amor do que
volta eu o pagarei"; "Derramou óleo aquele .que dá · a sua vida por seus
e. vinho sobre -as feridas".. Só a doa" amigos (10 15,13). Jesus, pela en-
ção .tota). de si . mesmo impact.a o trega de . si mesmo, salva !! povo.
mundo perdido nO espaço! :. Dentro.. desta visão . de 'fé, 'uma das
554
nossas especialidades proféticas será dotes? Todos reis; todos sacerdotes;
a de transmitir alegria . e confiança: todos.. iguais;todossoberanos; . ne-
"não estamos só; o Pai está .sempre nhum inferior; nenhum superior; to-
conosco" (cf. Jo 16,32). "Pai, 'em dos inilãos entre si; todos respeitan-
tuas mãos entrego o meu espírito - . doe lutandó pelas leis de lahweh!
Pai, em, tuas mãos eu me entrego - Assim anunciando as. maravilhas de
E inclinando a cabeça, entregou o quein os tirou das trevas para a sua
seu espírito" (Lc 23,46; Jo 19,30). luz maravilhosa, de quem os tirou
"Tudo está consumado!" (Jo 19, da escravidão do Egito, carregan-
30): do-os sobI1e asas. Um povo proféti-
co, um povo santo, um povo régio,
5. O Evangelho da liberdade um povo sacerdotal. São todos os
nossos títulos! Será que desejamos
. Fr.a teroidade e liberdade ligam-se títulos mais gloriosos do que es-
estreitamente; ' É digna de maioI tes?!. ..
aprofundamento a 1 Pd 2,9-10:
"Mas v6s sois a raça eleita; o sacer- . E como Nosso Senhor nos quer
d6cio real, a nação santa, o povo ver honrando estes títulos I Como
de 'sua particular propriedade, a fim Ele gosta de rios ver soberanos! Co-
de que proclameis as excelências da- mo gosta de nos ver livres! "Aque-
quele que vos chamou das trevas le que ama seu pai ou II).ãe mais do
para a sua luz maravilhosa, v6s que que a mim não é digno de mim. E
outrora não éreis povo, mas agora aquele que ama filho . ou filha mais
sois ' o povo de Deus, que não tí- do que a mim não é digno de mim.
nheis alcançado miseric6rdia,mas Aquele que não toma a sua cruz e
agora alcançastes". Esse texto pos- me segue não é digno . de mm.
sui uma ressonância no Antigo Tes- Aquele que acha a sua vida, vai per-
tamento, ·Exodo 19,6, quando Deus dê-la, mas quem perde a sua vida
diz ao povo hebreu: "V6s mesmos por causa de mim, vai achá-la'" (Mt
vistes o que eu fiz aos egípcios, e 10,37-39) . . Para ser perfeito, é ()
como vos carreguei sobI1e asas · de mesmo que dizer para ser livre, é
águia e vos trouxe a mim. Agora, se preciso deixar tudo e seguir Jesus
ouvirdes 'a minha voz e guardardes no 'mesmo despojamento que Ele as-
a minha aliança, sereis para mim sumiu vivendo entre n6s. O Filho
ü!'I1a propriedade peculiar entre to- do Homem não teve onde reclinar
dos' os povos, porque toda ' a terra a cabeça. Ele não tem com que pa-
é minha. V6s . sereis para . mim. um gar o imposto. Ele não está amarra-
reino de sacerdotes e uma nação do . a ninguém nem mesmo à sua
santa ... ". ·0 Apocalipse 'retoma a querida Mãe. Aos doze anos per-
mesma idéia: ."Fez dé n6s · um reino manece 'no Templo, enquanto José e
de sacerdotes para Deus, seu Pai. .. Maria ' o procuram entre os parentes
Deles fizestes para nosso Deus uni e amigos. Quando, admirados, o en-
reino de sacerdotJes e. eles reinarão contram no Templo, a ' sua ' resposta
sobre a terra" (Apc. l,6;5,10). é: "Não sabíeis que eu devia. estar
na Casa do meu Pai?" CLe 2,49).
:. . O que ' significa um: reino de sa- Na Casa do Pai, lá é· o seu lugar.
cerdotes? Um reino. de . reis e sacer- Não havia lugar para eles na hospe"
555
daria. Na Casa do ' Pai sempre há plena segurança. "Se não () crerdes,
lugar. Há lugar para todos. :B a ~ não subsistireis" (Is 7,9; cf. tb 2
sa de quem é livre, totalmente li- Cr 20,20).
vre. Na Casa do Pai não há maior
nem menor, todos são iguais; .
Em. nossa liberdade joga um pa-
, . um só pel importante a Image~ que. nos
,
é o Senhor ' Deus o AltISSImO, o fazemos de Deus. Qual e esta lIIla-
Excels'o. M~S, apesar de Altíssimo, gem dentro de nós? Quem é Deus
apesar de Senhor, Ele não empata -p ara nós? Dizia Jesus: "Se não vos
a liberdade de ninguém. Antes é na converterdes e tornardes como
Sua liberdade que todas as liberda- crianças, não podereis entrar _ n~
des encontram a sua perfeição. Na Reino dos Céus". Que conversa0 e
oportunidade, José e Maria nada esta de se tornar criança? Li uma ex-
compreenderam. , Jesus desceu c~m 'plicação exegética que díz: se não
eles para Nazaré e era-lhes submIs- aprenderdes de novo a dizer ~A
so. Sua mãe conservava tudo em PAI, não podereis entrar no Remo
seu coração (Lc 2,50-51). Não era dos céus. Está aí a imagem que de-
fácil entender. Havia aí um misté- vemos ter de Deus, a imagem de
rio. Ha~ia aí algo completamente Aba-Pai. Deus é o nosso Pai. Pai
novo. O que era? Mais tarde ainda, Nosso que estás no céu. .. Este Pai
nas bodas de Caná: "Eles não têm é o modelo para toda a nossa vida.
mais vinho". Respondeu-lhe Jesus: Jesus quer que todo o nosso ser e
"Que queres de mim, mulher? Mi- agir se , oriente segundo o ser e o
nha hora ainda não chegou" (Jo 2, agir do Pai. Devemos. fazer o bem
3-4). Desta vez Jesus também , foi para que os homens vejam as n?ssas
submisso à sua Mãe, mas em plena boas obras e glorifiquem o Pai que
liberdade de decisão., Tudo tão anis-
, . está no céu. Nunca devemos pro-
terioso. Como tambem em nossa VI- curar os elogios 'e aplausos dos ho-
da tudo tão misterioso. Parece que mens porque, desta forma, o Pai
co;seguimos superar uma dificulda- Celeste não nos poderá recompen-
de e já se levanta outra. Não enten- sar. Em nossa oração é necess~rio
demos ' bem tanto sacrifício que se procurar primeiro a glória do Pat, .a
nos pede. Mas, o caminho é por aí expansão do seu reino, o cllmpn-
mesmo. :B no lusco-fusco da fé que mento de sua vontade e SÓ então
se vai aperfeiçoando a nossa liber- ,pensar em nós. Necessitarmos amar
dade• As nossas decisões vão ama- • os inimigos, ser bons para com os
durecendo e sempre, logo mais que são maus conosco, reza: pelos
adiante, enxergamos que foi assim que nos perseguem e call1Dlam, ~
melhor para nós. No momento em fim de sermos filhos de nosso Pai
que nego 11m sacrifício, estou negan- Celeste o qual faz nascer o sol so-
do a aliança do Senhor, estou pre- bre bo~s e maus e faz vir chuva so-
judicando à minha liberdade: •~ão , bre justos e injustos. Nosso modelo
são os assírios nem os babiloruos de perfeição é 'o Pai Celeste (cf. Mt
nem os egípcios nem o rei de Israel 5,16; 48; 44 ss.;' 6,9 ss. etc.).
nem qualquer outra aliança que ga-
rante a nossa liberdade. :B tão so- E como é este relacionamento
mente a aliança de lahweh que dá com o Pai, Jesus deixa-o ver atra-
556
vés do seu próprio relacionamento. age em nós. Livres para descobrir
É interessante ver sobretudo o evan- os caminhos de Deus em nossa vi-
gelista Sao João. É um relaciona- da, os passos libertadores divinos.
mento todo impregnado de confian- Livres para questionar e nos deixar
ça, de amor, de conhecimento, de , questionar. Livres. para não fazer-
' aceitar
. aco-
doação. mos c01llpromlssoS ou
modações com forças dominantes.
Será que Deus como Pai significa N1Im mundo tremendamente domi-
algo para a nossa vida e, em nossa nador, a nossa liberdade é um sinal
vida? profético de valor incalculável. En-
contramo-nos num mundo amarra-
, Devemos ' ser muito livres para do, sensível, cheio de suscetibilida-
escutar o que o Espírito tem a di- des, de conchavos, de manipula-
zer à sua Igreja. Livres para escutar çoes. .. O mundo deve ver a nossa
o Espírito de Peus. Livres para es- total liberdade e glorificar o Pai que
cutar o Espírito Santo qoo fala e está nos céus~ O
A Fidelidade - A Lei
, ,
A Aparência
Bíbliã - "Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim
para os abolir, mas, sim, para levá-los à perfeição", Mt 5, 17.
Leitor- A Lei vai ser cumprida integralmente. Nem uma letra ou uma
" vírgula deixarão de acontecer. Tudo_ terá pleno cumprimento,
não em sua materialidade, mas no seu espírito. E o espírito da
lei toda é este: ser justo, ser misericordioso, ser irmão no sentido
mais singelo e evidente. E 'agir diante de Deus. A lei, assim
e)1tendida, é sabedoria da parte de Deus. Cumpri-Ia é sabedoria
da parte do homem. É o caminho do céu. II entrar na ótica de
Deus, ou seja, priorizar a interioridade sobre a aparência. Preo-
cupar-se, portanto, com o primeiro, lugar, com a aparência, em
demasia, é revelar não ter o senso de Deus. É sintoma de vazio
interior: "O essencial é invisível", afirrn;l o Pequeno Príncipe.
Bíblia "Pouco me importa ser julgado por vocês. Quem me julga é o
Senhor. Ele mostrará o que estiver escondidó e manifestará os
projetos dos corações. Cada 11m receberá, então, de Deus, o lou-
vor que merece", 1 Cor 4, 1-5 (pe. Marcos de Lima, SDB)•
•
557
. .
DE ATIVIDADES DA CRB:
1983-1986 ,
558..'
2.3 CERNE nomia" das Congregações Brasilei-
. raspara concretizar hoje a origina-
O Relatório, após expor os obje- lidade fundacional no contexto da
tivos do Curso, o número e os res- ·vealidade brasileira atual. ·
ponsáveis deles, recolhe também
alguns depoimentos de Cernistas e 2.6 - GRF
da Coordenação, revelando a re-
percussão dessa iniciativa na VR, Houve uma retomada no empe-
como momento forte de reciclagem. nho que a CRB vinha desenvolven-
São apontadas algumas dificuldades do, . procurando dar à Formação
para a realização do CERNE, mas, aquele enfoque adequado ao mo-
pelos resultados obtidos, parece que
o trabalho vem sendo bem compen- mento atual.
sado. . Destacamos:
2.4 PRÓ-FOCO - A criação do GRF N acíonal
e, conseqüentenrente, dos GRFs em
Consideramos como pontos a su- quase todas as Regionais.
blinhar: - A nova metodologia dos Semi-
- .o fato de cada cursista repe- nários, possibilitando a participação
tir para a sua comunidade a etapa de
.
formadores. de maior nÚllIlero de
realizada, relatando o resultado de Regionais e de .Congregações.
seu trabalho ao iniciar a etapa se~
guinte; Os Cursos realizados em di-
versas Regionais.
- o. crescimento da comunhão e
integração entre as várias Ordens - A atenção ao Formador ---:- e
Contemplativas; ao Formando. . ...
a maior si:nt.onia dos Mostei- . . . . Revalorização da orientação
ros com a realidade eclesial, suas espiritual. .
exigências e seus desafios;
.. 2.7. GRl .
. - a consciência de que aVR - .
contemplativa ajuda a sus1Jentar a Assumindo a prioridade. inserção
luta pela justiça e a fidelidade dos estabelecida pelos Superiores Maio-
homens a Deus; .
res na xm AGO, a Diretoria muito
o estudo do documento "Os fez, não só para os l1eligiosos inseri-
profetas bíblicos interpelam a VR" dos em meios populares, mas tani-
e a constatação de desafios bastante bém ·apoiando, incentivando e aco-
fortes para
. .
a vida contem.plativa.
. lhendo ás Íniciativas dos próprios
religiosos. .
2.5 Superioras Gerais
. de Congregáções Brasüeiras Para melhor dinamização do se-
tor ·foi criado o GRI Nacional que
Entre asperspertivas destaca-se está se · estendendo às Regionais,
a de prosseguir na busca da "fisio- através dos GRIs Regionais.
559
. Ressaltamos ainda a realização A destacar: os encontros realiza-
dos três Semjnários, em Regiões di- dos, a participação na Pastoral da
ferentes, . com nova metodologia e Criança, ·o avanço numa nova com-
conteúdos adequados às . necessida- preensão da saúde preventiva, glo-
des constatadas pelos religiosos in- .bal, comunitária e popular.
. seridos.
3) Publicações
2.8 - GRE
- A revista Convergência, com
A CRB deu 11m apoio maior aos cerca de 3.000 assinaturas no triê-
I\eligiosos que atuam no campo da nio, ocupa o maior e spaço do Re-
educação, sobretudo ajudando a dis-
• • A' •
latório. ao tratar das publicações da
cerrur as eXlgencIas que o momento CRB.
histórico faz às Congregações cujo
carisma inclui a Pastoral da Educa- Dado que marcou positivamente
ção e a buscar alternativas a partir a revista neste triênio foi a adoção
do Ser Religioso e da opção pelos de um tema central anual, além do
pobres. cuidado para usar linguagem aces-
sível à maioria dos religiosos, con-
. O desenvolvimento do GRE Na- se:rvando o níveD de profundidade
cional e dos GREs RJegionais muito
contribuiu para aprofundar a refle- beológica.
xão e envolVier maior número de
4) Comunicação
pessoas, o que favorecerá a união
de forças e a tomada de decisões
- O Relatório apresenta detalha-
concretas.
damente 1I.m vasto leque de comu-
Destacamos a realiZação dos di- nicações da CRB com outros orga-
versos Seminários, quer a nível na- nismos, visando sempre a animação
cional, quer a nível inter-regional, e da VR no Brasil.
a integração com a AEC le CNBB,
sobretudo por ocasião do Encontro ..:... Percebemos o alto nível de
de Provinciais sobre "Igreja e De- interesse eclesial desses contatos,
mocratização do Ensino", em maio particularmente intensos no que se
de 1986. refere ao relacionamento com as
Regionais e com a CNBB.
2.9 - GRS
5) Serviços
O fortalecimento da equipe do
GRS e o melhor relacionamento - Fica claro no Relatório o au-
com as Regionais representa lIma mento e eficiência dos serviços pres-
ajuda importante a 11m setor que tados na área de especializações e
vem carecendo de maior animação bolsas de estudo mesmo consideran-
até mesmo da Igreja, no sentido de do ·que tais serviços ainda não atin-
revitalizar o Ser Religioso na área gem as regiões mais carentes do
saúde e descobrir novas dimensões Brasil, fato não devido à vontade da
de atuação. atual gestão da CRB.
560
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LINHAS DE ÀçÃO~ , ..•
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1986-1989 '. ".
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A XIV ASSEMBlillIA GERAL *
Impulsionando a inserção nos
ORDINÁRIA DA CRB. refletiu so- meios populares; segundo a diver-
bre ' a DiMENSÃO PROFÉTICA sidade
. .
dos carismas; ', .
. .
DA VIDA RELIGIOSA NO BRA-
SIL a partit da visão bíblíco.:teoló- . * Aprofundando
a . espiritualidade
giba do profetismo. . .. ' . que nasce da .experiência . de Deus
no compromisso com a libertação
Tendo presente que: .. .. .. . ..· · ·do povo; "
- O profetismo é elemento cons~ Para operacionalizar esta Priori-
titutivo da Vida Religiosa como se- dade, a XIV AGO propõe como li-
guimento de Jesus e compromisso nhas de ação:
com o Reino.
" . . Os: coiillitos originados nas es- . 1. Inserção nos mei.os populares
trilturas injustas da sociedade bra-
1.1. Levando em conta. li evolu-
·sileira constituem um lugar teoló- ção do prooesso de inserção das Co~
, ,
562
,d;4.AÇR~l~, ajllde o~; RcrUgiOs,os c!.!l1l :de PW!Og ,popul~e~; vl!lprq,anc1O,
a ser apoio e presença lib~rtado~a sua cultura" qrigina1•
..e , geu ':engaja-;
nos movinIentos populares e nas
•
563
tadora dos valores cristãos, como Maiores, em lilaió ,' de 1986, Men-
agente de transformação. desfRJ.
,
564
DIRETORIA NACIONAL ,E CONSELHO
SUPERIOR DA eRB NACIONAL
A XIV Assembléia Geral Ordinária da CONFE~NCIA DOS REU-
GIOSOS DO BRASIL, depois de refletir sobre seu tema central, "A di-
mensão profética da Vida Religiosa no Brasil hoje", e de introduzir algu-
mas indispensáveis modilii:cações no Estatuto ' da entidade, realizou elei-
çõ,es para os novos quadros de direção da CRB Nacional.
Para Presidente da CRB Nacional foi reconduzido o Irmão CLAUDINO
FALQUETTO, FMS.
•
Para o Conselho Superior da CRB J:ifacional
. . .. .
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bi:X<as' ·dê ·ii4"os; j'li:ôvoçõü \ÍÓl 'movi· p ~1J!t;~ple~t~" }I~--:,d~s > c9ns!içõe.~
mento: p,bpulat·' ex;igi~do · eleições: di~ l,oramd1.~gl!?~~ .)?~*;l , p~-ppri(l ,~,C;Op,.
~tetãs;' ; Ü -:.lmoVimeJito ' se· avolurbóu, gre~s.~ :; ::tjaFoll~! ' ,; aprovap-do '. ,proj'
posta do Poder Exeêutivo. · A .4J;-
'assumiiidp'; Btôpor~ões kiga:iit~scàs; sembléia Constituinte será coiripos:'
'dóS' maiores ' eventos' cíVicos ' da his:' 'ta pelos' depút.a dos' e'· senadores lise-
íótiá 'brasileira> o 'Congresso p'res~ rem'·;elditos li: i'5 ·de ··,Ilovembro; :eD.-
~,sip,~à~o" :p'e!os:, :(',ill~t<lTes; ,~o~sê~uí..u tre candidatos ' '.apresentados . pelos
.?E;~~~r~, o.·.1'~9J,eto<ie. e!~!çoes . ~l~ yelhos . partis!ps,: ,polítjcos . q)le ,de-
r~tll:~,-~ m!!~ ' ,Jl!ldíl cÇlpseSU1ll" ~eter. o f:eJlSib.J].a~aÍp ~ ;.Ópjnjiíb pública; : ,. t
moVÍlJientO, aa' nação
> _. - " .0·
."
exigindo,
·· . '• . '
'n'lU~
.
.. .... . , .... r • • \... " .... , , ' . ""''':. _, , ' '. " . - •
.
. :
"
561
,mundo.. Setáque ' uma nação com .povo . de Deus, ,par!L debatê-las em
tão grande Dqmero de católicos não ,todos os setores da comunidade na-
será capaz de eleger constituintes piQnp1: . escolas, universidades, sin-
dignos e confiáveis, ou seja, cons.- dicatos, associações, as mais varia-
utüinies ' que defendam valores e das, partidos políticos, movimentos
'princípios coerentes com as profun- leigos. A mobilização deverá desa-
dás aspirações humanas e cristãs do guar em manifestações públicas' e
povo? ' ' cornfcios a nível diocesano, regio-
nal e mesmo nacional. Neste pro-
11: este o desafio, para enfrentar cesso e nestes debates, ' o povo de
o qual, a Igreja e,tá se preparando Deus, que constitue a grande massa
•
com coragem e entusiasmo. de cidadãos eleitores, terá oportu-
, A Igreja tem C9nsciência de que nidade de ir discernindo os candi-
toda sua colaboração nestas dUáS datos capazes de defender os prin~
décadas de regime militar, para a cípios cristãos na Assembléia Cons-
construção de uma sociedade me~ tituinte, princípios relátivoS ao di~
nos injusta e m~is fraterna, passa ~eitQ à vida, inclusive do nasi:ituro,
agora por uma afirmação de sua 'aós ' direitos da farnflia, à real li-
presença no processo constituinte. berdade de ensino, à destinação so-
cial da propriedade, aos direitos do
Como ponto de partida para esta trabalho, à reforma agrária, à par-
afirmação, a Conferência Nacional ticipação do povo nas decisões p0-
Bispos. do Brasil (CNBB), aprovou líticas,
, .
.
'" . .
um documento com a participação
A Igreja .não se ilude quanto à
de 260 bispos, sobre o tema: Exi- grandeza das dificuldades que de-
gênCias Cristãs de umat nova ordem verá enfrentar: a solércia dos polí-
Constitucional. Documento da maior ticos profiSsionais, a força do po-
importância, porque explicita os cri- der econômico, a timidez dos pró-
térios básicos e as exigências ime- pdos católicos em assumir sua res-
diatas que, à luz da fé, devem ori- ponsabilidade política, neste mo-
entar os católicos, na nova ordena- mento decisivo.
ção da sociedade, nas suas diversas
dimensões: social, econômíca, polí- . A consciência das düiculdades é
tica e cultural. a primeira condição para superá-las.
A Igreja contudo sabe também que
'. A clara posição, assumida pela nenhuma instituição tem hoje no
Igreja neste documento sobre ques- Brasil uma presença junto às bases
tões fundamentais, vai permitir e maior que a sua. E os seus inimi-
provocar uma ampla mobilização do góstambém sabem disto.
",. '. . ., '
. .
EXIGeNCIAS CRISTAS DE UMA NOVA ORDEM CONSTITUCIONAL
IGREJA E CONSTITUIÇÃO
,
5,68
o objetivo ' que' ·revela o sentido e a quais a nação' deposita sua esperan-
_coerência: das numerosas iniciativas, ça na novidade da· ·República que
•
pronunciamentos, campanhas de- se anuncIa.
_senvolvidas pela Igreja, na sua pas-
. toral social, especialmente durante . Perdida esta chance histórica, a
. os anos difíceis do ciclo militar que llrustração do povo poderia. preci-
se encerrou, com' o advento da Nova pitar a nação nurO processo de tur-
República. bulência . social de conseqüências
imprevisíveis. As . disparidades .so-
.. A Igreja tem. consciência que seu
ciais e regionais se acentuariam até
desejo de contribuir para uma so-
ciedade mais justa e fraterna passa aproximar-se perigosamepte da si-
hoje por um esforço de explicitar tuação de um apartbeid social, no
as . eJcigências cristãs de uma nova qual, setores minoritários altamente
ordem constitucional. Desenvolvo modernizados da sociedade seriam
aqui os temas principais da 1'1- par- submersos na inundação crescente
te do documento da CNBB. da pobreza, da indigência e da roi-
, .
sena.
1 Importância do
Esta situação extremamente in-
Momento Político
justa, a ponto de tomar-se ameaça-
o Brasil atravessa um momento dora, exige, como pTÚneira condi-
político grave. As opções a serem ção de sua superação, uma profun-
feitas neste momento serão decisi- da reforma das instituições, reforma '
vas para o futuro da nação diante que deverá consolidar-se Dum novo
da alternativa com a qual ela se de- pacto constitucional.
fronta. A alternativa é a seguinte:
ou preparar o caminho para a con- 2 O Sentido da Constituição
solidação de uma democracia real-
mente participativa com a elevação A rigor, o Brasil não possui uma
das condições de vida da popula- Constituição. Possui uma Emenda
ção a níveis de decência social, ou Constitucional outorgada em 1969
perder esta oportunidade histórica, pela Junta Militar então no poder.
esvaziando o sentido de novlidade Tal emenda se destinava a dar
que se pretende garantir à atual ex- maiores poderes discricionários ao
periência política brasileira. Por ou'" regime militar instalado pelo golpe
tras palavras: trata-se ou de optar de 1964.
por construir algo de realmente no-
vo, ou de oferecer à nação o triste O governo militar se extinguiu
espetáculo de. um mero .revezamen- 'submerso pelos grandes movimentOs
to no poder de lideranças políticas cívicos que se estenderam a toda
pre!ias aos mesmos interesses parti- nação, em 1984. Inaugurou-se um
dários, preocupadas com os mesmos novo regime político já denominado
cálculos . deitoreiros, vítima dos de Nova República. ' Um novo re-
mesmos vícios políticos e apenas Te- gime não pode continuar a funcio-
toricamente . empenhadas com às nar . com uina ' velha constituiçã(),
mudanças profundas e radicais nas inadequada às novas réaIidadesein"
-
569
,ç!!,paz de :resppnder, aos novos an- "participação" do ' povo neste proces-
:seios ':da : nação.: '. . . ,sQe deJIma . importâricia: decisiva.
·SÓ um ,'povo que participa .assumi-
Uma constituição, com efeito, é o rá a ,futurace!nstituição . como obra
paçto institucional fundamental que sua; . saberá . comprometer-se : com
· deve regular toda a vida da nação. ela e eldgir a sua vigência. A Igre-
,E a lei básica que consagra as gran- ja; que caminhou junto , a este .povo
,des noIUIlaS com .as quais se devem no período difícil que se. encerrou,
êOnfolU).ar toda's as, leis. É a Carta não poderá . omitir-se no. momento
J"lagrta à qualcompete,em linhas 'decisivo que inaugura um novo pe-
gerais, sem entrar em miilUdências ríodo da vida nacional . .
·regulamentares: . ' .,
. :i .... legitimar o' poder do Esta- :3 ~ A COlaboração
..
'da.. Igreja
• •
'~70
~ql~nci.a;Joirel:()nheci9.a , c()mopas- ,valores
. .. . ·éticos·
. . , .' ·fundamentais:Ela
. . . ".
tem
...
~or,allIl.ente ·. YáUcla; .· el;ll' .
inequívocos .c()~sdênci.a ·· de · qu~,sem a .preser-
pro.nUll.cia,ment()s do ·. Sarito:Padre, vaç~o. desto::.!! valo1)es; as mU(!!lIlçaS,oll
.
,PQr ocas,ião. ·de.. ·sua vi~ita . à n.oss.a
r serão frustradas, gerando n.oyos con~
Pátria, ....." r·. .· ·· . . ' flitos, ..ou servirão c]e pretexto para
~ ._ . .
.. ,
•
.
, . '. ' ..
1. CORRESPONDENCIA EXPEDIDA
· . .
Telegrama ao Santo Padre ' gregações mascuJinase femininas
reuDidos .XIV Assembléia Geral
Religiosas e ReIi~osos do Brasil, conlierência Religiosos Brasil cons-
rennidos XIV Assembléia Geral, ín- ci.entes dramática situação lavrado.-
tima comunhão com povo Pa!ltores res . brasileiros, violência arbitrária;
Igreja e Santa Sé presente pessoa grupos . pQderosos comprometidos
Cardeal Prefeito · Jean Jérôme Ha- pela . for~ da fé libertação povo
mero ...
. .
, oprimido sentem dever di!;igir Vos-
sencia insistente apelo . RefOllllla
Externamos Vossa Santidade ju- Agrária· ampla ·e'. urgente .confOlme
bilosa .gratidão luminosa mensagem palavras Santo .Padre: ESTE PRO"
nós enviada sobre· missão profética JBTO NÃO PODE FRACASSAR
Vida Religiosa e caminhos formação PORQUE 13 QUESTÃO .JUSrrçA
nova geração religiosos, à luz inser- SOCIAL E DEMOCRACIA.
ção ,em Cristo, Profeta do Pai; .
.. .
, , e, renovamos nosso
. ' . . .
comproInlsso . Padre João Mac DoweU,. SJ
cOlisagração ' a, DeuS, seguimento . . .. Presidente
,
da XIV' .
AGO
Jesus pobre e serviçO libertador nos- · . . ' . . . . .. .
so povo, apoiados força Espírito e Carta à ConferêncIa dos Bispos
alentados m'agistério e semço apos- Cat6lieosda
· Afriea
. do Sul , . .
tólico sucessor de Pedro. . . . . ,.
Em Cristo, SOUTHERN AFRICAN CA-
THOLIC BISHOPS CONF'EREN-
Padre João Mac DoweU, SJ CE*, P.O. · BOX 941 PRETORIA
Presidente da XIV
" . . AGO 0001 SOUTH AFRICA, AFRICA
DO SUL. .
Teh:igrllma ao
,
PreSidente da República Revm9s Srs, Bispos,
Exm~.sr, José , Sarney . Nós, Superiores de COngregações
DO, Presidente da República Religiosas do Brasil; . reunidos em
Assembléia, temos procurado acom-
SUPERIORES . PROVINCIAIS panhar .a solidariedade dos Cristãos
representando ·50 mil membros Con- com . a luta . secular ·do Povo .da
573
África do Sul por sua libertação. mentamos as constantes persegui-
Sabemos que "durante muitos anos ções e muitas mortes qlre estão
rezaram para que o gov,erno mudas~ acontencendo na Igreja do Mara-
se sua política. Queremos agorare- nhão.
zar com vocês por uma 'mudança de .
estrutura para que o povo se liberte . Rezamos suas lutas, suas con-
e possa viver em paz". quistas, seus gra,nd.es esforços para
a mudança desse sistema opressor.
As recentes notíoias nos mostram
que hoj,e os cristãos por sua solida- Sentimo-nos em comunhão com
riedade sofrem ' a mesma repressãO" v"ocê e· a:Igreja cIe Bacabal, solidá-
que os negros sofreram desde a che- rios pela mesma causa para que se
gada dos priimeiros brancos em 1950. faça justiça e a fraternidade possa
A prisão de tantos padres, . pasto- acontecer.
res, . diáconos, seminaristas, religio- Sr. Bispo, conte com nos~ apoio
sas, agéntes' de pastoral, atesta o es- e· nossa ·:prece, . ."'
. -
,
. . ".
Presidente da .XIV AGO
.. '"
M6~bros xIv . ASSEMnL~IA
GERAL . CONFER:aNCIA RELI-
*IBssa Carta foi' enviada também GIOSOS .BRASIL (CRB) r.eunida
ao Conselho das Igrejas da A/rica São Paulo: saúdam M('!Il1:bros VI
do Sul, ao Ministro da Ordem e da ENCONTRO .. INTER-ECLESIAL
Lei da Africa do Sul, ao Sr. Embai- CEBs é 'companheiros 3~ Romaria
xador da A/rica do Sul no Brasil, e Terra Trindade. .
ao ,Conselho . Mundial de Igrejas.
. ' . . Est·amos unidos vocês na Oração
·0 .' texto entre aspas foi tirádo de no anseio e lu~ pela transformação
uni .texto .' do Conselho Sul-africano nossa· realidade; solidários na Fi.de-
de Igrejas e 'publicado em . um . nú- lidade ao Evangelho e Orientação
mero de SEDOC do ano passado. EcL-esial, no ser-viço mais pobres e
oprimidos, no sofrimento e no mar-
Carta ao Sr. 'Bispo de: túio. .
Bacabal, MA' ,
.
. -, . ,
Auguramos"bênçãos divinas e6ti~
" "
.
Sr. Bispo". de BACABAL .. . . mos resultados trabalhos. • .
..
- .. ".
. . . .
".'
. '".
. -. .. . ..
, .N6s "Religiosos, ieunidos na XIV . Padre Jõão Mac' DoweH, SJ
Assembléia Naciónal : da CRB : la" .. : . Presidente da XIV AGO ..
574.'
Carta aos Irmjio$ da Igr~ia . . ' ' . . .. é , testemunhar, ante todos que esta-
de Oriximiná, PA mos unidos a vocês porque reco-
. . qhecemosem slla. açã:o o ,espírito do
.' . . '" . '..
. ~.A{)~ , ~que~dos .iJ:nlão~joão, Ma~ . Evangelho e o compromisso prefe-
noel .. e Amélia e ' a t04o& .os . irmãos rencial da Igreja com ' os pobres e '
e irmãs que estão na: igreja de Ori- opr.1midos.. ~ . ..
xirniná, paz e alegria no Senhor.
-- No amor e na paz do Deus da
Nossa XIV · Assembléia· .Geral, Justiça: . ' .... .'. " .
reunifl(~o ,seiscentos Religiosos vin- ",- '. .
575 ,:
' 2. CORRESPONDeNCIA RECEBIDA
I. _", •
, '