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PERGUNIE
E
RESPONDEREMOS
ON-LlNE
No Irl õ
UM ESTADO ISLÂMICO .......... .. ... . . . .... . ..... . ... .. .... 179
Alnd. em mira :
A.S FINANÇAS 00 VAnCANO <I) : QUADRO Q;ERAl ... ......... . 194
AInda UI mIra :
AS FINANÇAS DO VATICANO ( li) ! OBJECOES E RESPOSTAS . .. . 211
Sim ou Nlo1
" CA,UCE" de ChIco Bu.rque • Gilberto Gil •........ •. . •. .. • . .• 217
• • •
NO PRÓXIMO NOMEIOI
--- x
.PERGUNTE E RESPONDEREMOS»
Número avulso de qualquer mês . ... . ...... Cr$ 18,00
Assinatura anual : . ,. , . , . .. . . . . ,... .. .. .. ... Cr$ 180,00
AD~IJN)STRACAO
Llvn:rla I'Dssionirla Editor-a REDAÇAO DE PR
nu ,lhlco, 181J.B (Castelo)
20.091 RIo de "anelro eRJ) Calx.. POI!ItaI 2.666
Tel.: 2U-OG6O 20 . 000 Rio de Janeiro (RJ)
--,,2:.;:0 (
OLHAR PARA O HOMEM COM O OLHAR DE RISIO PI<
.HJ /-/'1
Vivemos uma fase agitada também em nosso B
as campanhas reivindicatórias e as greves se sucedem ...
Alguns serviços ptibllcos do assim paralisados.' os anImos se
Rcendem em diálogos que nem sempre são amistosos.
o cristão não pode deixar de acompanhar isso tudo com
muita etencão ... Que dizer diante dos fatos: ?
Tentaremos refietir sobre o assunto :
1) Antes do mais, será precl90 reconhecer que o crlst:ã.o
(empregado ou empregador) tem compromisso com a justiça.
Embora seja vão 1ulgar que algum dia ela venha a se realliar
de modo perfeito neste mundo, é preciso, não obstante. tender
à ImplantacAo sempre mais coerente da mesma.
Os Apóstolos, que por sua prega~o sacudiam a cIdade
de Jerusalém. foram Intimados a se calar. Responderam então
aos membros do trlbunal que 08 julpva: cVede se é ,usto,
aos olhos de Deus, obe"ecer a vós mais do que a Deus. Pois
é Jmposslvel deixarmos de faJar das coisas que temos vfsto e
ouvido" CAt 4,19s). Com efeito, a evidêncla de certos valores
postos em perigo impõe-se ao crlstlo e leva-o a clamar, a des·
peito de todas as InjunçÕes de silêncIo. AntêS morrer do que
trair a vC'rdndé ou ~Ileneli-IR quandO as clrrunstAnclas a
exig~m .
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«PERGUNTE E RESPONDEREMOS-
Ano XX - Nt 233 - Mola d, 1979
'No Irl :
um estado islâmico
Em ,IRIoM; o Ira eSl6 IDb regime polfllco !sllmlço - laia este
qUI te m c hl mado li alençlo.
• • •
Comentário: Os jornais têm noticiado o movimento do
",yatolla.h ]Otomeiny no Irã em prol da criação de wn Est.'ldo
Jslâmico_ O fato tem chamado a. atenção porque, entre outros
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4 cPERGUNTE E RESPONDEREMOS.. 233/1979
1 . 1. O pano d. fundo
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_U",M"-"ES'",",,rADO"""",-,lSLAMI"""""",,,CO,,- _ _ _ _--'S
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• <PERGUNTE E RESPONDERE MOS!....233/ 1919
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UM ESTADO ISLJ.MlCO
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prestigio. Tal caudilho traz bem nitldas as marcas da sua
época. Ele mesmo reconhecia ser wn homem pecador i!" cheio
de defeitos. Não era um teólogo nem um filósofo, mas homem
dotado de calorosa têmpera religiosa, capaz de exercer pro·
funda jnf)uência. sobre grandes e pequenos, sobre individuas
e massas humanas. Maomé parece nunca ter chegado a con·
ceber a separação de religião e politica, a. dlferenoa entre a
Palavra de Deus e as interpretações que lhe dão O!l seus
arautos ou OS lideres políticos.
Para entender o islamismo contemporâneo, faz·se mister
estudar, ainda que sumariamente, a evolução da obra de
Maomé em seus primeiros decênios.
2. Um pouco de bist6ria
Ao morrer Inesperadamente em 632, Maomé não deixou
SUCESSOr nem disposição sobre a maneira de se continuar o
seu movimento religioso.
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tesco de Maomê. Aceitam o Carão, mas têm 5U05 tradições
. próprias.. Só admitem como sucessor do profeta seu genro
Ali, casado com FaUma_ Em vez de um califa, têm por
chefe um Iman, descendente direto do proCeta. Julgam que
sã Ali e seus descendentes têm o direito de guiar e ensinar
os fiéis. Visto que o décimo segundo descendente de Ali
morreu sem filho, os xiitas aguardam um imnn rnlsterloso e
invisivel, que, ro hora aprazada por {)rus, aparecerá na qua·
Iidade de h-amdl (gula), para restabelecer o Islã na sua pureza
primitiva. Embora os xiitas sejam minoria no Islã, são os
mais bullcosos dos maometanos, sempre dispostos a mover o
povo em campanhas de reivindicações. Ora precisamente os
mentores da nova situação poJitlco-religlosa do Irã são xiitas!
3. O Credo isl6mico
A profissão de fé dos muçulmanos é extremamente sim-
ples, resumindo·se em duas frases: cCreio que não hã senão
um Deus: A1â. Creio que Maoml! é o enviado de Alh.
Eis os dois componentes da fé islâmica: a doutrina sobre
Alá e a profctologia. A primeira se associam as questões rela·
tivas ao juizo final e à retribuição definitiva. À segunda se
prende a questão da sucessão do profeta ou o do califado.
1 . A te em Alá exige apenas que o fiel creia na exis·
tência de Deus, em SUa unicidade e onipotência. Nada pro·
fessa a respeito da natureza e dos atributos de Alá. Foi esta
simpllcldade que garantiu ao Islã ampla . difusão e aceitação
por parte de nwnerosos povos. Os doutos vêem em Alá. o
fundamento de sabedoria e ordem universais, AO passo que os
simples consideram nele o fundamento da justa ordem social.
A pregação do juizo final era de importância capital para
M&om~. O juizo serâ precedido pela vinda do Anticristo, que
Induzirá os homens ao erro até que venha Jesus de novo à
terra. Quando soarem as trombetas pela prim~ira vez, mor-
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UM ESTADO O~_ _ _ _ _-"9
1Su...\f.IC,~
4. A Moral maometana
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UM ESTADO lSL4MlCO
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UM ESTAOO ISLAMICO
S. 1. A cri,. Iraniana
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UM ESTADO ISLAMlCO 15
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5 . 3_ . _. O futuro
A situação poUtlca do Irã até hoje é confusa.
Aos 16/ 01.n9 o xá deixou o país, e a 1'/02/79 Khomelny
foi recebido triunfalmente na.c; ruas de Teerã, após quase
quinze anos de exiJio. Dez dias mais tarde, o Governo Bakh.
tiar, estabelecido pejo xá. antes de partir, foi deposto peJo
povo e substltwdo pelo Governo provisório da Revolução Islâ·
mica. que tem à frente o Prlmelro·Mlnlstro Mehdl Bazargan.
Este ainda não conseguiu controlar por completo a situação.
Os comunistas do pais, reunidos no parUdo Tudeh (isto ó,
Massas) . divulgaram, primeiramente, um comunicado no quaJ
falavam de resistência armada a Khomeiny. Todavia alguns
dias depois proclamaram solidariedade ao chefe religioso num
gesto que surpreendeu a opinião pública,
As razões para se pôr em duvida o êxito do movimento
de Khomelny são várias: em grande parte, derivam-se do
contraste existente entre a cultura ocidental (que sob o xá
Mohammed Reza Pahlevl se adentrou no Irã) e as normas
de vida islãmlcas; principalmente no tocante à posl-;:ão da
mulher na sociedade, as dileren-:8s são grandes, a ponto de
terem provocado sérios protestos por pRrte das mulheres Ir,,·
nianas. como noticiaram os jornais:
"Pelo terceiro dia consecutivo mllh.,e, de Iranlana••alram 's ruas
de T..rI vestidas t ocldent'l para prot"lar conlra a reslauraçlo bl4mlca
de Obtlga10rledade do uso do véu negro e al9umal foram apedrajadas. Ao
final du manlfe.taçO.n. um telefonema lemlnlno anOnlmo .. egêncle France
preaa anunciou Que as mult\eras com.carlem •• ulcldarol. pelo fogo conl.a
a nova Ofdam.
A mulher que telefonou li agltnela, dlsu 'alar em nome de 15 mil
Iranlanll organizadas numa entldada cuia d881gnaçlo nlO llIvelou a e,cla·
receu que, como opçlo, multas dalas panlam convarta,· .. ao C,l stlanlsmo
pe,.. fugir ao uso obtlgalórlo do ch.or, o manto p,elo e &em co. lutas
que vai di! cabeca aos péI, com • parta correspondente ao v6u presa
entra O. dentas,
Emborll grupo. da muçulmano,. lan"lco. IIve"em atacedo a pau'"
du, lacada. e -ptdradu as rnulnerq que, em nOmaro calculado em cl"co
mil ••e concanlrenlm ne Unlvertklade e dlente do Mlnla"rlo de JUltlça,
nenhuma delas 101 ferIda com gravloeda. Alguns muJeldln.. (combatantas
Isl~mlcOl) armadOI Impediram que a egrudo llvease maio,.. con •• qOêncla ••
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_ _._ ._. . ___ -"U"'' ' 'ES'' 'T"ADO'' ' -' IS'' l..\MI'' ' ' 'CO'' '______2!'7
o movimento 6 cootdenado pela Frente Comum d, Llbon8ç:1o da
Mulher, Intellrada por dlvena organlzaçOet temlnil"', entre e'a. 'Mull'lerea
em Lut.' (trotskistas) • 'Mulheres em AleM' (comunistas)" (Jomal do
8'.11, 11/3/19, 19 caderno) .
Não há dúvida, as mulheres IranIanas têm razão aos
olhos da fé cristã c da sã razão. A figura da mulher e seus
valores MO mais preservados e acentuados se se reconhece à
mulher o direito de se autoafirmar com dignidade ao lado do
h.omem na sociedade. Os trajes usuais entre as mulheres
muçulmanas nâo são necessariamente mais puros e decentes
do que os trajes da mulhér no Ocidente. Pode-se crer que
ainda outras normas do Islã entrem em conflito com as cate·
gorias e o ritmo sadios da vida moderna. Eis por que nos
parece Instável o regime do a,yatoll.ah, a menos que se dispo-
nha a renunciar a. c~rtos traços do Islamismo acidentais que
conflitam com a realidade contemporânea.
Como quer que seja, merece atenção o fato de que mesmo
no século XX a cren;a religiosa de um povo manifeste tal
poder de influência na vida pública. Embora o movimento do
a.yatoYah Khomelny tenha sido motivado por abusos do poder
Imperial do xá, verifica-se que a opção do povo Iraniano nio
se deu em favor dos comunistas (que o queriam dominar),
mas, sim, em prol de um Uder religioso. Isto Significa que o
ser humano contlnuil r eligioso ntravés dos séculos e apesar
das seduçôes do materialismo. Realmente pode-se repetir com
S. Agostinho: «Senhor, Tu nos fizeste para Ti, e Inquieto é o
nosso coração enqua nto não repousa em Th (Connssões I 1).
Eram estas as ponderações que no!"; ocorria propor a
respeito dA atual situação poJitlca do Irã.
Blblh'lI:rllla :
OATALA, V. H., La upre.1Ón de lo Divino en I.. r.lIgla... no c,.
Ilan.., BAC aJ04. Madrid 1972.
OAMBO RIENA. P.. LI aalvlel6n en lu rellglone. no crftUln ...
BAC 3.43, MadrId 11173.
GAADET, L.• COn"l!!rl l'I.llm. Col. "Je . als-Je erol." n' 113. Paris.
"58.
KONIG, FR., Ln Itenglone. de Ii nu,., 3' vaI. BAC roa, Madrid 1950.
PIAZZA, W. O., Aellll56" de IMNnIcIMe. Ed. Loyola, 510 Paulo 19n.
RULlI, G.• Lunga • c:.onlu. . cri" nell'lrl", in la Clwllll C.lloUe. n'i' 3089.
03/03/1979, pp. 501-509.
PR 118/1974, pp. 392·40'.
193 -
Ainda em mira:
• • •
Content4rlo: N.ão é raro lel'em-se noUelas referentes às
finanças do Vaticano, noticias que, em última anãJise, afiro
mam ou sugerem ,$er este uma das maiores potências eco-
n6micas do mundo.
A mais ,recente campanha deste tipo deu-se duran~ o
breve pontificado do Papa J oão Paulo I: o semanãrJo italiano
.TI mondo~, filiado ao diário cCorriere della Sera~, e voltado
para assuntos de economia e polltlca, dirigiu ao Papa recém-
-eleito. em setembro de 1978. um . pro.memoria:. ou um rela-
tório acerca dos ben s da Santa Sé, dando a entender ao Pon-
tífiCe e ao público em geral que a administração dos bens do
Vaticano ê corn.l'pta e, por conseguinte, ne~ita de severa
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FINANÇAS 00 VATICANO: QUADRO GERAL 19
-195 -
20
1. Os órgãos administrativos
Pela Constituição Apostólica cRcgimini Ecclcslne Uni·
versae'" , de 15/ 08 .'1967, o Papa Paulo VI recstruturou oi;
órgãos administrntlvos dos bens da Santa Sê, dando.lhes regime
novo. Em conseqüêncio. existe hojc, como suprema instância
administrativa, a ehanmda .:Prefejturn dos Assuntos Econô-
micos» (PAEl. cujas principais atribulcões vêm a ser:
1) exercer um controle geral sobre todos os demais
órgãOl'l administrativos ;
- \96 -
_____ . ~~~ANCAl) 00 VATICANO: QUADRO GER.\~_~
a) Secretaria Geral
b) Direção Geral dos Monumentos
c) Museus e Galerias
d) Direção Geral dos Serviços Técnicos
.) Rádio Vaticana
f) Serviços Econ6mlcos
g) Serviços Sanitários
h) Observatório Vaticano
I) Vilas Pontlflclas
1.1. APSA
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22 cPERGUNTE E RESPONDEREMOSa 233/ 1979
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FINANÇAS DO VAT1CANO ~ QUADRO GERAL 23
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~PERGUNTE E RESPONDEREMOS:t 233/1979
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FINANCAS 00 VATICANO: QUADRO GERAL 25
1 .6 . Outros órgãos
Como Insinuado à p. 1963, ainda devem apresentar o seu
or(:amento c o seu balanco ao controle da Prefeitura 09
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26 ",PERGUNTE E RESPONDEHEMOSa 233/ 1979
- 202-
FINANCAS DO VATICANO: QUADRO GERAL 27
3. Óbulo.
A S<1Il1n Sc.' 1"t'CI' bc t\bulru; do mundo intciro e os redis-
trilJui mn favOl' dc obl'as apostólicas ou assistenciais.
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28 «PERGUNTE E RESPONDEREMOS. 233/ 19'1!....-_ __
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FJNANCAS 00 VATICANO: QUADRO GERAL 29
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3() .PERGUNTE E RESPONDEREMOS» 233n979
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FlNANCAS DO VATICANO: QUADRO GERAL 31
S, Observação final
O próximo artigo deste lasciculo abordarã, ponto por
ponto, as acusações feitas à Santa Sé a respeito das finanças
do Vaticano. No rinal da presente exposiçãO, interessa ape-
nas registrar quanto segue:
Observa-se que as tomadas de posição e as opções da
Santa Sé nos últimos tempos não somente não tém sido
Influenciadas por preocupacõcs financeiras e interesses eco·
nômicos, mas, ao contrário, têm criado noves encargos finan-
ceiros. Com efeito, a Santa Sé tem empreendido todas as
tarefas pastorais que lhe pareçam oportunas, com oneração,
cada vez mais penosa, de suas finanças.
Tenha·se em vista. por exemplo, a descentrallzacão da
CliMa Romana, executada por Paulo VI após o Concilio do
Vaticano fi; reconhecendo aos bispos diocesanos certas facul-
dades que, durante séculos, foram reservadas à Santa Sé, o
Sumo Pontífice l-enunciou, III.CiO fneto, às taxas outrora arre-
cadadas por ocasião dos Tcspectivos despachos na Cúria,
HOje em dia, rcstllm apenas algumas taxas a sc-rem pagas à
Cüria Romana, geralmente por ocaslúo de nomeações, dis-
pensas, processos de canonização, de decJaração de nulidade
de casamento ", Calcula-se, porém, que atualmente as partes
interessadas nos processos <::obrem apenas 205'0 das despesas
dos tribunais romanos, fi cando 80 $'(. a cargo da Santa Sé,
Entre os recentes encargos assumidos pela Santa Sê, ê
de se mencionar outrossim a criação de novos organismos da
Cúria, em correspondência às aspira(Ões do ConclUo do Va-
Ucano 11: assim os Secretariados para a União dos Cristãos.
para 1) Diá logo com os Não Cl'istãos, para o Diálogo com os
Não Crentes, o Conselho dos leigos, a Comissão "Justiça e
Paz_, a Comissão para as Comunicações Sociais. .. Como se
compreende. estes Departamentos são os mais dispendiosos
da Cúria Romana, dado que os seus membros precisam de
manter contatos Internacionais, partidpando de encontros e
Congressos nas mais diversas partes do mundo.
Mencione-se ainda a InternacIonalização progressiva da
Cúria Romana: a Santa Sé tem solicitado os serviçOs de peri-
tos e consultores de diversos palsesj chamou para Roma
vArios bispos estrangeiros - o que tem multiplicado as via-
gens aéreas e seu orçamento,
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lo'INANÇAS 00 VATICANO: QUADRO GERAL 3.1
A propósito aInda :
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Ainda em ml,.. :
Ditia Paulo VI ao vlsllar a Slcllla: "O Papa 1'110 é rieo. Tamos dificul-
dades para sUllanla r as despesas decouenlas dos serviços nacess6rlos i.
admlnlstraçJ.o cenlral de tod• • Igr.j....
• • •
ColUcntia.ri~: Após a BPl'I..'Sentação do quadro geral das
linhas diretrizes das finanças do Vaticano, importa conside-
rar algumas objeções que nos últimos tempos foram levanta-
das eontra tal sistema. Oriundas na Europa, tais acusa.;ôes
(oram repetidas no BrasIl, seja por escrito, seja por via oral.
sem que o público tivesse referenciais para poder avaltar 8
fundament ação e o alcance das mesmas.
Na$ pliginas subseqUentes, vamos retomar o caso, levando
em conta as in(onnações fornecidas n respeito pela própria
Santa Sé através do seu periódico L'05servatDre Rom&1lo.
TencionamoS assim oferecer ao leItor brasileiro a ocasião de
se esclarecer em fonte limpa a propôsito de uma campanha
que se toma desonrosa tão somente para quem a move, e não
para Quem D sofre.
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~i_ .. ' _ ' ._::!,!:!~Ç_U.~TE .E RESPONDEREMOS," 233/ 1919
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40 ,,-PERGUNI'E E RESPONDEREMOS_ 233/1919
3. Conclusão
- 216 -
Sim ou NIo?
.. (áli(e "
de Chico Buarque e Gilberto Gil
1. A letra da ca~õo
- 217-
""-_ _ _,,,P,,E,,R,,G,,,U,,,N,,,,rE,,-,E,,-".!:R"ES""PO"",N~D"E"R"E"·'''''''''"",".,-,,233=",,97,,9,,- .. _ . _ __
Tragar a aor, '"51011' a labull?
Mesmo calada • boca, fllSl. o peUo.
Sntoclo. na cidade nlo .8 I.euta.
Oa que me vI'e ser filho da lIanla ?
Malhor seria IIr !IIho da oulr. I
Outra realidade menos morta,
lanla mantlr• . tinia força bNla'
Como é dlllcll açord.r calado,
Sa na calada da noU. eu me dano.
Ouero lançar um grilo desumano,
Ou. é uma manalra de ser esculado.
ell. sll'nclo todo ma atordoa.
Atordoado continuo alento
Ne arquibancada pra qualquer momento
Ver emerslr o monstro da 'agol.
De multo gorda . porea lê nlo anda,
De multa Iluda (I faca J' " Jo corta,
Como é durell, pai, abrir a porta '
eu. palavflI P"SI na ga rganla,
Esse pn.~u. homérico no mundo .. .
De que adl. nta te' boI vonlade ?
Mesmo calado o peito. 'es'l 11 CUCI
Doi bêbados do Cl nlro da cidade.
Talvez o mundo nl o soja. pequeno.
Nem seJa a vida um falo consumado.
Ouero i.we ntar o meu próprio pacado.
Ouero morra r do meu próprio ve neno.
Oue,o perder de ve. lua "beça.
Minha cabeça perder. ter JuIzo ...
Ouero cheirar fumaça de óleo [)lesel,
Ma embriagar alê que alguém me esqueç,," .
2. Comentando . .
- 21R-
f.CALICb DE CHICO BUARQUE
livros em e:s t a nt e
s.c:r1Irn.nlo da PenN6nela. O perdlo de Deu. na comunld.e ecte. laI,
POl'" MArio de França Miranda. Coleçlo '''eologl• • EvangelllaçAo" - 11.
- Ed. Loyola. SIo Paulo 1978. ,., x 210 mm, 100 pp.
E$la livro j6 101 aprennlado ao pUblico em PR 225/1978. 31. capa.
Eis, porem. que PR recebeu carta do Pe. Carloa Furbelle. Nova Venécla (ES).
dalada d. 13/001/79, portadora de ludlclos •• obseNaç&as ao relerldo livro.
EI. por que, • Ululo de honeslldade, Ir.nsmlUremos aqui ao. noss~ Ielto,l.
o leO( da..... reparOl :
1) "O capitulo 8, ..... Sint.. a Hlstórln nlo ma parlca nada lucldo".
NIo mostra que a Igreja "desde o principio racorreu lambém fio modo de
confeslar-se secratamant." (cl. Concilio da Trento cano 6, e G Pap4 Sle
Leio M'gno. 't 481, que afirma aer a coMI.alo particular uma regra Irana-
mltlda pelos Apóstolo • • Igreja) .
2) A conllsslo Individuai dos pecados' necas"rla para que o ...
cardole, como Jull.. POIIII av.llar se é Helio ou nlo. no caso dar a absolvi·
çlo sacramenlal. - Ora nlo é bem Iste o que la 16 às pp. 53 li 69 do II . . ro
de França de Miranda.
3) Em caso da obsolvlçl() coletiva devidamenta auto rll.ada pel() Sr.
9 1spo flca 80s penltanles reconciliados a ob,lgaçlo de procurarlm o sacer·
dOIa, 80 menoll dentro de um ano. pare confessarem per1lcularmenle os
pecado. ,Inda nlo acu:lados. Ora o Pe. Franç. da Miranda. 68 pp, e9s.
Julga que ". exlgêncl. da conflnlo Individuai pCl1arlor • de ordem dl. clo
pllnar, nlo dogmitlca: dai a. Normas Pastora is de 19n. como o Novo Rllo
(lnlrod, 31). ref.rlr'/II-'. sempra, .0 e.'lb.'ec.r ai normas para a abse»-
vlç'o col.II.... sam conlllSlo Individuai p"'vla . .. llceld-.:f• • n"o ......tld.z
d() .10 em .1. o qua allnge Ilmbem • exlglncla da ccnflnlc Individuai
poatll,lo,", - Na verdade. porém. tal pollçAo nlo corre.ponde • norma ,.'a·
bel_cid. p.t. S. CongreglçAo para a Ooulrln, dI Fé- em SUl citada Inalruçlo
de 18/08172 , norma asllm reprodu%lda pelo Novo Rltu.1 da Panllêncll "' 33 :
"Para que o. 'lil. possam banenelar-u da ebaolvlçlo .acram.nl.' dada
Ilmullaneam.nt., ' · ,ndl.pe....vol que "leJam conv,nlenlemente dlspo. loa.
Ilto 6, qUII. a".p.ndldotl d••Uh culp... tenham o prop6alto da nlo 10'lUIr
a co"......., ••• de r'parar OI d.nol • "cindalGS (Ioau..dOa • de con'....'
- 220 -
IndIYklu.lrn.nI., em Mmpt) OpOI1ImO, OI pecado. 8'.... que no momento
"lo podem conf".ar, O•• _rdotes '",lnIlrlo dlllgentemenle os fl6l • .obre
"I.. dl.poslçha e coneflÇl6" nqu.,IeI.. P'" • V.IeI.... do .&CnlmenlO",
") Ouanlo" necessld.de d. eonllsslo Inlegr. e IndividuaI, é consI-
derada "nlo apenas dlsclpIlR'f, mas dogm6uca" iI. p. 70 do livro, ao pa.ao
que'" p. 71 .. lida como "disciplinar enio dogm61Ica" , - A contradlçAo
enlr. . .sas duu PM. .gens .. resolva em favor da primeira .lIrmaçlo.
Somos gr,'os ao Pe. Furbella pai.. auu valiosa ponder.ç5es, que
eonlribuem p.r. que nlo se perca entre os 11161, e no clero 8 consciência
di necess idade da conll••lo IndivIduai, especifica. Inlagr. dos pecado.
gravas.
Teologle do Novo TeslalMnto, po' K.rl Herman" Schellde, Vol. IY:
Elhol _ Compol1amenlo mOfal do hom.m. Traduçio de SlIvlno Amhot,' S.J.
- Ed. Loyola, Slo Pauto 1878, 140 li. 210 mm, 358 pp.
K. H. Sehelklfl. doutor em Filosofia e em Teologia, á profalSOf de Teo-
logia do Noya TMtam.nlo n. F.culel.de C.IOUca de Teologle d. Universidade
d. TGblngen (Alemanha): 8UII obrts di caré'er 'aol6gleo, exegétlco-blbllco
e petrls llco I' foram tr.duzldas pare mais de du Idiomas .
"Teologia do Novo Testamenlo". com".eendendo elneo volum". , a
mala alanlada a prolunda obra no gênero publicada até hoje. O volume I
aprel enta uma Introduçlo hlalÓrlca. IItlllr6rla I teol6glca a todo o Novo Tes-
lamento. O volume 11 'r.ta da Crlaçlo. consldef1lndo o mundo, o te mpo e
o homem. O voluml 111 tem por l ublfluto "oIUI estava em Cristo" (Crlato-
logla). ao paliO que o IV aborda o Etnoe, ou .eJa. o eatllo da vida pr6prlo
do CIIIlio. O volume V (em preparaçlo) abrangeré. a temática "Reino de
Deus. Igrela, RevelaçAo" . Como .. vii, .m ....z d. seguir. ordem crono-
16glca dos escrllos dO Novo Testamento, o autor prefarlu estudar OI temas,
conceitos e palavlas Important.. do Novo Teatamlnto de maneira .ISlemá-
llca e IJntétlc•.
O volume IV é rico em ..pec:tOI do Elhoe crlallo: convar"o a penl-
tlnela, 11. amor de Oeu. e do próxImo. llberd.de••antldade. )ostlça, malr"
mOnlo e celibato, Impudlclcla, verdade e menUra .. . O aulor COltuma abor-
dar clda lema aobre o pano de tundo da cullura helenl.Uca e da teolog"
do "'nUgo Te.tamento - o que mullo valollza as .uas explan.çOes.
Marece "ançlo a mana Ira como Schelkle encar. a doutrina di Indl.-
solubilidade malllmonll1 no Novo Tastamlllnlo. Em Ml 5, 32 diz JeJum: "Todo
aquele que repudia a .ua mulhar, a nlo ser por motivo de pornel•. faz com
que el. adul tere. e aquele qUI .e c:asa com a repudiada, comele adultério"
(cI. MI 19.9) . Schelkle nlo aceita a Inlerpralaçlo de Bonslrven, que enlende
porn.l. como eendo unllo lleglllma: pretera traduzir lal voet!ibulo por adul-
Ifllo (cf. p. 25as). A nota 5 de p. 259" obscura. redigida com Improprie-
dades de linguagem ( delicllncla de traduçlo?) , principalmente Quando
trata da declaraçlo de nulidade pOf talt. de forma, Em l uma, • abordagem
do tama nlo . all.laz.
Quanto la. eunuçgs de !.tt 18, 10-t2. Schelkle nAo eU. a Inte rpretaçlo
que Duponl d' '" expresslo "eunuco. por cau.. do Aelno dos eéus". Este~
nlo ..nam OI que abreçam o clllbelo dlral8mente, mas, sim, os homlns
qu., tendo-se casado, elo Infelizes no m.trlm6nlo e, por lalo, devom aep.-
rar...e da lU" ..po••• aem ter direito 8 . egund•• nupclas (f8l.am·.e assim
eunuco. por &mOI" do Reino) . Es la Inlerpretaçl o de Dupont • mal. condi-
zente eom o contexto de MI 19, que 'ala da vld. matrimonial e dllt exigên-
cia. da Indllaolubllldade do calamento n. Nova leI. CI. pp. 260s.
Esles observaçCe. nlo slgnlllcam que o volume em paula nlo selri
inter.uanta e úlll ao estudioso. é geralmanle SÓlido e . ubs ta nclo.o em
su•• e xplan.ç68s.
E,a.
ORAÇÃO DO PEREGRINO
DESDE QUE VI
A LUZ QUE TU CAIASTE,
OS DIAS E AS NOITES SE SUCEDEM,
E A CAMINHADA,
TANTAS VEZES ALEGRE.
SE TORNA AS vezes TRISTE,
TALVEZ COMO AQUELA QUE FIZESTE,
E, PASSO A PASSO CAMINHANDO CONTIGO
COMPANHEIRO ESCONDIDO,
VOU NA CERTEZA DO ENcaNmo PROMETlOO
PARA VER A TUA FACE
LA NO FIM DA JORNADA.
o CAMINHO DO PASSADO
T1.0 PISADO •..
ENVOLVESTE COM A TUA MISEAICI)RDIA
PARA FAZE·LO ENTRAR
NO SEGREDO DA TUA ETERNIDADE.
NO CAMINHO DO PRESENTE,
QUERO IR COM A Mlo EM TUA Mola,
CERTO DO TEU AMOR,
E DIZER CADA DIA, MEU AMIGO:
" OBRIGAOO, SENHOR I"
o CAMINHO DO FUTURO
96 A TI PERTENCE.
POR ISTO. CONFIANTE .E INDIGENTE,
QUERO OEPOSITA-LO