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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
o Social li mo Ru i
MA S.nIlOtI Apareckla H
I
" Mlnhas Vid as"
Março-Abril - 1985
PERGUNTE E MSPOHDEREMOS MARÇO-ABRIL - 1985
Plibllcliçlo .,....... 1 N9279
DiNtor·Aeapon-.t.,.l: . SUMARIO
D. EI'<6vlo BeUencourt OSB
Autor e Re4ator de toda I ~"rla
p'ubllcada ne. te periódico QUE OEVO CRER? ............ .. . lO
Da$r-o\dmJn.ndor
s.mpr. .. perg~ :
D. Hlldebrando P. Marlins ose VIDA EM OUTROS PI..iA.NETAS? .• . .
Um Imo documentado. redlhl: "
Aclmlniltnçlo .. dltlrlbulçlo: " MARXISMO E SOCIALISMO REAL· 101
I:dJç6es Lumen Chrl$ti Ainda o livro de Ch8rboune••:
Dom Oetardo, «I - 59 andar, SI501 O SOCIALISMO REAL • . .. 115
Tel.: (021) 291-7122 UmlhTo.~ :
Calq pos'" 2666 "A SENHORA APARECIOA~ •.•....• 123
20001 • Rio da Janeiro • RJ Ao reoneamaçio mais UIh8 wea:;
- MINHAS VIOAS· .. , . ............. 143
AlftcIa a quntlo candente:
Para pagamento da assinatura O TESTEMUNHO 00 " REI
DO AeORTO· . .......... . ..... _ 1S2
de 1985 queira depositar a im-
Enlr. OI dlntilos do homem:
portância no Banco do Brasil " ESCOLA LIVRE E GRATUITA" ..• • 1S8
para crédito na Conta COlTenle
&'-11 real_nle uma
~ 0031 .304·' em nome do Mos- " ORAÇ;\O DE JOAO XXlll PELOS
teiro de SAo Bento do Rio de JUDEUS" ? . .... ... _.. ... .. . ... 166
Janeiro, pagável na Agéncia da Ca11.l eberta • F ... I Leonlnlo Bofl
Pra~ Mauá (n'it 0435) ou VALE A MEU IRMAO LEONARDO _... .. .. 173
POSTAL na Agoência Cenlral do LIVROS EM eSTANTE • .• • . • .•• 177
Rio de Janeiro.
NO PROXlMO NOMERO
RENOVE QUANTO ANTES 280 - M.lo-Junho - 1985
A SUA ASSINATURA
Sempre se pergunla:
• • •
A Via Láctea, galâcia da qual faz parte o planeta Terra,
conta centenas de bilhões de estrelas. As galácias no universo
pel'f82em um total de centenas de milhões. Cada estrela é
comparável ao nosso sol, talvez com alguns planetas a girai'
em torno dela.
Dai a pergunta : em tão grande multidão de planetas. não
haverá alguns ou muitos que sejam habitados por seres inte-
ligentes. com os quais possamos ter relacionamento e inter-
câmbio?' Tais seres não estariam mais adiantados do que nós
em matéria de ciência e tecnologia!
As respostas se dividem : hã fisicos e astrônomos que,
baseados em cálculos de probabilidade, optam pela afirmativa
e já tentaram estabelecer contato com os possiveis habitantes
de outros planetas. Todavia são reticentes os biólogos. Que
estudam as condições necessárias para que haja vida e os
requisitos indispcnsãveis para o surto da mesma.
-91 -
4 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS, 229/1995
J, O problema
o primeiro ponto a considerar dentro da problemâticn ~m
foco rcfere-se à vida c as condições indispensãvels para que
ela possa surgir c durar_ Antes, pois, de perguntar se exis-
tem planetas habitado&" pêrguntemos se existem astros habitá.-
.els.
A vida é caracteriZada por uma certa espontaneidade de
oJX!l-açõe5 que se deve a uma reserva de energia do ser vivo.
Essa energia decorre do metabolismo ou das reações qulmlcas
que se l'eaJlzam dentro de um organismo vivo para armazenar
ou utilizar enerciaj o metabolismo consta de assimilação e ell-
minacão dê substânelas; ele só é possível mediante a presença
de cnrbono e de seus compostos, pois o carbono tem quatro
valência s desiguais, que tornam possivcl o metabolismo.
Para que o metabolismo possa ocorrer, r equer-se também
um melo ambiente adequado, cujo primeiro componente deve
ser a água. Esta não se deve enrontrar nem em estado gasoso,
nem em fo nna sólida de gelo, mas em estado liquido e, por
conseguint(!, numa temperatura superior a ZCl'O grau centi-
grado e assal inferior a cem graus.
Convém outrossim Q1le exista em torno dessa água uma
ntmosíera cstil.vel, rica em oxigênio, dado que a pl'oducão de
enc l'gia do ser vivo se faz rnedi~nle oxidação. Essa oxld!l('ão
supre a ação da cloro(ila .
Em poucas palavras : deve-se dizer que as condições neccs·
sérias para que haja,. vldo, são la existência de matéria orgâ-
nica, cu jo elemen to essencial é o car bo no, em ambiente rico
em oxigênio e agua.
Por conseguinte, um astro Que careça de um desses ele-
mentos - âgua liquida. carbono ou matéria orgânica, almOS·
fera de oxigêniO - não é apto a ser sede de vida.
Posta. esta premissa, excluem-Sê as estrelas (inctusive o
nru.so sol). que não podem obrigar a vida. Esta só pode exis-
tir em planelas Que girem em torno das l.'Strelns. Ora, como
-92 -
VIDA EM OUTROS PLANITAS? 5
2_ As estrelas interessantes
As estrelas são praticamente inumeráveis. A olho nu. po.
dem-se distinguir, no máximo, 7 .000, esparsas pela abóbada
celeste. Os telescópios mais possantes chegaram a detectar
perto de 6 .000 . 000 de estrelas, ào passo que os câlculos e as
avaliac»cs dos astrônomos chegam a contar vârlas centenas de
bilhões de estrelas em nossa galãeia, c quantidades proporcia.
nais nas outras galácS.1s. As estrelas são muito direrentes entre
si. Muitas delas, à primeira vista, pa~m pouco aeolhedorns
para os planetas.
Entre estas devem ser canlmbs .as cstrclllS múltiplas,
muito numr.ros.a!; poroue represenlam 7/10 do con junto dAS
estrelas múltiplas. Dois l (! r~ das estrelas mültiplas são du-
plas: aO) outras são triplas, quádruplas. Quintuplas. ou mesmo
sêxtuplas. Sii.o, todas elas, estrelas nue ~iram umaS em torno
das outras e, por isto, criam um ambiente multo inóspito para
eventuais planetas.
Existem muitas outras (?!;:trelas dita" «variávC!is • . cujo tama-
nho aumenta e diminui notnvclmcnte. s~ndo ritmo mais ou
menos rápido: sobem a um lotnl de 4 . 600. Também são pouco
propicias à existência de planetas.
e preciso mencionar outrossim a... estretns nu... explodem,
ao; que estão no começo ou no fim da sua e-volu~ão, c, final·
mente. as estrelas dit8.-<; "ordinárias,. Cau~ se encontram numa
fase mais ou menos adiantada da sua vida normal).
--
Se a estrela ê bem maior rio oue o sol. ela evolui rap1rlR-
mentp.: o tempo durAnte o qual ela Queima o seu hldrogr.nio
~rá breve demais O1IrJl quI'! aOA1'e(:a I'! se d~nvolvA a vida
(P.!\tA exl~ 1I1p.:un~ bilhões de Rn~ nara ~e formar) . Em con-
seqtillnchl., não nadem fõt'r a21utlmldoras de planetas habitados
as est!'êlas gigantes uuls: e vermelhas.
-93 -
G "PERGUNTE E nESPONDEREMOS~ 229/ 1!J85
3. Os planetas habitáveis
Concentromo-nos, pois, nas únicas estrelas que interessam
ao nosso estudo: as anãs amarelas. Nem todas têm planetas
e todos os planetas não podem ser habitáveis; para isto várias
condições são necessárias, e ntre as quais o tamanho e a dis a
tâncla.
Para que uma estrela possa ter planeta, é preciso que, por
ocasião da sua fonnação, ela tenha arrastado boa quantidade
de matéria consigo e que essa matéria, de um lado, não tenha
sido atralda para o centro da estrela c, de outro lado, não
tenha escapado da força de atração da estrela. :e preciso tam-
bém que essa estrela não seja demasiado antiga ou não se
tenha formado logo depois do blg bang ou da grande explosão
inicial (ocorrida hâ cerca de quinze bilhões de anos).
4. Os planetas habitados
Todo planeta habitãvel nÃo é necessariamente habitado,
pois é preciso que a vida ai surja, a menos que venha de fora.
Suponhamos que a vida. comece num planeta habitãvel, com
todas as condições favoráveis ; âgua, temperatura, etc. Veja-
mos os elementos que devem ser combinados entre si para
que se possa falar de um ser vivo.
S. Temos vizinhos?
-99-
12 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/ 1985
6. Condusáo
A qu~tão da existência de planetas habitados não pode
ser resolvida com precl.sã.o. 1: certo Que as eondicôes necessá-
rias para o surto e a continuidade da vida são assaz complexas.
Como Quer Que seja, pode ser Que se realizem em alguns pIa-
nctns dentre a mulLldão dos que existem.
Notemos, aliás: a vida podetIa tomar fonnas dlfel'(!ntes
daquelas que nós conhecemos. formas que não exigiriam as
eomJlções da vida na Terra, mas, sim, outras que Ignoramos.
Da parte da fé. nada há que opor à. hipótese de haver
outros mundos habitados. A Reve1ação Divina apenas mani-
festou aos homens o que lhes Interessa para a salvação eterna.
Por enquanto. é tudo O que se pode dizer em poucas pala-
vras sobre assunto ainda tio plueo explorado.
Eale artIgo mullo deve ao • • tudo de Juta, Charlas,S.J., De la plur.lh6
clH mond .. t.b"". em Elud.., novembro 1983, pp. 471-.481.
- 100 -
Um livro documenlado e realista:
• • •
o Pc. Paul-Eugene Charbonneau acaba de publicar mais
um livro, desta vez sobre o marxismo 1. Trata-se de interes-
sante estudo sobre a doutrina (filosofia, economia, sociolo·
gia ... ) do marxismo e a rea1lda~ concreta do mesmo (Socla.
limo Real) , O autor apola..se em vasta documentação, que lhe
pennite falar aballzadamentei oferece assim valioso instru-
mento de trabalho a quem reflete sobre os rumos que toma
ou possa tomar o continente latino·americano.
Apresentaremos breve síntese do conteúdo do livro, que
compreende duas partes: 1) O Comunismo; 2} o Socialismo
Real. A primeira parte será objeto deste artigo, ao passo que
a segunda serâ abordada no artigo seguinte.
- 101-
14 .PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/1985
1. O C_unlsmo
1 .2 . MolerialiSMO hi.tórico
-105 -
18 .. PERCUNTE E RESPONOEREMOS~ 229/1985
-106 -
..MARXISMO E SOCIALISMO REAL. 19
1 .4 . A morol montilla.
2. Críticâ do marxismo
2 . I. Morxi$MO e ,ilnda
No século XIX, em que Marx escreveu, a ciência era valo-
rizada como portadora de certezas absolutas, o que redundava
no ccientismo:t; o mêca.nicismo. o darwinismo afinalist6. o ma·
terlallsmo imperavam.. . Ora Marx ju1gava encontra[' na
ciência a última palavra para tudo, inclusive para cancelar a
"noção de Deus.
"Em nossos dias, porem, os cientistas reconhecem o slgnl-
"ficado relativo da clêncla; quanto mais progride. mais se vê
desafiada por novos problemas, Que a obrigam a rever cons-
·-107 -
20 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 229/1985
-108 -
cMARXISMO E SOCIALISMO REAL~ 21
2 . 3. Dlalélica e hbt6ria
-109 -
22 (PERGUNTE E RESPONDEREMOS" 229/1985
-110_
<MARXISMO E SOCIALISMO REAL>
-112 -
cMARXISMO E SOCIALISMO REA~ 25
vender .eu. braçOl e leu dt~bto lob condicã,el que não pode dilcutlr,
pOÍl 16 Ih. , dodo aceitó ·la. tois corno lhe são apre.entadas.
IMSR pp. 90.' .
12 . 5 . O hYrnQnl-a mondtto
-114-
AJnda o livro da Ch.rbonnoau:
o Socialismo Real
Em alm... : A segunda parta do lI"ro "Manelamo e Soclallamo Real",
do Pe. P'ul-e:ug~e Chllrbonnelu, considera a realidade do Soclall-mo aplI-
cado aos PlI.aa marxktas. As obNrvaç< do lutor lto IncllloJal , apontando
nOl paiM' da Corlltu. de Feno a exll16ncla de um t:.lltdo CIIpllall.ta •
planlpolanclArlo, qUI suprimi' llberdada de seus aúdltos : ai condl,&es do
proJetarlldo ar nJo, tio m.lho.... do que .. que lhe proporclon..... o reglm.
ela ri"., O mUltarlsmo podare»o, a forte r.presslo policiei sufocam o pensa-
mento e I ati"ldade doe povo • • 0vleUu.dOl: Ilém do qut, o I(acuao agrlcola
a lcon6mlco d' mlrgem lO mercldo negro I As longas 111.. que OI
cldadtos devem anlrentar Plra .dqulrlr allmlnlos, veslu 8 p.f1enc.. de
prlmelrl neC8SS Idlde.
O autor, com Islo, nlo lenclona leglUmar os abusos do e.plttal/amo
liberai, ..tvagem, mu preconll:a a Jormuleçto de uma terceira vii qUI
garanta .lmultaneamente pio e liberdade I todol OI hom.nl .
• • •
o Pe. Paul-Eugêne Charbonncau, depois de haver exposto
a teoria marxista, volta-se, em seu livro cMarxismo e SOclaJismo
Reab I , para a verificação do Que é o marxismo hoje na rea-
lidade concreta (= Socialismo Real) i cfr. pp. 109-223 da obra,
Desta secção destacaremos os tópicos mais característicos, que
Ilustram a seguinte verificação: cEntre Marxismo e Socia-
lismo Real Soviético 2 há um fosso . (MSB p. 144).
I Ed. loyola, SIo Paulo 1N4, 130)( 208 mm, 223 pp. Citado como MIR.
s O autor, ."Ih, mOltta q'" nlo IÓ o SocIalism.o 8CWléllc:o 18 distancia
do Ideal apregoado por Marx, m.. qualquer lorma da Socialismo Real.
-115 -
28 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 229/ 1985
-116 -
o SOClAUSMO REAL 29
2. A Mentira
«O que nOI confunde no momento de exomi.ulr mais de perto a
Uniõo Soy{~tica. é Clue ela te cobriu com um 'léu Clue dissimula habil-
nlente lua nudez. Dal seu poder de fascinaçõa, que permite .que ela
possa enganar até as mais vivas inteligênciol (como Romoin RoUond,
Gide, o Scrrtre dos anos 50 e lantos outros até hoje I . .. Sem dúvida,
é luo qlole levava Zinoviev ti di:r.e, sem dissimulação: 'Vivemos no
mentira' (I.es hauteu", béontes, Paris 19n, p. 298 J. Não em uma
menlira acidental, mas, como reconhecia Sertre, v~lho e d~5e!ncantado,
em uma 'menlirv inslilucionoli:r.ado'. Trota-se, pois, de uma mentira
pennonente, estruturado, tornado inlrinseca à formo $oviéticlll de Socio·
lilmo Real. IMSR p. 1541.
°
«Quando se tenlo medir eklelUGO deua menlira, fica· se 016nila
diante de suo amplitude. .. Com .feilo, sabemos que o Socialilmo
Real" o lugar de enganos, de lodos OI opressõos, de! fados ai ignomí-
niol, de lodo$ 0$ torturas, do lololito!i$mo mais Inobalóvcl Ivi,la que
duro de.de OI comecos) , do 'democtocio' do Partido, que dô fo'olmente
etll candidatos únicol que se sucedem em um boI' cujos passos s60
todol obfeto de rigorolo coreografia» (p. 1541.
3. Liberdade rompida
Dando ao ~tado totlo poder e ao Partido toda autoridade,
o marxismo conferia-lhes ao mesmo tempo o poder de reduzir
a liberdade de cada individuo. Desde os albores do Socialismo
Real. Isto se tomou bém claro: Lenin explicitou essa concep-
ção em um diálogo significativo reproduzido por Richard Kohn:
-117_
30 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS. 229/1985
4. O 'error
-119 -
32 cPERCUNTE E RESPONDEREMOS. 229/ 1995
5. Outras aspedos
Charbonncau ainda se detém na considemção de outras
facctas do Socialismo Real.
Marx apontava para um futuro no qual o Estado pcrdclia
a razão de ser. DizJa que seria p1'eciso conSCl'vá·io apenas por
algum tempo alnda, por ser um intermediário entre a Revolu·
ção, que derrubava a antiga ordem, e o Futuro Socialista, que
começava a exisdr.
Ora só um sonhador podia dizer isto. Nunca se viu, em
toda a história da humanidade, um Estado solidamente assen·
tado e todo-poderoso admitir a sua extinção. Menos ainda pra.
parã.la. Pois tal Estado atribui aos que governam, um poder
tal que os habilita a eliminar, a seu bel· prazer, todos os cida·
dãos que tencionem contestá·lo. Um Estado forte se defende
implacavelmente.
c.Em lodos os paises onde ,eing o Socialismo Real, e)(isle um
Estgda.mon.lro, que alribul a si mesmo g caricatura das prerrogativas
di'linos. é um Estado.deus. que lomg gS cores do Clbsoluto. Ele dispõe
dg lua 19 ....io. qUe é o Partido; do SUei rev.Ja~õo. que'; o inlerpretgcão
que el. dá 00 mar.itmol de seus profetas, que formam o apparatchidr:
1iell de sua Inqulsisão, que onume os IrO(os modernos do GoulQ9
Icampo de concentração) . Neue impulso, que se alimenta cuidadosa·
mente, a ellado nunca acaba de cre!cer. A praxiJ do Socialismo Real
torno· H! cínico e apa'laranlu (MSR, pp. 19ls' .
c Produlo normel de uma ideologia, o Par.ido anulo·se em uma
Revoluçõo que 10 .,deroso, e $O: lorna Reação. O comunismo mctvulho
então nOJ moldes de um Estodo fascista. Tal regime ouume natural·
menle OI formos de no'lo cClpilolismo = o copilolis".o do Estado. O
pr6pria l enrn reconhecia corajosamente essa "atidode, confes~gndo'o
sem móscores : 'O SocíoU. ",o é impensóvel sem o técnico capitalista,
que é orgonilada segundo a ciinda mais ",aderna; é impens6vel sem
um plonelomento "Iotol quê foço que milhares do pessoas r.speitem
a mesmo norma no fobri(oc;6o e distribuic;ão dos produtos' (cilada por
Rudolf Bahro, L'Altemativ• • PClril 1979, p. 93):1· (MSR, p. 19.).
Mas. por ser um capitalismo bastardo, o capitalismo do
Socialismo Real tem fracassada. Nunca acaba de contar seus
revezes de um plano qüinqücnal para outro. Eis o que se rlá.
por exemplo, no setor da agricultura: outrora a Ucrânia. fE'r.
tlllssima era um celeiro proverbial da Europa. Hoje a União
Soviética vê-se cOndenada a. Importar constantemente o trigo
que lhe falta, porque ela própria sabotou a sua fertilidade.
-121 -
34 .PERGUNTE E RE:SPONDEREMOS ~ 229/ 1985
6. Conclusão
Observa o Butor:
. Sobreludo nôo se olribua este juloamento amargo a uma visiio
uític:a tendencioso. 80110 observar lodos OI farmas do Socialismo Real
que existem, poro se 'er con"iincia de que o exploração do homem
pelo homem, que o lIIarxblllO pretendia suprimir . _. , Longe de desa-
parecer, experime ntou um brutal re .... igoromento . . . A lubordinoção
dos mossas trobolhgdorgs prossegue num Estado que exploro o homem
mais do que qualquer outro capitalismo.
- 122-
Um livro vlo~to:
• • •
A nossa revista não costuma alimentar polêmicas, pole;
estas são freqüentemente estéreis. Todavia os leitores tém-nos
solicitado uma tomada de posição diante do livro do pastcr Ani-
bal Pereira Reis: //lA Senhora Aparecida. Outro 'conto do Vi-
garlo'" do qual temos a segunda edição publicada em 1968.
Visto Que tal livro dissemina Inverdades como se Cossem a
mais cristalina expressão da realidade, julgamos Importan te
desmascarar as imposturas da obra. A fid elidade à verdade c
obrigação de todo cristão; a autentica atitude religiosa hã de
se basear sobre a vel'dade. e nlo precisa de in verdades para
se sustentar.
Passamos, pois, à análise do opúsculo em foco.
-123 -
3G , PER GU NTE E RESPONDEREMOS. 229/1985
1. ObservaSóes gerais
2. A origem da devoção
1. Conforme A .P ,R., a apariçã.o de Ma ria 5S. nas águas
do rio Paraíba do Sul - fundamento da devoção à Senhora
Aparecida _ nada teve de milagroso. Haverá sido rroto de
um embuste do Pe. José Alves Vilella, vlgrârlo de GuaraUn-
guetã: este, para se exaltar aos olhos da Coroa Real e dos fiéis,
terá: lançado ao rio uma estátua de Nossa Senhora, depois de
soUcltar aos pescadores Domingos Martins Garcia, João Alves
e Felipe Pedroso que capturassem peixe para um banquete a
ser ofe~cido ao Conde de Assumar. Governador da Provincia,
que passaria em breve por Guaratlnguetã. Ora foi essa estA·
tua que, conronne A .P .rt., os três homens pescaram cmllegrD-
samentea no rio, aereditando tratar-se de um sinal do céu!
Haveria, pois, na origem da devocão 8 Nossa Senhora Apare-
cida uma autêntica fraude, devida à ambição do Pe. VllelIa.
Eis o texto de A.P .R.:
-124 _
cA SENHORA APAREClDA~ 37
doqvelo de,coberlo .
- 126 -
____________~.A~S~E~N~H~O~R~A>2A~P~A~R~E~C~I~D~A~.__________~M
- 127 -
40 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS:> 229/1985
-129 -
42 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/1985
2. O desenvolvimento da devoção
Eis a versão que dos fatos transmite o pastor A. P . Reis:
cOs anas se pensaram e (I name dD padre Alves Vilella. ,em ser
sugerido nas eleições dOI blt.posl
-131_
44 ",PERGUNTE E RESPONr>EREMOS. 229/ 1985
-132-
cA SENHORA APARECIDA. 45
°
1733 o 17~O - Nene perlada cutto se torna mais inten$o e o
oratório passa a ser freqiienlodo por muilas pessoos. Numa noite de
sábado, duran'. o conlo do terco e das kJdolnhCll, aconteceu o
'milagre das velas'. Duol velas que ardiam no altar da imagell'l
opogcnom-~e inesperadamenle. emboro a noile estivesse colmo e
Mreno, e acenderam-", sozinhas, quando a dona do 4;aso, Silvano do
Rocho, procurava acendi-Ias. O falo cauou profundo imprelSi:io no.
prelenle. e o noflcia do milagre se espolhou pela redondeza. E.po _
Iho.l. o devoção e muitos sôo as que invocam o inlercessão do Senhora
do ConceleSo Aparecido. A 'orno do pequeno imagem, venerodo no
copelinho I\lnto do estrado do I'oguoc;u, chego olé 05 reviões fIKIi.
afostadol de Mlnol. Goills, Cuiobá, Cc:unpos de (urilibCl e de Viamão
do Sul do poh.
A 'mogem que foi coloceda n(l nicho daquela igre ja, era a mesmo
que linho lido enconlreda pelos pescodores no no 'eroíba em 171 7,
tonforme tonsto do in.... n.ilrio do Capela de 1750, e é o mesma que
se venero hoje na BaslliGO. Troto·se duma pequl!!no e orlistica imagem
de Nona Senhora do Conteitão (mede 36 em. de altural, moldado
em borro paulista pelo monge corioco Frei Agostinho de Jesus, pe lo
ono de 1650, quando I".,idio em São 'Gula. Era polictomoda, coroc·
teríSlica eslo que p erdeu 0 0 pennonecer por longos onos sob OI 69UO"
do rio. Posleriormenle, pelo falo de ficar elllposlo 00 lume dOJ cano
dieiros e yela$, adquiriu o cor castanho britllonle. que con$erva 016
hoio,
-134 -
cA SENHORA APAREClDA~
-135 -
48 ..PERGUNTE E RESPONDEREMOS .. 229/1985
-137-
50 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 229/ 1985
-139 -
52 cPERCUN'l'E E RESPONDEREMOSt 229/ 1985
-140-
cA SENHORA APARECIDA» 53
------~~~~====-------
A consciência de que os amigos de Deus intercedem na
outra vida por seus Irmãos militantes na terra, existia lá no
povo judeu anterior a Cristo; está na Unha do desabrochamento
da Revelação feita a Israel. Com efeito i em 2Mc 15,13-16
aparece a Judas Macabeu o falecido profeta Jeremias, que lhe
É apresentado por Onlas, Sumo Sacerdole também falecido,
como cO amigo dos seus lnnãos, aquele que muito reza pelo povo
e pat· toda a Cidade :santa, J eremias, o pt'Ofetu. de Deus». - Na
veroade, a morte não interrompe a comunhão ou a solidariedade
existente entre os membros do povo de Deus; o Senhor revela
aos fiêis, na vida pOsluma, as necessidades e as preces de seus
irmãos na terra, de modo que aqueles participam dos nossos
t'ertames mediante a sua intercessão.
Eis por que é licito e oportuno invocar a santa Mãe de
Deus, especialmente nos santuãrios em que ela, por vontade de
Deus, tenha assinalado sensivelmente a sua bondade materna.
Quanto aos milagres obtidos em Aparecida ou alhures. a
Igreja não faz questão de os definll" como tais. As autoridades
eclesiásticas só reconhecem a existência de um milagl'e depois
de rigorosos exames científicos e leolõgicos, durante oS quais
intel'Vém um cadvogado do diabo, (para dissuadir da realidade
do mUagre) .
6. O celibato socerdotal
No final do seu opúsculo, A. P. R. impugna o celibato sacer-
dotal, recorrendo a sofismas e razões po.uco persuasivas, para
as quais se encontra. resposta num dos últimos númel'OS de
PR; cf. fi' Z76f 1984. pp. 368-386.
Todavia o autor menciona o texto de 1Tm 3,2, em que o
Apóstolo exorta: clt preciso que o eplscop> seja irreproensivel,
eSpOSO de uma única mulher.. Seria este um argumento em
prol do easamento obrigatório dos clérigos? _ Não; pelo
contr-ãrlo. O Apóstolo, em 66, se dirige a uma comunidade
chamada à fé em Idade adulta; Os cristãos aí abracaram o Evan-
gelho geralmente depois de casados. Diz então São Paulo Q.ue
o epíscopo 1 deve ser escolhido entre os homens que só tenham
-141-
54 cPERGUIDE E RESPONDEREMOS. 229/1985
- 142-
A reencamaç.to mil. uma 'feZ:
"Minhas Vidas"
por Shlrl.y Macl.alne
O livro pode impressionar por seu estilo vivaz, mas • pobre ern .rgu·
manlos a nIo reslsla a um a!lama clenl/nco pslcológlco e parapsicológico.
• • •
A atriz norte· americana Shlrlcy Mnc Lalnc, célcbre no
cinema, no teatro, e na televisão, (! também autora de alguns
livros, entre os quais se tomou famoso no Brasil Out. 00 8- 11mb,
traduzido para o português com o titulo «Minhas vidas:. I. Esta
obra parece ser um testemunho muito eloqüente em favor da
doutrina da reencarnação, pelo que tem impressionado os lei-
tores. Em vista disto, apresentaremos. a. seguir, breve comen·
tário do livro e de suas teses.
- 143-
56 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS. 229/1985
1. O conteúdo da obra
Shirley MacLaine nasceu e foi criada no Estndo de Vlr-
clnio. (E . U .A.). Iniciou 8 carreira como dan;:arina c cantora
na Broadway; fez a transicão para o cinema. ondc se celcbri-
20U por diversos filmes.
2. Refletindo .. .
2 .2 . Reencamosáo
Pontelsmo e reencarna('ão acham-se geralmente ligados
entre sJ. Com efeito; se não há Deus distinto do homem. capaz
de dar ao homem a resposta a que este aspira, é o próprio
homem quem se salva ou se liberta das impurezas do pecado;
e, se nfio o consegue numa vida. tem que dispor de outras
vidas ou encarnações para tanto. Segundo a doutrina da reen·
carnação, é o homem quem se salva, e não Deus que salva o
homem.
1. Em favor da reencarnação. foram apresentados a
Shirley MacLnlnc 8TW1mentos como a desigualdade das sortes
humanas CP. 58) e o déJà. vu ou a Impressão de já tennos visto
lugares onde nunca estivemos (p. 97) . Ora tais argumentos
não resistem a uma critica serena.
- 145 -
58 «PERCUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/l9&')
2 .3 . Fenômenos d. ,"ediunidade
Shirley Ma.cLalnc foi induzida a consultar grandcl médiuns
nos E . V.A., na Suécia, na Peru, e ficou lmpl"eSSionada por
quanto lhe diziam ou cl"evelavam " em nome de pcl"Sonagens do
aJéom ou (espíritos-guias des:enearnados»_ Esses mMiuns assu-
miam feições estranhas e passavam a Calar em tom de voz dife-
rente, transmitindo 8 Shirley noticias de pretensns exlstênclllS
anteriores . . , Imprc.-ssionada pela fenomenologia, a atriz acre-
ditou Que se tratava realmente de mestres invisíveis que lhe
desvendavam o seu passado mais remoto.
O que se deu com Shirley dá-se com mui las pcsosas ainda
hoje: pouco preparadus do ponlo de vista religioso e psicológico,
eapituiam diante das sUI'plwndentes munireslações mediúnicas
e aceitam as respectivas mensagens. Aliás, há no ser humano
uma tendência espontãllea a recorrer a explicações religiosas,
mlslicas, csobl'Cnalurais" . , . todas as vezes que lhe ocorra um
fato insôlito, incxplieilvel â primeira vista ou misterioso; a falta
de entendimento leva a admitir a intervenção de um ser do
além, postulado para explicar o fato. Todavia o estudo da psi-
cologja e da parapsicologia em nossos dias demonstra sobeja·
mente que tais renômenos impressionanb!s c maravilhosos nada
têm que ver com mensagens do alêm, mas são s implesmente
manireslacõcs do psiqui!>mo dos respectivos m~ iuns. Com
(!feito, na mediunidade alguns fenômenos parapsicalôgicos se
exercem simultaneamente ou isoladamente:
_ pcrcel);i.'o. extr.I.~nsorlaJ, O ser humano é capaz de
apl'CC'ndcr a realidade por a lgum canal difcr~nte dos sentidos
(visão, audicão, tato ., . ) ; Isto é fato documentado por nume-
rosas experiências e estatistieas. Essa realidade pode estar
muito distante, de modo a se produzirem os fenômenos de Lele-
putia, telec:ogniÇlio, c1aI1vidência.
Não raro acontece que o inconsei~nte de uma pessoa lê o
que estA no inconsciente de outra pessoa; em conseqiiêneia, o
médium - sem saber como - diz no seu consulentc certas
-147 -
00 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/1985
2 . .. . Igreja e Ciência
-151_
Ainda • qUMtlo çandenle:
•••
o tema «aborto. «Intinua candente. Após ter publicado
artigos de ordem médica e fllosófico--religiosa sobre o assunto
<cf., entre os ültimos, PR 274/1984, pp. 205·218), PR publica
hoje parte do texto de uma conferêncJa do Dr. Bernard Nathan·
5On, que em Nova Iorque se celebrizou como líder de campanha
e de prática abortistas, merecendo a alcunha de «Rei do aborto •.
Este médico, após ter realizado cerca de 5 ,000 abortos, resolveu
abandonar tal prática par razões de ordem cientlfica. O seu tes·
temunho e reprodU1ido nas páginas que se seguem. com o peso
dI! provir de um dentista não religioso, que se deixou mover
ulÚcamente por conclusões de ordem biológica e médica.
-153
.. «PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 229/ 1985
-154-
TESTEMUNHO 00 cREI 00 ABORTO.
Isto moslra que o feio nôo é uma porle do corpo da mãe. Simplesmente
lá est6 de possogem como hóspede, e elo nóo pode dispor de le.
- 155-
68 "PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 229/ 1985
-156 -
TESTEMUNHO 00 f REI 00 ABORTO. 69
IMPORTANTE!
ClJRSO DE INIClAç.l.O TEOLóGICA
POR CORRJIlSPOMl2NCIA
A &cola. de Fé e Catequese «Mater EccIeslae" da Arquldlo-
ocse de São Sebastião do Rio de Jaueiro está para Jaaçar um
CURSO DE rEOLOGIA POR COBRESPOND:tN"CIA ,(além do
CUl'llQ Bíblico já bUlçado em fDWII'ÜrO de 19M e em fnnea
expa.osio até hoje), da. autoria do Pe. Edêvio BetteJLcourt,
O.S .B.
Não &cri nem. um Curso de CatI'lcIsrno rudimeDtar nem
uma. ~rIe de npões de IÚWlI multo espeeiD'imdo, 111M um,lD:stnL-
menro de estudo para .. sólida. fonnaçãlo dos fiéis catóUcos. Em
trinta. módulos aproximadamente, serão abordados todos OI
tratados da teologia, desde a. Teodogla. Fundamental até lOS
NoVÍSàimos. O ritmo do Cuno será o do ant.erior: envio, ao
cuntsta., de lloóes .acompanhadas de perguntas; as protVU mJUl-
dadas à sede da Escola..selio oorrlglclas e devolvidas 80 eurslda
com novu liçÕe8 . . . . qQCI coattauo & estudar. A d~ do
Cura0 eetari. & cr:Jtério do interessado, que poderi. apUca.r 80
estudo todo o tempo que julgar necessário.
Os pedidos de lnform~ tanto pan. o Curso Bibliecl 06mo
para o de Teologia sejam dlrtgldos à F.iioola. «Ma.ter Ecekslae _ .
Rua BM,jamht Constaut 2S, 3' aaclar, Ca1x& postal 1 S62 -
20241 - RIo de Janeiro (M).
AmIgo. procure conhecer melhor o oonteúdo da sua fé. para
quo você mais a possa estimar e testemunhar!
-157 -
Entre OI direitos cio homem:
• • •
o Pe. Miguel Naccaratlo, S .J . vem·se dedicando, há muitos
anos, ao problema da escola; estudou o assunto em oito paises
do Ocidente europeu. Dado que 1) todo ser humano tem direito
à educação e 2) a famill a (berço onde a educação começa) é
insuficie nte para atende r por s i à plena educação e ã adequada
instrução de seus tilhos, pode-se dizer que todo individuo tem
direito à escola. independentemente das condições sócio-econÕo-
mlcas em Que verse a sua famUla.
Dai a reivindicação de escola gratuita. Esta, porém, não
deve ser monopolizada pelo Estado, visto que os pais têm o
direito de escolher para seus tuhos o tipo de ~ucação e de los-
- 158 -
4ESCOLA LIVRE E GRATUITA :. 71
cMigll 16:
3 . A família é o elem.ento natural e fundamentol da soci.dade
• t.", direita à proteção da codedad. o do E$tado:..
-159 -
72 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 229/ 1985
«ArtIgo 26:
«ArtIgo li:
«Artigo 23:
cArtlgo 26:
Todos .as pes$Oos sõo iguais perante o lei e tim direito sem
dlscriminoçiio o iguol profetãQ do lei. A elle fespeito, a lei proibir6
qualquer dilwmlnaçao e GOrCIntir6 o tQdQI os peJ50at proletãQ iguol
• efetivo contra qualquer dls.crlmlnoçllo PQr mQtivos de fOÇCI, cor, 50";0,
idioma', religlõo, oplniõ.s PQlItical OU d. lIuo1qu.r tndola, origem no-
dQnal ou social, pOlte60 eCQnômica, naldmenlo QU qualquer outra
condlcão soel"I».
- 160 -
(ESCOLA UVRE E GRATUrrA~ 73
bl
lutlgo 5:
ai
bl quo se deve respoitar a liberdade dos pai. ou, quando for
o COlO, dos lutares legai_,
-161-
74 _PERGUNTE E RESPONDEREMOS) 229/1985
2. A situoçõo no Brasil
No Brasil a educação e o ensino de base (ensino de pri·
meiro grau) são obrigatórios na faixa etâria dos sete aos qua·
torze anos. Esta nonna não é posta em discussão hoje em dia;
verlflCa-5e que a farnilla, para exercer sua missão educadora,
precisa do auxilio da sociedade.
E xiste também no Brasil liberdade de ensino, ao menos
em tese. Isto quer dizer que, em principio, é deixada aos par.
ticuJares a iniciativa de promover o ensino privado segundo
sua filosofia de vida, contanto que atendam às injuncôes legais
do Estado.
Outra questão relacionada com o ensino - e este muito
delicada - é a da gratuidade. Com efeito; onde existe abri·
gatoriedade escolar. deve haver também gratuidade escolar,
para que a obrigatoriedade possa ser assumida. Onde há deve-
res, hã também direitos.
Neste particular, a situação brasileira tem passado por
viclssitudes, a saber:
A Lei n' 4.440, de 27/10/64 criou o sistema de bolsas
de estudo do salário-educaCão. Assim rezava o respectivo
artigo 1':
. 1: instituído o sol6rio·educoc:õo devido pelai empresos vinculados
\!I Previdência $cdal. repnuentodo pela lmpartêlMcia correspondente tlb
custo do ensino primório das filhlls dos IeUI -empregados em idade de
elcolarl:r.a(ãa. obrigatório e destinada a suplementor as desposas
públicas com a educacáa elemenlor».
-162_
cESCOLA UVRE E GRATUITA , '15
3. Reflexõo finol
-164 -
cESCOLA LIVRE E GRATUITA' TI
-165-
Exiaae re.lmente uma
lato nlo quer dilar 'lua Joio XXIII nlo 10ue realment. aberto ao
<f16l0go ludeo-crlatlo. Sabe·.a que em 1959 mandou rallrar da Ululgla da
SeKIa·hllra Sinta .. expra.lM, que pudessem larlr a senSibilidade do.
Judeu •• Adamala 101 esse Pipa que InStituiu a Combsio Pontltlcla para o
0"1000 Jud8O-Crlsllo no ano da 1980 a qub que o Concilio do Vatleano 11
abo'duIe a questlo ludalca am documento próprio. Joio XXIII qult a..lm
aproximar c.tóllcos o Judeus após séculm de Incompr8enslo. A sua atitude
aberla nlo prec isa do retorço da uma espúria ~Oraçio pelos Judeus·.
• • •
-171 -
!L.. ,PERCUNTE E RESPONDEREMOS~ 229/1985
• • •
-172 -
Carta aberta a Frei Leonardo 80ft
Sett Inniíb
Frei Cannelo SlIrian. OF!I
-175 -
CARTAS DOS LEITORES
Em PR 278/1980. pp. 86s, Coi publicado um comentário do
livro cCiéncia c Fé Face li FaCi!D de D. Estêvão Pierantoni.
A esse comentárlo o autor. em carla de 17/01 pp. , fez as seguin-
tes observações, que a pedido do mesmo, vão abaixo transcritas:
· PraUcamente, na a ...a''-çlo do Sr., nlo há menç'o .Iguma d..
IInhu-meatra. do livro. do m610d0 de anjllse • do recrulamenlo po. itl'lO
<SI cltncla no lõ&mpo l1IolÓllco-teológlco, , aI que eu esperava a crJUca
• 010 em detalhes Insignificantes do livro.
O 9r. piaria de que cada uma elas .ete parte. do livro t .....sse o
desenvol..,jmenlo de um Illtado; eu também, e as mall!rllll. merecem. Mas,
par•• Editora, er. voIumOlo dema l. o manuscrito que ApresenteI •.. IlI"Iaglne
••Ia 11.1&110.1
A Ironia • • egreulvldlda de .Iguma. p4glnas nlo me parecem
...g.rada. Irenle iII trucuNl ncl. de ",6,los 86blos modernos. A s inceridade
li li le>aldado par. com li nossa 16 e li nossa 19rela 010 admitem mel•• -
-PI'lvn•.
O Ilvlo "Imlna lulor8S malarlallstac, (lue (lu&llIIcam a Rellgllo de
nauro.. e • Tra dlçlo dI' nalclslsmo, elc:, Ela axam lna um ellegala c:at6lko
plogrenlsla, que acu •• • Iglilja de megalllmane a 'anaUcarnenla ag.nada
a Itadlç6es atradU,
Pois bem. Se eu consegull demonstrar que nauróllco é o mal8llalilla,
narcisista 6 o cientista 'posltlvo', megal6mane pode ser o elegela 'clenUsta',
ai um lanlo de Ironia e de agrasslvldade nlo 110 ,"oportuno•.
A mlnl\a deseontlança para com os 'sAbias por pronnao' .merge v',I ..
VIZes no meu modesto Irabalho, ma. estA bem fundamentada na In1roduçlo.
~ claro qua nlO se pode generalizar, poré", a ed\lertêncla • villda. Pena
que o Sr. tenha lido O meu livro, impressionado dama ls pela minha Irlem
para com o. '.lIIblo. por prollsslo'.
A fraM 'comer gato por labre', o Sr. ecl\a que nlo • linguagem de
um cientista. Oual clenll.la? Eu? Eu sou um caipira qualquer, e essa' a
minha vantagem.
~ que todos Podemos comer galo por lebre; Inclusiva o SI., quando
aUr ma qua eu 'admito a Intellgancla 11 o I.cloclnlo no gorila', nas pp. 210..
NII verdade, na.... pf.glna., ou sela, no cap. 2 da Par1e VI, é Rlchald
l ..kaV quem axpOe a cua teoria conforme estA nolado no Inicio do capitulo.
Eu analllo o que ela diz. no eepllulo 3. Allu, na p. 232 e ,obl'".tudo na
p. 262, a 'Inteligência' do chimpanzé 11116 claramente 'demltizada'. 56 1.,.
Uma palf;Vllnha sobre as minhaS 'allrmaçOBs lneulat'. Em v6rl.. delas
.u concordo na falia d. eKIIUdio; ma. do insignificante. enio "alla a peNl
Ir • procura dll'" RI aVIII.çlo lum'rla do 11"'0 lella pelo Sr., Inclu'MI
.lIl.IIndo-as fOI. do cont•• lo .m que teriam um. raz04\/111 compreenelo.
S8be--H, por ...mplo, (lua • palavra 'r_laçlo' nlo e unlvoca. Entre li
Re\l1llaçlo çonlliSa n. Sibila. a ' r......I.;lo· de um IIIme corre mulla égua.
Portanlo nlo • a••gereda a 'Ievelaçlo' apllcada à mOtou. Ioml.Ia, como
laz no contuto (p. t7".5).
Um d•• taqu. . .,*clal m.,acem os kllomas aslrengelroe dentro do
h.braico bibllco, qUa o Sr. dafenda.
-176-
CARTAS OOS LEITORES 89
- - _. ~=<!=-"""'-"==="--------""
Para quam oonllece veria, IIngvas modernas e antigas, a 'eslrangelr~
dade' da um idioma' dlllcll de ser delermlnada MS IInguas modernos, tanto
mab nas IInguas arcaicas. Eu acho que, mais do que 'Idiomas (melhor
'Idiomfsmo', polI idioma = IIngua) Clslrangalros dentro da elblla', deverll-
mos dlzsr que na Sibila se enconlram lermos, !rHeS " Ilg uras, e lambém -
por que nlo? - noç6n 'endirlas, comuns aas paIOS do anllgo Orlenls.
Ma 1550 nio loca n. autonomia da l'ngUl! hebraica em relaçio à Tor',
demonllreda no livro.
..,
vidade. que -ele aponta no 'COmenté.rlo mencionado!
livros em estante
I.et: Ewantlles de "Enl.anc:. du Cluisl, por Aen~ Laurenlln. - Desc:loo
oi Dasclée de 8roU'Wer. Parls,?f ediçlo. 1982, 235 x 210 II'Im. 630 pp.
EIIle livro se dev. e um dos m.1s .b.llzados estudiosos dos ev. ngo·
lhos da Inl!ncla de Jesus IMt 1·2; Lc 1·2J. prolessor nas Universidades
Católicas de Ang8ft e P.ris e .utor da \'6'1 •• publlcaçoas SODre o tema e
sobra Marlologla.
A obra .upa. trll\la anos de meUculO$O estudo do ....unto. QUI el.
eonsidarl alt8usUvam91'11e .ob os aspectos da 8KegMa 8 di. seminUa, da
tlistorlcldada a ali leologl.. e plalaelada paio Cardeal Joaeph Ratzlnger,
DO. Pr.felto da S. Congr.gaçlo par. a Doutrin. da FI. A conclus60 d.
laurenlln prof.... : - Os E.,.ngelhoa da Infi nda per16ncem lO glnero " li-
tO,lco" (p, ~Z4) . Para çhegar .. lanlo, o aulor consklorou o texlo blbllco o
o perscrutou .egundo o mélodo da exegese mai. recenle lo da hlstóri.
d., formasl, com todo. os s.us requintes; na bibliografia &lo citadas 640
unidades. Onlra livros e arllgosl '" tese do Pe. lauranlln é enunciada cons-
cientemente numa Ilse di hl,tórl. e da piedade em que multas duvidam
da .utlntlcldada dOI Evanglllhos da tnllncla ou mesmo. negam: o lulor
mostra que tal. atitudes 10 devem a um axamo preconcebido ou superll·
-177 _
90 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS, 229/1985
elal dos ' (1.10' sagrados: ninguém 81é hoje 101 tAo a fundo li de maneira
tio objetlya CI .6rla no estudo de tais see~es; por i.to ninguém asl' mal,
abalizado pa,.. dla.rlar lobre Ial temática do que LaurenUn.
AgJ8c1ecemOl lO autor o valioso trabalh o o fazemos votos par. que,
um demor., teJa lr.du~ldo par. o português.
Not Bulido'.. do VatleaM, pór Gordon ThoMas • MIfIIx MOfglln Wills.
Traduçlo de Aulyde SoarH Rodrlçuos. - Ec!. Reçord, RIo cre Janeiro 1983,
140 lt 210 mm. -422 pp.
Gordon l homaa li Max MOlgan Witts 8Ao jornalistas Inglese. qUI
pesqul$anm durante Ilh anos no Vaticano li fora. respeito <los trh Papas
Paulo VI, Joio Paulo I • Joio Paulo 11, procurando reconstllulr a hlst()rla
mlnucioH dos 8) di.. de 1978, em que trés Pontlflcos sucessivamente
governaram • Igreja CatOUca; o livro se refere oullosslm lO alentado
lot.'idg pelo alUI' Pipa em '3/05/1981.
Os dois aulores ditem ter ouvido conlid'nclas e revelaçi5es de pes-
IOU gradUldu n. 111")1 CalÓllca, de modo a poder revelar "sell'edos" do
VatIcano. O tom que perp.asu o IllvIO, 6 mordaz e sarc"Uco, tendendo
mesmo a carlcatulal. Todal/la nlo se trata de uma obra IlIio matdosa Quanto
• da Olvld Yallop ("Em Nome de Deus"); os três Papas alo considerados
com certo respeito - o que nlo aCOn18C8, porém, com mul10s doa seus
aultlllares.
A propósito do tIpo de morte d, Joio Paulo I, os doia Jornallatas dio
e entender Qua .. tralou de uma trama da KGB (I(omltel Qosuda,.tvenno)'
6er.opatlOnl) ou da policie s.cra .. rvssa; se o Papa 101 .n.... nenlldo. o mortl·
clnlo daverla ur atrlbuldo a agenlas da Aussl, Inliltrados no VaUcano (cl.
pp. 2451. 261. 27:2) . - Ali", o livro todo relere minúcias relativas a Mahmel
Ali Agca, cu" IIldela nalal e vida parllcula, os dois jornalistas investigaram
atentamanta; por con.egulnta, Gordon Tl"Iomas e Max Morgan Wltts nio
concordam com David Vattop no loea.nte li. causa do falecimento do PaPl
Joio Paulo I. Anas, 010 s ..... por que procurar tal causa em alguma trama
auasslna.
O qua chama • a'ençlo no livro em paula e lhe lira mullo da aua
credibilidade, • o alllo de romance ou de novela que os autores adotem.
Quem li a obre, tem a ImJ)ra.!Ib de estar diante de uma obra de licÇlo
policiai com lodo o MMaclonaUsmo q..,. desperla. Com elello. os avlor"
alo ·capaz..~ de penetrar denlro do pensamenlo dos perlon.geM li dll.lr
OI sentimentos que cacla quat trazia em l8u (nUmo; '''iam-l tI, por el\81'l'lplo,
a5 seguInte, passagens : "Noê conllnua petrificado. fata cerlo de que
JalRals houve uma cana Igual a esta na capela Slxlina- (p. 2114) . " Hurna
aenl.... "","per'damenle trlsle por aquela ~.omam" ( p. 295) . MKoe nlg
seole-se aliviadO" (p. 29Sl. -Koenlg imagina &8 a agua MS larras .. . 101
IIoc.d. desde o unimo Interregno" t p. 245) . -O Camertango to...• (p.295'.
·0 arceb"po d. FlladO"1ti plg.rrelti" (p. 303). " Wojtyla pisca os olho,"
(p. 296) . " Tom. IWIho d. chuveiro com agua gelada no lim"
Ip.310) ••• Em luma, alo ptes toplcoa que dAo vivacIdade ao l!vro, mas
que o. certo modo o desacreditam; uma obre dentrllca costuma •• r 'óbrla
e clrcunlpecta em lua, allrmaç6e •.
Saba...., porém, qua obras .oble o Vatleano sa tornam lacllmenle
bnt-HIlar a lonle de grlllnde, rendimento,"; multas vezes Intolesse••enll-
.aclonaU.'as e tendenciosos a. Inspiram, como se pod-e depreender do artigo
publicado em PR :218/1G85, pp. 51-60. Até que ponlo .. poderia aplicar
esta verlllcaçlo a obra am pauta?
- 178
LIVROS EM EST ANTF. 91
-179 -
.. PERGUNTE E RESPONDEREMOS,. 229/198.;
"
qUft o publico nlo ae Iludisse a respeito das suas pUblicaçOes: os lellores
InadY(Jrtldos podorlo r.almenle cr.r que o panlelsmo e a int.rpretaçlo
genulna da mensagem crlsll. A. propOsllo das ediçoes ."UcatÓlica. de
Vozes, veja PR 211/1983 pp. 485s.
ASSINATURA - 1985
Cr$ 20 . 000
.. . UTUROIA PARA O POVO DE DEUS (3" fld .• 19IW1, pêlo Sale.leno Dom
Carla Fiora, Irad~ de O. Hlldebrando P. Marl1ns. OS6. Ed~
ampliada a alualluda, apresenla 8m lIo0l.l80em simples lodll a doutrina
da eonslJlulolo Ulôrolea do Vaticano 11. ~ um breve manual para uso
em 5lmln6rlo., Novlcla!kll, Colégios, Grupos de 'e!!exlo, Rellros ele.,
218 p. - CrS 4 .000.
Como nem lodos podem vir ao Rio de Janeiro 011 pene irar no re-
cln'o da clausura, poderio, contudo, admirar a beleza arquil8l6nlcl
desse monumento colonial do inicio do século XVII.
" ATENOE-SE
. , .' PELO REEMBOLSO POSTAL
,. ; ..