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CAPÍTULO VI

Das Disposições Penais

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou
terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e multa.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o denunciado
pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o
trânsito em julgado da sentença condenatória.
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público
do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a
medida for necessária à instrução processual ou para evitar a iminente prática de novos
ilícitos. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)

§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis


uma única vez por igual prazo, mediante decisão motivada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
CAPÍTULO VII

Da Prescrição

Art. 23. A ação para a aplicação das sanções previstas nesta Lei prescreve em 8 (oito) anos,
contados a partir da ocorrência do fato ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que
cessou a permanência. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-AP Prova: FGV - 2022 - TJ-AP - Juiz de Direito Substituto

João, então prefeito do Município Alfa, em janeiro de 2012, de forma culposa, permitiu a aquisição de bem por preço superior ao de
mercado, na medida em que firmou contrato administrativo com a sociedade empresária Beta para compra de veículos para a frota
oficial do Município com sobrepreço de R$ 100.000,00. O Ministério Público recebeu representação noticiando a ilegalidade em
junho de 2013, instaurou inquérito civil e somente concluiu a investigação em setembro de 2021, confirmando que houve, de fato,
superfaturamento no valor indicado. João exerceu mandato eletivo como chefe do Executivo municipal até 31/12/2012, haja vista
que não foi reeleito.

No caso em tela, com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2021, a pretensão ministerial de
ressarcimento ao erário em face de João:

A) ainda não estava prescrita, pois o prazo começa a contar a partir do término do mandato eletivo;

B) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, em qualquer hipótese;

C) já estava prescrita, pois se aplica o prazo de três anos contados a partir do término do mandato eletivo do agente público;

D) já estava prescrita, pois não se trata de ato de improbidade administrativa doloso, que ensejaria a imprescritibilidade do
ressarcimento ao erário;

E) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, desde que o ato ilícito também configure ato de
improbidade, culposo ou doloso.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: TJ-AP Prova: FGV - 2022 - TJ-AP - Juiz de Direito Substituto

João, então prefeito do Município Alfa, em janeiro de 2012, de forma culposa, permitiu a aquisição de bem por preço superior ao de
mercado, na medida em que firmou contrato administrativo com a sociedade empresária Beta para compra de veículos para a frota
oficial do Município com sobrepreço de R$ 100.000,00. O Ministério Público recebeu representação noticiando a ilegalidade em
junho de 2013, instaurou inquérito civil e somente concluiu a investigação em setembro de 2021, confirmando que houve, de fato,
superfaturamento no valor indicado. João exerceu mandato eletivo como chefe do Executivo municipal até 31/12/2012, haja vista
que não foi reeleito.

No caso em tela, com base na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, em setembro de 2021, a pretensão ministerial de
ressarcimento ao erário em face de João:

A) ainda não estava prescrita, pois o prazo começa a contar a partir do término do mandato eletivo;

B) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, em qualquer hipótese;

C) já estava prescrita, pois se aplica o prazo de três anos contados a partir do término do mandato eletivo do agente público;

D) já estava prescrita, pois não se trata de ato de improbidade administrativa doloso, que ensejaria a imprescritibilidade do
ressarcimento ao erário;

E) ainda não estava prescrita, pois o ressarcimento ao erário é imprescritível, desde que o ato ilícito também configure ato de
improbidade, culposo ou doloso.
"DIREITO CONSTITUCIONAL. DIREITO ADMINISTRATIVO. RESSARCIMENTO AO ERÁRIO.
IMPRESCRITIBILIDADE. SENTIDO E ALCANCE DO ART. 37, § 5 º, DA CONSTITUIÇÃO. 1. A prescrição é
instituto que milita em favor da estabilização das relações sociais. 2. Há, no entanto, uma série de
exceções explícitas no texto constitucional, como a prática dos crimes de racismo (art. 5º, XLII, CRFB) e
da ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático
(art. 5º, XLIV, CRFB). 3. O texto constitucional é expresso (art. 37, § 5º, CRFB) ao prever que a lei
estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos na esfera cível ou penal, aqui entendidas em sentido
amplo, que gerem prejuízo ao erário e sejam praticados por qualquer agente. 4. A Constituição, no
mesmo dispositivo (art. 37, § 5º, CRFB) decota de tal comando para o Legislador as ações cíveis de
ressarcimento ao erário, tornando-as, assim, imprescritíveis. 5. São, portanto, imprescritíveis as ações
de ressarcimento ao erário fundadas na prática de ato doloso tipificado na Lei de Improbidade
Administrativa. 6. Parcial provimento do recurso extraordinário para (i) afastar a prescrição da sanção
de ressarcimento e (ii) determinar que o tribunal recorrido, superada a preliminar de mérito pela
imprescritibilidade das ações de ressarcimento por improbidade administrativa, aprecie o mérito
apenas quanto à pretensão de ressarcimento.“

(RE 852475, rel. Ministro ALEXANDRE DE MORAES, Plenário, 8.8.2018)


Responsabilidade civil do Estado:
previsão, elementos, excludentes, direito de
regresso.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

Duas são as hipóteses de responsabilidade civil do ente estatal: a contratual e a extracontratual.


a) contratual: pressupõe a existência de um contrato ou vínculo específico entre o Estado e o sujeito
indenizado.

b) extracontratual: não há qualquer vínculo ou relação jurídica específica entre o causador e a vítima
do dano. Esta é a responsabilidade civil consagrada pelo art. 37, § 6º da CF, fundamento do tema em
estudo.
HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Teoria da irresponsabilidade
Essa teoria remonta à época das monarquias absolutistas, em que o rei era uma figura divina, incontestável e que não
falhava. Daí não haver responsabilidade do Estado. Tal teoria é marcada pelo brocardo “o rei não pode errar” (the king can
do not wrong).

Teoria da responsabilidade com previsão legal


Para essa teoria, o Estado somente poderia ser responsável se houvesse previsão legal específica para a responsabilidade.

Teoria da responsabilidade civil subjetiva (civilista)


Para essa teoria é imprescindível a comprovação de dolo ou culpa do agente público causador do dano.

Teoria da culpa do serviço (culpa anônima)


A vítima do dano, para ser indenizada, precisa comprovar que o serviço foi mal prestado ou prestado de maneira ineficiente,
sem a necessidade de apontar o agente público causador do dano. Daí a nomenclatura culpa anônima.
HISTÓRICO DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Teoria da responsabilidade civil objetiva
Para a reponsabilidade civil objetiva, o dolo e a culpa são prescindíveis para a responsabilização do agente
público, ou seja, a vítima de dano causado por agente público, nessa qualidade, não precisa provar que este agiu
com dolo ou culpa.
Contudo, a responsabilidade civil objetiva depende da comprovação de alguns elementos, quais sejam: a
conduta, o dano e o nexo de causalidade.
Elementos da responsabilidade civil objetiva:
a) Conduta, lícita ou ilícita;
b) Dano, moral ou material; e
c) Nexo de causalidade entre a conduta e o dano.
ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
São elementos da responsabilidade civil do Estado: a conduta, o dano e o nexo de causalidade.
Conduta
Conduta é toda ação ou omissão, lícita ou ilícita, que causa danos a terceiros.
A responsabilidade civil do Estado por danos causados por condutas lícitas baseia-se no princípio da
isonomia e no dever de solidariedade social, haja vista que toda a coletividade foi beneficiada pela
conduta, exceto a vítima do dano.
Jurisprudência em teses, STJ:
A Administração Pública pode responder civilmente pelos danos causados por seus agentes,
ainda que estes estejam amparados por causa excludente de ilicitude penal.
No mais, a responsabilidade civil do Estado por condutas comissivas (ação) é objetiva. Em se tratando
de omissão, a responsabilidade do ente estatal é subjetiva. Nesse sentido, a seguinte tese do STJ:
“A responsabilidade civil do Estado por condutas omissivas é subjetiva, devendo ser
comprovados a negligência na atuação estatal, o dano e o nexo de causalidade”.
Dano
O dano é o prejuízo sofrido pela vítima. Tanto pode ser material (patrimonial) como moral
(extrapatrimonial). Em relação a condutas lícitas, só há o dever de indenizar se o dano for anormal e
específico.
Nexo de causalidade
O nexo de causalidade é o elo ou vínculo entre a conduta e o dano; ausência do nexo de causalidade, na teoria do risco
administrativo, acarreta a exclusão do dever de indenizar.
• Excludentes do nexo de causalidade:
a) Culpa exclusiva da vítima;
Jurisprudência em teses, STJ:
A despeito de situações fáticas variadas no tocante ao descumprimento do dever de segurança e vigilância contínua das vias
férreas, a responsabilização da concessionária é uma constante, passível de ser elidida tão somente quando cabalmente
comprovada a culpa exclusiva da vítima. b) Culpa exclusiva de terceiro:
b) Culpa exclusiva de terceiro
c) Caso fortuito;
d) Força maior;
A culpa concorrente não exclui o dever de indenizar, mas apenas atenua o quantum indenizatório, vale
dizer, reduz o valor da indenização.
Jurisprudência em teses, STJ:
No caso de atropelamento de pedestre em via férrea, configura-se a concorrência de causas,
impondo a redução da indenização por dano moral pela metade, quando: (i) a concessionária do
transporte ferroviário descumpre o dever de cercar e fiscalizar os limites da linha férrea,
mormente em locais urbanos e populosos, adotando conduta negligente no tocante às
necessárias práticas de cuidado e vigilância tendentes a evitar a ocorrência de sinistros; e (ii) a
vítima adota conduta imprudente, atravessando a via férrea em local inapropriado.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO
Art. 37. § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: SSP-AM Prova: FGV - 2022 - SSP-AM - Técnico de Nível Superior
José é servidor público ocupante do cargo efetivo de Técnico de Nível Superior da Secretaria de Segurança Pública do
Estado Alfa e, no exercício da função, praticou ato ilícito que, com nexo causal, causou danos materiais a Davi, usuário do
serviço público, inexistindo qualquer causa de exclusão da responsabilidade.

No caso em tela, eventual ação indenizatória deverá ser ajuizada por Davi em face

A) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário
se comprovar o elemento subjetivo na conduta do agente, que deverá responder em ação regressiva, caso haja
condenação da referida Secretaria e João tenha agido com culpa ou dolo.
B) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo
desnecessário se comprovar o elemento subjetivo na conduta de João, que não está sujeito à ação regressiva, pela teoria
do risco administrativo.
C) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário se comprovar o elemento
subjetivo em sua conduta, e o Estado Alfa está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo, caso João seja
condenado.
D) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário se comprovar o elemento subjetivo
na conduta de João, que não está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo.
E) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessário se comprovar o elemento
subjetivo na conduta de João, que deverá responder em ação regressiva, caso haja condenação do referido Estado e o
agente tenha agido com culpa ou dolo.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: SSP-AM Prova: FGV - 2022 - SSP-AM - Técnico de Nível Superior
José é servidor público ocupante do cargo efetivo de Técnico de Nível Superior da Secretaria de Segurança Pública do
Estado Alfa e, no exercício da função, praticou ato ilícito que, com nexo causal, causou danos materiais a Davi, usuário do
serviço público, inexistindo qualquer causa de exclusão da responsabilidade.

No caso em tela, eventual ação indenizatória deverá ser ajuizada por Davi em face

A) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário
se comprovar o elemento subjetivo na conduta do agente, que deverá responder em ação regressiva, caso haja
condenação da referida Secretaria e João tenha agido com culpa ou dolo.
B) da Secretaria de Segurança Pública do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo
desnecessário se comprovar o elemento subjetivo na conduta de João, que não está sujeito à ação regressiva, pela teoria
do risco administrativo.
C) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário se comprovar o elemento
subjetivo em sua conduta, e o Estado Alfa está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo, caso João seja
condenado.
D) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessário se comprovar o elemento subjetivo
na conduta de João, que não está sujeito à ação regressiva, pela teoria do risco administrativo.
E) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessário se comprovar o elemento
subjetivo na conduta de João, que deverá responder em ação regressiva, caso haja condenação do referido Estado
e o agente tenha agido com culpa ou dolo.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: MPE-BA Prova: FGV - 2022 - MPE-BA
Joana, servidora pública do Município Alfa, ao manusear uma politriz portátil, com o objetivo de dar
polimento em um monumento situado em praça pública, terminou por danificar o veículo de Pedro, que
estava estacionado próximo ao local. Acresça-se que Joana não seguiu as orientações de segurança
estabelecidas pelo Município.

À luz da sistemática constitucional:

A) somente Joana será responsabilizada pelos danos causados a Pedro, mesmo que não seja demonstrada
sua culpa;
B) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, mas apenas se for demonstrada a
culpa de Joana;
C) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, ainda que não seja demonstrada a
culpa de Joana;
D) é necessário que o Município Alfa e Joana sejam simultaneamente responsabilizados, desde que provada
a culpa desta última;
E) Joana e o Município Alfa não serão responsabilizados pelo dano causado a Pedro, pois o interesse público
prepondera sobre o individual.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: MPE-BA Prova: FGV - 2022 - MPE-BA
Joana, servidora pública do Município Alfa, ao manusear uma politriz portátil, com o objetivo de dar
polimento em um monumento situado em praça pública, terminou por danificar o veículo de Pedro, que
estava estacionado próximo ao local. Acresça-se que Joana não seguiu as orientações de segurança
estabelecidas pelo Município.

À luz da sistemática constitucional:

A) somente Joana será responsabilizada pelos danos causados a Pedro, mesmo que não seja demonstrada
sua culpa;
B) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, mas apenas se for demonstrada a
culpa de Joana;
C) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, ainda que não seja
demonstrada a culpa de Joana;
D) é necessário que o Município Alfa e Joana sejam simultaneamente responsabilizados, desde que provada
a culpa desta última;
E) Joana e o Município Alfa não serão responsabilizados pelo dano causado a Pedro, pois o interesse público
prepondera sobre o individual.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: MPE-BA Prova: FGV - 2022 - MPE-BA
Joana, servidora pública do Município Alfa, ao manusear uma politriz portátil, com o objetivo de dar
polimento em um monumento situado em praça pública, terminou por danificar o veículo de Pedro, que
estava estacionado próximo ao local. Acresça-se que Joana não seguiu as orientações de segurança
estabelecidas pelo Município.

À luz da sistemática constitucional:

A) somente Joana será responsabilizada pelos danos causados a Pedro, mesmo que não seja demonstrada
sua culpa;
B) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, mas apenas se for demonstrada a
culpa de Joana;
C) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, ainda que não seja demonstrada a
culpa de Joana;
D) é necessário que o Município Alfa e Joana sejam simultaneamente responsabilizados, desde que provada
a culpa desta última;
E) Joana e o Município Alfa não serão responsabilizados pelo dano causado a Pedro, pois o interesse público
prepondera sobre o individual.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: MPE-BA Prova: FGV - 2022 - MPE-BA
Joana, servidora pública do Município Alfa, ao manusear uma politriz portátil, com o objetivo de dar
polimento em um monumento situado em praça pública, terminou por danificar o veículo de Pedro, que
estava estacionado próximo ao local. Acresça-se que Joana não seguiu as orientações de segurança
estabelecidas pelo Município.

À luz da sistemática constitucional:

A) somente Joana será responsabilizada pelos danos causados a Pedro, mesmo que não seja demonstrada
sua culpa;
B) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, mas apenas se for demonstrada a
culpa de Joana;
C) o Município Alfa será responsabilizado pelos danos causados a Pedro, ainda que não seja
demonstrada a culpa de Joana;
D) é necessário que o Município Alfa e Joana sejam simultaneamente responsabilizados, desde que provada
a culpa desta última;
E) Joana e o Município Alfa não serão responsabilizados pelo dano causado a Pedro, pois o interesse público
prepondera sobre o individual.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-RJ Prova: FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe
João, investigador policial da Polícia Civil do Estado Alfa, cumpria diligência determinada por delegado de
polícia no bojo de inquérito policial que apura crime de associação para o tráfico de drogas. Para tanto, João
realizava o mapeamento de determinada rua, quando, por descuido, deixou sua arma cair no chão,
causando um disparo que atingiu a perna de Maria, moradora da comunidade.

Após receber alta no hospital onde foi atendida, Maria procurou a Defensoria Pública e ajuizou ação
indenizatória em face:
Alternativas
A) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a
comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
B) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva e solidária, sendo necessária a
comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
C) da Polícia Civil do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a
comprovação de ter agido João com culpa ou dolo;
D) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a comprovação de
ter agido João com culpa ou dolo;
E) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a comprovação de ter
agido João com culpa ou dolo.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-RJ Prova: FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador Policial de 3ª Classe
João, investigador policial da Polícia Civil do Estado Alfa, cumpria diligência determinada por delegado de
polícia no bojo de inquérito policial que apura crime de associação para o tráfico de drogas. Para tanto, João
realizava o mapeamento de determinada rua, quando, por descuido, deixou sua arma cair no chão,
causando um disparo que atingiu a perna de Maria, moradora da comunidade.

Após receber alta no hospital onde foi atendida, Maria procurou a Defensoria Pública e ajuizou ação
indenizatória em face:
Alternativas
A) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a
comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
B) de João, diretamente, com base em sua responsabilidade civil subjetiva e solidária, sendo necessária a
comprovação de ter o policial agido com culpa ou dolo;
C) da Polícia Civil do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a
comprovação de ter agido João com culpa ou dolo;
D) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil objetiva, sendo desnecessária a
comprovação de ter agido João com culpa ou dolo;
E) do Estado Alfa, com base em sua responsabilidade civil subjetiva, sendo necessária a comprovação de ter
agido João com culpa ou dolo.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-RJ Prova: FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador
Policial de 3ª Classe
João, motorista do Município Alfa, durante o horário de expediente, utilizando o
veículo da repartição e no pleno exercício de suas funções, atropelou uma
pessoa, causando-lhe lesões.
O procurador do Município, ao tomar conhecimento dos fatos, disse,
corretamente, que:
A) o Município Alfa, observados os demais requisitos, poderia responder pelo
dano, ainda que não provada a culpa de João;
B) tanto o Município Alfa como João são responsáveis, desde que provada a culpa
deste último;
C) apenas João poderia ser responsabilizado, ainda que não provada a sua culpa;
D) o Município Alfa responderia pelo dano, desde que provado o dolo de João;
E) apenas João poderia ser responsabilizado, desde que provada a sua culpa.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: PC-RJ Prova: FGV - 2022 - PC-RJ - Investigador
Policial de 3ª Classe
João, motorista do Município Alfa, durante o horário de expediente, utilizando o
veículo da repartição e no pleno exercício de suas funções, atropelou uma
pessoa, causando-lhe lesões.
O procurador do Município, ao tomar conhecimento dos fatos, disse,
corretamente, que:
A) o Município Alfa, observados os demais requisitos, poderia responder
pelo dano, ainda que não provada a culpa de João;
B) tanto o Município Alfa como João são responsáveis, desde que provada a culpa
deste último;
C) apenas João poderia ser responsabilizado, ainda que não provada a sua culpa;
D) o Município Alfa responderia pelo dano, desde que provado o dolo de João;
E) apenas João poderia ser responsabilizado, desde que provada a sua culpa.
TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO:
A responsabilidade civil do ente público, em regra, é objetiva, ou seja, a vítima de dano causado por
agente público, nessa qualidade, não precisa provar que este agiu com dolo ou culpa.
Contudo, a responsabilidade civil objetiva depende da comprovação de alguns elementos, quais sejam:
a conduta, o dano e o nexo de causalidade. A supressão de quaisquer desses elementos acarreta a
exclusão da responsabilidade civil do Estado.
TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO:
Nos termos do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a
responsabilidade civil objetiva do Estado por danos decorrentes de crime praticado
por pessoa foragida do sistema prisional, quando não demonstrado o nexo causal
direto entre o momento da fuga e a conduta praticada.
[RE 608.880, rel. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, j. 8-9-2020, P, DJE de 1º-10-
2020, Tema 362.]
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: DPE-MS Prova: FGV - 2022 - DPE-MS - Defensor Público Substituto
João é jornalista e cobria, presencialmente, uma manifestação em que ativistas de direitos humanos
protestavam contra os altos índices de letalidade policial no Estado Alfa. Na qualidade de profissional de
imprensa, enquanto fazia a cobertura jornalística, João foi ferido pelo policial militar José, ao receber uma
pancada com cassetete em seu rosto, no momento em que havia conflito entre policiais e manifestantes.

Inconformado com as lesões que sofreu, João buscou atendimento na Defensoria Pública para ajuizar ação
indenizatória, ocasião em que lhe foi explicado que, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, no caso em tela, a responsabilidade civil do Estado é:

A) subjetiva, mas não cabe responsabilização direta do policial militar José, em razão da teoria da dupla
garantia, seja para a vítima, seja para o agente público;
B) subjetiva, mas cabe o reconhecimento da culpa concorrente, eis que os danos foram causados em evento
multitudinário;
C) objetiva, mas cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, caso João tenha
descumprido ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas como de grave risco à sua
integridade física;
D) objetiva, mas cabe a excludente da responsabilidade da força maior, diante da imprevisibilidade do
conflito entre os manifestantes e os policiais, desde que a Polícia Militar comprove que planejou
regularmente sua atuação.
Ano: 2022 Banca: FGV Órgão: DPE-MS Prova: FGV - 2022 - DPE-MS - Defensor Público Substituto
João é jornalista e cobria, presencialmente, uma manifestação em que ativistas de direitos humanos
protestavam contra os altos índices de letalidade policial no Estado Alfa. Na qualidade de profissional de
imprensa, enquanto fazia a cobertura jornalística, João foi ferido pelo policial militar José, ao receber uma
pancada com cassetete em seu rosto, no momento em que havia conflito entre policiais e manifestantes.

Inconformado com as lesões que sofreu, João buscou atendimento na Defensoria Pública para ajuizar ação
indenizatória, ocasião em que lhe foi explicado que, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal
Federal, no caso em tela, a responsabilidade civil do Estado é:

A) subjetiva, mas não cabe responsabilização direta do policial militar José, em razão da teoria da dupla
garantia, seja para a vítima, seja para o agente público;
B) subjetiva, mas cabe o reconhecimento da culpa concorrente, eis que os danos foram causados em evento
multitudinário;
C) objetiva, mas cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, caso João tenha
descumprido ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas como de grave risco à
sua integridade física;
D) objetiva, mas cabe a excludente da responsabilidade da força maior, diante da imprevisibilidade do
conflito entre os manifestantes e os policiais, desde que a Polícia Militar comprove que planejou
regularmente sua atuação.
CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PROFISSIONAL DE IMPRENSA FERIDO, EM SITUAÇÃO DE TUMULTO,
DURANTE COBERTURA JORNALÍSTICA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. INOCORRÊNCIA. PROVIMENTO DO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO. 1. O Estado responde civilmente por danos causados a profissional de imprensa ferido pela polícia,
durante cobertura jornalística de manifestação popular. A apuração da responsabilidade dá-se na forma da teoria do
risco administrativo, pacificamente aceita pela jurisprudência e pela doutrina. 2. Admite-se a invocação da
excludente de responsabilidade civil da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que em que o profissional de
imprensa I - descumpra ostensiva e clara advertência sobre o acesso a áreas delimitadas em que haja grave risco à
sua integridade física; ou II - participe do conflito com atos estranhos à atividade de cobertura jornalística. 3. No
caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu a referida excludente de responsabilidade, sem identificar
quaisquer destas circunstâncias - mas unicamente pelo fato de o fotógrafo estar presente na manifestação. 4. A
atuação dos profissionais de imprensa na apuração de informações relevantes para a sociedade é tutelada pela Constituição,
não podendo ser alegada pela afastar a responsabilidade civil do Estado. 5. O pedido de pensão mensal vitalícia merece ser
atendido, em face do grave comprometimento do exercício da atividade de fotojornalismo, após ter o autor perdido 90% da
visão em um dos olhos. Já o valor fixado a título de indenização pelos danos morais mostra-se alinhado aos parâmetros
adotados pela jurisprudência brasileira em casos análogos, não cabendo sua elevação. 6. Recurso Extraordinário a que se dá
provimento. Tema 1055, fixada a seguinte tese de repercussão geral: "“É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em
relação a profissional da imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em
que haja tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa
exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre
acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física". (RE 1209429, Relator(a): MARCO AURÉLIO,
Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 10/06/2021, PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-208 DIVULG 19-10-2021 PUBLIC 20-10-2021).
TEORIA DO RISCO INTEGRAL:
Em situações pontuais, o Brasil adota a Teoria do Risco Integral, segundo a qual o Estado é garantidor
universal. Logo, esta teoria (risco integral) não admite excludentes, a exemplo das hipóteses de danos
nucleares e ambientais.
A teor do disposto no artigo 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por
danos causados por agente público deve ser ajuizada contra o Estado
ou a pessoa jurídica privada prestadora de serviço público, sendo parte
ilegítima passiva o autor do ato.
[RE 1.027.633, voto do rel. min. Marco Aurélio, j. 14-8-2019,
P, DJE de 6-12-2019, Tema 940]
Nas ações de responsabilidade civil do Estado, é
desnecessária a denunciação da lide ao suposto agente
público causador do ato lesivo. (Jurisprudência em Teses
– STJ)
RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATOS DO PODER JUDICIÁRIO

Consoante o art. 5º, inciso LXXV da CF: “O Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim
como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença”.
Neste caso, a ação regressiva proposta em face do magistrado depende da demonstração de dolo ou
erro grosseiro.
RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATOS DO PODER LEGISLATIVO:

Lei de efeitos concretos


Como produzem efeitos concretos, assim como atos administrativos concretos, caso produzam danos,
haverá a responsabilização do ente público.
Lei em sentido formal e material:
São leis gerais e abstratas que emanam do Poder Legislativo. Aqui, a responsabilidade civil do Estado
por atos legislativos depende de dois requisitos: a declaração de inconstitucionalidade da norma e a
existência de dano direto à vítima.
PRESCRIÇÃO
O prazo prescricional das ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública é quinquenal.
Jurisprudência em teses, STJ:
O prazo prescricional das ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública é quinquenal (Decreto
n. 20.910/1932), tendo como termo a quo a data do ato ou fato do qual originou a lesão ao patrimônio
material ou imaterial. (Tese julgada sob o rito do art. 543-C do CPC/73 - Tema 553)
O termo inicial da prescrição para o ajuizamento de ações de responsabilidade civil em face do Estado por ilícitos
praticados por seus agentes é a data do trânsito em julgado da sentença penal condenatória.

As ações indenizatórias decorrentes de violação a direitos fundamentais ocorridas durante o regime


militar são imprescritíveis, não se aplicando o prazo quinquenal previsto no art. 1º do Decreto n.
20.910/1932.

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