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3o.

DOMINGO DA PÁSCOA
(At 3,13-15.17-19; Sl 4; 1Jo 2,1-5a.; Lc 24,35-48)

A liturgia da palavra hoje nos alerta da importância do testemunho


cristão. Mas o que é o testemunho cristão? Ou melhor, como se dá
testemunho de Cristo na sociedade do conhecimento que vivemos hoje?
Creio eu que não será somente por meio de palavras. Aliás, se há algo que
estamos sobrecarregados é de palavras, de discursos. Como dizia Santo
Antônio: “que cessem as palavras e comecem as obras”! Há muita letra, tem
muito livro. De forma alguma estou desvalorizando a leitura, os livros, o
conhecimento, afinal sou suspeito quando falo disso. Mas com relação a fé, a
igreja, ao testemunho, creio que, o que precisamos saber e fazer já esta
claro. Não há muito mais o que ser dito e escrito. Cristo já nos deixou
bastante claro a respeito disso, como ouvimos no final do evangelho de
Lucas hoje: “vós sereis testemunhas de tudo isso” (Lc 24, 48). Tudo isso o
que? O testemunho nosso que cremos é, com nossa vida, nossas atitudes,
dar sentido a vida de quem não sente motivação para viver, para estar aqui.
O que Deus nos deu em Jesus é a capacidade de perceber, para além dos
sentidos corporais, para além da ciência, um gostinho do que significa a
ressurreição, a criação renovada. Nosso compromisso com Cristo é portanto,
criar aqui, neste tempo, neste mundo, o reino de Deus que Jesus nos propôs.
Por isso não bastam palavras bonitas, promessas de curas e libertação de
pseudo espíritos malignos, etc. O que Cristo nos deu como compromisso
aqui agora é concretizar o reino através, de uma experiência profunda com
Ele pela Ressurreição, e do testemunho. Que motivação nos dá a
ressurreição de Jesus? Muito simples: diluí no crente o medo da finitude a
qual todos estamos fadados. A Morte já não tem mais a ultima palavra,
porque Cristo ressuscitou e nós ressuscitaremos com Ele. Mas não se chega
a este entendimento por meio intelectual apenas: isso é fruto de uma
experiência profunda. E se chega a esta experiência pela fé, que é acreditar
sem ver e por isso é confiança, e pelo testemunho, que são João na segunda
leitura nos alertava: guardar sua palavra, guardar os mandamentos é ter
Deus plenamente em sua vida.
Portanto irmãos e irmãs, neste tempo de “ver para crer”, onde as
pessoas clamam por provas, que provas daremos da ressurreição senão
vivermos como criaturas novas, entregando-se totalmente nas mãos de
Deus, confiando que Ele dá a nossa vida um sentido, uma motivação? Foi
isso que experimentaram os discípulos de Jesus? Do medo, da desmotivação
com a morte dele, passaram a não ter medo mais de nada, nem da morte e
se jogaram na vida porque tiveram uma profunda experiência de Jesus
ressuscitado.

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