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Licitações Públicas – Lei 14.133/21


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REVISÃO FINAL –
DIREITO ADMINISTRATIVO

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IMPROBIDADE
ADMINISTRATIVA

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Perda dos Perda da função Suspensão dos Multa Proibição de contratar
bens d. políticos / receber benef.
EI X X Até 14 anos Equiv. acréscimo Até 14 anos

LE Se concorrer X Até 12 anos Equiv. ao dano Até 12 anos

AP - - - Até 24x remun. Até 4 anos

Obs.: ressarcimento será aplicável sempre que houver “dano efetivo”


1. FGV – TCU / 2022
No mês de novembro de 2021, Joaquim, servidor público federal, de forma dolosa, em razão de
suas funções, utilizou, em obra particular, consistente na reforma de sua cobertura, o trabalho de
empregados de sociedade empresária contratada pela União para prestar serviços gerais de faxina
no setor em que Joaquim está lotado e exerce a função de supervisor. O fato foi noticiado ao
Ministério Público Federal (MPF), que ajuizou ação civil pública por ato de improbidade
administrativa em face de Joaquim. Em paralelo e sem prejuízo à atuação do MPF, a Administração
Pública Federal instaurou processo administrativo disciplinar (PAD) e, após sua regular tramitação,
aplicou a Joaquim a pena disciplinar de demissão, quando a ação de improbidade ainda estava em
fase de réplica, sendo certo que o feito judicial até hoje ainda não foi sentenciado.
Inconformado com a pena de demissão recebida, Joaquim ajuizou ação judicial pleiteando a
anulação de todo o PAD, alegando três motivos: i) o fato que lhe foi atribuído não é punível com
sanção de demissão, pois não houve dano ao erário; (ii) os funcionários terceirizados não são
servidores públicos, razão por que não há que se falar em improbidade administrativa; (iii) o PAD
deve ser suspenso, por questão prejudicial, no aguardo do trânsito em julgado da ação civil pública
ajuizada em seu desfavor.
1. FGV – TCU / 2022
Consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o Poder Judiciário deve julgar o pedido:
a) improcedente, pois Joaquim praticou ato de improbidade administrativa que enseja a aplicação da
sanção disciplinar de demissão pela autoridade administrativa, independentemente de prévia
condenação, por autoridade judicial, à perda da função pública
b) improcedente, pois, em matéria de sanções funcionais, não cabe ao Poder Judiciário analisar a
legalidade do PAD, sob pena de se imiscuir no mérito administrativo e violar o princípio da separação dos
poderes;
c) parcialmente procedente, pois, não obstante os fatos apurados não constituírem ato de improbidade
administrativa, é necessário se aguardar o trânsito em julgado da ação de improbidade em curso, e o
prazo para instauração do novo PAD está interrompido;
1. FGV – TCU / 2022
d) parcialmente procedente, a fim de anular somente o último ato administrativo praticado no PAD, qual
seja, a aplicação da sanção de demissão, que deve ser substituída pela sanção disciplinar de suspensão
por sessenta dias;
e) parcialmente procedente, a fim de anular somente o último ato administrativo praticado no PAD, qual
seja, a aplicação da sanção de demissão, devendo o PAD ser suspenso até o trânsito em julgado da ação
de improbidade em curso, para se evitar decisões contraditórias do poder público.
2. FGV – Sefaz ES / 2022
No ano de 2022, João, ocupante do cargo efetivo de Consultor do Tesouro Estadual do
Estado Gama, praticou ato de improbidade administrativa consistente em receber
dolosamente, para si, dinheiro, a título de presente de sociedade empresária que tinha
interesse direto que podia ser amparado por ação ou omissão decorrente de suas atribuições
como agente público.
O Ministério Público, após investigação por meio de inquérito civil, ajuizou ação civil pública
por ato de improbidade administrativa.
Com receio de perder sua função pública, João pretende pedir exoneração e prestar novo
concurso público para o cargo de Procurador do Estado Gama.
No caso em tela, de acordo com a Lei nº 8.429/92 (com redação dada pela Lei nº 14.230/21), a
sanção de perda da função pública
(A) não mais figura como penalidade a ser eventualmente aplicada a João, que pode receber
outras sanções, como suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos.
2. FGV – Sefaz ES / 2022
(B) não mais figura como penalidade a ser eventualmente aplicada a João, que pode receber
outras sanções, como pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração
percebida pelo agente.
(C) atinge automaticamente todo e qualquer cargo, emprego ou função pública exercidos por
João no momento em que ocorrer o trânsito em julgado de eventual decisão condenatória.
(D) atinge automaticamente todo e qualquer cargo, emprego ou função pública exercidos por
João no momento em que for publicada eventual sentença condenatória e eventual apelação
não tem, em regra, efeito suspensivo.
(E) atinge apenas o vínculo da mesma qualidade e natureza que João detinha com o poder
público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado, em caráter excepcional,
estendê-la aos demais vínculos, consideradas as circunstâncias do caso e a gravidade da
infração.
AGENTES PÚBLICOS

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3. FGV/SEPOG RO/2017
Os agentes públicos – agentes administrativos – representam a grande
maioria dos agentes e subdividem-se em no mínimo três categorias, a
saber:
a) agentes honoríficos, empregados públicos e servidores temporários.
b) servidores públicos, empregados públicos e servidores temporários
c) servidores comissionados, empregados públicos e servidores
temporários.
d) agentes comissionados, empregados públicos e servidores
temporários.
e) agentes de confiança, empregados públicos e servidores
temporários.
Espécies
Cargo, emprego e função
CARGO, EMPREGO, FUNÇÃO
▪ Servidores públicos
▪ Regime estatutário
Cargo
▪ Entidades de direito público (adm. direta, autarquias e fundações
públicas)
▪ Empregados públicos
Emprego ▪ Vínculo contratual / CLT
▪ Entidades de direito privado (EP e SEM) (regra)
▪ Conjunto de atribuições
Função ▪ Não corresponde necessariamente a um cargo/emprego
▪ Função autônoma: função temporária / função de confiança
Acumulação
Estabilidade

Revisão
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Revisão
X - a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art.
39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a
iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na
mesma data e sem distinção de índices;
Jurisprudência
Súmula Vinculante 37 - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa,
aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia.

Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar qualquer verba de
servidores públicos de carreiras distintas sob o fundamento de isonomia, tenham elas
caráter remuneratório ou indenizatório. (RE 710293, Tema 600 – julgamento em 16/09/20).

Súmula Vinculante 16 - Os artigos 7º, IV, e 39, § 3º (redação da EC 19/98), da


Constituição, referem-se ao total da remuneração percebida pelo servidor público.
Jurisprudência
O Poder Judiciário não possui competência para determinar ao Poder Executivo a
apresentação de projeto de lei que vise a promover a revisão geral anual da remuneração
dos servidores públicos, tampouco para fixar o respectivo índice de correção. (RE 843112,
Tema 624 – julgamento em 22/09/20).

O não encaminhamento de projeto de lei de revisão anual dos vencimentos dos servidores
públicos, previsto no inciso X do art. 37 da CF/1988, não gera direito subjetivo a
indenização. Deve o Poder Executivo, no entanto, pronunciar-se de forma fundamentada
acerca das razões pelas quais não propôs a revisão. [RE 565.089, rel. p/ o ac. min. Roberto
Barroso, j. 25-9-2019, P, DJE de 28-4-2020, Tema 19]
Jurisprudência
Súmula Vinculante 42 - É inconstitucional a vinculação do reajuste de vencimentos de
servidores estaduais ou municipais a índices federais de correção monetária.

Súmula Vinculante 43 - É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao


servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu
provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.

Súmula Vinculante 55 - O direito ao auxílio-alimentação não se estende aos servidores


inativos.

Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo


disciplinar não ofende a Constituição.

Súmula Vinculante 44 - Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de


candidato a cargo público.
Direito à nomeação
A tese objetiva assentada em sede desta repercussão geral é a de que o surgimento de novas
vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo, durante o prazo de validade do
certame anterior, não gera automaticamente o direito à nomeação dos candidatos aprovados fora
das vagas previstas no edital, ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por
parte da administração, caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do poder público
capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado durante o período de
validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo candidato. Assim, a
discricionariedade da administração quanto à convocação de aprovados em concurso público fica
reduzida ao patamar zero (Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à
nomeação, verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: i) quando a aprovação ocorrer
dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) quando houver preterição na
nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do STF); iii) quando surgirem
novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a validade do certame anterior, e ocorrer a
preterição de candidatos aprovados fora das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da
administração nos termos acima.
[RE 837.311, rel. min. Luiz Fux, j. 9-12-2015, P, DJE de 18-4-2016, Tema 784.]
Direito à nomeação
Direito à nomeação
Aposentadoria compulsória
Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da
aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF, a qual atinge apenas os ocupantes de
cargo de provimento efetivo, inexistindo, também, qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo
em comissão. (...) Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, inexiste óbice
constitucional a que o servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no cargo
comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para outro cargo de livre nomeação e
exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a
administração.
[RE 786.540, rel. min. Dias Toffoli, j. 15-12-2016, P, DJE de 15-12-2017, Tema 763.]

Art. 201. § 16. Os empregados dos consórcios públicos, das empresas públicas, das sociedades de
economia mista e das suas subsidiárias serão aposentados compulsoriamente, observado o
cumprimento do tempo mínimo de contribuição, ao atingir a idade máxima de que trata o inciso II do §
1º do art. 40, na forma estabelecida em lei.
Jurisprudência
Nas situações jurídicas em que a CF autoriza a acumulação de cargos, o teto remuneratório
é considerado em relação à remuneração de cada um deles, e não ao somatório do que
recebido.
[RE 612.975 e RE 602.043, rel. min. Marco Aurélio, j. 27-4-2017, P, DJE de 8-9-2017, Tema
377 e Tema 384.]

RE 602.584 (Tema 359/STF): “Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento


posterior ao da Emenda Constitucional nº 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso
XI do artigo 37 da Constituição Federal incide sobre o somatório de remuneração ou
provento e pensão percebida por servidor.”
Jurisprudência
A existência de norma infraconstitucional que estipula limitação de jornada semanal não
constitui óbice ao reconhecimento do direito à acumulação prevista no art. 37, XVI, c, da
Constituição, desde que haja compatibilidade de horários para o exercício dos cargos a
serem acumulados.
[RMS 34.257 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 29-6-2018, 2ª T, DJE de 6-8-2018.]
AGENTES PÚBLICOS
➢Greve
➢Judiciário não pode:
➢Aumentar vencimentos ou verbas indenizatórias
➢Conceder, determinar, fixar índice, fixar indenização: ausência de revisão
geral anual
➢Direito à nomeação
➢Devolução de valores (erro administrativo vs. interpretação)
➢Aposentadoria compulsória
4. FGV – TCU / 2022
O Tribunal de Contas da União instaurou processos administrativos para apurar a licitude da
percepção de valores superiores aquele correspondente ao teto remuneratório constitucional
pelos dirigentes: (I) da sociedade de economia mista A, que não recebia quaisquer recursos
da União; (II) da sociedade de economia mista B, que recebia recursos da União para fazer
face às despesas de capital; (III) da empresa pública C, que recebia recursos da União para
pagamento das despesas de pessoal; e (IV) da subsidiária integral da empresa pública C, que
recebia recursos da União para as despesas de custeio em geral, exceto de pessoal.
A luz da sistemática constitucional, estão sujeitos ao teto remuneratório constitucional os
dirigentes do(s) ente(s) referido(s) em:
a) I, II, III e IV;
b) somente II, III e IV;
c) somente III e IV
d) somente I e II;
e) somente I.
Teto constitucional
XI - a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da
administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato
eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie
remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou
de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o
subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador
no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito
do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a
noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos
Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este
limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;
Teto constitucional
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados
e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às respectivas Constituições
e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto
neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.
Teto constitucional
▪ Teto geral: Ministros do STF
▪ Subteto nos estados e DF:
▪ Executivo: Governador
▪ Legislativo: Deputados estaduais e distritais
▪ Judiciário: Desembargadores (até 90,25% dos ministros do STF)
▪ Aplicável: membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores
Públicos
▪ Emenda Constitucional pode estabelecer: subteto único nos estados / DF
(desembargador – até 90,25% do ministro do STF)
▪ Municípios: prefeitos municipais
Jurisprudência
▪ Alcance:
▪ Administração direta, autárquica e fundacional
▪ EP, SEM e subsidiárias: que recebam recursos para pagamento de despesas de
pessoal ou de custeio em geral
▪ Magistrados: carreira de âmbito nacional (não seguem subteto do estado)
▪ Procuradores municipais: não se submetem ao subteto do prefeito.
5. FGV – PCERJ / 2022
O Sindicato dos Policiais Civis do Estado Gama convocou assembleia extraordinária para
discussão e deliberação sobre início de greve da categoria, diante da falta de recomposição
salarial dos policiais. Iniciada a reunião, o presidente do sindicato informou aos policiais que a
Constituição da República de 1988 assegura o direito de greve aos servidores públicos. O
inspetor de polícia Jorge, líder nato da categoria e especialista em direitos dos servidores
públicos, pediu a palavra e expôs a seus colegas que, no caso concreto, o Supremo Tribunal
Federal tem jurisprudência no sentido de que o exercício de greve pela Polícia Civil é:
a) lícito, diante da previsão constitucional, mas é imprescindível que ao menos 30% da
categoria continue trabalhando, pelo princípio da continuidade do serviço público;
b) lícito, mas a Administração deve proceder ao desconto dos dias de paralisação, salvo se tiver
ocorrido conduta ilícita do poder público, permitida a compensação em caso de acordo;
c) ilícito, pois a Constituição da República de 1988, apesar de prever genericamente o direito
de greve aos servidores, expressamente veda tal direito aos policiais miliares e civis;
5. FGV – PCERJ / 2022
d) ilícito, pois a Constituição da República de 1988 expressamente veda o direito de
greve a todos os servidores públicos da área da segurança pública e da saúde, por
serem serviços essenciais;
e) ilícito, pois há prevalência do interesse público e social na manutenção da
segurança interna, da ordem pública e da paz social sobre o interesse individual da
categoria
6. FGV – CGU/2022
Maria é servidora pública estável ocupante do cargo de auditora federal de
Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União e, em dezembro de 2021, seu
marido José, juiz de direito do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, faleceu, Maria já
adotou as medidas administrativas cabíveis para receber a pensão por morte de seu
falecido marido.
De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, teto constitucional
de remuneração de servidores públicos previsto no Art. 37, XI, da Constituição da
República de 1988 incide:
a) sobre o somatório da remuneração de Maria pelo seu cargo efetivo e a pensão
por morte a que a servidora tem direito;
b) individualmente sobre cada remuneração, a saber, os vencimentos de Maria pelo
seu cargo efetivo e a pensão por morte a que a servidora tem direito;
6. FGV – CGU/2022
c) sobre a remuneração de Maria pelo seu cargo efetivo, mas a pensão por morte a
que a servidora tem direito respeitará o teto do regime geral de previdência social;
d) sobre a remuneração de Maria pelo seu cargo efetivo, mas a pensão por morte a
que a servidora tem direito respeitará 90,25% do teto constitucional, por se tratar
de servidor falecido no âmbito estadual;
e) sobre a remuneração de Maria pelo seu cargo efetivo, mas a pensão por morte a
que a servidora tem direito respeitará 90,25% do teto constitucional,
independentemente de o servidor falecido ser estadual, distrital ou municipal.
RE 602584 (Tema 359/STF): “Ocorrida a morte do instituidor da pensão em
momento posterior ao da Emenda Constitucional nº 19/1998, o teto
constitucional previsto no inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal
incide sobre o somatório de remuneração ou provento e pensão percebida
por servidor.”

RE 612975 e RE 602043 (Temas 377/STF e 384/STF): “Nos casos autorizados


constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a
incidência do art. 37, inciso XI, da Constituição Federal pressupõe
consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância
do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público.”
7. FGV/MPE AL/2018
João tomou posse no cargo de agente administrativo, de provimento
efetivo, após regular aprovação em concurso público de provas. Como
o seu objetivo era o de alcançar a estabilidade no cargo, procurou um
advogado e solicitou informações a respeito dos requisitos a serem
preenchidos para que tal venha a ocorrer.
À luz da narrativa acima e dos requisitos estabelecidos pela ordem
jurídica, o advogado respondeu corretamente que João
a) somente poderia adquirir a estabilidade caso tivesse sido aprovado
em concurso público de provas e títulos.
b) irá adquirir estabilidade após três anos de efetivo exercício e parecer
favorável da comissão de avaliação
7. FGV/MPE AL/2018
c) irá adquirir estabilidade após dois anos de efetivo exercício e parecer
favorável da comissão de avaliação.
d) irá adquirir estabilidade após o decurso de três anos de efetivo
exercício, somente.
e) irá adquirir estabilidade após o decurso de dois anos de efetivo
exercício, somente.
8. CGU / 2022
José foi aprovado e classificado em 11º lugar em concurso público para o cargo efetivo de
analista de determinado ministério, O edital do concurso previa a existência de dez vagas e a
União, dentro do prazo de validade do concurso, que findou em 05/01/2020, convocou e
nomeou os dez primeiros colocados. Ocorre que Carlos, candidato classificado em 10º lugar,
não obstante tenha sido nomeado em 04/01/2020, desistiu do cargo em 05/02/2020, tendo a
Administração Pública Federal, em 25/02/2020, tornado sem efeito seu ato de nomeação,
conforme publicação em diário oficial.
José, entendendo possuir direito subjetivo à nomeação diante da desistência de Carlos,
apresentou requerimento administrativo visando à sua imediata nomeação. No caso em tela,
consoante jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o pleito de José:
a) merece prosperar, porque a desistência de Carlos sem a respectiva convocação de José
constitui preterição de forma arbitrária e imotivada pela Administração Pública;
b) merece prosperar, porque a desistência de Carlos sem a respectiva convocação de José
constitui ofensa aos princípios da eficiência, boa-fé, moralidade, impessoalidade e proteção
da confiança;
8. CGU / 2022
c) não merece prosperar, pois não convolou sua mera expectativa em direito subjetivo à
nomeação, na medida em que a desistência de Carlos ocorreu após o término do prazo de
validade do concurso
d) não merece prosperar, pois não convolou sua mera expectativa em direito subjetivo à
nomeação, na medida em que ocorreu a desistência de Carlos, independentemente de ter
acontecido antes ou após o término do prazo de validade do concurso;
e) merece prosperar, porque a nomeação de Carlos e o posterior ato tornando-a sem efeito
constitui manifestação inequívoca da Administração Pública acerca da existência de vagas e,
sobretudo, da necessidade de chamamento de, pelo menos, mais um candidato.
9. FGV – CGU / 2022
João, servidor público federal, recebeu, como parte de seus vencimentos no mês de fevereiro
de 2022, pagamento indevido decorrente de erro administrativo. O valor recebido a maior
não foi pago por interpretação errônea ou equivocada da lei pela Administração Pública
Federal, mas se deu devido a erro de cálculo praticado por servidores do departamento de
recursos humanos responsáveis pela folha de pagamento de pessoal.
No caso em análise, de acordo com a atual jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça,
João:
(A) não deverá proceder à devolução do valor recebido indevidamente, exceto se restar
comprovado, em processo administrativo disciplinar, que João agiu dolosamente em conluio
com os servidores responsáveis pelo pagamento;
(B) não deverá proceder à devolução do valor recebido indevidamente, exceto se restar
comprovada sua má-fé, ocasião em que o valor deverá ser restituído em parcelas mensais de
até 10% do dano ao erário;
9. FGV – CGU / 2022
(C) deverá proceder à devolução do valor recebido indevidamente, independentemente de
sua boa-fé objetiva, diante dos princípios da indisponibilidade do erário público e da
supremacia do interesse público;
(D) deverá proceder à devolução do valor recebido indevidamente, independentemente de
sua boa-fé objetiva, para evitar enriquecimento ilícito do servidor público, sob pena de
responsabilidade administrativa e cível;
(E) deverá proceder à devolução do valor recebido indevidamente, salvo se restar
comprovada sua boa-fé objetiva, sobretudo com demonstração de que não lhe era possível
constatar o pagamento indevido
Devolução de valores
Erro administrativo
Situação Interpretação equivocada Decisão judicial precária
(operacional ou cálculo)

Administração não entende


Administração entende que Administração paga por
Motivo do pagamento que deveria pagar, mas
deveria pagar determinação judicial
errou

Não é presumida
Boa-fé Presumida Não há boa-fé
(servidor pode provar)

Devolução Regra: não devolve Regra: devolve Devolve


10. FGV – Sefaz AM / 2022
Marcelo é servidor público estável ocupante de cargo efetivo da administração direta e acaba
de se eleger para o cargo eletivo de Prefeito municipal.
De acordo com as disposições da Constituição da República sobre o tema, Marcelo, no
exercício de mandato eletivo,
(A) receberá as vantagens de seu cargo efetivo, se houver compatibilidade de horários para
acumulação, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo.
(B) poderá acumular as funções do cargo eletivo com o cargo efetivo, se houver
compatibilidade de horário, mas deverá auferir exclusivamente o subsídio de Prefeito.
(C) será afastado do cargo efetivo e terá seu tempo de serviço contado para todos os efeitos
legais, exceto para promoção por merecimento
(D) deverá ser exonerado do cargo efetivo, sob pena de cassação de sua diplomação e
responsabilização por improbidade administrativa em razão de acumulação ilícita de cargos.
(E) será afastado do cargo efetivo e, na hipótese de ser segurado de regime próprio de
previdência social, será extinta sua filiação a esse regime, no ente federativo de origem.
Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato
eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I - tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou
função;

II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar
pela sua remuneração;

III - investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu
cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade,
será aplicada a norma do inciso anterior;

IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço
será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V - na hipótese de ser segurado de regime próprio de previdência social, permanecerá filiado a esse regime,
no ente federativo de origem.
NOVA LEI DE LICITAÇÕES

Prof. Herbert Almeida


11. FGV – PCERJ / 2022
A Secretaria de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (Sepol) deseja realizar a contratação
de sociedade empresária para a aquisição de computadores para propósitos específicos com
sistema de segurança de dados, a fim de serem utilizados em atividades de planejamento e
inteligência policial. O objeto contratual envolve inovação tecnológica ou técnica;
impossibilidade de a Sepol ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação de soluções
disponíveis no mercado; e impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com
precisão suficiente pela Sepol. Ademais, a Polícia Civil verificou a necessidade de definir e
identificar os meios e as alternativas que possam satisfazer suas necessidades, com destaque
para a solução técnica mais adequada, os requisitos técnicos aptos a concretizar a solução já
definida e a estrutura jurídica ou financeira do contrato. Diante das especificidades narradas,
consoante dispõe a Lei nº 14.133/2021, a contratação pretendida ocorrerá mediante:
a) inexigibilidade de licitação, por expressa previsão legal, e o contratado deverá comprovar
previamente que os preços estão em conformidade com os praticados em contratações
semelhantes de objetos de mesma natureza;
11. FGV – PCERJ / 2022
b) dispensa de licitação, por expressa previsão legal, e o contratado deverá comprovar
previamente que os preços estão em conformidade com os praticados em contratações
semelhantes de objetos de mesma natureza;
c) prévia licitação, na modalidade diálogo competitivo, com o intuito de desenvolver uma ou
mais alternativas capazes de atender às necessidades da Sepol, devendo os licitantes
apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos
d) prévia licitação, na modalidade pregão, pois o objeto do contrato possui padrões de
desempenho e qualidade que podem e devem ser objetivamente definidos pelo edital, por
meio de especificações usuais de mercado;
e) prévia licitação, na modalidade leilão, que exigirá registro cadastral prévio, não terá fase de
habilitação e deverá ser homologada assim que concluída a fase de lances, superada a fase
recursal.
NOVA LEI DE LICITAÇÕES
➢Transição

Prof.
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Prof.
NOVA LEI DE LICITAÇÕES
➢MODALIDADES
➢Pregão
➢Concorrência
➢Concurso
➢Leilão
➢Diálogo competitivo
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NOVA LEI DE LICITAÇÕES
➢CONTRATAÇÃO DIRETA
➢Inexigibilidade
➢ Fornecedor exclusivo
➢ Artista consagrado
➢ Serviço técnico profissional, com prestador de notória especialização
➢ Imóvel em virtude das características e da localização
➢ Credenciamento
Prof.
NOVA LEI DE LICITAÇÕES
➢CONTRATAÇÃO DIRETA
➢Dispensável
➢Baixo valor
➢Deserta ou fracassada
➢Emergência ou calamidade pública
➢Situações graves

Prof.
Procedimentos auxiliares
➢ Credenciamento;
➢ Pré-qualificação;
➢Procedimento de manifestação de interesse;
➢ Sistema de registro de preços;
➢ Registro cadastral.

Prof.
12. FGV – Sefaz AM / 2022
De acordo com o texto da nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), é dispensável a
licitação para
a) objetos que devam ou possam ser contratados por meio de credenciamento.
b) aquisição ou locação de imóvel cujas características de instalações e de localização tornem
necessária sua escolha.
c) aquisição de materiais, de equipamentos ou de gêneros ou contratação de serviços que só
possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivos.
d) contratação de profissional do setor artístico, diretamente ou por meio de empresário
exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
e) contratação de profissionais para compor a comissão de avaliação de critérios de técnica,
quando se tratar de profissional técnico de notória especialização
Art. 75. É dispensável a licitação:

XIII - para contratação de profissionais para compor a comissão de avaliação de


critérios de técnica, quando se tratar de profissional técnico de notória
especialização;
13. FGV – TCU / 2022
Em novembro de 2021, o Ministério do Meio Ambiente realizou licitação para registro de
preço para aquisição de quarenta carros. Após a seleção da proposta vencedora e registrada a
ata no órgão licitante, o mencionado Ministério foi consultado pela autarquia federal Alfa, que
manifestou interesse em contratar o licitante vencedor para a aquisição de dez carros,
mediante sua adesão à ata de registro de preços. O caso em tela trata da chamada:
a) licitação carona, em que é prescindível a anuência do Ministério do Meio Ambiente, e o
licitante vencedor da ata de registro de preços está obrigado a celebrar o contrato com a
autarquia federal Alfa;
b) licitação carona, em que é imprescindível a anuência do Ministério do Meio Ambiente e o
licitante vencedor da ata de registro de preços não está obrigado a celebrar o contrato com a
autarquia federal Alfa
13. FGV – TCU / 2022
c) fragmentação de licitação, em que é imprescindível a anuência do Ministério do Meio
Ambiente, e o licitante vencedor da ata de registro de preços está obrigado a celebrar o
contrato com a autarquia federal Alfa;
d) fragmentação de licitação, em que é prescindível a anuência do Ministério do Meio
Ambiente, e a autarquia federal Alfa deve realizar nova licitação, não podendo contratar
licitante para fornecimento do mesmo objeto com valor acima do registrado na ata a que
aderiu;
e) licitação carona, em que é prescindível a anuência do Ministério do Meio Ambiente, e a
autarquia federal Alfa deve realizar nova licitação, não podendo contratar licitante para
fornecimento do mesmo objeto com valor acima do registrado na ata a que aderiu.
14. CGU / 2022
No ano de 2022, a União, por meio do Ministério do Meio Ambiente, pretende celebrar
contrato administrativo, cujo objeto é a prestação de serviços técnicos especializados de
natureza predominantemente intelectual de controles de qualidade e tecnológico,
análises, testes e ensaios de campo e laboratoriais, instrumentação e monitoramento de
parâmetros específicos de obras e do meio ambiente, com determinada sociedade
empresária de notória especialização, conforme especificações constantes no processo
administrativo.
De acordo com a nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021), a contratação em tela
ocorrerá mediante:
a) prévia e indispensável licitação, cuja modalidade será definida a partir do valor
estimado do contrato;
b) prévia e indispensável licitação, cuja modalidade será o diálogo competitivo, pela
natureza do objeto do contrato;
14. CGU / 2022
c) prévia e indispensável licitação, cuja modalidade será a concorrência, por expressa
determinação legal;
d) dispensa de licitação, por expressa previsão e com as cautelas legais;
e) inexigibilidade de licitação, por expressa previsão e com as cautelas legais.
Comentário: inicialmente, anota-se que a quantidade está dentro do limite da carona, uma vez que 10
unidades correspondem a 25% do registrado ao órgão gerenciador e a Nova Lei de Licitações admite a
carona até o limite de 50% do registrado (L14133, art. 86, § 4º). Agora, vamos analisar as opções.
a) Errado. A expressão licitação carona não é tão usual, mas designa o procedimento de adesão,
conhecido popularmente como carona. O órgão não participante (carona) precisa solicitar a anuência do
órgão gerenciador e do vencedor da licitação.
b) Certo. O art. 86 da Lei 14.133/2021 dispõe que “se não participarem do procedimento previsto no
caput deste artigo, os órgãos e entidades poderão aderir à ata de registro de preços na condição de não
participantes, observados os seguintes requisitos: [...] III - prévias consulta e aceitação do órgão ou
entidade gerenciadora e do fornecedor”. Portanto, de fato, o vencedor da licitação não é obrigado a
fornecer ao não participante. A obrigação é para fornecer ao gerenciar e aos participantes, sendo que o
fornecimento aos caronas é facultativo.
c) e d) Erradas. Não existe essa tal “fragmentação de licitação”.
e) Errada. A anuência do Ministério do Meio Ambiente (gerenciador) é imprescindível. Ademais, uma
vez que a autarquia faça a adesão da ata, não haverá necessidade de promover nova licitação. Além
disso, nada impede que a autarquia promova a sua própria licitação, se assim o desejar (ao invés de usar
a ata). Vale lembrar que a “a existência de preços registrados implicará compromisso de fornecimento
nas condições estabelecidas, mas não obrigará a Administração a contratar, facultada a realização de
licitação específica para a aquisição pretendida, desde que devidamente motivada” (L14133, art. 83).
NOVA LEI DE LICITAÇÕES
➢CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
➢ Contrato verbal
➢Instrumento de contrato
➢Cláusulas exorbitantes
➢ Garantia
➢Alteração do contrato
➢ Extinção
➢ Reajuste, repactuação e revisão Prof.
15. FGV – TCE AM/2021
Os procedimentos licitatórios devem observar os princípios expressos e
implícitos da Administração Pública.
Além disso, a nova Lei de Licitações (Lei nº 14.133/2021) trouxe princípios que
devem ser aplicados de forma direta às licitações públicas, como o princípio:
a) da segregação de funções, com a separação das competências e das
atividades de cada servidor ao longo do procedimento licitatório e de suas
fases, para evitar equívocos, fraudes e utilização irregular de verba pública
b) da vinculação ao edital, que estabelece normas que obrigam os interessados
em participar da licitação, mas não a Administração Pública, que tem
discricionariedade para alterar o edital, a qualquer tempo;
15. FGV – TCE AM/2021
c) do julgamento objetivo, devendo a Administração contratante julgar e
escolher o vencedor de acordo com o critério previsto no edital, que não pode,
em qualquer hipótese, indicar modelo ou marca;
d) da vedação ao sigilo da proposta, segundo o qual todas as propostas feitas
pelos interessados devem ser imediatamente publicadas, sob pena de nulidade
do certame e realização de nova licitação;
e) do planejamento, que estabelece que os procedimentos licitatórios devem
estar compatíveis com o planejamento estratégico do órgão contratante e ser
previamente autorizados pelos órgãos de controle interno e externo.
RESPONSABILIDADE CIVIL

Prof. Herbert Almeida


16. FGV – PCERJ / 2022
José e João, inspetores de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, em cumprimento a
mandado de prisão preventiva pelo crime de estupro, compareceram ao local onde o réu André
estava escondido e realizaram sua prisão captura. Após a leitura do mandado, André não
ofereceu qualquer resistência. Os policiais civis o conduziam algemado até a viatura, quando
surgiram dois vizinhos que espancaram André até sua morte, quedando-se omissos os policiais.
Os filhos do agora falecido André buscaram atendimento na Defensoria Pública e ajuizaram
ação indenizatória em face do Estado do Rio de Janeiro. De acordo com a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, no caso em tela, a pretensão indenizatória:
a) merece prosperar, desde que comprovado que o evento danoso teria ocorrido mesmo se a
vítima não estivesse sob sujeição de agentes estatais, incidindo a responsabilidade civil
subjetiva por omissão;
b) merece prosperar, desde que comprovado que os policiais civis poderiam ter agido para
evitar o resultado morte, mas optaram por não fazê-lo, incidindo a responsabilidade civil
subjetiva por omissão;
16. FGV – PCERJ / 2022
c) merece prosperar, diante do dever especial do Estado de assegurar a integridade e a
dignidade daqueles que se encontram sob sua custódia, incidindo a responsabilidade civil
objetiva por omissão
d) não merece prosperar, pois o resultado morte decorreu de ato ilícito de terceiro, que rompe
o nexo de causalidade entre o dever de segurança especial da Administração e eventuais danos
à vida, à integridade e à dignidade da vítima;
e) não merece prosperar, pois incide a excludente de responsabilidade civil da culpa exclusiva
de terceiro, haja vista que o Estado não pode ser erigido a garantidor universal da não
superveniência de qualquer ato ilícito.
RESPONSABILIDADE CIVIL
Jurisprudência
➢Dupla garantia

➢Responsabilidade subsidiária do Estado (danos causados a candidatos em


concurso organizado por PJ de direito privado)

➢Notários e oficiais de registro: responsabilidade primária e objetiva do Estado

➢Morte ou lesão do preso: risco administrativo / admite excludentes

➢Foragido: nexo causal com a fuga

➢Profissional de imprensa: objetiva do Estado / admite excludentes


17. FGV – Sefaz AM / 2022
Fernando, profissional da imprensa, foi ferido por agentes policiais durante cobertura
jornalística, em manifestação em que houve tumulto e conflitos entre policiais e
manifestantes.
Os policiais que atuaram no evento portavam câmeras que filmaram o tumulto, restando
comprovado que Fernando descumpriu ostensiva e clara advertência sobre acesso a
áreas delimitadas, em que havia grave risco à sua integridade física.
No caso em tela, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, aplica-se
a responsabilidade civil
(A) subjetiva do Estado, mas incide a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva
da vítima.
(B) objetiva do Estado, mas incide a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva
da vítima
17. FGV – Sefaz AM / 2022
(C) objetiva do Estado, e não incide a excludente da responsabilidade do caso fortuito,
em razão da imprevisibilidade dos danos sofridos por Fernando.
(D) objetiva do Estado, e não incide a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva
da vítima, em razão da relevante função desempenhada pelo profissional de imprensa.
(E) subjetiva do Estado, e não incide a excludente da responsabilidade da culpa
exclusiva da vítima, em razão da relevante função desempenhada pelo profissional de
imprensa.
18. FGV – CGU/2022
Carlos, auditor federal de Finanças e Controle da Controladoria Geral da União, no
exercício da função, durante determinada auditoria, praticou ato ilícito que causou
danos materiais à sociedade empresária Beta, sendo indiscutível a presença nexo causal
e a ausência de qualquer causa excludente de responsabilidade. Com base no Art. 37,
§6º, da Constituição da República de 1988, a sociedade empresária Beta ajuizou ação
indenizatória em face da União e de Carlos. Conforme atual jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, o polo passivo da demanda foi:
a) corretamente indicado na inicial, diante da responsabilidade solidária objetiva entre a
União e Carlos, sendo desnecessária a comprovação do dolo ou culpa do agente, pela
teoria do risco administrativo;
b) corretamente indicado na inicial, diante da responsabilidade subsidiária objetiva entre
a União e Carlos, sendo desnecessária a comprovação do dolo ou culpa do agente, pela
teoria do risco administrativo;
18. FGV – CGU/2022
c) corretamente indicado na inicial, mas a sociedade empresária Beta renunciou a seu
direito de obter a indenização com base na responsabilidade civil objetiva e deverá
comprovar o dolo ou a culpa de Carlos, isto é, aplicar-se-á a responsabilidade civil
subjetiva para ambos os demandados;
d) incorretamente indicado na inicial, que deveria ter apenas a União ou a
Controladoria-Geral da União como demandada, pois Carlos é parte ilegítima para
figurar como réu na ação, pela teoria do risco administrativo, mas é assegurado o direito
de regresso da União contra seu agente, desde que comprovado o dolo ou a culpa de
Carlos;
e) incorretamente indicado na inicial, que deveria ter apenas a União como demandada,
pois Carlos é parte ilegítima para figurar como réu na ação, pela teoria da dupla
garantia, mas é assegurado o direito de regresso da União contra seu agente, com base
em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a comprovação do dolo ou
culpa de Carlos
19. FGV – MPE RJ / 2019
Em determinado Município do interior do Estado, pessoa jurídica de direito privado
é prestadora do serviço público de abastecimento de água potável. Funcionários
dessa sociedade empresária concessionária, no exercício da função, ao realizarem
reparo em estação de tratamento de água, atingiram com um duto a criança
Guilherme, que andava de bicicleta pela calçada e veio a quebrar a pena. Os pais
de Guilherme buscaram a Defensoria Pública, que providenciou o ajuizamento de
ação indenizatória. Finda a instrução processual, a Promotoria de Justiça Cível deve
direcionar seu parecer no sentido da responsabilidade civil:
a) objetiva da concessionária, que decorre da teoria do risco administrativo,
bastando a comprovação da conduta, dano e nexo de causalidade, e sendo
prescindível a demonstração do dolo ou culpa dos agentes
b) objetiva da concessionária, que decorre da teoria do risco integral, bastando a
comprovação da conduta, dano e nexo de causalidade, e sendo imprescindível a
demonstração do dolo ou culpa dos agentes;
19. FGV – MPE RJ / 2019
c) subjetiva da concessionária, que decorre das normas de direito privado,
bastando a comprovação da conduta, dano e nexo de causalidade, e do elemento
subjetivo dolo ou culpa dos agentes;
d) subjetiva da concessionária, que decorre da teoria do risco administrativo,
bastando a comprovação da conduta, dano e nexo de causalidade, e sendo
imprescindível a demonstração do dolo ou culpa dos agentes;
e) subjetiva do Município, que decorre da teoria do risco integral, bastando a
comprovação da conduta, dano e nexo de causalidade, e sendo prescindível a
demonstração do dolo ou culpa dos agentes.
CONTROLE DA
ADMINISTRAÇÃO
Prof. Herbert Almeida
Controle
➢Controle administrativo
➢hierarquia e autotutela
➢regra: amplo (legalidade e mérito)
➢recursos administrativos (representação, reclamação admin., pedido de
reconsideração, recurso hierárquico – próprio e impróprio –, revisão).
➢Controle judicial
➢Legalidade, provocado, posterior (regra)
➢Controle legislativo Prof.
➢Político (parlamentar direto): casas do Legislativo;
➢Técnico ou financeiro (parlamentar indireto): Tribunais de Contas
Controle
➢Registro de aposentadoria
➢ Ato complexo
➢ Não precisa de contraditório
➢ 5 anos (a contar da chegada)
➢ Execução de título executivo de TC
➢ Prescreve / LEF (ressarcimento)
➢ Execução: ente beneficiário
Prof. executa
➢ Multa proporcional ao dano (agente municipal): município
Registro de aposentadoria
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou
revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a
apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e
pensão.

Os Tribunais de Contas estão sujeitos ao prazo de cinco anos para o julgamento da


legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, a
contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas, em atenção aos
princípios da segurança jurídica e da confiança legítima.(RE 636553, Tema 445 –
julgamento em 19/2/20).
Prescrição ressarcimento
É prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal de
Contas. (RE 636.886, julgamento em 20/04/20).

[...] a referida ação de execução pode ser proposta tão somente pelo ente público
beneficiário da condenação imposta pelos tribunais de contas. (...) Por conseguinte, é
ausente a legitimidade ativa do Parquet.
[ARE 823.347 RG, voto do rel. min. Gilmar Mendes, j. 2-10-2014, P, DJE de 28-10-2014,
Tema 768.]

O Município prejudicado é o legitimado para a execução de crédito decorrente de multa


aplicada por Tribunal de Contas estadual a agente público municipal, em razão de danos
causados ao erário municipal.
RE 1.003.433 (Tema 642), julgamento em 15/9/2021.
20. FGV – TCU / 2022
No bojo de processo de tomada de contas especial, o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou o
julgamento técnico das contas do administrador público Antônio e, após o devido processo
administrativo legal, concluiu pela ocorrência de irregularidades que causaram danos ao erário da União.
Assim, o TCU proferiu acórdão, já transitado em julgado, que imputou débito a Antônio, para fins de
ressarcimento ao erário. Diante da inércia da Fazenda Nacional em promover a execução judicial do
acórdão do TCU, pelos danos ao erário, o Ministério Público ajuizou a correlata execução fiscal.
No caso em tela, consoante jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a execução aforada pelo
Ministério Público:
a) merece prosperar caso tenha sido ajuizada pelo Ministério Público de Contas junto ao TCU, pois o
Ministério Público Federal não detém legitimidade para tal, ressaltando-se que é imprescritível a
execução do acórdão do TCU, como título executivo extrajudicial, desde que para fins de ressarcimento
ao erário;
20. FGV – TCU / 2022
b) merece prosperar, desde que o Ministério Público, atuante ou não junto ao TCU, comprove de forma
inequívoca a ciência e inércia da Fazenda Nacional para promover a execução, sendo certo que a
pretensão executiva de ressarcimento ao erário em face do agente público Antônio reconhecida em
acórdão do TCU é imprescritível por expresso mandamento constitucional;
c) merece prosperar caso tenha sido ajuizada pelo Ministério Público Federal, que detém atribuição para
defesa da ordem jurídica e do patrimônio público, não ostentando tal atribuição o Ministério Público de
Contas junto ao TCU, pois sua atuação está limitada ao âmbito da Corte de Contas, ressaltando-se que é
imprescritível a execução do acórdão do TCU, como título executivo extrajudicial, para fins de
ressarcimento ao erário;
d) não deve prosperar diante da ilegitimidade ativa do Ministério Público, atuante ou não junto ao TCU,
para promover a execução, pois somente o ente público. beneficiário da condenação imposta pelo TCU
possui legitimidade para propositura da ação executiva, sendo certo que a pretensão executiva de
ressarcimento ao erário em face do agente público Antônio reconhecida em acórdão do TCU prescreve
na forma da Lei de Execução Fiscal;
20. FGV – TCU / 2022
e) não deve prosperar, diante da ilegitimidade ativa do Ministério Público, atuante ou não junto ao TCU,
para promover a execução, pois somente o ente público beneficiário da condenação imposta pelo TCU
possui legitimidade para propositura da ação executiva, sendo certo que devem ser extraídas cópias do
processo de execução e remetidas à Procuradoria da Fazenda Nacional, diante da imprescritibilidade da
execução do acórdão do TCU.
21. FGV – Sefaz ES / 2022
Em matéria de prescrição, de acordo com atual orientação do Supremo Tribunal Federal, a
pretensão de ressarcimento ao erário fundada exclusivamente em título executivo
extrajudicial consistente em decisão de Tribunal de Contas em face de agentes públicos,
(A) prescreve na forma da Lei nº 6.830/1980 (Lei de Execução Fiscal)
(B) prescreve em 15 (quinze) anos, na forma da Lei nº 10.406/2002 (Código Civil).
(C) é imprescritível, em qualquer hipótese, por expressa previsão constitucional.
(D) é imprescritível quando o ato ilícito que ensejou o dano ao erário também for tipificado
como ato de improbidade administrativa, culposo ou doloso.
(E) é imprescritível, desde que a Corte de Contas declare que o ato ilícito que ensejou o dano
ao erário consiste em ato de improbidade administrativa doloso.
22. FGV – Câmara de Aracaju / 2021
Em matéria de controle da Administração Pública, de acordo com o texto constitucional, é
hipótese de controle parlamentar direto quando o:
a) Poder Legislativo julga recursos administrativos hierárquicos de decisões tomadas pelo
Poder Executivo;
b) Tribunal de Contas condena o gestor público pela prática de ato de improbidade
administrativa;
c) Poder Legislativo susta os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder
regulamentar, invadindo seara de lei
d) Tribunal de Contas autoriza abertura de processo por crime de responsabilidade em matéria
orçamentária ou financeira, praticado pelo chefe do Poder Executivo;
e) Poder Legislativo concede indulto e comuta penas a pessoas condenadas, com audiência, se
necessário, dos órgãos instituídos em lei.
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:

V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites
de delegação legislativa;

IX - julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a
execução dos planos de governo;

X - fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo,
incluídos os da administração indireta;

XIII - escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União;


ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA
Prof. Herbert Almeida
23. FGV – PCERJ / 2022
No Estado Delta, a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis e de Cargas
(DRFAC) tinha atribuição para investigar os crimes que a denominavam. Diante do
aumento nas estatísticas de crimes patrimoniais de automóveis e cargas na área
circunscricional daquela Unidade de Polícia Judiciária, a autoridade competente
desmembrou regularmente as atividades da então DRFAC, de maneira que
atualmente existem duas delegacias distintas especializadas: a Delegacia de
Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) e a Delegacia de Roubos e Furtos de
Cargas (DRFC). De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a providência
adotada pelo Estado Delta denomina-se:
a) descentralização funcional, consistente na repartição externa de competência
entre órgãos distintos do Estado Delta;
b) delegação funcional, mediante divisão externa de competência entre órgãos
distintos do Estado Delta;
23. FGV – PCERJ / 2022
c) outorga administrativa, mediante escalonamento especializado de competência
entre delegacias distintas;
d) desconcentração administrativa, consistente em distribuição interna de
competências
e) descentralização administrativa, mediante especialização interna no âmbito de
uma mesma pessoa jurídica.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
➢Desconcentração
➢Órgãos públicos
➢Mesma pessoa jurídica
➢Com hierarquia / Com subordinação
➢Descentralização
➢Entidades – Pessoas jurídicas distintas
➢Sem hierarquia / com vinculação
➢Por outorga / Por delegação
Prof.
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Entidade Criação Natureza Atividades Resp. Civil Regime de pessoal

Autarquias Por lei Direito Público Típicas Objetiva Estatutário

Por lei Direito Público Estatutário


Fundações
Interesse social Objetiva
Públicas
Autorizada
Direito Privado CLT
por lei

1) Atividade Subjetiva (direito


Empresas econômica privado)
Autorizada
públicas / Direito Privado CLT
por lei
SEM
2) Serviços
Objetiva
Públicos
Criação e extinção de EP / SEM
▪ Criação: autorização em lei específica
▪ Extinção (ADI 6241, de 8 de fevereiro de 2021):
▪ Regra: pode ser autorizada em lei genérica (diretrizes;
objetivos).
▪ Exceto: se a lei que autorizar a criação exigir a edição de lei
específica.
Criação e extinção de subsidiárias
▪ Criação: autorização legislativa genérica (inclusive na lei que
autorizar a criação da estatal).
▪ Extinção (transferência do controle acionário) (ADI 5.624,
julgamento em 6/6/2019):
▪ Não precisa de autorização legislativa;
▪ Não precisa de licitação.
Empresas estatais e subsidiárias

Criação de
EP / SEM

Autorização em
lei específica Extinção de Criação de
EP / SEM Subsidiária

Autorização em lei genérica


Alienação de
Subsidiária

Não precisa de
autorização em lei
Autarquização das estatais
▪ Aplicação às empresas estatais (prestadoras de serviços públicos /
regime não concorrencial) das mesmas regras aplicáveis às autarquias
▪ Exemplos:
▪ Delegação do poder de polícia;
▪ Regime de precatórios
▪ Imunidade tributária recíproca
Agência reguladora vs. agência executiva
24. FGV – TCU / 2022
As agências reguladoras foram criadas a partir do Programa Nacional de Desestatização, para fiscalizar,
regular e normatizar a prestação de serviços públicos transferidos à iniciativa privada, na forma da lei,
com intenção de reduzir gastos e buscar maior eficiência na execução de tais atividades.
Nesse contexto, no plano federal, imagine-se a hipotética Agência Nacional Alfa, que, por ser uma
agência reguladora, de acordo com a legislação de regência, em matéria de organização administrativa,
se classifica como:
a) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela ausência de tutela ou de subordinação
hierárquica, pela autonomia funcional, decisória, administrativa e financeira e pela investidura a termo
de seus dirigentes e estabilidade durante os mandatos, sendo certo que seu controle externo é exercido
pelo Congresso Nacional, com auxílio do Tribunal de Contas da União
b) autarquia em regime especial, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação
hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, bem como pela vinculação
orçamentária e financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido
por meio de supervisão ministerial, com auxílio do Tribunal de Contas da União;
24. FGV – TCU / 2022
c) autarquia territorial nacional, que é caracterizada pela existência de tutela ou de subordinação
hierárquica, pela autonomia funcional, decisória e administrativa, pela vinculação orçamentária e
financeira junto à Administração direta, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio de
supervisão ministerial, com auxílio da Controladoria Geral da União;
d) fundação pública de direito privado, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa
atividades regulatórias de interesse social, com tutela e subordinação hierárquica, autonomia funcional,
decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é exercido por meio do Ministério
Público Federal, mediante o velamento de fundações;
e) empresa estatal, que ostenta personalidade jurídica de direito privado e executa atividades
regulatórias de interesse social, com ausência de tutela ou de subordinação hierárquica, possuindo
autonomia funcional, decisória e administrativa, sendo certo que seu controle externo é feito
diretamente pelos usuários do serviço e pela sociedade civil, mediante o controle social, exercido com
auxílio da Defensoria Pública da União.
25. FGV – Câmara de Aracaju / 2021
Analise as afirmações abaixo e assinale V para a(s) afirmativa(s) verdadeira(s) e F
para a(s) falsa(s).
( ) Agência executiva é uma qualificação concedida por decreto presidencial,
para que o ente obtenha maior flexibilidade e autonomia.
( ) Agências reguladoras são autarquias especiais que, embora sob supervisão
ministerial, não compõem a hierarquia administrativa e fora da influência
política, exercendo funções de regulação e fiscalização.
( ) Consórcios públicos são entidades dotadas de personalidade jurídica de
direito privado, cujo capital é exclusivamente do ente estatal.
25. FGV – Câmara de Aracaju / 2021
A sequência correta é:
a) V, V, V;
b) V, V, F
c) V, F, V;
d) F, F, F;
e) F, V, F.
PODERES
ADMINISTRATIVOS
Prof. Herbert Almeida
26. FGV – PCERJ / 2022
Para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional
no combate ao novo coronavírus, o Estado Alfa, regularmente, no âmbito de sua
competência, adotou a medida de quarentena, consistente na restrição de
atividades e separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não
estavam doentes e de mercadorias suspeitas de contaminação, de maneira a evitar
a possível propagação do coronavírus. A citada medida restritiva teve base em
evidências científicas e em análises sobre as informações estratégicas em saúde
feitas pelo comitê técnico estadual e foi limitada no tempo e no espaço ao mínimo
indispensável à promoção e à preservação da saúde pública.
No caso em tela, a quarentena foi embasada no chamado poder administrativo:
a) de polícia, mediante imposição de restrições ao exercício de liberdades
individuais e ao direito de propriedade do particular, em prol do interesse coletivo
26. FGV – PCERJ / 2022
b) de segurança pública, mediante imposição de restrições legais, cujo
descumprimento merece repressão na esfera administrativa e criminal pelos órgãos
de segurança pública;
c) disciplinar, mediante o estabelecimento de normas sanitárias que regem a vida
em sociedade, com base na supremacia do interesse público sobre o privado;
d) hierárquico, mediante imposição de restrições por autoridades administrativas,
que condicionam liberdade e propriedade individual em prol do interesse público;
e) regulamentar, mediante edição de normas concretas e específicas para disciplinar
situação urgente que demanda sacrifícios individuais em prol do interesse coletivo.
Revisão
Prof. Herbert Almeida
Revisão
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Delegação por lei

PJ de direito privado: integrante da Administração Pública

Requisitos Capital: majoritariamente público

Prestadora de serviço público


Atividade exclusiva
Regime não concorrencial
Poder de polícia
Súmula Vinculante 38 - É competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial.

Súmula Vinculante 49 - Ofende o princípio da livre concorrência lei


municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do
mesmo ramo em determinada área.
27. FGV – Sefaz ES / 2022
O Estado Alfa deseja delegar seu poder de polícia, inclusive a aplicação de multas,
a pessoa jurídica de direito privado integrante da Administração Pública indireta.
No caso em tela, de acordo com a atual jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, a pretensão do Estado Alfa é
(A) inconstitucional, pois a fase do ciclo de polícia de sanção de polícia não pode
ser delegada à pessoa jurídica de direito privado, ainda que integrante da
Administração Pública indireta e prestadora de serviço público.
(B) inconstitucional, pois o poder de polícia é de exercício próprio de servidores
públicos concursados integrantes da administração pública direta, haja vista que
impõe ato de império com coercibilidade.
27. FGV – Sefaz ES / 2022
(C) constitucional, desde que a entidade tenha capital social, ainda que parcial,
público e preste exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em
regime não concorrencial, sendo dispensada lei em sentido formal.
(D) constitucional, desde que o faça por meio de lei e a entidade tenha capital
social majoritariamente público e preste exclusivamente serviço público de atuação
própria do Estado e em regime não concorrencial
(E) constitucional, desde que o faça por meio de lei e que a entidade preste
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não
concorrencial e a delegação se limite às fases do ciclo de polícia de consentimento
e fiscalização de polícia,
28. FGV – CGU/2022
A União, por meio de determinado ministério, pretende delegar mediante lei, seu poder
de polícia, inclusive para aplicação de multa, à sociedade de economia mista Alfa, de
capital social majoritariamente público, que presta exclusivamente serviço público de
atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
Na hipótese narrada, em tese, de acordo com a atual jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, a pretensão da não é juridicamente:
a) viável, pois é constitucional a delegação narrada, inclusive no que toca à última fase
do ciclo de polícia, qual seja, a sanção de polícia, à sociedade de economia mista Alfa,
mesmo ostentando personalidade jurídica de direito privado
b) viável, pois é constitucional a delegação narrada, em qualquer fase do ciclo de
polícia, a qualquer entidade da Administração indireta, ainda que exploradora de
atividade econômica e em regime concorrencial;
28. FGV – CGU/2022
c) inviável, pois é inconstitucional a delegação narrada, em qualquer fase do ciclo de
polícia, à entidade da Administração indireta que ostente personalidade jurídica de
direito privado;
d) inviável, pois é inconstitucional a delegação narrada, em qualquer fase do ciclo de
polícia, a qualquer entidade da Administração indireta, pois o atributo da coercibilidade
inerente ao exercício do poder de polícia é próprio de órgão público da Administração
direta;
e) inviável, pois é inconstitucional a delegação narrada, no que tange à primeira e à
quarta fases do ciclo de polícia, quais sejam, a ordem e a sanção de polícia, a qualquer
entidade da Administração indireta, ainda que prestadora de serviços públicos em
regime não concorrencial.
ATOS ADMINISTRATIVOS

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29. FGV – PCERJ / 2022
Antônio, delegado de polícia do Estado Gama, titular da Xª DP, ao elaborar a escala
de trabalho dos agentes policiais lotados na Unidade de Polícia Judiciária sempre
designava o inspetor de polícia João para as sextas, sábados e domingos, dias
menos concorridos pelos servidores, haja vista que o inspetor é seu antigo
desafeto. Inconformado com a perseguição, e após não obter êxito em pedido de
reconsideração, João apresentou recurso administrativo hierárquico previsto na
norma de regência ao secretário estadual de Polícia Civil, comprovando a retaliação
praticada pelo delegado. No caso em tela, o chefe institucional:
a) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na
modalidade excesso de poder, pois agiu com o intuito de perseguir seu
subordinado;
b) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na
modalidade desvio de poder, por vício no elemento finalidade do ato
administrativo
29. FGV – PCERJ / 2022
c) deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, por abuso de poder, na
modalidade excesso de poder, por vício no elemento motivo do ato administrativo;
d) não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, que agiu nos limites
de seu poder discricionário, na qualidade de chefe imediato de João;
e) não deve declarar a nulidade do ato do delegado Antônio, pois os elementos do
ato administrativo não estão viciados, de maneira que, apesar de imoral, a conduta
não é ilegal.
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30. FGV – Sefaz AM / 2022
O empresário João obteve do poder público licença para funcionamento de um hotel. Seis
meses após o início das atividades de seu estabelecimento, João mudou a finalidade do
empreendimento, que passou a ser um misto de casa de show e de motel, sem qualquer
comunicação ou ciência do poder público.
Tendo em vista que, de forma superveniente à concessão da licença, João, por sua culpa,
descumpriu os requisitos do ato de sua concessão, haverá a extinção do ato administrativo de
licença por meio da
(A) caducidade.
(B) cassação
(C) contraposição.
(D) revogação.
(E) convalidação.
31. FGV – CGU/2022
O presidente da República, no regular exercício de sua competência, editou Decreto
Presidencial regulamentando determinada Lei Federal e estabelecendo que os
Ministérios da Educação e da Economia deveriam editar um ato conjunto dispondo
sobre certa matéria. Em seguida, os citados Ministérios editaram regularmente uma
Portaria Interministerial sobre o tema. Seis meses depois, em razão da mudança do
titular da pasta da educação, por entender que a portaria publicada não era mais
conveniente, o novo ministro da Educação manifestou intenção de revogá-la, mas o
ministro da Economia não concordou.
No caso em tela, conforme jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, por tratar a
Portaria Interministerial de ato administrativo:
a) complexo, basta que um dos ministros competentes para editar a portaria a revogue,
para que o ato deixe de existir com efeitos ex nunc;
b) complexo, sua revogação demanda a manifestação de vontade de ambos os
ministros, por simetria com a própria edição do ato
31. FGV – CGU/2022
c) composto, basta que um dos ministros competentes para editar a portaria a revogue,
para que o ato deixe de existir com efeitos ex nunc;
d) composto, basta que um dos ministros competentes para editar a portaria a revogue,
para que o ato deixe de ter validade com efeitos ex tunc;
e) composto, sua revogação demanda a manifestação de vontade de ambos os
ministros, por simetria com a própria edição do ato, ou apenas de um ministro, desde
que não haja discordância expressa do outro colegitimado para o ato.
PRINCÍPIOS
ADMINISTRATIVOS
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32. FGV – TCE AM / 2021
Prefeito municipal determinou que circulassem pela cidade carros de som
adesivados com seu nome, sua foto e símbolo usado em sua última campanha
eleitoral, informando à população que ele tinha acabado de construir e
inaugurar mais cinco postos de saúde, razão pela qual ele seria o melhor
político da região.
No caso em tela, o Prefeito violou direta e frontalmente o princípio expresso da
administração pública da:
a) eficiência, pois os esforços do gestor devem se limitar às atividades fins em
matéria de serviço público;
b) economicidade, pois a circulação de carros oficiais pela cidade causa dano
ao erário;
32. FGV – TCE AM / 2021
c) impessoalidade, pois na publicidade oficial não podem constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades;
d) publicidade, pois atos oficiais devem ser objeto de publicação no Diário
Oficial, e não por meio de campanhas informativas por carros de som;
e) competitividade, pois desequilibrou as oportunidades de ganhos eleitorais
entre os demais políticos da região que não possuem a máquina pública em
suas mãos.
Regime jurídico-administrativo
➢ Expressos ➢ Implícitos
➢ Legalidade ➢ Supremacia e indisponibilidade
➢ Impessoalidade
➢ Autotutela
➢ Moralidade
➢ Publicidade ➢ Segurança jurídica
➢ Eficiência ➢ Continuidade

➢ Razoabilidade e proporcionalidade
Outros princípios
➢ Princípio da hierarquia
➢ Coordenação e subordinação
➢ Princípio da precaução
➢ evitar danos graves por meio de medidas preventivas
➢ Princípio da sindicabilidade
➢ Controle das atividades administrativas (abrange a autotutela)
➢ Princípio intranscendência subjetiva das sanções
➢ As sanções não podem “extrapolar” a pessoa do infrator
➢ Um administrador não pode ser prejudicado por ato de outro
Outros princípios
➢ Princípio da subsidiariedade
➢ O Estado deverá:
➢ exercer as suas funções próprias (segurança, justiça, etc.)
➢ atuar de forma supletiva em relação às questões sociais e
econômicas
➢ Princípio da responsividade
➢ O administrador deverá prestar contas e poderá ser responsabilizado
pelos suas condutas.
33. FGV – TJ CE/2019
O Supremo Tribunal Federal inibe a aplicação de severas sanções a entidades
federativas por ato de gestão anterior à assunção dos deveres públicos do
novo gestor, a fim de não dificultar sua governabilidade, caso esteja tomando
as providências necessárias para sanar o prejuízo causado pela gestão anterior.
De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, trata-se da aplicação do
princípio da administração pública da:
a) impessoalidade diferida das sanções;
b) continuidade mitigada do gestor;
c) responsabilidade subsidiária do gestor;
d) intranscendência subjetiva das sanções
e) segurança jurídica objetiva.
34. FGV – Prefeitura de Salvador/2019
O Município de Salvador elaborou plano estratégico para melhorar as
atividades de fiscalização pelos agentes de trânsito e transporte e as condições
de segurança, higiene e conforto dos veículos do sistema de transporte
público.
Neste contexto, a busca de melhores resultados práticos, menos desperdícios
e maior produtividade decorre do seguinte princípio da Administração Pública:
a) Moralidade.
b) Impessoalidade.
c) Isonomia.
d) Segurança Jurídica.
e) Eficiência

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